segunda-feira, 1 de junho de 2009

PETRÓLEO NO ACRE

Por Kennedy Alencar

Para tentar minar a CPI no Senado e criar uma agenda positiva pró-Petrobras, o governo prepara o anúncio da descoberta de duas grandes reservas no país. Segundo apurou a Folha, são uma reserva de gás e óleo no Acre e outra de gás no noroeste de Minas Gerais.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na semana passada a confirmação da Petrobras. Desde então, a cúpula do governo prepara o anúncio a fim de que coincida com a divulgação das propostas de novas regras de exploração de petróleo na camada pré-sal e com o início dos trabalhos da CPI da Petrobras no Senado.

Do ponto de vista econômico, as novas reservas serão divulgadas como uma espécie de passaporte para o Brasil se livrar da dependência do gás boliviano. Na reserva do Acre, o óleo é considerado superleve -de alto valor comercial.

Politicamente, o governo tentará carimbar a oposição como um grupo que decidiu atacar a maior empresa brasileira numa hora de crise e na qual a estatal tem se planejado para fazer investimentos.

O governo conta assim com maior pressão empresarial e política sobre a CPI, cuja composição foi decidida com participação direta do Planalto. Em conversa com o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), Lula pediu que os aliados não cedessem a presidência da CPI à oposição. Renan aceitou. Dos 11 indicados, 8 são considerados fiéis a Lula ou aliados dele.

Para o presidente, o anúncio das novas reservas acuará a oposição, o que pode levá-la a ser mais cuidadosa nos questionamentos à Petrobras e a não estender o prazo de investigação. O governo não deseja que a CPI dure até 2010.

A prioridade de Lula é preservar a imagem da potencial candidata, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Ela integra o Conselho de Administração da Petrobras. No primeiro mandato, foi ministra das Minas e Energia, pasta à qual a estatal está subordinada.

Além de recusar ceder espaço à oposição, o Planalto adotou o discurso de que PSDB e DEM teriam intenções ocultas de privatizar a Petrobras. A oposição nega e diz que os governistas fazem "terrorismo".

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