segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Grito Acreano entrevista: Ricardinho


O acreano João Ricardo Oliveira da Costa, ou apenas Ricardinho, tem 26 anos, é baixista e um dos fundadores da banda de heavy metal Silver Cry, desde 2000. Também fez participações em bandas de grandes nomes da música acreana como Heloy de Castro e Clenilson Batista. Graças à carência de lugares para tocar um som mais pesado, juntamente com amigos, teve que acumular as funções de músicos e produtor de eventos do estilo.

Dessa parceria entre amigos, nasceu aí a Dream.Cry Produções, onde as decisões não são concentradas em uma pessoa em específico, mas no debate entre seus integrantes. A produtora, entre outros eventos, tem como atração principal o Feliz Metal.

A caminho da 5ª edição, o Feliz Metal é hoje um dos maiores eventos do gênero na região Norte, inclusive com matérias na grande imprensa especializada. O festival é realizado na noite de natal e além de movimentar o heavy metal em Rio Branco, também coleta alimentos para comunidades de baixa renda.

Ricardinho fala sobre o crescimento da cena metaleira, produção independente, a importância das coberturas dos eventos, entre outros temas. Confiram a entrevista.

Grito Acreano - Como você analisa a cena de heavy metal no Acre?

Ricardinho – Em termos de shows, não vem acontecendo com a freqüência de anos atrás. Antes nós “ralávamos” mais porque nem todos precisavam trabalhar, sobrando tempo para se dedicar na produção de eventos. Porém, hoje os integrantes da cena estão mais conscientes e maduros. Os produtores de show de metal têm planos de fechar um calendário de eventos para o próximo ano, com eventos melhores e mais organizados, potencializando e fornecendo boa estrutura para o público e os músicos. Por exemplo, com a expectativa de que todo mês de junho acontece o [Festival] Metal Selvagem, em junho é vez do Norte Noise, dezembro é a vez do Feliz Metal etc. Essa ansiedade gerada pelos festivais incentiva as bandas a ensaiar, compor e fazer um bom trabalho. A idéia é que esses shows entrem no calendário da Fundação Garibaldi Brasil [órgão de cultura da prefeitura de Rio Branco].

GA - Quais os motivos para que o Acre tenha um número relativamente bom de bandas e fãs de heavy metal?
Ricardinho – O esforço da galera que produz eventos aqui. Além disso, tem a falta de opções em Rio Branco e que, consequentemente, une aqueles que buscam alguma forma de lazer. A pessoa vai ao show de metal junto dos amigos e acaba gostando. Outro ponto que incentivou foram alguns shows com bandas de reconhecimento nacional como o Mário Linhares (ex-Dark Avenger), Eterna, Glory Opera, Steel Warrior etc.

GA - Como surgiu o Feliz Metal?
Ricardinho – Surgiu a partir da falta de eventos de heavy metal. Eu, Bala, Saulo, Igor, Victor, Fábio Kill [membros da Dream.Cry, na época], juntamente com nossos amigos, começamos a catar latinhas – muitas utilizadas por nós mesmos que bebíamos muito (risos) – e com alguns apoios da iniciativa privada conseguimos promover essa primeira edição. A entrada era apenas o quilo de alimento, que foi utilizado para doações para algumas comunidades carentes. Com o tempo mudaram alguns integrantes da Dream.Cry, e o evento passou a contar com ajuda do governo, algo como o pagamento do som do evento.

GA - Suas considerações finais aos leitores.

Ricardinho – Acho interessante e mais um incentivo às bandas uma cobertura séria sobre os eventos de diferentes estilos musicais. Resenhas e críticas falando o que foi bom e o que foi ruim só ajudam para o crescimento da cena. É chato receber uma crítica negativa, mas se a banda for inteligente, ela vai saber melhorar a partir dos erros apontados.


*Esta entrevista foi postada originalmente no site: www.tomarrock.com

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