segunda-feira, 25 de maio de 2009

O DESPERTAR DA INTELIGÊNCIA

Por Francisco Dandão

Nem bem se curaram as dores pela perda do título estadual e já se vai o Rio Branco em nova aventura. Dessa vez, o campeonato 2009 da terceira divisão do futebol brasileiro. Chance para afirmar que a derrota na competição local não passou de um acidente de percurso. Ou então, em sentido oposto, a reafirmação de que o time atual não tem essa bola toda.

A estréia, longe dos próprios domínios, não poderia ser mais indigesta. Logo, para começo de conversa, o famigerado Águia de Marabá, equipe que marcou a derrocada das aspirações do Rio Branco de subir para a série B nacional no ano passado, quando impôs uma derrota ao Estrelão em plena Arena da Floresta, numa noite de lágrimas e chuvas torrenciais.

Neste domingo, precisamente às 16 horas, pela terceira vez seguida a equipe acreana tenta subir um degrau no futebol brasileiro. Um degrauzinho que ficou muito perto de ser alcançado em 2008 e que, até agora, a maioria de nós não entende de verdade o que aconteceu. Plantel para chegar lá, o Rio Branco possuía. Mas o certo é que não chegou.

Tudo leva a crer que vai ser uma competição duríssima, dada a forma de disputa, onde as equipes dividem-se em grupos, ficando a maior parte delas estendidas na poeira já na primeira fase. Uma grande sacanagem da Confederação Brasileira de Futebol, que havia prometido, no ano passado, um campeonato onde todos jogariam contra todos em turno e returno.

Então, levando-se em conta as novas regras, todos os jogos configuram-se decisivos. Empates fora de casa, em condições normalmente incômodas, com torcidas hostis e gramados sofríveis, são extremamente bem vindos. Jogos em casa, nem pensar em deixar os adversários, sequer, sonharem com a possibilidade de um empate. Em casa a ordem é vencer!

Um detalhe que pode ser importante em mais essa tentativa do Rio Branco de ser feliz é que esse primeiro jogo não vai ser realizado em Marabá, cidade de origem do Águia. Por questões que eu não saberia explicar, mas que suponho relativas à melhor condição estrutural e também por alguma “bufunfa” atravessada, a partida acontecerá em Parauapebas.

Quer dizer: mesmo Marabá e Parauapebas sendo vizinhas (cerca de 200 quilômetros apenas é que separam as duas cidades), eu penso que acaba não sendo a mesma coisa jogar em uma ou na outra. Acho que em Marabá a torcida exerceria uma pressão muito maior do que exercerá em Parauapebas. Além do estádio marabaense que, dizem, é uma boa porcaria.

É isso. A sorte do Rio Branco mais uma vez será lançada na tarde deste domingo. Tomara o novo “professor” da equipe acreana, contratado no centro-oeste do país, saiba despertar a inteligência esportiva dos atletas sob as suas ordens. Despertar a inteligência, de acordo com o mestre Rubem Alves, é “erotizar os olhos”, “fazê-los babar de desejo”. Tomara!

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