quinta-feira, 24 de setembro de 2009

HILDEBRANDO É CONDENADO A 18 ANOS

Ezí Melo
Notícias da Hora - AC

Por seis votos a um, o júri popular declarou o ex-deputado e coronel Hildebrando Pascoal culpado pelo assassinato de Agilson Firmino dos Santos, o “Baiano”, que ficou conhecido como “crime da motosserra”. Ele foi condenado a 18 anos de prisão em regime fechado, sem direito a recorrer em liberdade nem a liberdade condicional. O veredicto foi dado às 20h30 desta quarta-feira (23).

O ex-sargento da PM, Alex Fernandes Barros e o fiscal da prefeitura de Rio Branco, Adão Libório Albuquerque foram absolvidos da acusação feita pelo Ministério Público Estadual (MPE). O juiz Leandro Leri Gross, titular da Vara do Tribunal do Júri, leu a sentença que considerou os agravantes de motivo torpe e cruel e que dificultaram a defesa da vítima.

O CRIME

De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o assassinato de “Baiano” aconteceu em dois de julho de 1996, após a morte do vereador de Senador Guiomard, Itamar Pascoal, irmão de Hildebrando, Pedro e Sete Pascoal (três acusados de envolvimento no crime). Ele foi assassinado por José Hugo, após uma discussão em um posto de combustível de Rio Branco.

Após o assassinato de Itamar, a família Pascoal, com apoio de policiais civis e militares, iniciou uma caçada e uma série de assassinatos. A ação tinha o apoio do então comandante da PM, coronel Aureliano Pascoal, primo de Hildebrando e que depois foi deputado estadual. Hildebrando também era coronel da PM. A família chegou a divulgar cartazes oferecendo recompensa de R$ 50 mil para quem informasse o
paradeiro de Hugo.

Depois de matar Itamar, Hugo fugiu do Acre. Sua mulher e filhos foram raptados e presos pela família Pascoal e policiais. O garoto Wilder Firmino dos Santos, de 13 anos, também foi preso para dizer onde estava seu pai, o “Baiano”, que trabalhava com Hugo e estava com ele quando Itamar foi assassinado. “Baiano” era motorista de Hugo no dia.

Wilder foi torturado com ácido e teve a coluna cervical fraturada antes de ser morto. Depois seu pai foi capturado em Sena Madureira (140 quilômetros de Rio Branco), levado para um galpão do então vereador Alípio Ferreira, em Rio Branco, onde foi torturado. De lá, “Baiano” foi levado para a chácara de Pedro Pascoal, onde foi torturado novamente e assassinado.

Segundo o MPE, “Baiano” foi castrado, teve os membros serrados com um motosserra e um prego cravado e na testa. Os pedaços de seu corpo foram jogados em frente a uma emissora de TV, dentro de um saco de estopa.

SEM TESTEMUNHAS NEM MOTOSSERRA

Durante todo o julgamento nenhuma das testemunhas afirmou ter visto Hildebrando matando “Baiano” nem tampouco a utilização de motosserra para decepar seus membros, como foi denunciado pelo MPE. O assassinato ficou conhecido internacionalmente como “crime da motosserra”, tendo grande repercussão.

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