domingo, 19 de julho de 2009

BOLÍVIA PODERÁ EXPULSAR MAIS DE 3 MIL BRASILEIROS

Por Alexandre Lima e
Chico Araújo

BRASILÉIA, AC – Mais de 3 mil brasileiros - colonos, seringueiros e castanheiros - residentes numa faixa de 50 quilômetros em território da Bolívia, na fronteira com o Acre, podem ser expulsos a qualquer momento pelo governo daquele país. Alguns deles vivem na região há mais de 30 anos. Eles tem até dezembro para abandonarem a área espontaneamente.

Do lado boliviano, a decisão causa inquietação entre os setores cívicos, políticos e privados do Departamento de Pando (Estado), que já declararam estado de alerta e emergência e prometem reagir.

A expulsão dos brasileiros, fato temido pelas autoridades do Acre e brasileiras, ocorrerá porque o governo da Bolívia decidiu assentar, até novembro, mais de 4 mil camponeses. As famílias virão de La Paz e Cochabamba para ocupar terras do Departamento de Pando (Estado), na fronteira com o Acre. Centenas de famílias vivem ali desde a década de 1960, quando ingressaram em território da Bolívia para produzir borracha e colher castanha.

Pelos cálculos das autoridades bolivianas a transferência seria imediata. Segundo o ministro da Presidência da Bolívia, Juán Rámon Quintana, o programa de assentamento das famílias na fronteira com o Acre estaria com atraso de quase um ano e, por essa razão, deve retomado imediatamente. Para o governo, a medida teria um impacto favorável aos candidatos aliados do presidente Evo Morales, nas eleições de dezembro.

Mais de 200 mil hectares doados

Segundo as projeções de Quintana, a região receberá cerca de 10 mil pessoas nos próximos anos - a primeira leva, de 4 mil camponeses, aconteceria até novembro. Famílias de La Paz e Cochabamba foram cadastradas pelo governo de Evo Morales para receberem terras do governo. O programa de assentamento de camponeses na região prevê a doação de mais de 200 mil hectares, segundo revelou o jornal O Alto Acre, na quinta-feira, 15.

Para Rámon Quintana, a decisão do governo significa "libertação para cidadãos que vivem na miséria". Mas essa não é a opinião dos opositores de Morales. Para estes, a intenção do governo é criar um segundo Chapare - região de plantio de folhas de coca - para o cultivo da planta em larga escala. Eles também avaliam que a transferência dos colonos para a área de Pando é eminentemente eleitoreira.

A intenção do governo é transferir terras comunitárias em quatro regiões: Puerto Rico (84.682 hectares), Filadélfia (65.989), Frederico Rámon (26.900), e Sena, 28.171 hectares. A oposição denuncia que os assentamentos irão causar danos irreversíveis ao meio ambiente da área.

Ale dos danos ambientais, os moradores de Pando temem que e repitam os conflitos verificados na região de Porvenir em setembro do ano passado. Durante os distúrbios muitas famílias brasileiras fugiram, temendo serem assassinadas.

Desta vez, os governos do Acre e o federal, por meio do Incra, começam a se preparar para receber as levas de brasileiros. José Alvanir foi designado para administrar a situação. Confira a entrevista concedida por Alvanir ao jornalista Almir Andrade.

Um comentário:

Anônimo disse...

Esse é o resultado da política latino-americana totalmente fracassada e incompetente do governo petista. Enquanto o Lula oferece apoio político e econômico ao ditador Chaves e ao boliviano Evo Morales, que se declarou recentemente marxista-leninista, faz críticas ou ignora países mais importantes para o Brasil, como, por exemplo, Colômbia e Perú. Esses países aproximam-se cada vez mais de USA, na velocidade em que se afastam do Brasil. O primeiro negocia acordos militares e comerciais com os norte-americanos e, o segundo, acabou de assinar um amplo tratado comercial bilateral com EEUU que, com certeza, resultará em perda de competitividade do Brasil nesses mercados. Enquanto o Lula envia seu top-top-top Marco Aurélio Garcia passar a mão na cabeçinha dos “hermanos” Chaves e Evo, os brasileiros estão sendo expulsos da Bolívia como resultado de uma política nacionalista anacrônica seguida pelo falso cacique boliviano que, no fundo, foi fomentada e apoiada pelo governo dos “cumpanheiros” que governam este país.