A Comissão de Anistia aprovará nesta terça-feira, em Rio Branco, no Acre, a condição de anistiado político post-mortem do líder seringueiro Chico Mendes, cujo assassinato completará vinte anos no próximo dia 22. O pedido de anistia foi protocolado pela viúva Ilzamar Mendes, em 2005. A família terá direito a receber indenização pelo fato de Mendes ter sido perseguido pelo regime militar.
O sindicalista começou a atuar na luta sindical em meados dos anos 70 e foi um dos fundadores do PT no estado. Em 1980, foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional (LSN), acusado de envolvimento no assassinato de um capataz de uma fazenda.
A atuação de Chico Mendes frente ao Sindicato dos Seringueiros de Xapuri (AC), a partir de 1981, deu visibilidade internacional a seu trabalho. Sem sucesso, porém, não elegeu-se deputado estadual pelo PT, em 1982. Dois anos depois, o sindicalista, muito amigo do então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva, foi julgado, e absolvido, pelo Tribunal Militar de Manaus, acusado novamente de incitar violência contra fazendeiros.
O julgamento do processo de Chico Mendes faz parte do projeto Caravana da Anistia, que analisa casos de figuras conhecidas da política nos seus estados de origem. O ministro da Justiça, Tarso Genro, e o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, estarão presentes neste ato de homenagem ao líder seringueiro. Serão analisados também processos envolvendo outros líderes políticos da região. O evento ocorrerá no Teatro Plácido de Castro, em Rio Branco. Paulo Abrão enalteceu a figura de Chico Mendes.
- A anistia a Chico Mendes, perseguido na ditadura e na democracia, recompõe a imagem do Brasil perante os olhos do mundo ao conceder, mesmo que vinte anos depois, esta justa e devida indenização aos seus familiares - disse Paulo Abrão.
Chico Mendes foi assassinado na porta da sua casa, em Xapuri, que hoje é local de visitação na cidade. Ele tinha 44 anos e teve dois filhos com Ilzamar, o casal Sandino e Elenira. A filha, filiada ao PV, cogitou disputar a prefeitura de Xapuri este ano, mas desistiu da idéia. Ela cuida da Fundação Chico Mendes. Os responsáveis pela morte do seringueiro - os fazendeiros Darly Alves da Silva e Darcy Alves da Silva, foram condenados a dezenove anos de prisão.
A foto foi extraida do Blog do Altino Machado.
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