Por José Mastrangelo*
Irã. Os reformistas, liderados pelo candidato derrotado para presidente da República. Mir Hossein Mousani, não aceitam os resultados das eleições do dia 12 de junho deste ano, que reelegem o atual presidente, Mahmoud Ahmadinejad. Dizem que as eleições são fraudulentas. Os “filhos da revolução” (reformistas) protestam nas ruas de Teerã. As milícias da revolução islâmica reagem. Descarregam os seus fuzis sobre os manifestantes. Matam Assassinam a jovem Neda de 27 anos, estudante de filosofia. O presidente reeleito acusa EUA e Grã – Bretanha de conspirarem contra o país. Expulsa jornalistas estrangeiros. Manda fechar jornais e emissoras de TVs. Medo e terror tomam conta do país. O líder supremo religioso, Alí Khaimonei, declara limpas as eleições. Um clérigo diz em seu sermão que aqueles que se opõem ao governo estão “em guerra com Deus” e podem ser executados.
Brasil. São Paulo. Professores, funcionários e estudantes protestam nas universidades paulistas. A polícia militar invade os campi universitários. Reprime o movimento com bombas de efeito moral. Medo e terror sobrevoam os campi universitários paulistas.
Acre. Rio Branco. A polícia militar protesta nas ruas de Rio Branco. Reivindica mais “soldo” e melhores condições de trabalho. O mecanismo repressivo do Estado prende o líder de protesto, aplicando-lhe a pena de cinco dias de prisão.
Após o sucesso do autoritarismo nas eleições de deputados para o parlamento europeu com a vitória da centro-direita, a revolução islâmica, teocrática e autoritária, há trinta anos no poder, se consagra mais uma vez no Irã. Não faltam protestos. Os reformistas não se conformam com os resultados das eleições, que consideram fraudulentas. Eles ocupam as ruas da capital, Teerã. Os “filhos da revolução” (reformistas), jovens nascidos com a revolução islâmica, se revoltam contra o regime teocrático dos aiatolás, que estão no poder desde o ano de 1979. O regime autoritário e teocrático, sob o comando de seu líder supremo, Alí Khaimonei, reage com as armas da milícia revolucionária. Persegue. Prende. Mata. Assassina a jovem de 27 anos, estudante de filosofia que, logo, vira símbolo de liberdade. Fecha os meios de comunicação. Medo e terror se espalham por toda parte.
Os países do Ocidente pedem o fim da violência. EUA e Grã – Bretanha, contudo, não têm moral para cobrar medidas apaziguadoras, dizem as autoridades iranianas. O Irã acusa os dois países de estarem conspirando contra o seu povo. Expulsa funcionários diplomáticos britânicos. O Vaticano cala. O seu silêncio é sintomático. No passado (Idade Média), a Igreja Católica também calou com a fogueira aqueles que se opunham a sua doutrina.
O autoritarismo se manifesta nas universidades paulistas. Professores, funcionários e estudantes estão em greve. O governo do socialdemocrata Serra reage à moda autoritária da centro-direita. Reprime o movimento grevista com o cassetete da polícia militar. Não dialoga. A educação corre perigo. Vira uma questão de polícia. Que pena!
O autoritarismo investe no Estado do Acre. O protesto de rua, promovido pela polícia militar, é reprimido com a prisão de cinco dias para o seu líder. A oposição política, autoritária de alta definição, reage timidamente à prisão do major. O seu pretenso líder de marca nazi-fascista, totalitário, arrogante e truculento, não tem “estatura” para cobrar atitudes democráticas.
Em tempo, o autoritarismo acaba de aplicar um golpe em Honduras. O presidente daquele país é deposto pelos militares.
*José Mastrangelo é Doutor em Teologia e tambem escreve para o site Folha do Acre.
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