Do Jornal ABC Repórter
O anúncio de sua saída do Partido dos Trabalhadores, após 30 anos de militância, feito pela senadora Marina da Silva em entrevista coletiva lembrou, em muitos momentos, a frase pronunciada pelo ex-petista Fernando Gabeira (PV) de que havia "sonhado o sonho errado".
Polida, sem querer ferir seus ex-companheiros, a senadora disse que apenas as pessoas apegadas ao conservadorismo não cogitam a possibilidade de fazer mudanças na trajetória de suas vidas.
Na verdade, Marina sentia-se como peixe fora dágua no partido. Desde que foi obrigada a deixar o Ministério do Meio Ambiente, por colidir de frente com a preferida do presidente Lula para sua sucessão, a ministra chefe da Casa Civil Dilma Roussef (PT), Marina passou a ser cortejada por outros partidos, inclusive pelo Partido Verde.
É praticamente certo que a senadora pelo Acre será lançada candidata a presidente pelos verdes. Vai trazer alento a uma campanha eleitoral que se anunciava plebiscitária, na forma e desejo do presidente Lula. Sua iniciativa também deverá colocar por terra outro projeto presidencial: o de lançar o deputado Ciro Gomes (PSB) candidato a governador de São Paulo. Para tirá-lo do páreo da disputa presidencial.
No momento, nem mesmo a aposta em Dilma chega a convencer o PT, perdido na dualidade entre o discurso moralista e a prática de panos quentes na crise do senado. A saúde da poderosa predileta aparenta não ter estrutura para suportar as pressões da campanha presidencial. Talvez por isso, de forma ainda velada, Lula teria escolhido um substituto, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, como seu novo pupilo.
Seja como for, o PT não tem candidatos competitivos nem para a presidência e nem mesmo para o governo de São Paulo. Sem Lula, seria mais um entre os partidos nanicos.
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