Por José Mastrângelo*
Falta um ano para a escolha dos candidatos a governador do Estado do Acre Três pré-candidatos aparecem com suas identidades já definidas. Todos eles têm em comum a mesma marca ideológica. Um quarto pré-candidato de outra marca ideológica poderá dar a cara dentro em breve. A marca ideológica conservadora e reformista carimba Tião Viana (PT), médico e senador da República no segundo mandato consecutivo, moderado, Bocalom (PSDB), fazendeiro e ex-secretário de desenvolvimento agrário do PT, ex-candidato derrotado a deputado estadual, ex-candidato derrotado a governador do Estado derrotado, ex-candidato derrotado a prefeito de rio Branco, autoritário de alta definição, e Rodrigo Pinto (PMDB), vereador de Rio Branco no segundo mandato consecutivo, moderado. A marca ideológica progressista e revolucionária vai com o pré-candidato do PSOL.
Quem é o favorito ao Palácio Rio Branco no dia 3 de outubro de 2010? Se a vox populi é a vox dei, o próximo governador terá o perfil de democrático, progressista e honesto. O nome é....... Por enquanto prefiro mantê-lo in pectore. Deixo, contudo, o caro leitor especular à vontade até o dia seguinte às eleições do ano que vem. Que reflexão longa! Todavia, é salutar.
Democrático. O pré-candidato a governador do Estado do Acre apresentará testemunhos, que comprovem ser democrático. Não tem pré-conceito. Respeita o outro, diferente e diverso. Não discrimina. Não é racista. Dialoga. Acata opiniões contrárias às dele. Aceita ser questionado. Agrega através da persuasão. Não ameaça “bater o martelo” antes da hora marcada. Não fuxica por trás das costas das pessoas, à moda do traidor. Delega poderes. Não degola. Identifica-se com os movimentos sociais. Sabe negociar. Não é fanfarrão. Tem coração bom. Não maltrata as pessoas com censuras injuriosas. É autêntico. É justo.
Em verdade, não há pré-candidato a governador do Estado do Acre 100% democrático. A quota 100% democrático está fora do alcance. Abaixo desse nível há outras opções, que podem ser aferidas. Caberá ao eleitor dar a porcentagem que merece cada um dos pré-candidatos. Ainda há tempo para pensar.
Progressista. Os três pré-candidatos, que concorrem com a mesma marca ideológica conservadora e reformista, carecem da veia progressista. Defendem o status quo do sistema social, econômico e político, que vão administrar. Ao máximo, preferem passam uma tinta colorida nas estruturas físicas do Estado. O progressista vai além do ver comum. Sonha com o futuro. Tem fé e esperança. É idealista. Projeta uma sociedade equitativa. Trabalha com categorias mais completas e sublimes, que superam as que reduzem o ser humano a um produtor mecanicista, escravo de seu trabalho e faber de sua existência sem alma. Liquida a lógica da produção, mantida pela lei do mais forte, que exclui e marginaliza a maioria dos seres humanos.
Os três pré-candidatos a governador do Estado do Acre da marca ideológica conservadora e reformista, moderada ou autoritária de alta definição, não passam da quota 0% nesse requisito.
Honesto. Com licença, quem se acha honesto entre os três pré-candidatos a governador do Estado do Acre, levante a mão! Pausa. Silêncio. As mãos permanecem em direção para baixo. Ponto à honestidade. Pelo menos, desta vez, os três pré-candidatos são honestos. Confessam de não sê-lo. De fato, se não eles, algumas de suas companhias exageraram no passado. Enfiaram as mãos nos cofres públicos. Saquearam o Estado.
Infelizmente a vox populi, que é vox dei, não será ouvida nas eleições do próximo ano. O governador eleito sairá da marca ideológica conservadora e reformista, moderada ou autoritária de alta definição, desprovido, contudo, de 100% dos atributos de democrático, progressista e honesto.
*José Mastrangelo é Doutor em Teologia e tambem escreve para o site Folha do Acre.
Um comentário:
Adoroooo o prof. Mastrangelo.
Quando aparecer um que ao menos pareça ser honesto eu tranfiro meu título de eleitor pra cá, mas por enquanto prefiro só justificar mesmo, ao menos não fico arrependida de ter votado nesses FDP.
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