quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Acre homenageia Chico Mendes no Congresso Nacional

O Congresso Nacional realizou, na manhã desta quarta-feira, uma sessão solene conjunta destinada a reverenciar a memória do ecologista Chico Mendes. Os senadores Marina Silva e Cristóvam Buarque (PDT-DF) e os deputados Perpétua Almeida, Nilson Mourão e Fernando Melo são proponentes da homenagem que lembrou o vigésimo aniversário de morte do líder seringueiro, assassinado a 22 de dezembro de 1988.

Perpétua Almeida lembrou o legado de Chico Mendes, que era comunista como ela, e se destacou como homem que tinha grande capacidade de subordinar os princípios à vida sem perder o sentido da sua luta.

“Os ecologistas , por seu lado, reconheceram a importância do esforço que Chico Mendes fazia pelos seringueiros e dos seus Empates na preservação da floresta. Ele percebeu que a luta dos seringueiros era uma luta de interesse da humanidade e, pouco a pouco, foi firmando a convicção de que além da exploração dos trabalhadores, o capitalismo tinha uma voraz força destrutiva que havia de ser combatida”, disse a deputada, que leu, em plenário, o famoso bilhete escrito por Chico Mendes no ano de sua morte.

Diz o documento: Atenção jovem do futuro, 6 de Setembro do ano de 2120, aniversário ou centenário da Revolução Socialista Mundial, que unificou todos os povos do planeta num só ideal e num só pensamento de unidade socialista que pôs fim a todos os inimigos da nova sociedade. Aqui fica somente a lembrança de um triste passado de dor, sofrimento e morte. Desculpem...Eu estava sonhando quando escrevi estes acontecimentos; que eu mesmo não verei mas tenho o prazer de ter sonhado."

Abrahim Farhat, membro do Comitê Chico Mendes e petista histórico no Acre, foi citado pelo ministro Paulo Vanucci (Secretaria Nacional de Direitos Humanos) como alguém que, numa sessão do Senado Federal, em 1987, alertou o Brasil para a tocaia que os estava sendo armada para assassinar o ecologista.

Personalidades do Acre

O plenário do Senado Federal foi aberto ao público e recebeu, durante as mais de 4 horas de homenagens, a presença de representantes da sociedade civil, artistas como a atriz Lucélia Santos e os ministros Carlos Minc (Meio Ambiente) e Paulo Tarso Vanucci (Secretaria Nacional de Direitos Humanos).

O ex-governador do Acre, Jorge Viana, o prefeito reeleito de Rio Branco, Raimundo Angelim, a ex-deputada e conselheira do Tribunal de Contas, Naluh Gouveia, secretários estaduais e municipais, advogados e ativistas de causas sociais compuseram a comitiva de acreanos na sessão presidida pelo senador e vice-presidente do Senado, Tião Viana.
O cantor e compositor Sérgio Souto reeditou apresentações sempre bastante festejadas da canção “Minha Aldeia” e fez uma reprise do musical “Assim Falou Francisco”, de autoria sua e do compositor Joãozinho Gomes.

Ângela Mendes, filha e presidente do Comitê Chico Mendes, e Ilzamar Mendes, viúva do líder seringueiro, agradeceram ao mundo a lembrança ao pai e marido. E falam eu saudades. Elas compuseram a mesa de autoridades, também prestigiada pelo fundador da Aliança dos Povos Indígenas, Ailton Klenack.

Marina emociona

Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente, comparou Chico Mendes a homens que, segundo ela, não podem, jamais, ser medidos pelo seu tempo, mas pela sua história. “São homens que viveram para além do seu tempo, como Nelson Mandela (líder político sul-africano), Mahatma Gandi (fundador do moderno estado indiano) e Martin Luter King (líder da resistência não-violenta).

“Estas personalidades estão imortalizadas por que cumpriram condignamente a missão de transformar virtudes em instituições”, disse Marina Silva. Ela foi aplaudida de pé após recitar uma poesia, de sua autoria, em homenagem ao líder sindical e sua “tese de vida”. Disse ela: “a agenda do extrativismo foi conquistada neste país após a morte de Chico Mendes. Ele foi capaz de antecipar, sem palavras, e apenas com atos, o ideal do sócio-ambientalismo e do desenvolvimento sustentável na Amazônia, assim como um pai planeja a vida de um filho”.

História

Chico Mendes foi fundador do PT no Acre e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri. Em 1985, liderou o 1º Encontro Nacional de Seringueiros, que resultou na aprovação da proposta denominada União dos Povos da Floresta, unificando interesses de seringueiros e índios em defesa da Amazônia. Com a repercussão nacional e internacional do movimento, o ambientalista recebeu diversos prêmios, entre os quais o Global 500, oferecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Como resultado das ações lideradas por Chico Mendes pela preservação da floresta, são criadas reservas extrativistas no Acre, o que contraria interesses de grandes proprietários de terras da região. Seguidas ameaças de morte recebidas pelo ambientalista são reportadas a autoridades policiais, o que, no entanto, não evita o assassinato do sindicalista, em 22 de dezembro de 1988.

Assem Neto, de Brasília

2 comentários:

Anônimo disse...

CHICO MORREU POR CULPA DO PODER PÚBLICO, AGORA TENTAR CORRIGIR O ERRO COMO SE AJUDASSE DE ALGUMA FORMA. A HISTÓRIA CONTA QUE A POLÍCIA FEDERAL, JUDICIÁRIO E TODOS OS OUTROS PODERES SABIAM QUE AMEAÇAVA CHICO DE MORTE, PORÉM, NUNCA FIZERAM NADA. AGORA QUEREM PROTEGER O QUE NA VERDADE?
ONDE CHICO QUERIA PRESERVAR, HOJE SÓ TEM GADO, OS SERINGUEIROS MORREM DE FOME, A CASTANHA NÃO SUSTENTA AS FAMÍLIAS. LÓGICO QUE CHICO NÃO FOI ESSES HERÓIS, MAS ELE MERECIA TÁ VIVO ASSIM COMO NOSSOS FLORESTAS QUE ESTÃO SUMINDO. VI HOJE NA REVISTA ISTO É, QUE TEM GRINGO DANDO UMA DE BONZINHO E SOLIDÁRIO EM ASSIS BRASIL PARA DESENVOLVER PROJETOS DE ENGENHARIA. QUE NADA, ELES ESTÃO DE OLHO EM OUTRAS COISAS!

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