domingo, 30 de novembro de 2008

RECESSÃO, DESACELERAÇÃO, DESAQUECIMENTO, DEPRESSÃO, DECADÊNCIA

Para dizer crise, a cúpula financeira e econômica mundial declara a precariedade do modelo da ordem econômica vigente com os termos de recessão, desaceleração, desaquecimento, depressão, decadência e outros do mesmo gênero. O regime econômico capitalista, perverso, excludente e desumano, dá um furo financeiro nos Estados Unidos da América – EUA, lá onde se concentra o seu maior império. Com efeito cascada, derruba as economias do mundo, ligadas entre si pelos laços globais desse modelo.

É um fenômeno de proporções planetárias. A crise, contudo, não é declarada pelos adversários do modelo da ordem econômica vigente. Entre parêntese, o maior adversário desse modelo, K. Marx, morreu, há mais de 200 anos. É dele, em sua obra prima “O capital”, a “profecia” do fracasso do capitalismo. É o mesmo regime que se encarrega. Anuncia insuficiência crônica, ao não dotar os usuários de recursos suficientes para honrar os compromissos, pagando débitos e dívidas, decorrentes de créditos e financiamentos. Ou seja: esse regime cruel e nefasto, no lugar de integrar os pobres, incluindo-os econômica e socialmente, os desintegra, criando novos pobres cada vez mais miseráveis.

Os pobres, que sustentam a cúpula da pirâmide financeira e econômica, não agüentam mais carregar em suas costas tanto peso. Ficam desfigurados, excluídos e às margens dos lucros do regime da ordem econômica vigente, onde só uns poucos ganham dividendos exorbitantes. Eles, os pobres, aguardam “socorros” emergenciais e episódicos que, em verdade, não solucionam a fome no mundo, ao contrário, adiam a sua explosão.

A cúpula financeira e econômica mundial sente mais os efeitos da crise, da qual é protagonista e sua patrocinadora. Busca urgentemente soluções. Não podendo mais castigar os pobres, dos quais precisa para acumular “mais valia” em seus negócios, bate as portas do Estado, seu principal aliado, que, de imediato, a socorre, aplicando injeções de grande eficácia, valendo bilhões de dólares. A propósito, a moeda norte-americana anda batendo recordes de valorização nesses tempos de crise. O que será? Com certeza, armadilha da própria cúpula financeira e econômica mundial.

Também o Brasil é contagiado pela crise. Flutua de acordo com os humores e rumores das bolsas internacionais. Em época de baixa, é chamado a adaptar-se às oscilações dos negócios internacionais e “ajudar” a economia mundial a sair da crise, nem que, para tanto, faça sacrifícios, como cortes nas obras do PAC. É o ônus que se paga por pertencer à economia global.

Não há como escapar da pressão, que a crise exerce sobre todas as economias. Para fugir dos efeitos maléficos dessa calamidade mundial, os países devem adotar medidas criativas e inteligentes até a recomposição do capital. A cúpula financeira e econômica mundial se protege de todas as formas, a fim de manter os lucros em alta. Sabe que precisa dos pobres para, acima deles, ganhar “mais valia” e, com isso, acumular mais riqueza. Pede socorro ao Estado, seu maior aliado, que cede à pressão e lhe concede ajuda substancial em dólares.

Os países periféricos do planeta terra ainda temem o poderio dos EUA. Ajoelham-se aos seus pés. Aproveitando-se dessa condição, os norte-americanos dominam e imperam. Usam a força -guerra e terror- para manter a hegemonia mundial. Só alguns países muçulmanos ousam desafiar o imperialismo dos EUA. Para dar um basta à voracidade do imperialismo norte-americano, que é a causa principal da crise, todos os países precisam acordar e dar início a uma cruzada contra o modelo da ordem econômica vigente. Dessa forma, o mundo poderá respirar ares de prosperidade e felicidade.

José Mastrangelo é Doutor em Teologia e tambem escreve para o site Folha do Acre.

Rio Branco em clima de natal

As imagens abaixo são do fotógrafo oficial do governo do Acre, Gleilson Miranda. Clique nas imagens para ampliá-las.

sábado, 29 de novembro de 2008

Juan Luis Guerra cantando Bachata Rosa

Cafetão dá detalhes de como agia atrair clientes


Um ano antes de a Polícia Federal indiciar do cafetão responsável pelo blog Agência de Programas Acreana, destinado a anunciar e negociar garotas de programas do Acre pela internet, o repórter Marcos Venícios, do site Notícias da Hora, fez os primeiros contatos com Ivan, o agenciador. Por telefone, ele detalhou o funcionamento do esquema de prostituição na internet.

O site para o qual Venícios trabalha publicou várias reportagens sobre o assunto. Enquanto isso, o jovem e habilidoso repórter, tenta gravar uma entrevista com o agenciador. Foram vários dias de negociações e, finalmente, Ivan decidiu falar. Pepsi, como o agenciador também é conhecido, gravou uma entrevista de três horas de duração. Mas, com medo de represálias, não se deixou fotografar.

Sem cerimônia, Ivan confessou durante a entrevista ser o chefe de uma das maiores redes de prostituição do Acre. A rede, segundo ele, teria inclusive ramificações internacionais. Ivan também revelou o perfil de seus clientes e a maneira como as meninas eram selecionadas. Contou, por exemplo, que usava a internet (blogs e comunidades do Orkut) para divulgar seu trabalho, a qual classificou de “cooperativa do sexo fácil”.

Além de detalhar seu “negócio”, Ivan (ou Pepsi) revelou seus planos: pretendia fazer uma grande empresa, com opções de disk-sexo, encontro de casais, entre outros. Ousado, o agenciador fez um desabafo desafiador: disse não ter medo de ser preso nem acreditar na Justiça. E um dado curioso. Apesar das ameaças das ameaças das autoridades, as páginas criadas por Ivan para comercializar garotas do Acre continuam no ar. A seguir, os principais trechos da entrevista com Ivan (ou Pepsi):
Como surgiu a idéia de criar uma agência de garotas de programa?

Ivan — A falta de dinheiro, incentivo do governo. A gente era um grupo de amigos que se reuniu e decidimos fazer aqui no Estado, na cidade. Chamamos [o negócio] de cooperativa: são oito homens e doze mulheres. Começou apenas com três meninas e dois rapazes, há dois anos. Aqui é escasso de trabalho; qualquer serviço que contratam, o dinheiro é pouco e precisamos de grana para pagar o apartamento, faculdade. Resolvemos fazer alguns programas. Depois, começamos a ver que o programa dava mais que o dinheiro do salário do mês. Foi quando deixamos de trabalhar e passamos a fazer só os programas. O nosso negócio iniciou atendendo a donos de hotéis que recebiam turistas e já chegavam procurando garotas de programa. Até hoje eles ainda fazem isso.

Quanto você ganhava por mês no seu emprego?

Quinhentos reais.

Quanto que chega a ganhar no máximo hoje fazendo programa?

Quatro mil reais por mês, com uma cliente só. Já ganhei mil e quinhentos reais em um único dia.

Como é feita a seleção das garotas?

Tem que ser indicado por alguém. Não caçamos meninas por aí. Se for bonita e honesta e tiver uma boa índole, se poder confiar na pessoa, colocamos a menina na nossa equipe. Mandamos meninas para Europa e até muitos outros países. Elas vão por conta própria e tem uma mulher, um casal fora do Brasil, para receber as garotas. Lá elas são bem tratadas, não são escravas do sexo e todas vivem bem. São meninas que se considerem felizes. Tudo isso é muito sigiloso.

Tem menores de idade entre as meninas fazendo programa?

Olha, se alguém acha que tem menor é só pedir os documentos delas, identidade. Tem meninas que pagam faculdade, apartamento, sustentam os filhos e a família com esse dinheiro, já compraram casa para a mãe ou o pai. Elas fazem isso por que elas querem. Ninguém explora sexualmente ninguém, cada uma fica com seu dinheiro e ajudam a manter o blog. O Conselho Tutelar já foi lá em casa e viu que todas eram maiores de idade e não estavam sendo obrigadas a nada. Eles conversaram com cada uma das meninas.

Como é essa história de ajudar manter o blog, o que as suas meninas precisam fazer?

A gente coloca as fotos delas no blog, divulga, mas para isso elas devem ficar bonitas; tem que fazer cabelo, comprar roupas, calçados e se alimentar bem, fazer bronzeamento artificial. Ninguém paga pra trabalhar; elas ajudam a manter o blog assim. Quando é uma menina nova, que não tem dinheiro, os mais antigos têm que ajudar, dar a mão para quem está chegando. Usamos o blog e o Orkut para divulgar as garotas. A internet deu uma explosão para nosso trabalho. Nós também gastamos com o laboratório, fazemos com freqüência exames para ver o lance das doenças. Tomamos muitos cuidados e recomendamos uso da camisinha nas transas.

Qual o valor de um programa, todos os clientes aceitam e pagam?

Algumas meninas gostam de cobrar mais caro, não gosta de sair com clientes que pagam pouco. Tem umas quatro que cobram mil reais por todo fim de semana, têm outras que cobram mil e oitocentos reais como acompanhante. Quem procura a gente, são esposas de juízes, advogados, políticos, empresários e até pessoas que não tem emprego, autônomos. A menina mais velha tem vinte e sete anos, todas elas estudam. Alguns rapazes não estudam, tem oito garotos comigo. As mulheres casadas são que mais procuram os garotos para fazer programa. Algumas meninas estão sendo selecionadas e nem todas são pobres. Nos ainda pensamos em criar uma linha telefônica, 0800, e vamos realizar uma festa swing, encontros de sexo com casais sigiloso. Queremos espalhar outdoors pela cidade fazendo o convite. Os ingressos custarão cerca de 700 reais por casal. Até uma produtora de filmes pornô já nós procurou para fazer um filme, mais o dinheiro que eles oferecem é pouco.

Você considera a prostituição um crime?

Eu não estou matando nem roubando, não estou explorando ninguém, mantenho minha família, mantenho minha posição social. Acho que isso não é crime, crime e destruir famílias. Eu nunca ouvi falar que alguém foi preso por isso. Quem procura a gente é quem tem dinheiro. Desde que o mundo existe tem prostituição.

Se os policias baterem na sua porta, como vai ser?

Nós não temos medo. Se alguém procurar a gente no caso da Polícia Federal, por exemplo, vamos sentar e conversar. Isso não é crime. Crime é o que os poderosos fazem com gente. Aqui no Acre eu sei que existe Justiça. Não acho injustiça o que estamos fazendo.

Você acredita que todos inclusive você vão conseguir viver bem sempre vendendo o corpo?

A minha visão e estudar, quando terminar meu curso na faculdade não vou ser tão novo, tão procurado. Não vou ficar fazendo isso à vida toda. Quero um dia sair quando tiver um bom emprego para sustentar minha família. Eu não gostaria de fazer o que faço. Quase todo dia a gente se arrepende dos programas, eu mesmo já deixei uma pessoa sozinha não peguei o dinheiro e sumi. Não sou uma máquina de fazer sexo. Tem histórias de meninas que quase sofreram agressões, por que tinham passado do horário combinado com os clientes e elas queriam estudar, mas resolvemos tudo na hora, depois que elas me chamaram. Hoje nós já temos homens que fazem a segurança de nossas garotas se for preciso. (sic).

Agência Amazônia

Cotas

Para ver essa e outras charges, acesse o blog do Cartunista Braga.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Direto da penal


Clique na imagem para ampliá-la

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O jornal do futuro

O jornal do futuro. É uma visão exagerada minha, mas quando acesso o site do periódico A Tribuna, tenho a certeza de um futuro bem atrasado.

A versão on-line do jornal A Tribuna é cheia de falhas. Começa por não ter interatividade com o leitor e também por não oferecer serviços e matérias de qualidade. Ora, mas aí, o dono do Jornal pergunta – quem esse blogueiro pensa que é?

Eu respondo – sou apenas um, das centenas de leitores que acessam o site do jornal todos os dias. Vejo que o erro persiste e ninguém faz nada para corrigi-lo.

Caros leitores, abaixo tem a imagem do jornal on-line, onde mostra “Rio Branco- Segunda-feira, 10 de Novembro de 19108”
Clique na imagem para ampliá-la ou então acesse A Tribuna e veja o erro on-line.

Para descontrair...

Veja essa e outras tirinhas no Dr Pepper.

Arapongas do Acre grampeiam até o governador

Coronel Ruyter Colin, ex-chefe da Inteligência acreana, teria sido demitido por escuta ilegal a Binho Marques.

Uma moderníssima central de escuta e gravação telefônica adquirida em 2003 pelo governo do Acre com recursos do Ministério da Justiça está fazendo estragos na política local. Desta vez, a vítima do grampo ilegal seria o próprio governador do Acre, Binho Marques (PT). As escutas clandestinas das conversas de Binho teriam sido feitas por Ruyter Duizit Colin, um ex-coronel do Exército que mantinha posto de destaque na administração petista. Até o dia 4 deste mês Colin respondia pelo Serviço de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Acre.

Os indícios de que Binho era sendo espionado pelo serviço criado no Acre por arapongas do próprio governo local pelo deputado Luiz Calixto (PDT) em seu blog. Ao noticiar a demissão de Colin, Calixto diz que sua curiosidade maior agora é saber “quem o governador [Binho Marques, do PT] nomeará para gravar as minhas conversas por telefone”.

Calixto afirmou hoje à Agência Amazônia que, nos últimos anos, “o coronel Colin [Ruyter Duizit] atuava como uma espécie de araponga de plantão”. Segundo o deputado, Colin seria o responsável por manipular conversações telefônicas e as usá-las de acordo com os interesses de grupos políticos. As escutas ilegais, conforme Calixto, teriam começado no governo Jorge Viana (foi governo do Acre entre 1999-2007) após a compra central de escuta.

Espionagem com dinheiro público

A central é fruto do convênio 486771/Siafi, assinado no dia 31 de dezembro de 2003, e que garantiu o repasse de R$ 500 mil ao governo acreano. O equipamento de escuta é um dos vários itens do projeto de criação e estruturação do Departamento Integrado de Inteligência da Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre.

Os dados da transação estão expostos no Portal Transparência, da Controladoria-Geral da União (CGU). De acordo com o convênio, o dinheiro liberado pelo Ministério da Justiça também foi utilizado na aquisição equipamentos e materiais de filmagens, observação e fotografia, de comunicação, de informática, mobília de escritório e viaturas. Para saber detalhes do convênio, clique aqui .

A central de escuta, que funcionaria numa sala do prédio do antigo Banco do Estado do Acre (Banacre), em Rio Branco, foi adquirida com a finalidade de ajudar no combate ao narcotráfico e ao crime organizado. Denúncias recentes dão conta, no entanto, que o equipamento estaria sendo utilizado para espionagem política de adversários do PT acreano.

Advogados, jornalistas, políticos e até um ex-governador teriam sido alvo de grampo ilegal por meio dessa central, batizada de “Guardião” por seus mentores. O equipamento seria de tecnologia israelense. Seu software teria capacidade de grampear 3 mil linhas telefônicas simultaneamente. O equipamento é capaz de escutar, redirecionar, gravar e armazenar conversações por meio de telefonia fixa ou móvel.

A existência da parafernália foi negada durante cinco anos pelas autoridades acreanas. Mas com o pipocar das denúncias, o secretário de Segurança do Acre, Antônio Monteiro Neto, confirmou o que os políticos e desafetos do governo já sabiam: o Serviço de Inteligência do governo estadual dispõe de sofisticada aparelhagem para fazer escutas telefônicas.

Telefones: um caso de polícia

Assessores de Binho Marques silenciaram diante do caso. Mas Calixto garante: “há fortes indícios de que ele [Colin] foi exonerado por fazer escutas clandestinas de autoridades, inclusive do próprio governador”. Binho exonerou Ruyter Duizit Colin por meio do Decreto 3.514, de 4 de novembro passado. Consta no documento que a exoneração teria sido a pedido do próprio coronel.

A Agência Amazônia apurou que a demissão de Colin teria sido provocada devido a embates internos dentro da cúpula petista e pelo fato do ex-coronel ter inclusive grampeado Binho para atender supostos interesses do grupo ao qual pertence. “Ele [Colin] caiu porque suas traquinagens chegaram ao limite”, disse uma fonte ouvida pela Agência Amazônia.

Colin e o delegado Walter Leitão Prado (atualmente exerce o cargo de deputado estadual) seriam os responsáveis pelas escutas ilegais — prática iniciada no final em meados do segundo governo de Jorge Viana.

De início, a central de escuta [o Guardião] do governo do Acre serviria apenas para monitorar ações ilegais de bandidos. “Mas, de uns tempos para cá, ela está servindo de instrumento de espionagem política”, denuncia Luiz Calixto. Prado nega qualquer ligação com escuta ilegal. Contudo, o ex-chefe da Delegacia de Combate a Assaltos (GAPC) dá detalhe de como funcionam os sistemas de inteligência existentes atualmente no Acre.

O primeiro deles, o Guardião, funciona para levantar informações de situações de risco que envolve a segurança do Estado e suas autoridades [uma espécie de Abin (Agência Brasileira de Inteligência) local]. As pessoas responsáveis pelo seu manuseio se reportam diretamente ao secretário de Segurança. O segundo sistema, explica Prado, seria bem inferior ao Guardião. “É feito quase de forma analógica e serve apenas para apoiar as investigações policiais”, diz ele.

Mesmo assim, Calixto não se convence. Diz ele que “falar ao telefone no Acre virou o caso de polícia dentro da própria polícia”, e diz que vai propor a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembléia Legislativa do Acre para apurar o caso.

“Até essa nossa conversa pode estar sendo ouvida”, alertou Calixto. Disse que, várias vezes, diálogos telefônicos seus com pessoas de seu convívio chegam ao conhecimento da cúpula do governo. “Como isso pode acontecer, se o telefone não estiver sob escuta?”

Chico Araújo - Agência Amazonia