Da Agência Amazônia
Brasília, DF- Ao discursar hoje, no Senado, para lembrar a passagem dos 47 anos de emancipação do Acre, o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) afirmou que desenvolvimento sustentável no seu estado "é uma grande balela". Disse que os projetos de desenvolvimento sustentável que vêm sendo aprovados beneficiam empresas, enquanto as comunidades pobres são deixadas de lado.
Mesquita Júnior disse que interpelou um secretário do governo do Acre sobre um projeto de exploração sustentável da floresta na região de Sena Madureira. O projeto foi aprovado para uma empresa, mas tem nas proximidades uma comunidade com cerca de 200 pessoas que vivem em dificuldades. A comunidade é conhecida como Toco Preto. O secretário, informou, ponderou que "fazer uma planta de projeto de manejo florestal é uma coisa muito cara".
"Sabemos que as empresas não põem dinheiro nestes projetos. É tudo financiado pelos bancos. Lamentavelmente, para as empresas as licenças e autorizações do governo saem num piscar de olhos. Para as comunidades pobres, isso não acontece. Aliás, os pequenos ocupantes de terras da Amazônia têm até medo de entrar nas agências dos órgãos de meio ambiente. Para eles, há exigências até para cortar árvores para construção de suas casas", lamentou o senador.
Riqueza para poucos
Para Mesquita Júnior, aos 47 anos o estado do Acre ainda não encontrou "o verdadeiro desenvolvimento", que beneficia a maioria da população. Ele sustentou que "poucos têm se apropriado das riquezas acreanas" e só esses poucos "podem dizer que o Acre vem se desenvolvendo".
O senador opinou que a decisão de se legalizar a terra dos pequenos posseiros, aprovada com a Medida Provisória 458/09, foi uma das melhores medidas para a Amazônia adotadas pelo governo Lula. Disse que pôde perceber isso há poucos dias, em Sena Madureira, durante reunião com cerca de 600 posseiros.
Em aparte, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) criticou as organizações não governamentais (ONGs) criadas com a finalidade de proteger a Amazônia. Afirmou que elas ignoram a miséria das populações da região, com sua elevada taxa de analfabetismo.
"Elas só se preocupam com as árvores e não com as pessoas", disse Mozarildo.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
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