quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

TUDO VIRA BOSTA...



É uma pouca vergonha o cartel dos empresários da noite acreana. O exemplo da balburdia é a noite de virada de ano. O bendito réveillon, que deixou de ser uma celebração ao novo ano, passou a ser a principal fonte de renda dos espertalhões:
Veja bem:

As 23h a Gameleira e o Mercado Velho, principais pontos de aglomeração de pessoas para verem a queima de fogos, estarão abarrotados. O fato é: quem vai deixar de apreciar os fogos nos principais pontos turísticos para “aproveitar” a promoção de bebidas nas dezenas de festas da virada espalhadas pela cidade?

Tem boate que chega a divulgar que até 1h do primeiro dia do ano a cerveja custará R$ 1,00. Quem vive na night, que não é o meu caso, sabe que os empresários separam uma determinada cota para consumo promocional. Isso muitas vezes nem chega a ser 30% dos produtos disponíveis nos freezers.

Pior do que essas são os inferninhos montados de última hora para receber o publico que já sai literalmente “toldado” do centro da cidade. O estádio José de Melo terá uma festa da virada por R$ 10,00. Daí o leitor já pode imaginar o nível da farra. No estacionamento da Arena, por R$ 30 o consumidor irá curtir uma banda de forró e outra de Axé. Já no buraco da cobra caolha, o espaço de "entretenimento familiar" Chalé Bar faz sua farrinha.

Conseqüentemente, a policia que tinha a obrigação de estar nos bairros fazendo a segurança preventiva, perderá tempo nesses inferninhos.

Resumindo: tudo acaba em cachaça, sexo, violência e prostituição, como veremos no Day after das páginas policiais, isto é se a imprensa não adormecer no ponto também.

Essa é a super mega Power night acreana. E tem gente que paga pra isso...

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A VOZ DAS SELVAS

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

VÍTIMA DA PRÓPRIA IMPRUDÊNCIA

Na última sexta-feira, 25, na tarde de natal, mais um jovem falece vitima da própria imprudência. Wervin de Oliveira Lopes morreu carbonizado. O rapaz de 26 anos disputava uma corrida e fazia manobras com outro “amigo” quando perdeu o controle do carro, modelo Gol, e bateu no poste, causando instantaneamente uma explosão. O tal colega do outro carro, ao ver o acidente, fugiu.

Por mais que a prática dessa “brincadeira” mortal seja detestada pela maioria. Um suicídio em quatro rodas. Fica como um alerta. No vídeo abaixo, filmado por um cinegrafista amador, centenas de pessoas fazem chacota e umas ainda gritam: - Traz a câmeras, Kelly. Corre!



Ninguém parou pra pensar que poderia ser um familiar dele ali, sendo queimado vivo. A coisa se banalizou. O espirito de natal deve ter sido carbonizado junto com o rapaz.

Fica o registro: quem faz ou patrocina rachas ou manobras do tipo que a “vitima” acabou fazendo procura a morte de alguma forma. Como disse um grande amigo quando viu as imagens:

-Tem gente que quando morre a própria família se sente aliviada...ou em razão de o cabra ser incorrigível, ou por ele viver num leito de morte sofrendo. Essa juventude tá f.... Ele errou e se f..., mas existe uma família que não merece ouvir certas coisas nesse momento.

AÇÕES POR CALÚNIAS SÃO ARQUIVADAS

Fabiana Schiavon
Do Consultor Jurídico

A eliminação da Lei de Imprensa do ordenamento jurídico brasileiro, em abril deste ano, e o vácuo legislativo deixado ainda causam confusões. No Acre, pelo menos três varas estão arquivando processos que foram ajuizados com base na lei enquanto ela ainda estava em vigor. As 1ª, 2ª e 4ª Varas Criminais arquivaram ações pedindo direito de resposta e dando conta da prática dos crimes de calúnia.

Os processos analisados pelas Varas do estado em relação ao crime de calúnia foram rejeitados com argumento de o “artigo 20 da Lei 5.250/67 [que trata do crime de calúnia], em 30 de abril do corrente ano, foi declarado incompatível com atual ordem constitucional, por determinação do Supremo Tribunal Federal”. Já a decisão de arquivar pedidos de direito de resposta são justificados com base no argumento de que “seu mérito repousa nos ditames da Lei de Imprensa, a qual foi julgada incompatível com a Constituição”.

Em maio, o Superior Tribunal de Justiça analisou seu primeiro recurso baseado na Lei de Imprensa depois da decisão do Supremo que a revogou. O processo foi proposto pelo jornalista Hélio de Oliveira Dórea que, em reportagem do Fantástico, da TV Globo, foi citado como envolvido na “máfia das prefeituras” no Espírito Santo e no Rio de Janeiro. Na ação, a Globo Participações, que havia sido condenada em primeira e segunda instâncias, foi absolvida.

Na ocasião, a ministra Nancy Andrighi se baseou no Código Civil, na Constituição Federal e também no Código de Ética dos Jornalistas, aprovado no Congresso Nacional dos Jornalistas de 1987. De acordo com a decisão, a divulgação de informações pela imprensa só pode ser considerada culposa se o veículo agir de forma irresponsável. Ao veicular notícia sobre suspeitas e investigações, em trabalho devidamente fundado, os órgãos de imprensa não são obrigados a ter certeza plena dos fatos.

Para o advogado Luís Francisco Carvalho Filho, o direito de resposta está previsto na Constituição e, por isso, deve continuar a ser julgado pelo Judiciário. Já o crime de calúnia é previsto pelo Código Penal. Em novembro, a 2ª Turma do STF acolheu para julgamento o pedido de Habeas Corpus sobre o crime de calúnia que teria sido praticado por um vereador na imprensa. A decisão reforçou que a ação deve ser analisada pelo tribunal superior já que o Código Penal contempla o crime de calúnia e o instituto da exceção da verdade.

O ministro Celso de Mello, em entrevista concedida à Consultor Jurídico logo após a revogação da Lei de Imprensa, afirmou que o vácuo normativo criado pela antiga lei não gera conflitos já que o Código Civil e o Código Penal podem preenchê-lo. O direito de resposta está previsto no artigo 5º da Constituição Federal e a Lei de Eleições (Lei 9.504/97), em seu artigo 58, também prevê o procedimento para solicitar a punição do órgão de imprensa em casos de abuso. Segundo o ministro, o dispositivo pode ser aplicado por analogia.

O advogado Manuel Alceu Afonso Ferreira, especialista em imprensa, concorda que rejeitar processos com base na Lei de Imprensa é indevido. “O direito de resposta tem fundamento na Constituição e, quanto aos processos de calúnia, a liminar que o STF deferiu determinava a adaptação dos tipos previstos no Código Penal”, afirma.

Alguns dos processos arquivados no Acre: 001.06.004866-3, 070.07.000145-6 e 001.01.027613-1

sábado, 26 de dezembro de 2009

JACUBA OU CHIBÉ?

Raimundo F. de Souza *

Misturando farinha de mandioca, adoçante dos tipos açúcares branco ou mascavo, ou mel, limão e água, cria-se uma iguaria denominada de jacuba ou chibé. Quem conhece jacuba não desconhece chibé, quem ingeriu chibé se alimentou com jacuba, quem prepara um bom chibé domina a receita de uma boa jacuba e, em situação de crise, pode se tomar chibé no almoço e jacuba no jantar. A intenção não é rimar, o objetivo é demonstrar que chibé e jacuba servem para alimentar, são pobres em nutrientes, mas a fome podem enganar.

Conforme se pode observar, tudo depende do pensar, uma ou duas palavras na rima pode encaixar e o desenrolar da história só depende de enrolar. O papel aceita tudo, até lorota de iletrado, quem sabe juntar as letras, inventa qualquer babado, e o leitor desavisado, na maioria das vezes despreparado, fica meio abirobado, com todo esse leriado. Mas nessa oportunidade estou falando de coisa séria: quem ainda não comeu jacuba deve provar o chibé. A receita para uma pessoa, quer saber como que é? Começa com um copo d’água, os outros ingredientes são dosados na colher.

Por que estou falando isso? Poderia falar de caviar ou, no mínimo, de filé ao molho não sei lá das quantas, mas, se ninguém falar dessa iguaria tão insignificante para burguesia, porém utilitária e que não surgiu na cultura popular por acaso, mas sim, por necessidade, muita gente deixaria de conhecê-la culturalmente ou mesmo como estratégia e recurso que os menos favorecidos utilizam para se manter vivos.

A dor ensina a gemer, a fome ensina a comer (qualquer coisa), quem come jacuba não é porque gosta do sabor, mas sim, para sobreviver. Nesse mundo dos mortais, onde tudo é tão fugaz, seria bem diferente se todos usufruíssem as oportunidades iguais. Todavia, o que se constata, nessa sociedade abastada, são esnobismos escancarados, visando exclusivamente os bacanas serem notados, mas esse é o ritmo da vida. Quem detém o poder, seja político ou econômico, mesmo sendo desajeitado, pode até posar de bobo, que o povo acha engraçado. Comandar os acontecimentos em qualquer situação, além de impressionar os súditos desprotegidos, é alvo de admiração.

Quanto aos Zé-Goiabas, alimentados à base de chibé, sendo ser humano da mesma estirpe, porém sobrevivendo só na fé, podem achar muito divertido esse espetáculo sem coerência, todavia, podem ficar revoltados e partir para a violência.

Não obstante, venhamos e convenhamos, se todos os seres humanos fossem desprovidos dos mesmos atributos de aparência, da mesma capacidade intelectual, das mesmas condições econômicas e imbuídas do mesmo poder de comandar, política e administrativamente, acreditamos que a convivência e a sobrevivência seriam muito chatas. Ou seja, todos saboreando caviar ou jacuba, e nas farras, quando ficassem bêbados, certamente seriam todos de uma só vez, onde se pode deduzir que todos seriam chatos ao mesmo tempo e não haveria ninguém para encher o saco.

* Raimundo é Professor. O texto foi extraido do Jornal Página 20.

ANGEL

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

RECADINHO

Estimado blogueiro,

A partir de hoje escreverei no Blog ECOS SOCIALISTAS. Além de um espaço para expressar as minhas idéias, gostaria de publicar outras opiniões.

Desde já coloco o nosso blog à disposição e fico aguardando teus textos, artigos, ensaios, contos, poesias, resenhas. Basta enviar para moisesdiniz.acre@gmail.com.

O endereço no nosso novo blog - http://moisesacre.blogspot.com/

O teu blog já está linkado aqui. Se puder linkar o meu blog novo na tua página, eu fico grato.

Um abraço,

Moisés Diniz

sábado, 19 de dezembro de 2009

PETISTAS NA BERLINDA

Equivoca-se quem pensa que o inferno astral do ex-quase-presidente-do-Senado, Tião Viana (PT-AC), e seu suplente Aníbal Diniz, acabou totalmente.

A dor de cabeça latente é causada pelo AI/767868, que corre no Supremo Tribunal Federal (STF). Dia desses Viana foi visto de passagem por um gabinete no STF. O que será que ele foi fazer lá? Uma visita de cortesia certamente não foi.

Acompanhe o processo aqui.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

HUMORISTA SEM PIADA

Ronaldo Duran*

“Chegará o dia em que todos nós broxaremos... É tão certo como a noite vem depois do dia”, me disse certa vez o cara mais zureta da turma de teatro. Rebati dizendo que fazer humor para mim era como respirar, impossível viver sem. Sorriu ele. Talvez fosse me perguntar se eu tinha nascido fazendo piada, mas calou-se. Percebeu que além do jargão tinha muita sinceridade de minha parte.

A carreira começou. Tinha vinte e poucos anos. Calhei de ser piadista. Antes tentei fazer algo sério, tipo Shakespeare. Gostei dos clássicos, porém, meus preferidos eram os bufões, que despem a suposta seriedade que cada pessoa carrega, vislumbrando o ridículo nos papeis sociais.

As piadas caíam como luva. Raro as manhãs que eu não compunha três ou quatro delas. Nem a cachaça me inibia a produção. Pelo contrário, na roda de bar vinham mais e mais.

Do teatro amador veio um convite para alçar vôo televisivo. Não me pergunte como nem por quê. Um dia estava como figurante num programa de televisão. Minha cara estampada em nível nacional. As piadas não eram de minha autoria. Nem por isso elas eram menos divertidas. Empolguei-me.

Para fama foi um pulo. Difícil de acreditar: ganhar um dinheirão como piadista.

Para tristeza minha, percebi que a minha destreza tinha meramente o dom de levar ao êxtase quando proporcionava ao ouvinte um desabafo frente à realidade que ele acreditava dura, injusta ou tediosa. Uma piada o aliviava pela falta da grana, pela corrupção ventilada na TV e nos jornais, pela nulidade que encarava a vida na periferia, no barraco, sem o mínimo de conforto. Entendi que não era por mim tampouco por qualquer traço de genialidade que os gritos e frenesi em me ver eram produzidos. Nada, eu era o palhaço que servia para que eles se desabafassem inconscientemente frente a uma realidade que não conseguiam sequer controlar, muito menos mudar.

Pior, se ali eu não estivesse, outro qualquer seria aplaudido, venerado. Em solo brasileiro, piadistas aos montes não faltarão para substituir-me.

O tortuoso raciocínio provocou desânimo no palco. Broxei, na verdade, bem antes, quando não conseguia mais encher uma lauda de piadas.

De repente, me vi o contrário do que fui durante toda a carreira. Taciturno, cabisbaixo, sem graça sequer para pronunciar uma piada. Por onde anda meu colega que teorizou a broxidez, a falta de pique. Tomamos rumos diferentes. Nunca mais o encontrei. Queria tanto perguntar se esse tédio pelo trabalho é passageiro ou definitivo.

*Ronaldo Duran é romancista e também escreve no blog Informativo Literatura Viva

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

NOVAS TESES DO ACRE

Corre a boca pequena, nos bastidores da política fétida acreana, de que o deputado federal Flaviano Melo (PMDB-AC), poderá ser o candidato único da oposição ao governo do Acre nas eleições do ano que vem. A velha raposa, apesar de estar debilitada com o peso da idade, parece ver essa situação com bons olhos. Afinal de contas, para quem aguenta beber whisky como se fosse água, uma campanha não seria nada.

Flaviano, teóricamente, não teria nada a perder. O ex-governador é detentor de uma pensão vitalicia do estado e continua sendo o principal nome da então falida oposição a conseguir mais votos. Os “saudosistas” o veneram.

Caso a tal tese seja seguida a risca, o camaleão Marcio Bittar, ex-deputado federal, seria agraciado com a vaga para disputar a segunda e ultima vaga do senado federal com o deputado estadual Edvaldo Magalhães (PCdoB), já, que provavelmente, o ex-governador Jorge Viana seria o candidato mais votado.

Seguindo o efeito cascata, Rodrigo Pinto, atual pré-candidato da oposição ao governo, seria transferido pelos caciques do PMDB a disputar uma vaga na câmara federal, com todo o apoio da cupula. Já o tucano Tião Bocalon seria agraciado, mesmo contra a vontade, à vice governador, que neste caso, seria um vitória, levando em conta que tem muita gente querendo lhe passar a perna.

Enquanto isso a Frente Popular espera a definição da oposição para jogar, futuramente, suas cartas na mesa, que não serão poucas. Existem muitos coringas.

domingo, 13 de dezembro de 2009

EM NOME DO POVO, CONTRA O POVO

Mary Zaidan*

Democratizar os meios de comunicação em defesa do interesse popular. Essa cantilena será exaustivamente repetida durante as plenárias da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) que começa nesta segunda-feira, dia 14, em Brasília.

Em nome dessa premissa, que é bonitinha e parece ser politicamente correta, aqueles que se portam como donos do interesse popular vão, mais uma vez, se amparar no antagonismo de resultados - ou pensam como nós ou se está contra o povo.

Uma prática que o presidente Lula, o PT, sindicatos e movimentos sociais umbilicalmente a ele ligados querem perpetuar.

O script é conhecido: demonizar a grande imprensa – para eles, a origem de todos os males -, defender maior fatia de recursos do erário e mais presença estatal no setor, reeditar mecanismos para normatizar, fiscalizar e controlar meios e conteúdos.

Por fim, aprovar uma plataforma radical de mudanças, com muito jogo de cena e palavras de ordem, para delírio da platéia e conforto daqueles que querem garantir empregos públicos. E tudo feito em nome do povo.

Mas quem disse que é isso que o povo quer?

Pergunte ao povo o que mais lhe apraz, se a programação da tão amaldiçoada TV Globo ou a da TV Brasil, canal estatal definido como TV pública, que consome dinheiro do contribuinte e comemora quando alcança mais do que traço de audiência.

Pergunte aos milhões de cidadãos recém incluídos no mundo da informação via internet o que fariam sem a satânica grande imprensa, que mantém vivos os milhares de blogs, twitters e outros tipos de redes sociais espalhadas por todos os cantos do país, fornecendo-lhes conteúdo e subsídios para as críticas.

Vale ainda perguntar aos detratores da mídia de massa por que os marqueteiros do Governo Lula orientam suas agendas, com precisão quase britânica, para marcarem eventos públicos em horários globais.

Nessas horas eles acreditam que os interesses do povo passam pelo Jornal Nacional?

Desde sempre, o petismo e o seu líder máximo encarnam o papel de donos do povo, constrangendo os que com eles não concordam.

Despejam sobre nós vontades próprias que só servem aos seus próprios interesses e taxam como inimigo do povo qualquer um que ouse pensar diferente.

Desta vez, o impalpável interesse popular será usado para tentar estabelecer parâmetros de controle dos meios de comunicação, ou melhor, um novo marco regulatório – esse nominho besta que agora virou moda.

E para propor a reedição do já repudiado Conselho Nacional de Comunicação.

Travestida de democratização da informação, esse tipo de proposta acaba por atingir outro alvo: a imprensa livre.

E imaginem como ficarão animados os defensores do tripé normatizar, fiscalizar e controlar os meios de comunicação poucos dias depois de a Corte Suprema se prender a questiúnculas jurídicas para institucionalizar a censura no país.

Dá medo.

Como bem diz o jornalista Sérgio Vaz, prefiro “mil vezes ter de conviver com o reacionarismo idiota, cego e pretensioso de uma Veja e com o poder acachapante de uma Rede Globo, do que viver em um mundo de Pravdas e Granmas.”

Na avessa América Latina, que parece caminhar na contramão do resto do mundo, os mecanismos de controle têm tido, assustadoramente, terreno fecundo para crescer e se multiplicar.

Os exemplos são didáticos. Hugo Chávez – exaltado sempre pelo Governo Lula como dirigente de uma nação que tem “democracia demais” - já baniu canal de TV, sufocou e arruinou jornais da Venezuela; o povo da Bolívia, do Equador e até da tão altiva Argentina, há alguns anos nas mãos do casal Kirchner, se vê derrotado pelo poder do Estado de lhe cassar a liberdade de expressão.

Todos eles respaldados na hipocrisia que nominam como interesse popular.

Por aqui, se defendem. Dizem que, ao tentar fixar instrumentos de controle, a meta é contrapor-se ao poder das empresas de comunicação e não ao livre exercício do jornalismo.

Só não mostram onde está a linha divisória. Tentam, mas não conseguem disfarçar, que o xis do problema é o fato de o jornalismo não oficial desagradar. Jornalismo critica, denuncia, investiga, dá azia.

Beira o impossível crer nas boas intenções de quem age como dono do povo. Esses, na maior parte das vezes, preconizam a liberdade, mas só consideram essa liberdade saudável quando devidamente vigiada.

Comportam-se como se o povo precisasse ou desejasse tutela. Usam e abusam do povo por ganhos imediatos. Uma equação mais do que perversa, pois, quando se furta a liberdade, ninguém perde mais do que o povo.

*Mary Zaidan é jornalista. Trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília. Foi assessora de imprensa do governador Mario Covas em duas campanhas e ao longo de todo o seu período no Palácio dos Bandeirantes. Há cinco anos coordena o atendimento da área pública da agência 'Lu Fernandes Comunicação e Imprensa'.

NÃO É SÓ O POVO QUE ESTÁ NA M...

Ruth de Aquino*

O presidente Lula é hoje um mestre do marketing e da oportunidade. Não foi sempre assim. O país – que lhe garante mais de 80% de popularidade – sentirá saudades de suas tiradas surpreendentes. Já imaginaram as manchetes com Dilma ou Serra?

Nesta semana, Lula “se revoltou” contra a corrupção. Só agora, no fim de dois mandatos, deseja transformar a corrupção em “crime hediondo”. No Nordeste, em comício, prometeu saneamento básico para “tirar o povo da ‘merda’”.

Em discurso em Brasília, desejou um Natal fornido de panetones. Todo mundo riu. Eu também. O palavrão não me chocou. Quem já esteve em favelas urbanas e nos rincões remotos do país sabe que é essa a realidade de quem vive sem esgoto e dorme com os filhos ao lado de valões abertos.

Um presidente poderia usar outra palavra, em respeito à liturgia do cargo, mas Lula se lixa para isso. Sem defender o uso público de palavras chulas, diria que a declaração do presidente não falseia a vida real.

É uma imagem crua, sem manipulação digital ou reticências, à maneira desabrida de Lula. O povo precisa mesmo de saneamento básico para viver com um mínimo de dignidade e saúde no século XXI.

Mas Brasília não pode ser esquecida. Seria uma injustiça. O Congresso e os partidos políticos, incluindo o PT, também precisam de saneamento básico. O ano de 2009 está fechando com chave de cadeia.

Os vídeos de José Roberto Arruda e sua corte exalam um odor semelhante ao dos lugares desassistidos pelo poder público. Os escândalos são insidiosos e malcheirosos: se não há mão forte contra a corrupção, se existe condescendência com mensaleiros... se assim é hoje, assim será no ano que vem e nos outros anos, não importa quem passe a ocupar o Palácio do Planalto.

Os bobos da corte seríamos nós se acreditássemos nesse baboseirol de “corrupção hedionda”. Rolam no Congresso há vários anos quatro projetos de lei da oposição para transformar a corrupção ativa e passiva em “crime hediondo”. Lula apenas os requentou com seu senso de oportunidade, para aplacar a indignação do eleitorado. É uma proposta inócua e demagógica, não importa de quem venha.

Crime hediondo não é o crime com requintes de crueldade. Mas o mais revoltante, o que provoca maior aversão na comunidade, o mais reprovado pelo Estado.

Em estado puro de dicionário, “hediondo” significa ato repugnante, imundo e sórdido. De que adianta a corrupção ser considerada crime hediondo se os políticos culpados continuarem soltos, gozando de seus privilégios?

Um exemplo de como a nomenclatura não funciona é o caso do jornalista Pimenta Neves, ex-diretor de jornal, condenado a 18 anos por homicídio duplamente qualificado, crime hediondo. Ele matou em agosto de 2000 a ex-namorada e também jornalista Sandra Gomide com um tiro pelas costas e outro no ouvido esquerdo. E, apesar de réu confesso, ficou apenas sete meses na prisão.

Se Pimenta Neves tem direito a viver em liberdade, o que aconteceria com políticos, prefeitos e governadores corruptos? Nada, nada... e nada.

Se o objetivo é combater a sensação de impunidade no Brasil, urge mudar os critérios de nossa Justiça. Direito à progressão de regime e direito a recorrer em liberdade até se esgotarem todas as instâncias – para condenados por crimes hediondos? O Supremo Tribunal Federal precisa revisar essa tolerância extrema e nociva.

“A punição tem de ser para o corrupto e para o corruptor. Ainda vai sair muita manchete com casos de corrupção. Prefiro que saia muita manchete do que não sair nada, e a gente estar sendo roubado e não sabe”, disse Lula.

Concordo com o rigor do presidente. Pena que o Supremo prefira, às vezes, que não saia nada. Em votação na quinta-feira, o STF manteve a censura prévia a O Estado de S. Paulo.

Desde julho, o jornal está proibido de publicar reportagens sobre as empresas de Fernando Sarney, filho do presidente do Senado. Os juízes decidiram que o caso será julgado na terra natal dos Sarneys, o Maranhão – exatamente onde Lula prometeu “tirar o povo da ‘merda’”.

Precisamos muito de saneamento básico, presidente.

*Ruth de Aquino é diretora da sucursal da revista ÉPOCA no Rio de Janeiro

IMAGINE

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

SE TODOS DEIXASSEM DE POLUIR

Ronaldo Duran*

Tirou o resto de comida dos pratos. O saquinho de lixo da cozinha, que estava lotado, foi retirado da cestinha e, após receber um nó unindo as alças, levado para o balde de lixo. Após muita água e detergente, os pratos, talheres e copos estavam limpos. Pronto, cozinha arrumada. Seria a vez do banheiro. Novamente, a sacolinha de supermercado, vilã do meio ambiente, foi removida dos cestos dos banheiros. Lotadas, ela as apanhara, deu o nó de regra e as levou para a área de serviço. Destino? A grande lata de lixo com o saco preto de 100 litros.

Há quanto tempo usa as sacolinhas? Dez anos? Mais? Nunca se inquietou quanto ao uso das sacolinhas, a não ser durante as últimas semanas. Desta vez a filha estava inocente na história. Hoje, estando no segundo ano de biologia, a radicalismo havia amenizado. Difícil foi aturá-la no tempo do Vestibular e na época de calouro.

_ “Essa menina está um porre. Tem vez que se eu não reclamo, é capaz de deixar a todos no escuro dentro de casa. Quer poupar a luz do Planeta, pode?”, desabafara com a irmã ao telefone.

_ “A minha não chega a tanto, mas dá dor de cabeças também”, a irmã concorda.

A filha perturbou muito, mas desta vez a fonte era outra. A começar pelas séries de reportagens que seu canal preferido de televisão vinha mostrando. O impacto das ações humanas como predadora do meio ambiente. Antes os ambientalistas se esgoelaram apontando a caça predatória, o desmatamento criminoso, a emissão de poluentes nos rios ou na atmosfera, sem contar este ou aquele navio derramando petróleo e matando peixes aos montões.

As reportagens hoje mostram menos sangue e crueldade, mas nem por isso menos dano. As cenas mexiam com ela. A do pingüim olhando os gelos derretendo por conta do aquecimento global e sem perspectiva para onde ir. A dos raios ultra-violeta corroendo a pele humana mesmo num dia chuvoso. É de amedrontar. Agora, o ser humano não apenas está detonando as outras espécies, vegetais ou animais, mas matando a si mesmo. “Já pensou que confusão se as águas subirem 1, 40 m? O que seria da orla brasileira?”, esse suspiro lhe assaltava de repente.

“Pior é saber que eu estou ajudando a me matar, matar meus filhos, netos”, atormentava-se. Todo tormento exibe um limite. Chega uma hora que se toma posição contra o problema: luta-se para resolvê-lo ou se tampa os ouvidos diante dele, fingindo que não é tão importante.

Ela bem que queria lutar. Mas tudo que a TV e os cientistas alegam como causador do distúrbio ecológico é crucial no dia a dia. Como trocar o carro pelo ônibus? E não se trata dos coletivos serem lotados, desconfortáveis. Nada. Tem o lado do cômodo. Se tivesse um ônibus ou metrô de qualidade, ainda assim seria complicado largar o conforto do carro, da individualidade e entrar num coletivo com tantas pessoas. Isso sem contar a dor de cabeça que é ficar no ponto de ônibus, debaixo de chuva ou sol, e ter que caminhar uma ou duas quadras do ponto até o portão de casa. Só em pensar dá cala-frios.

Esta semana começa a Conferência de Copenhagen. Será um fiasco como a de Kyoto? E os gigantes do Atlântico Norte que querem “proteger” a Amazônia, mas são irredutíveis em baixar os níveis de poluição nos seus próprios quintais?

Como exigir que um país diminua a produção, ainda que seja a dos supérfluos? Contudo, no ritmo que se segue é bem capaz que nem o essencial seja produzido daqui a algum tempo.

“Não me importaria de andar de ônibus, se todos andassem. Não me importaria abandonar as sacolinhas de supermercados, se todos abandonassem. Não me importaria deixar de poluir, se todos deixassem de poluir...”, concluiu ela, sacudida pela consciência egoísta e tão humana do início do século 21.

*Ronaldo Duran é romancista e também escreve no blog Informativo Literatura Viva

BOLÍVIA FARÁ MERGULHO DE 500 ANOS

Clóvis Rossi*

A reeleição de Evo Moraes na Bolívia abre um período em que o país vai fazer um experimento inédito na história universal, qual seja o de regressar no tempo 500 anos, mais ou menos, para reviver a época pré-colonial.

Caberá ao novo governo Morales implementar a Constituição aprovada em referendo no início deste ano.

Cria um Estado Plurinacional, formado pelas 36 nações que convivem na Bolívia, dá a elas um grau de autonomia ainda a ser melhor definido e equipara a Justiça indígena à do mundo branco.

Há um outro aspecto, mais econômico que antropológico, que torna a nova Constituição um experimento a observar com lupa: dá ao Estado o controle sobre recursos minerais e gasíferos. Até aí, no entanto, nada de muito novo. Já foram feitas inúmeras experiências do gênero e mesmo países que mergulharam com gosto no culto ao mercado, como México e Chile, jamais nacionalizaram o petróleo e o cobre, respectivamente.

A grande novidade é mesmo o fenômeno assim descrito pelo ex-presidente boliviano Carlos Mesa: "A América Latina é filha de duas vertentes de pensamento, a indígena, pré-hispânica, e a ocidental, os três séculos de conquista e império [que se seguiram à conquista espanhola]".

Para Mesa, "incluir o mundo indígena não significa excluir ou negar o outro elemento". Para ele, opositor a Evo Morales, mas longe de ser um troglodita como parte da oposição ao presidente, a nova Constituição e a prática do governo Evo cometem esse erro.

"Será a tumba de Evo", diz outro ex-presidente, Jaime Paz Zamora, líder do MIR (Movimento de Esquerda Revolucionária, que já não tem nada de esquerda nem de revolucionário), também opositor do presidente.

Mas um opositor capaz de admitir que Evo Morales não surge de combustão espontânea mas "vem de Sánchez de Lozada". Refere-se a Gonzalo Sánchez de Lozada, o mais neoliberal de todos os presidentes bolivianos, que conseguiu eleger-se presidente por duas vezes mesmo falando espanhol com forte sotaque "gringo", porque foi educado nos Estados Unidos (onde está, aliás, refugiado depois de ter renunciado sob pressão das ruas).

Posto de outra forma, foi a exclusão social que fez nascer a nova Constituição. E exclusão social significa necessariamente a marginalização do indígena, maioria da população boliviana.

O problema não é, portanto, o resgate dos marginalizados supostamente presente na nova Carta, mas a imensa dificuldade que representa voltar tantos anos para trás no ordenamento territorial e jurídico.

Uma das nações desse Estado Plurinacional, a pacahuara, é formada por apenas 25 pessoas. Os toromonas "foram vistos pela última vez lá por 1500", ironiza Mesa.

Se já não é fácil organizar uma nação unitária com diferentes etnias ou culturas, imagine a complicação que será lidar com 36 nações de presenças tão diversas como os quechuas e aimaras (2,5 milhões ou 96% do total de indígenas) e os 25 pacahuaras.

A aplicação da Justiça é outro tremendo complicador. Não há tradição escrita da justiça pré-hispânica nem um tribunal de apelação, característica essencial para a defesa de qualquer cidadão.

Basta citar um exemplo, justamente na área que fez a fama de Evo Morales, a do plantio de folhas de coca. Ele continua sendo presidente do sindicato dos "cocaleros", acumulando o cargo com a Presidência da República, o que já é uma tremenda anomalia.

A folha de coca é um elemento cultural e religioso importante na cultura indígena. Mascá-la engana a fome e o frio. Tomar chá de coca ajuda na digestão nas alturas andinas. Até aí, tudo bem. Mas quando os autóctones mandavam na Bolívia ou no que viria a ser a Bolívia, não haviam chegado os produtos químicos que permitem a transformação da folha em pasta de coca primeiro e em pó, a cocaína, depois.

Como julgar eventuais delitos nesse âmbito usando a ótica pré-hispânica?

Retroagir a um período tão remoto é, pois, um salto no escuro. Pode-se criticar a ocupação espanhola, pode-se até ver nela algum aspecto positivo. O que não se pode é fazer de conta que não houve e começar tudo de novo.

Detalhe nada secundário: esse experimento dar-se-á em um país que tem 3.500 quilômetros de fronteira com o Brasil.

*Clóvis Rossi é repórter especial e membro do Conselho Editorial da Folha, ganhador dos prêmios Maria Moors Cabot (EUA) e da Fundación por un Nuevo Periodismo Iberoamericano. Assina coluna às quintas e domingos na página 2 da Folha e, aos sábados, no caderno Mundo. É autor, entre outras obras, de "Enviado Especial: 25 Anos ao Redor do Mundo e "O Que é Jornalismo".

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

REVIVENDO TIM MAIA

domingo, 6 de dezembro de 2009

AS IMAGENS NÃO FALAM; BERRAM


Pedro Cardoso Costa*

Parece que a marca maior do governo Lula para aqueles que não dependam de suas bolsas seria mesmo a certeza de seu desprezo pela ética.

O presidente afirmou que as imagens do governador do Distrito Federal e de seus aliados embolsando dinheiro de corrupção, não falam por si e que o caso está na Justiça. Esta mesma que ele disse, e se esqueceu, que tem uma caixa-preta a ser aberta que, também, não pune ninguém acima de prefeito. Mas só repetiu o que tem feito em todo seu mandato, defender a impunidade dos aliados pilhados gatunando o dinheiro público.

Lula nega o mensalão ao ponto de insinuar um golpe, ainda que o processo deles esteja na mesma Justiça que ele agora confia e que dará a resposta na questão da quadrilha liderada pelo governador do Distrito Federal.

Afora a retórica antiética do presidente, era louvável a postura do governador Arruda ao assumir seu erro na violação do painel do Senado. Por trás estava um ator, tupiniquim, mas ator, pois estava fazendo algo muito mais grave. Pois ele se referia aos filhos para demonstrar que tinha algo capaz de lhe trazer preocupação com a sua dignidade. Agora, sabe-se que o filhinho acompanha o pai nas suas tramóias.

O envolvimento de familiares traz um agravante quanto aos valores morais, pelo fato destes nunca participarem no sentido de coibir os atos de gatunagem, mas se unem para tirar vantagem das ações públicas criminosas de seus parentes. O filho do presidente virou milionário da noite para o dia, típico de mágica.

Sobre a corrupção já foi dito tudo e de há muito. Até capa da revista Veja já foi há mais de dez anos. Deste episódio deve-se destacar apenas o deboche com a religião, o argumento repetido das boas ações dirigidas aos pobres com o dinheiro, como se estes aceitassem algo que vem de corrupção. Mas, o fato de ter hierarquizado a escola do mensalão é o principal. Primeiro, o federal, depois, o estadual de Minas Gerais e agora o Distrital. Além da generalização das principais siglas partidárias, a hesitação do partido em expulsá-lo sumariamente, por medo das fitas se ampliarem. E a certeza de que, como antes, Arruda será mais um corrupto público impune que, fosse particular seria adequadamente chamado de ladrão.

Ao contrário do presidente da República, não tenho receio em afirmar, pois as imagens não falam; berram, tamanho o descaramento como se rouba dinheiro público neste país, pela certeza absoluta de que a alta Justiça brasileira abre processo, até muitos, gasta tempo, dinheiro e mão-de-obra, mas não pune ninguém do andar de cima. E isto também está se tornando indecente, um achaque.

*Pedro Cardoso da Costa reside em São Paulo e é Bacharel em Direito.

"OS 100 MAIS INFLUENTES"

O site da Revista Época deste fim de semana disponibiliza os perfis de "Os 100 brasileiros mais influentes em 2009". Confira aqui.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

RSF CONDENA PRISÃO DE ANTÔNIO MUNIZ

Portal Imprensa

Em carta aberta ao Governo federal brasileiro, a organização Repórteres Sem Fronteiras condenou, nesta sexta-feira (4), a prisão do jornalista Antônio Ferreira Raimundo Muniz, colunista de política da TV e do jornal O Rio Branco, do Acre. Em 2002, o profissional foi condenado há um ano de prisão com base nos artigos 22 e 23 da extinta Lei de Imprensa, sob a acusação de difamação do senador Tião Viana em um artigo publicado em 1999.

Muniz conseguiu a suspensão da pena, já que em 30 de abril deste ano o Supremo Tribunal Federal revogou a lei e excluiu qualquer possibilidade de condenação penal por delitos de imprensa. No entanto, foi preso na última quarta-feira (2), por descumprimento de determinação judicial a qual estava sujeito.

Em nota endereçada ao Ministro da Justiça, Tarso Genro, e ao Ministro das Comunicações, Hélio Costa, a RSF solicitou a intervenção das autoridades federais brasileiras no caso, "que representa um ataque direto ao princípio da liberdade de expressão, conquistado na Constituição democrática de 1988".

Para a entidade, "a revogação da Lei de Imprensa de 1967, uma grande vitória jurídica, teve efeito perverso, com uma série de medidas de censura (preventiva) na mídia. O caso mais notório diz respeito ao jornal O Estado de S. Paulo, proibido desde 31 de julho de fazer qualquer referência às questões financeiras envolvendo o empresário Fernando Sarney e as investigações da Polícia Federal".

A RSF cita ainda a censura prévia imposta aos jornalistas do Mato Grosso Adriana Vandoni e Enock Cavalcanti, em 10 de novembro, por declarações "ofensivas" a José Riva, presidente da Assembléia Legislativa do Estado. "A soberania de um Estado Federativo só existe quando os princípios constitucionais fundamentais não são violados. Por esta razão, consideramos urgente e necessário uma ação enérgica das autoridades públicas brasileiras, no sentido de reforçar estes princípios", diz a entidade.

Senador Mesquita Júnior se diz indignado

Na manhã desta sexta-feira, o senador Geraldo Magalhães Júnior (PMDB-AC) disse, no Plenário do Senado, estar indignado com o que chamou de perseguição política ao jornalista Antônio Muniz. Mesquita Júnior sublinhou que Muniz foi condenado com base na Lei de Imprensa e que a mesma foi abolida da legislação brasileira por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo informa a Agência Senado, o senador declarou que embora os jornalistas de seu estado, "em sua maioria", se submetam à vontade dos governantes, alguns resistem, fazendo menção direta a Muniz. Citou ainda Chalub Leite, já falecido, entre os jornalistas que "resistem à pressão dos mandatários de plantão".

"Por sorte, na imprensa do meu estado, individualmente, há jornalistas que resistem. Em plena era dos blogs, dos sites informativos, não há como controlar a imprensa", disse. O senador informou, ainda, que o advogado de Muniz pediu relaxamento da prisão do jornalista.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A EX-SERINGUEIRA E O BILIONÁRIO

Ninguém confirma, mas é quase um segredo de polichinelo que o empresário Guilherme Leal foi convidado pela senadora Marina Silva para vice-presidente na chapa em que ela pretende concorrer à Presidência, em 2010, pelo PV. Não é por coincidência que Leal se filiou recentemente ao partido e tem sido visto ao lado de Marina em muitas das atividades pré-eleitorais. O paulista, de 59 anos, é um dos três co-presidentes da Natura e um dos 12 brasileiros na lista de bilionários da revista "Forbes".

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A PRISÃO DO JORNALISTA

Não se tem notícia de que outro jornalista, pelo menos no Acre, tenha sido preso por "ofender" uma autoridade política. O único é Antônio Muniz, fiel escudeiro do empresário e sócio maior do Complexo O Rio Branco.

O rapaz passava faceiro em frente ao Fórum Barão do Rio Branco, nesta quarta, quando foi visto pela inapelável juíza Maha Kouzi Mamasfi e Manasfi. A voz de prisão veio à cavalo.

Aos que estranharam o fato, esclareço: o colunista havia sido condenado á prestação de serviços e pagamento de cestas básicas por ter escrito coisas que, segundo o Judiciário, macularam a honra do então candidato ao Senado àquela época, Tião Viana.

Não quero aqui entrar no mérito político da questão. Sentença judicial se cumpre, mas no caso do jornalista, ao que parece, o acordo não foi levado a sério por ele.

Resultado: constrangimento público, imagem manchada e um sentimento de vitória reeditada pelo senador, que para mandar no Acre e noutras instâncias não precisa ser eleito governador.

DIPLOMA DE JORNALISTA

CCJ do Senado aprova emenda que exige diploma de jornalista para exercício da profissão

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) do Senado aprovou hoje (2) a proposta de emenda à Constituição (PEC) que exige o diploma de jornalista para o exercício da profissão. Ao restabelecer essa condição, o Congresso revê a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que acabou com a exigência do diploma.

A PEC conta com o apoio de 50 senadores e, agora, será votada em dois turnos pelo plenário. Se aprovada, a proposta vai à apreciação da Câmara dos Deputados. Pela matéria, a habilitação em jornalismo será facultativa para colaboradores e para os profissionais que já tenham registro no Ministério do Trabalho e do Emprego.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

CORRUPÇÃO NO GOVERNO DO DF

Esta charge do Tiago Recchia foi feita originalmente para o A Gazeta do Povo.

BNDES FINANCIA TRABALHO ESCRAVO NA AMAZÔNIA

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está financiando "o calote" e o "trabalho análogo ao de escravo", denunciou ontem na tribuna da Câmara o deputado Ernandes Amorim (PTB-RO). A denúncia, com o rol de provas, foi remetida pelo parlamentar para o Ministério Público Federal, Policia Federal, Controladoria Geral e Tribunal de Contas da União.

Leia mais na Agência Amazônia.

A KOMBI BRANCA DO PADRE PAOLINO