Por Ricardo Bessa*
No calor da discussão, quando se achava que a população ficaria contra os policias militares devido aos transtornos causados pela manifestação deles na última segunda-feira, foram proferidas várias declarações inflamadas contra os manifestantes.
O Governador caracterizou a manifestação como baderna. O comando geral da Polícia Militar falou em punição. E, até os procuradores do Ministério Público Estadual(MPE), Samy Barbosa e Danilo Lovisaro, deram declarações duras a respeito do movimento, cogitando a expulsão e a prisão dos policiais que participaram da manifestação.
Acalmados os ânimos. As declarações começam a se tornar mais brandas. Trocam-se os verbos. No lugar de “punir”, ouve-se “investigar”. E, o MPE passa a cogitar a possibilidade dos policiais serem inocentados.
Samy Barbosa, procurador do Ministério Público, declarou a imprensa, nessa sexta-feira, que o Ministério Público não é contra os manifestantes. Ele também afirmou, que foi o comando da PM e a Procuradoria Geral do Estado (PGE) que acionaram o orgão para intervir na manifestação.
"Também recebi notícias de que havia pessoas armadas. Isso é inadmissível. Quem informou que havia pessoas armadas foi o comando geral da Polícia Militar. A partir daí iniciamos uma investigação e requisitamos as imagens e ouvimos o comandante. Agora, nós vamos ouvir os envolvidos. Se ficar provado que não havia nada disso não vai acontecer nada" afirmou o procurador.
Claramente, percebe-se uma troca de postura. Dessa forma, o Ministério Público deixa de ser o vilão da história, por possivelmente ter tomado partido do governo. E, os vilões passariam a ser o comando geral da Polílica Militar e a PGE, caso não sejam comprovados os crimes que estão sendo atribuídos aos policiais. E, de acordo com a análise de alguns juristas, os policiais não serão culpados, pois não cometeram crimes.
Como resultado de tudo isso, os militares saem fortalecidos no debate, pois já afirmavam, desde o inicio, não terem contrariado o que diz a lei e, tampouco terem feito baderna durante o movimento.
A população também entende que, o direito de manifestação é garantido a qualquer trabalhador. Pois, mesmo os policiais, que são proibidos expressamente pela Constituição de fazer greve, não são impedidos de se manifestar. Uma vez que, o direito à manifestação é garantido pela Carta Magna.
*Ricardo Bessa é Jornalista e escreve em seu blog.
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