Rua no municipio de Brasiléia ladeada por palmeiras, na fronteira do Acre com a Bolívia.
A bela imagem é do fotografo Diego Gurgel. Clique para ampliá-la.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
quarta-feira, 29 de abril de 2009
LULA NO ACRE
Em visita ao Acre, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi flagrado pelo “fotografo” Antonio Daniel, na entrada do Palácio Rio Branco com o guarda-chuva apresentando um pequeno defeito.
Lula veio ao estado para assinar acordos com o presidente peruano Alan Garcia visando a integração Brasil/ Peru. Com isso, o Acre se tornará a porta de entrada e saída para o transporte de mercadorias em geral, inclusive o tráfico de drogas.
O encontro dos presidentes aconteceu ontem, 28.
*Quem está na chuva, é pra se molhar, Lula!
Lula veio ao estado para assinar acordos com o presidente peruano Alan Garcia visando a integração Brasil/ Peru. Com isso, o Acre se tornará a porta de entrada e saída para o transporte de mercadorias em geral, inclusive o tráfico de drogas.
O encontro dos presidentes aconteceu ontem, 28.
*Quem está na chuva, é pra se molhar, Lula!
terça-feira, 28 de abril de 2009
CADÊ O REPÓRTER?
Por Laudelino José Sardá*
Concordo com Ignacio Ramonet (Tirania da Comunicação): repórter vira instantaneísta e vive neurótico.
Vive na tentativa de ser tão veloz quanto a tecnologia da informação. As suas produções, que acabam gerando mais estresse e frustrações, viram sucata no mesmo dia. Não há mais memória para lembrar história, não há mais exercício da razão para discutir problemas lançados ao futuro, enquanto o presente é visto sob a ótica do sensacional, para que a notícia enriqueça o picadeiro jornalístico, de forma a proporcionar espetáculos inéditos ou requentados ao público, já cansado do ridículo, do cômico.
No dia do repórter (7 de abril), é muito fácil atribuir a culpa à tecnologia, que veio aposentar a máquina de escrever, acelerar a produção e banalizar o conteúdo na superficialidade da ditadura do jornalista, que decretou o texto curto para não cansar o leitor. A tecnologia nada tem a ver com a sofreguidão jornalística. A tecnologia foi feita para trabalhar para o homem e este insiste em querer ser até mais veloz que a máquina. E, mesmo assim, além de não conseguir ser mais célere, vive amargurado, neurótico por não se disciplinar diante da avalanche de informações.
Compromisso com a sociedade
Há pouco mais de 15 anos, produzia-se, em média, um jornal diário em 12 horas. O processo era lento e desgastante. Da máquina de escrever saía a lauda que passava pelo editor, voltava, muitas vezes, ao repórter, ou ao copidesque, ia para a diagramação manual, à paginação, enfim, até permitir a produção da chapa para ser afixada no cilindro da impressora, era um verdadeiro calvário.
Hoje, não se coloca as mãos em papéis; tudo é automatizado. Até o repórter prefere ficar com o traseiro colado na poltrona e as vistas presas na tela do computador. Ali ele fala com o mundo, inventa texto, compila informações e complica, muitas vezes, a sua própria reportagem. Tudo é tão fácil, tão ágil que se tornou muito difícil, simplesmente pela ausência de um modelo de gestão que recoloque o repórter na rua (para produzir reportagem) e livre os profissionais das alucinações com o mundo encantado da tecnologia.
Sinto saudades, sim, da inquietude do repórter diante de dificuldades de alcançar a fonte de informação e de, muitas vezes, complementar a notícia. Sinto falta do tête-à-tête que permitia o repórter olhar nos olhos do entrevistado para saber se ele mentia, ironizava ou queria tirar vantagem. A reportagem das causas e efeitos sumiu para dar lugar ao descartável, que transformou o crime em manchete permanente. Nos anos 80, manchete de crimes era de jornal sanguinário. Lembro-me do Diário Carioca com esta manchete: "Cachorro fez mal a mulher". E não passou de um cachorro quente.
O repórter perdeu o feeling, o compromisso com a saúde da sociedade, com a população marginalizada. O repórter do terceiro milênio tem medo de subir o morro e de descrever o ambiente promíscuo das favelas, a fábrica de criminosos alimentada por governantes desprovidos de razão social.
Consistência e qualidade
O repórter-burguês, que tem medo de perguntar, de reproduzir a realidade como ela é, de questionar em nome da população as autoridades sobre problemas da cidade, da política, da economia, vive mergulhado em sua autocensura, tudo em nome da falsa imparcialidade, que sempre é desculpa para jornalista não assumir posição. Jornalista bom é parcial, assume postura em defesa da sociedade, das leis, dos princípios éticos.
O repórter vive atordoado na roda-viva da dissimulação, da falsidade ideológica. Ele é instantaneísta; quer estar na vanguarda, para dar a informação sempre em primeira mão.
O repórter não sobrevive na instantaneidade simplesmente porque a informação não é mais matéria-prima exclusiva do jornalista. Qualquer cidadão pode postar a sua informação, a sua notícia sem precisar ter carteira. Mas, com certeza, não será qualquer cidadão capaz de produzir a grande e inusitada reportagem. Por isso, precisamos resgatar o verdadeiro papel do repórter, imune à velocidade, para salvar a profissão do jornalista.
O repórter precisa desacelerar-se para permitir o retorno do jornalismo reflexivo e da consistência e qualidade da reportagem, além de se reencontrar com o texto palatável.
*Jornalista e professor em Florianópolis (SC).
Concordo com Ignacio Ramonet (Tirania da Comunicação): repórter vira instantaneísta e vive neurótico.
Vive na tentativa de ser tão veloz quanto a tecnologia da informação. As suas produções, que acabam gerando mais estresse e frustrações, viram sucata no mesmo dia. Não há mais memória para lembrar história, não há mais exercício da razão para discutir problemas lançados ao futuro, enquanto o presente é visto sob a ótica do sensacional, para que a notícia enriqueça o picadeiro jornalístico, de forma a proporcionar espetáculos inéditos ou requentados ao público, já cansado do ridículo, do cômico.
No dia do repórter (7 de abril), é muito fácil atribuir a culpa à tecnologia, que veio aposentar a máquina de escrever, acelerar a produção e banalizar o conteúdo na superficialidade da ditadura do jornalista, que decretou o texto curto para não cansar o leitor. A tecnologia nada tem a ver com a sofreguidão jornalística. A tecnologia foi feita para trabalhar para o homem e este insiste em querer ser até mais veloz que a máquina. E, mesmo assim, além de não conseguir ser mais célere, vive amargurado, neurótico por não se disciplinar diante da avalanche de informações.
Compromisso com a sociedade
Há pouco mais de 15 anos, produzia-se, em média, um jornal diário em 12 horas. O processo era lento e desgastante. Da máquina de escrever saía a lauda que passava pelo editor, voltava, muitas vezes, ao repórter, ou ao copidesque, ia para a diagramação manual, à paginação, enfim, até permitir a produção da chapa para ser afixada no cilindro da impressora, era um verdadeiro calvário.
Hoje, não se coloca as mãos em papéis; tudo é automatizado. Até o repórter prefere ficar com o traseiro colado na poltrona e as vistas presas na tela do computador. Ali ele fala com o mundo, inventa texto, compila informações e complica, muitas vezes, a sua própria reportagem. Tudo é tão fácil, tão ágil que se tornou muito difícil, simplesmente pela ausência de um modelo de gestão que recoloque o repórter na rua (para produzir reportagem) e livre os profissionais das alucinações com o mundo encantado da tecnologia.
Sinto saudades, sim, da inquietude do repórter diante de dificuldades de alcançar a fonte de informação e de, muitas vezes, complementar a notícia. Sinto falta do tête-à-tête que permitia o repórter olhar nos olhos do entrevistado para saber se ele mentia, ironizava ou queria tirar vantagem. A reportagem das causas e efeitos sumiu para dar lugar ao descartável, que transformou o crime em manchete permanente. Nos anos 80, manchete de crimes era de jornal sanguinário. Lembro-me do Diário Carioca com esta manchete: "Cachorro fez mal a mulher". E não passou de um cachorro quente.
O repórter perdeu o feeling, o compromisso com a saúde da sociedade, com a população marginalizada. O repórter do terceiro milênio tem medo de subir o morro e de descrever o ambiente promíscuo das favelas, a fábrica de criminosos alimentada por governantes desprovidos de razão social.
Consistência e qualidade
O repórter-burguês, que tem medo de perguntar, de reproduzir a realidade como ela é, de questionar em nome da população as autoridades sobre problemas da cidade, da política, da economia, vive mergulhado em sua autocensura, tudo em nome da falsa imparcialidade, que sempre é desculpa para jornalista não assumir posição. Jornalista bom é parcial, assume postura em defesa da sociedade, das leis, dos princípios éticos.
O repórter vive atordoado na roda-viva da dissimulação, da falsidade ideológica. Ele é instantaneísta; quer estar na vanguarda, para dar a informação sempre em primeira mão.
O repórter não sobrevive na instantaneidade simplesmente porque a informação não é mais matéria-prima exclusiva do jornalista. Qualquer cidadão pode postar a sua informação, a sua notícia sem precisar ter carteira. Mas, com certeza, não será qualquer cidadão capaz de produzir a grande e inusitada reportagem. Por isso, precisamos resgatar o verdadeiro papel do repórter, imune à velocidade, para salvar a profissão do jornalista.
O repórter precisa desacelerar-se para permitir o retorno do jornalismo reflexivo e da consistência e qualidade da reportagem, além de se reencontrar com o texto palatável.
*Jornalista e professor em Florianópolis (SC).
THE FINAL COUNTDOWN
Como estou sem asssunto até agora, pra não perder o pique, vai um clássico do Europe. Vale a pena conferir.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
III ROCK SOLIDÁRIO
Survive estremece o palco com muito Heavy Metal
(fotos: Francisco Costa)
Música e muita solidariedade marcaram o III Rock Solidário domingo (26), no Armazém Bar, em Rio Branco. O musical destinou-se a arrecadar alimentos, roupas e materiais de limpeza para as vitimas das cheias que castigaram o Acre nas últimas semanas. Com a baixa do nível da águas do rio Acre, centenas de famílias retornam para suas casas. Muitas das famílias retornaram às suas casas de mãos abanando. Perderam o pouco que tinham na alagação.
Com o apoio de poucos e muita força de vontade, o assistente administrativo Igor Alves, produtor da Pé Inchado Produções, reuniu um grupo de amigos apreciadores de Rock and Roll para fazer uma ação de solidariedade em prol dos acreanos atingidos pelas enchentes.
“Devido ao problema da alagação no rio Acre, resolvemos fazer de urgência um Rock Solidário com o Cerveja Rock Fest para juntarmos alimentos e, parte da venda dos ingressos será doada pra moçada que tá precisando”, explica Igor Alves.
Igor Alves: idealizador do evento
Desarmados de preconceitos, bandas entre as quais Capuccino Jack, Maria Joana, Surviver, Raw Ride e Wildchild eletrizou o público presente no primeiro domingo do Rock Solidário. O Rock Solidário se estenderá até o próximo dia 3 de maio, com mais cinco bandas.
O show
A primeira banda a subir no palco foi a Capuccino Jack. Formada em 2007, a banda de rock alternativo abriu o evento com um trabalho totalmente autoral. As letras falam da vida de forma lírica e a melodias são representadas facilmente.
Em seguida, o palco foi tomado pela turma da Maria Joana. Mesmo com pouco tempo de formação, a banda já possui um significativo número de fãs que, por sinal, ficam totalmente alucinados durante a apresentação.
Depois a banda de Heavy Metal Survive, comandada pelo vocalista Max, com cabelo estilo Maria Bethânia (ele mesmo fez questão de destacar), e sua trupe fizeram as dependências do Armazém tremer.
Max, vocalista do Survive
Quem finalizou as apresentações da noite foram as bandas Raw Ride e Wildchild. O público virou até o final com as apresentações.
Responsabilidade Social
Os produtores do Rock Solidário já organizam o evento há 3 anos. Segundo Igor Alves no próximo domingo, 3 de maio, será a vez de mais cinco bandas mostrarem o que sabem do rock: Silver Cry, Metal Live, Storm Rides, Zebulon e Suicide Spree. A apresentação continuará no palco do Armazém Bar, localizado na Avenida Ceará, em frente a Agro Boi.
“Com segurança e música de qualidade, as outras cinco bandas vão se apresentar lá no Armazém. Desde já, todos aqueles que apreciam a boa música estão convidados. Sabemos que no próximo domingo tem jogo de futebol na televisão, mas pedimos um esforço de todos. Afinal de contas é pra ajudar”, convoca Igor.
A entrada no show custa R$ 4. Levando um quilo de alimento não-perecível, material de limpeza ou agasalho, paga meia. O show começa pontualmente às 16h.
Clique aqui e baixe todas as fotos do show.
sábado, 25 de abril de 2009
sexta-feira, 24 de abril de 2009
JORNALISTAS DEBATEM NO PARÁ
Por Naraelda Marques, de Belém
"Jornalismo e sustentabilidade - Tecnologia Social para o Desenvolvimento". Esse foi o tema discutido nesta sexta-feira, 24, em Belém, levantado pela Fundação Banco do Brasil com representantes dos principais meios de comunicação da região Norte.
A escolha da região para sediar o debate teve um motivo especial. De acordo com o gerente de Comunicação e Mobilização Social da Fundação Banco do Brasil Claiton Mello, esta é a região que menos participa da premiação oferecida pela entidade., por isso o interesse em ouvir os jornalistas nortistas. "A que se deve a baixa procura das comunidades em concorrer aos prêmios na área de desenvolvimento sustentável pela entidade?" e "Os jornalistas enquanto formadores de opinião, o que estão fazendo?" Estes foram alguns dos principais questionamentos da mesa do debate formada durante o encontro.
O Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social tem o objetivo de identificar e difundir produtos, técnicas que integrem a comunidade e que sejam soluções para transformação social.
Vencedora do Prêmio em 2005, a experiência do manejo comunitário de camarão de água doce na região do Gurupá, no Estado do Pará, foi apresentada pela coordenadora da Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas da Ilha das Cinzas (ATAIC), Josineide Malheiros. A coordenadora explicou sobre a nova técnica de pesca feita com o matapi, uma armadilha confeccionada pela própria comunidade em forma de cilindro feita de fibra vegetal que permite a saída dos camarões menores, o que torna a atividade sustentável, servindo de modelo para várias outras comunidades na região da Ilha do Marajó.
Comunidades com projetos que apresentem soluções para o desenvolvimento sustentável relativas à água, alimentação, educação, energia, habitação, meio ambiente, renda e saúde podem concorrer aos R$ 400 mil em prêmios oferecidos pela fundação.
As inscrições para o Prêmio de Tecnologia Social estão abertas até o dia 29 de maio. O edital completo está disponível no site: www.tecnologiasocial.org.br
"Jornalismo e sustentabilidade - Tecnologia Social para o Desenvolvimento". Esse foi o tema discutido nesta sexta-feira, 24, em Belém, levantado pela Fundação Banco do Brasil com representantes dos principais meios de comunicação da região Norte.
A escolha da região para sediar o debate teve um motivo especial. De acordo com o gerente de Comunicação e Mobilização Social da Fundação Banco do Brasil Claiton Mello, esta é a região que menos participa da premiação oferecida pela entidade., por isso o interesse em ouvir os jornalistas nortistas. "A que se deve a baixa procura das comunidades em concorrer aos prêmios na área de desenvolvimento sustentável pela entidade?" e "Os jornalistas enquanto formadores de opinião, o que estão fazendo?" Estes foram alguns dos principais questionamentos da mesa do debate formada durante o encontro.
O Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social tem o objetivo de identificar e difundir produtos, técnicas que integrem a comunidade e que sejam soluções para transformação social.
Vencedora do Prêmio em 2005, a experiência do manejo comunitário de camarão de água doce na região do Gurupá, no Estado do Pará, foi apresentada pela coordenadora da Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas da Ilha das Cinzas (ATAIC), Josineide Malheiros. A coordenadora explicou sobre a nova técnica de pesca feita com o matapi, uma armadilha confeccionada pela própria comunidade em forma de cilindro feita de fibra vegetal que permite a saída dos camarões menores, o que torna a atividade sustentável, servindo de modelo para várias outras comunidades na região da Ilha do Marajó.
Comunidades com projetos que apresentem soluções para o desenvolvimento sustentável relativas à água, alimentação, educação, energia, habitação, meio ambiente, renda e saúde podem concorrer aos R$ 400 mil em prêmios oferecidos pela fundação.
As inscrições para o Prêmio de Tecnologia Social estão abertas até o dia 29 de maio. O edital completo está disponível no site: www.tecnologiasocial.org.br
ROCK SOLIDÁRIO
Por Samuel Bryan
A cheia do Rio Acre este ano deixou mais de 700 famílias desabrigadas em Rio Branco. Muitas delas ficaram um tempo alojadas no Parque de Exposições e somente nos últimos dois dias começaram a voltar para casa. Ainda assim, o recomeço será difícil, já que muitas pessoas perderam boa parte do que tinham, além de encontrarem suas residências em estado de abandono e destruição. Por isso, esse é o momento de ser solidário e prestar o melhor auxílio possível a quem precisa de ajuda. Assim, a um grupo de músicos acreanos realiza por dois domingos seguidos o Rock Solidário III.
Além de muita música, o evento objetiva a doação de alimentos não-perecíveis, agasalhos ou material de limpeza destinados às vítimas da enchente do rio Acre. Levando algum desses itens, a pessoa terá direito a meia-entrada nos shows que começam neste domingo, 26, no Bar Armazém, a partir das 16 horas, com as bandas Maria Joana, Raw Ride, Survive, Capuccino Jack e Wildchild.
O cenário musical acreano, além de apresentar considerável crescimento, une-se para suprir algumas das necessidades urgentes daqueles que perderam seus bens materiais. Além do dia 26 de abril, o Rock Solidário III realiza uma segunda apresentação no dia 3 de maio.
III Rock Solidário
Quando: Dia 26 de abril (domingo), a partir das 16 horas
Quanto: R$ 4, levando um quilo de alimento não-perecível ou agasalho, paga meia
Onde: Bar Armazém, Avenida Ceará, Estação Experimental, em frente à Agroboi - Rio Branco
A cheia do Rio Acre este ano deixou mais de 700 famílias desabrigadas em Rio Branco. Muitas delas ficaram um tempo alojadas no Parque de Exposições e somente nos últimos dois dias começaram a voltar para casa. Ainda assim, o recomeço será difícil, já que muitas pessoas perderam boa parte do que tinham, além de encontrarem suas residências em estado de abandono e destruição. Por isso, esse é o momento de ser solidário e prestar o melhor auxílio possível a quem precisa de ajuda. Assim, a um grupo de músicos acreanos realiza por dois domingos seguidos o Rock Solidário III.
Além de muita música, o evento objetiva a doação de alimentos não-perecíveis, agasalhos ou material de limpeza destinados às vítimas da enchente do rio Acre. Levando algum desses itens, a pessoa terá direito a meia-entrada nos shows que começam neste domingo, 26, no Bar Armazém, a partir das 16 horas, com as bandas Maria Joana, Raw Ride, Survive, Capuccino Jack e Wildchild.
O cenário musical acreano, além de apresentar considerável crescimento, une-se para suprir algumas das necessidades urgentes daqueles que perderam seus bens materiais. Além do dia 26 de abril, o Rock Solidário III realiza uma segunda apresentação no dia 3 de maio.
III Rock Solidário
Quando: Dia 26 de abril (domingo), a partir das 16 horas
Quanto: R$ 4, levando um quilo de alimento não-perecível ou agasalho, paga meia
Onde: Bar Armazém, Avenida Ceará, Estação Experimental, em frente à Agroboi - Rio Branco
quarta-feira, 22 de abril de 2009
TERREMOTO NO ACRE
Da Folha Online
Um tremor de terra de magnitude 4,5 na escala Richter foi detectado nesta terça-feira na região amazônica pelo sistema de monitoramento da Sociedade Geológica dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).
O tremor foi registrado às 12h30 (horário de Brasília). Segundo a USGS, o epicentro do terremoto, na fronteira do Acre com o Peru, foi a 265 km a sudeste da cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre, a 380 km a oeste da cidade de Rio Branco.
De acordo com o centro, o tremor ocorreu a 623,3 km de profundidade. No Peru, a cidade mais próxima ao epicentro é Pucallpa, a 385 km do local.
Segundo a polícia e o Corpo de Bombeiros de Cruzeiro do Sul, o tremor não foi sentido no município.
Escala Richter
A escala de medida de energia sísmica liberada por terremotos conhecida como Richter surgiu em 1935, idealizada pelo sismólogo americano Charles F. Richter. Após recolher dados de inúmeras ondas sísmicas liberadas por terremotos, Richter criou um sistema para calcular as magnitudes dessas ondas.
A escala Richter foi inicialmente criada para medir apenas a magnitude de tremores no sul da Califórnia, utilizando um equipamento específico --o sismógrafo Wood-Anderson. Apesar da limitação original e do surgimento de vários outros tipos de escalas para medir terremotos, a escala Richter continua sendo largamente utilizada hoje.
Um tremor de terra de magnitude 4,5 na escala Richter foi detectado nesta terça-feira na região amazônica pelo sistema de monitoramento da Sociedade Geológica dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).
O tremor foi registrado às 12h30 (horário de Brasília). Segundo a USGS, o epicentro do terremoto, na fronteira do Acre com o Peru, foi a 265 km a sudeste da cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre, a 380 km a oeste da cidade de Rio Branco.
De acordo com o centro, o tremor ocorreu a 623,3 km de profundidade. No Peru, a cidade mais próxima ao epicentro é Pucallpa, a 385 km do local.
Segundo a polícia e o Corpo de Bombeiros de Cruzeiro do Sul, o tremor não foi sentido no município.
Escala Richter
A escala de medida de energia sísmica liberada por terremotos conhecida como Richter surgiu em 1935, idealizada pelo sismólogo americano Charles F. Richter. Após recolher dados de inúmeras ondas sísmicas liberadas por terremotos, Richter criou um sistema para calcular as magnitudes dessas ondas.
A escala Richter foi inicialmente criada para medir apenas a magnitude de tremores no sul da Califórnia, utilizando um equipamento específico --o sismógrafo Wood-Anderson. Apesar da limitação original e do surgimento de vários outros tipos de escalas para medir terremotos, a escala Richter continua sendo largamente utilizada hoje.
terça-feira, 21 de abril de 2009
RETROCESSO ACELERADO
Por Marina Silva*
Aconteceu na Câmara do Deputados, na semana passada: a Medida Provisória 425, que trata do Fundo Soberano, foi aprovada com um inusitado contrabando. Emenda incluída pelo relator, deputado José Guimarães, do PT, dispensa de licença ambiental as obras de duplicação ou ampliação de rodovias. Ou seja, se a estrada existe, ainda que seja uma pequena vicinal, pode ser transformada em BR asfaltada, sem se avaliar a oportunidade do empreendimento do ponto de vista dos custos socioambientais.
Aconteceu em Santa Catarina e foi amplamente divulgado: o Estado aprovou um verdadeiro código antiambiental, em conflito com a legislação federal e a Constituição, que entre outras medidas, diminui de 30 para 5 metros a área marginal de proteção a córregos, riachos, rios, a ser observada em qualquer propriedade rural.
Está acontecendo no Congresso Nacional: 18 projetos de decreto legislativo já foram apresentados para sustar ou anular medidas administrativas de proteção do meio ambiente e de criação de terras indígenas, tomadas pelo MMA e pelo Ministério da Justiça.
Está na iminência de acontecer no Congresso Nacional: modificações no Código Florestal para jogar no lixo décadas de conquistas da legislação ambiental brasileira e sacramentar o absurdo ocorrido em Santa Catarina, abrindo caminho para que aconteça o mesmo em outros estados. Tudo em nome do desenvolvimento.
Se formos conferir o significado da palavra desenvolvimento no dicionário veremos que está definido como "estágio econômico, social e político de uma comunidade, caracterizado por altos índices de rendimento dos fatores de produção, isto é, os recursos naturais, o capital e o trabalho".
Não há desenvolvimento sem o aproveitamento equilibrado dos recursos naturais. E hoje, esse aproveitamento incorpora significados decorrentes do acúmulo de conhecimentos que demonstram cabalmente a imperiosa necessidade de manter em equilíbrio nossa relação com o planeta. Ser ambientalista é exatamente isto: é trabalhar e defender o aproveitamento correto dos recursos naturais porque disso depende a continuidade e a qualidade da vida.
Houve um tempo, recente, em que os ambientalistas eram motivo de piadas, de gozação. Foi uma difícil caminhada até atingirmos um patamar de consciência da população que dá suporte ao uso responsável do ambiente natural. Mas ainda há quem não se convença, mesmo diante de graves desastres ambientais, mesmo diante de uma crise da proporção desta que vivemos agora e que ameaça o futuro da humanidade e do planeta.
Nossa constituição, promulgada em 1988, deu respaldo à atuação dos segmentos da sociedade preocupados com tais questões. Caminhamos de forma positiva, construindo uma legislação cuidadosa, equilibrada no trato das questões ambientais, que demonstrou a viabilidade de conciliar proteção ambiental e exploração econômica.
Neste segundo mandato do presidente Lula, no entanto, diversas autoridades governamentais e do setor empresarial estão buscando inverter a história e cunhar um novo diagnóstico: não mais o meio ambiente como vítima das atividades econômicas mal conduzidas, mas a atividade econômica como vítima da proteção do meio ambiente.
Os últimos ataques de uma série acabam de ser feitos, segundo a imprensa, pelos ministros de Minas e Energia e da Agricultura, no Fórum Empresarial realizado em Comandatuba. Para o primeiro, "é mais fácil subir num pau de sebo do que conseguir permissão ambiental para construir uma hidrelétrica". O ministro deve conhecer o caso da hidrelétrica de Balbina, inaugurada no estado do Amazonas na década de 80, considerada por muitos o maior desastre ambiental já acontecido no país. Hoje em dia, graças à legislação ambiental, é "mais fácil subir num pau de sebo" do que provocar irresponsavelmente outro desastre do porte de Balbina.
O ministro da Agricultura teria dito que a legislação ambiental brasileira "foi quase toda produzida pelo Executivo, por meio de Medidas Provisórias, decretos e outras normas, sem discussão no Parlamento". Não faz justiça ao enorme esforço feito no Parlamento e na sociedade civil brasileira para debater e conseguir a aprovação, primeiro, dos dipositivos ambientais constitucionais e, em seguida, leis e normas que deram ao Brasil respeito internacional e agora podem virar pó, sob toneladas de argumentos que não se sustentam num confronto honesto com a realidade.
Quem ataca? Quem defende? Nem consciente nem inconscientemente é crível apontar o meio ambiente como obstáculo ao desenvolvimento. Ele só é visto como impedimento por uma concepção atrasada, na qual vale tudo para atingir objetivos que nem de longe podem ser considerados os da sociedade em geral.
Investir contra a proteção devida ao meio ambiente, isto sim trabalha contra o desenvolvimento capaz de dar melhores condições de vida a todos, seja nas grandes cidades, seja no meio da floresta, para populações ribeirinhas ou urbanas.
É lastimável constatarmos a movimentação que se faz para promover um enorme retrocesso em nossa legislação ambiental. E ela é alimentada pelos sinais contraditórios que partem do governo, com medidas que desconstituem tanto seus próprios avanços quanto conquistas históricas a duras penas alcançadas. Parece que está mais do que na hora de a sociedade tomar satisfações.
*Marina Silva é professora secundária de História, senadora pelo PT do Acre e ex-ministra do Meio Ambiente.
Aconteceu na Câmara do Deputados, na semana passada: a Medida Provisória 425, que trata do Fundo Soberano, foi aprovada com um inusitado contrabando. Emenda incluída pelo relator, deputado José Guimarães, do PT, dispensa de licença ambiental as obras de duplicação ou ampliação de rodovias. Ou seja, se a estrada existe, ainda que seja uma pequena vicinal, pode ser transformada em BR asfaltada, sem se avaliar a oportunidade do empreendimento do ponto de vista dos custos socioambientais.
Aconteceu em Santa Catarina e foi amplamente divulgado: o Estado aprovou um verdadeiro código antiambiental, em conflito com a legislação federal e a Constituição, que entre outras medidas, diminui de 30 para 5 metros a área marginal de proteção a córregos, riachos, rios, a ser observada em qualquer propriedade rural.
Está acontecendo no Congresso Nacional: 18 projetos de decreto legislativo já foram apresentados para sustar ou anular medidas administrativas de proteção do meio ambiente e de criação de terras indígenas, tomadas pelo MMA e pelo Ministério da Justiça.
Está na iminência de acontecer no Congresso Nacional: modificações no Código Florestal para jogar no lixo décadas de conquistas da legislação ambiental brasileira e sacramentar o absurdo ocorrido em Santa Catarina, abrindo caminho para que aconteça o mesmo em outros estados. Tudo em nome do desenvolvimento.
Se formos conferir o significado da palavra desenvolvimento no dicionário veremos que está definido como "estágio econômico, social e político de uma comunidade, caracterizado por altos índices de rendimento dos fatores de produção, isto é, os recursos naturais, o capital e o trabalho".
Não há desenvolvimento sem o aproveitamento equilibrado dos recursos naturais. E hoje, esse aproveitamento incorpora significados decorrentes do acúmulo de conhecimentos que demonstram cabalmente a imperiosa necessidade de manter em equilíbrio nossa relação com o planeta. Ser ambientalista é exatamente isto: é trabalhar e defender o aproveitamento correto dos recursos naturais porque disso depende a continuidade e a qualidade da vida.
Houve um tempo, recente, em que os ambientalistas eram motivo de piadas, de gozação. Foi uma difícil caminhada até atingirmos um patamar de consciência da população que dá suporte ao uso responsável do ambiente natural. Mas ainda há quem não se convença, mesmo diante de graves desastres ambientais, mesmo diante de uma crise da proporção desta que vivemos agora e que ameaça o futuro da humanidade e do planeta.
Nossa constituição, promulgada em 1988, deu respaldo à atuação dos segmentos da sociedade preocupados com tais questões. Caminhamos de forma positiva, construindo uma legislação cuidadosa, equilibrada no trato das questões ambientais, que demonstrou a viabilidade de conciliar proteção ambiental e exploração econômica.
Neste segundo mandato do presidente Lula, no entanto, diversas autoridades governamentais e do setor empresarial estão buscando inverter a história e cunhar um novo diagnóstico: não mais o meio ambiente como vítima das atividades econômicas mal conduzidas, mas a atividade econômica como vítima da proteção do meio ambiente.
Os últimos ataques de uma série acabam de ser feitos, segundo a imprensa, pelos ministros de Minas e Energia e da Agricultura, no Fórum Empresarial realizado em Comandatuba. Para o primeiro, "é mais fácil subir num pau de sebo do que conseguir permissão ambiental para construir uma hidrelétrica". O ministro deve conhecer o caso da hidrelétrica de Balbina, inaugurada no estado do Amazonas na década de 80, considerada por muitos o maior desastre ambiental já acontecido no país. Hoje em dia, graças à legislação ambiental, é "mais fácil subir num pau de sebo" do que provocar irresponsavelmente outro desastre do porte de Balbina.
O ministro da Agricultura teria dito que a legislação ambiental brasileira "foi quase toda produzida pelo Executivo, por meio de Medidas Provisórias, decretos e outras normas, sem discussão no Parlamento". Não faz justiça ao enorme esforço feito no Parlamento e na sociedade civil brasileira para debater e conseguir a aprovação, primeiro, dos dipositivos ambientais constitucionais e, em seguida, leis e normas que deram ao Brasil respeito internacional e agora podem virar pó, sob toneladas de argumentos que não se sustentam num confronto honesto com a realidade.
Quem ataca? Quem defende? Nem consciente nem inconscientemente é crível apontar o meio ambiente como obstáculo ao desenvolvimento. Ele só é visto como impedimento por uma concepção atrasada, na qual vale tudo para atingir objetivos que nem de longe podem ser considerados os da sociedade em geral.
Investir contra a proteção devida ao meio ambiente, isto sim trabalha contra o desenvolvimento capaz de dar melhores condições de vida a todos, seja nas grandes cidades, seja no meio da floresta, para populações ribeirinhas ou urbanas.
É lastimável constatarmos a movimentação que se faz para promover um enorme retrocesso em nossa legislação ambiental. E ela é alimentada pelos sinais contraditórios que partem do governo, com medidas que desconstituem tanto seus próprios avanços quanto conquistas históricas a duras penas alcançadas. Parece que está mais do que na hora de a sociedade tomar satisfações.
*Marina Silva é professora secundária de História, senadora pelo PT do Acre e ex-ministra do Meio Ambiente.
domingo, 19 de abril de 2009
MAIS OUTRA...
Tião Viana é intimado pelo TSE a explicar caso de seu suplente
A conta de R$ 14 mil do celular do Senado emprestado indevidamente para a filha usar em viagem ao México não é o único fantasma que ronda a vida do senador Tião Viana (PT-AC), derrotado por José Sarney (PMDB-AP) na disputa pela presidência da Casa, em fevereiro. Na semana passada, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) intimou Viana e seu primeiro suplente, Aníbal Diniz, a dar explicações sobre as ilegalidades constatadas no registro da candidatura de Diniz à suplência da chapa encabeçada pelo senador.
A intimação 049/2009 foi publicada na edição do Diário da Justiça Eletrônico (DJe), do TSE, no último dia 17, em atendimento ao recurso extraordinário impetrado pelos advogados de Chagas Freitas (DEM), segundo colocado nas eleições de 2006 para o Senado. O recurso foi encaminhado ao presidente do TSE, Carlos Ayres Brito.
No recurso, o advogado Fábio Broilo Paganella pede a cassação do registro da candidatura de Diniz à primeira suplência do Senado e, conseqüentemente a de Viana, “por haver vícios insanáveis na composição legal desta chapa, consubstanciada na inelegibilidade do primeiro suplente, o que torna impossível, o atendimento ao disposto no art. 46, § 3º, da Constituição Federal (...)”. Pelo dispositivo, cada senador terá obrigatoriamente que ser eleito com dois suplentes.
Segundo Paganella, se o TSE não cassar a candidatura de Aníbal, o que, por tabela, anula a chapa encabeçada pro Tião Viana, o dispositivo legal “será letra morta, criando precedente perigosíssimo para um Estado que se pretenda democrático e principalmente de Direito”.
Constituição é violada
O recurso interposto pelos advogados de Freitas pede a cassação do registro de Diniz por violação ao artigo 12, da Lei Complementar 64/90, e aos artigos 5º, incisivos XXXII e XXXV, art. 37 e 46, § 3º, da Constituição Federal. Segundo o advogado Fábio Paganella, a medida se justifica porque, conforme documentação juntada, “o senhor Aníbal Diniz, ao tempo da realização do pleito de eleição de senador, realizado em 2006, não se desincompatibilizou de seu cargo de funcionário público na forma exigida pela lei, além do que omitiu fato, em documento público, que dele deveria constar (...)”.
Além da não desincompatibilização, o suplente de Tião Viana também omitiu, em documento público, o fato de que “apenas deixara a Secretaria de Comunicação do Governo do Estado do Acre, porém assumira, desde 1º de abril de 2006, o cargo de assessor especial da Secretaria Extraordinária das Cidades, o que conduz ao cancelamento de seu registro como candidato (...)”. Esse fato, di o advogado, o torna inelegível. Ainda, conforme Paganella, a inexistência de desincompatibilização macula o processo eleitoral, já que o fato contribui para a declaração de inelegibilidade.
Leia mais na Agência Amazônia.
A conta de R$ 14 mil do celular do Senado emprestado indevidamente para a filha usar em viagem ao México não é o único fantasma que ronda a vida do senador Tião Viana (PT-AC), derrotado por José Sarney (PMDB-AP) na disputa pela presidência da Casa, em fevereiro. Na semana passada, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) intimou Viana e seu primeiro suplente, Aníbal Diniz, a dar explicações sobre as ilegalidades constatadas no registro da candidatura de Diniz à suplência da chapa encabeçada pelo senador.
A intimação 049/2009 foi publicada na edição do Diário da Justiça Eletrônico (DJe), do TSE, no último dia 17, em atendimento ao recurso extraordinário impetrado pelos advogados de Chagas Freitas (DEM), segundo colocado nas eleições de 2006 para o Senado. O recurso foi encaminhado ao presidente do TSE, Carlos Ayres Brito.
No recurso, o advogado Fábio Broilo Paganella pede a cassação do registro da candidatura de Diniz à primeira suplência do Senado e, conseqüentemente a de Viana, “por haver vícios insanáveis na composição legal desta chapa, consubstanciada na inelegibilidade do primeiro suplente, o que torna impossível, o atendimento ao disposto no art. 46, § 3º, da Constituição Federal (...)”. Pelo dispositivo, cada senador terá obrigatoriamente que ser eleito com dois suplentes.
Segundo Paganella, se o TSE não cassar a candidatura de Aníbal, o que, por tabela, anula a chapa encabeçada pro Tião Viana, o dispositivo legal “será letra morta, criando precedente perigosíssimo para um Estado que se pretenda democrático e principalmente de Direito”.
Constituição é violada
O recurso interposto pelos advogados de Freitas pede a cassação do registro de Diniz por violação ao artigo 12, da Lei Complementar 64/90, e aos artigos 5º, incisivos XXXII e XXXV, art. 37 e 46, § 3º, da Constituição Federal. Segundo o advogado Fábio Paganella, a medida se justifica porque, conforme documentação juntada, “o senhor Aníbal Diniz, ao tempo da realização do pleito de eleição de senador, realizado em 2006, não se desincompatibilizou de seu cargo de funcionário público na forma exigida pela lei, além do que omitiu fato, em documento público, que dele deveria constar (...)”.
Além da não desincompatibilização, o suplente de Tião Viana também omitiu, em documento público, o fato de que “apenas deixara a Secretaria de Comunicação do Governo do Estado do Acre, porém assumira, desde 1º de abril de 2006, o cargo de assessor especial da Secretaria Extraordinária das Cidades, o que conduz ao cancelamento de seu registro como candidato (...)”. Esse fato, di o advogado, o torna inelegível. Ainda, conforme Paganella, a inexistência de desincompatibilização macula o processo eleitoral, já que o fato contribui para a declaração de inelegibilidade.
Leia mais na Agência Amazônia.
CLIMA DOIDO
Alamo Kário - Clima doido
A música é isso: expressa o que se senti, nos bons e nos maus momentos. O cantor e Compositor acreano Alamo Kário soube muito bem passar esse "clima doido" musicalmente que faz parte do Acre, tanto na questão do clima, quanto na politica.
Cantor: Alamo Kário
Música: Clima doido
A música é isso: expressa o que se senti, nos bons e nos maus momentos. O cantor e Compositor acreano Alamo Kário soube muito bem passar esse "clima doido" musicalmente que faz parte do Acre, tanto na questão do clima, quanto na politica.
Cantor: Alamo Kário
Música: Clima doido
sábado, 18 de abril de 2009
SLOGAN INFALÍVEL PARA A CAMPANHA DE 2010
Depois que o senador-ético-que-iria-moralizar-o-Senado, Tião Viana (PT-AC), foi pego com a mão na massa (ops, com o dedo na tecla do celular), alguns experts marqueteiros já estariam pensando num slogan de campanha para ele numa provável disputa ao governo do Acre.
Um dessas frases seriam mais ou menos assim:
"O Acre não tem fronteiras. Faz um 13. Diga Oi, e tudo bem".
Faz sentido. Depois que a filha do senador gastou R$ 14 mil em ligações de um celular (diga-se, uma celular do Senado emprestado indevidamente pelo pai)
Em média, o brasileiro gasta cerca de R$ 50,5 mensais com telefone. Se dividirmos R$ 14.758 por R$ 50,5 chegaremos ao número 292. Resumindo: a filha do senador Tião Viana gastou às nossas custas, e em apenas 15 dias, o que o brasileiro médio precisaria de 292 meses, ou 24 anos, para gastar com telefonia. O gasto médio é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístia (IBGE). As projeções do IBGE são usadas pelo governo nos programas sociais.
Quentinha: corre à boca pequena que o humorístico-satírico Pânico na TV estaria fazendo "uma homenagem" ao senador acreano no seu programa dominical.
Um dessas frases seriam mais ou menos assim:
"O Acre não tem fronteiras. Faz um 13. Diga Oi, e tudo bem".
Faz sentido. Depois que a filha do senador gastou R$ 14 mil em ligações de um celular (diga-se, uma celular do Senado emprestado indevidamente pelo pai)
Em média, o brasileiro gasta cerca de R$ 50,5 mensais com telefone. Se dividirmos R$ 14.758 por R$ 50,5 chegaremos ao número 292. Resumindo: a filha do senador Tião Viana gastou às nossas custas, e em apenas 15 dias, o que o brasileiro médio precisaria de 292 meses, ou 24 anos, para gastar com telefonia. O gasto médio é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístia (IBGE). As projeções do IBGE são usadas pelo governo nos programas sociais.
Quentinha: corre à boca pequena que o humorístico-satírico Pânico na TV estaria fazendo "uma homenagem" ao senador acreano no seu programa dominical.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
RONDÔNIA NOS DEU A LUZ
Mais uma vez a capital do Acre ficou a mercê de Rondônia nesta sexta-feira. Por cerca de 20 minutos Rio Branco parou por causa da falta de energia. O problema já vem se arrastando há anos e nenhuma autoridade, até agora, tomou uma atitude em relação ao caso.
A energia que chega ao Acre vem do estado vizinho de Rondônia. Somos dependentes deles.
Somente no próximo mês, o Sindicato dos Urbanistas, representado pelo presidente Marcelo Jucá, e os deputados estaduais do Acre, irão debater em audiência publica a questão da transmissão de energia.
De acordo com Marcelo Jucá, os dois parques geradores da Eletronorte em Rio Branco já estão sendo desativados e existem especulações dando como certa sua transferência para o Amapá. "Se isso de fato ocorrer Rio Branco e os demais municípios interligados à rede de transmissão do chamado Linhão ficarão à mercê da energia vinda de Rondônia. Havendo um apagão, não haverá energia suficiente nem para emergências", explicou.
Atualização 15:48: Após o inicio do post, já faltou luz quatro vezes em minha casa. Em outros bairros, a energia vai e volta, igual um Ioiô.
A energia que chega ao Acre vem do estado vizinho de Rondônia. Somos dependentes deles.
Somente no próximo mês, o Sindicato dos Urbanistas, representado pelo presidente Marcelo Jucá, e os deputados estaduais do Acre, irão debater em audiência publica a questão da transmissão de energia.
De acordo com Marcelo Jucá, os dois parques geradores da Eletronorte em Rio Branco já estão sendo desativados e existem especulações dando como certa sua transferência para o Amapá. "Se isso de fato ocorrer Rio Branco e os demais municípios interligados à rede de transmissão do chamado Linhão ficarão à mercê da energia vinda de Rondônia. Havendo um apagão, não haverá energia suficiente nem para emergências", explicou.
Atualização 15:48: Após o inicio do post, já faltou luz quatro vezes em minha casa. Em outros bairros, a energia vai e volta, igual um Ioiô.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
CONTRADIÇÕES DE LULA E JORGE
Afinal, quem é o Pinóquio?
Por Chico Araújo, Da Agência Amazônia
Como se diz no adágio popular, a mentira tem pernas curtas. O episódio da demissão da Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente é a confirmação da assertiva.
A demissão chegou à imprensa na terça-feira e Carlos Minc, então secretário de Meio Ambiente do Rio, já estava confirmado para o cargo. Com o aval de Lula e com as benções do governador Sérgio Cabral Filho (PMDB). Na quinta-feira, Minc afirmou ter sido ‘intimado’ por Lula e Cabral a aceitar o cargo de ministro.
“O presidente falou comigo três vezes e o governador Sérgio Cabral quatro vezes e me colocaram como uma intimação. Realmente o meu interesse não era esse, eu tenho um mandato parlamentar, sou secretário do Rio, gosto do Rio, e tenho um compromisso [com o Estado]”, disse Minc em entrevista à rádio BandNews FM, em Paris.
Mesmo assim, os aliados do ex-governador Jorge Viana não fizeram cerimônia. Passaram a vender aos quatro cantos a idéia de que ele [Jorge Viana] havia sido convidado por Lula para o lugar de Marina. A dedução era muito simples. O irmão dele, o senador Tião Viana, conversara com Lula na terça. E, de madrugada, Jorge pegaria o avião no Acre e viria para Brasília, onde, teria um encontro com o presidente. De fato, a reunião com Lula aconteceu. Mas Jorge, mais uma vez, não virou ministro, e saiu com a explicação abaixo:
“Cheguei a um consenso com o presidente Lula ontem de manhã que meu nome deveria estar fora das questões por circunstâncias locais, daqui a pouco tem eleição”, disse Viana. “Foi uma conversa de amigo”, acrescentou, em tom lacônico, ao deixar o Planalto. Se fosse só ‘uma conversa de amigos’ Jorge precisava pegar um avião de madrugada no Acre e se mandar para Brasília?. Isso é que ter saudade de um amigo!
À noite no Jornal da Globo, o próprio Lula põe fim às bravatas criadas em torno do ‘quase ministro’ Jorge Viana. “Não conversei com o Jorge Viana. O Jorge Viana veio aqui para outro assunto”.
O fato estava esclarecido e o correto, então, seria encerrá-lo já que Carlos Minc era o ministro. Mas não foi isso o que aconteceu. Jorge Viana manteve sua versão. Disse à Folha que para evitar um confronto com Marina preferiu ficar no Conselho de Administração da Helibras — fabricante de helicópteros. Mas que confronto seria esse?
Mais uma vez, Jorge falou do encontro com Lula. Disse que para evitar desconforto para ele [Jorge Viana] e para Lula, os dois haviam decidido não falar sobre ‘o convite’. Só que, pelo visto, o ex-governador esqueceu-se de combinar isso com o presidente. À noite, no Jornal da Globo, Lula foi taxativo: “Não conversei com Jorge Viana”.
Nem mesmo com o desmentido de Lula em rede nacional, Jorge não desistiu de vender a idéia de que ‘recusou o convite’ para substituir Marina. Alegou, segundo a Folha, que a ‘recusa’ seria porque pretende sair candidato a senador em 2010 e tempo que teria para ficar no ministério seria muito curto. Pela lei, se fosse ministro, Jorge teria que largar o cargo até abril de 2010 para ser candidato nas eleições de outubro.
Esses são os fatos. E, diante deles, cabe a seguinte indagação:
Afinal, quem é o Pinóquio nessa história? Lula ou Jorge Viana?
Por Chico Araújo, Da Agência Amazônia
Como se diz no adágio popular, a mentira tem pernas curtas. O episódio da demissão da Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente é a confirmação da assertiva.
A demissão chegou à imprensa na terça-feira e Carlos Minc, então secretário de Meio Ambiente do Rio, já estava confirmado para o cargo. Com o aval de Lula e com as benções do governador Sérgio Cabral Filho (PMDB). Na quinta-feira, Minc afirmou ter sido ‘intimado’ por Lula e Cabral a aceitar o cargo de ministro.
“O presidente falou comigo três vezes e o governador Sérgio Cabral quatro vezes e me colocaram como uma intimação. Realmente o meu interesse não era esse, eu tenho um mandato parlamentar, sou secretário do Rio, gosto do Rio, e tenho um compromisso [com o Estado]”, disse Minc em entrevista à rádio BandNews FM, em Paris.
Mesmo assim, os aliados do ex-governador Jorge Viana não fizeram cerimônia. Passaram a vender aos quatro cantos a idéia de que ele [Jorge Viana] havia sido convidado por Lula para o lugar de Marina. A dedução era muito simples. O irmão dele, o senador Tião Viana, conversara com Lula na terça. E, de madrugada, Jorge pegaria o avião no Acre e viria para Brasília, onde, teria um encontro com o presidente. De fato, a reunião com Lula aconteceu. Mas Jorge, mais uma vez, não virou ministro, e saiu com a explicação abaixo:
“Cheguei a um consenso com o presidente Lula ontem de manhã que meu nome deveria estar fora das questões por circunstâncias locais, daqui a pouco tem eleição”, disse Viana. “Foi uma conversa de amigo”, acrescentou, em tom lacônico, ao deixar o Planalto. Se fosse só ‘uma conversa de amigos’ Jorge precisava pegar um avião de madrugada no Acre e se mandar para Brasília?. Isso é que ter saudade de um amigo!
À noite no Jornal da Globo, o próprio Lula põe fim às bravatas criadas em torno do ‘quase ministro’ Jorge Viana. “Não conversei com o Jorge Viana. O Jorge Viana veio aqui para outro assunto”.
O fato estava esclarecido e o correto, então, seria encerrá-lo já que Carlos Minc era o ministro. Mas não foi isso o que aconteceu. Jorge Viana manteve sua versão. Disse à Folha que para evitar um confronto com Marina preferiu ficar no Conselho de Administração da Helibras — fabricante de helicópteros. Mas que confronto seria esse?
Mais uma vez, Jorge falou do encontro com Lula. Disse que para evitar desconforto para ele [Jorge Viana] e para Lula, os dois haviam decidido não falar sobre ‘o convite’. Só que, pelo visto, o ex-governador esqueceu-se de combinar isso com o presidente. À noite, no Jornal da Globo, Lula foi taxativo: “Não conversei com Jorge Viana”.
Nem mesmo com o desmentido de Lula em rede nacional, Jorge não desistiu de vender a idéia de que ‘recusou o convite’ para substituir Marina. Alegou, segundo a Folha, que a ‘recusa’ seria porque pretende sair candidato a senador em 2010 e tempo que teria para ficar no ministério seria muito curto. Pela lei, se fosse ministro, Jorge teria que largar o cargo até abril de 2010 para ser candidato nas eleições de outubro.
Esses são os fatos. E, diante deles, cabe a seguinte indagação:
Afinal, quem é o Pinóquio nessa história? Lula ou Jorge Viana?
quarta-feira, 15 de abril de 2009
AJUDA PARA OS DESABRIGADOS DO ACRE
Por Assem Neto, de Brasília
A Defesa Civil Nacional já supunha o que chamou de “desastre de pequeno porte na cidade de Rio Branco” em decorrência da cheia do Rio Acre, segundo informou na tarde desta quarta-feira o diretor de Reabilitação e Reconstrução, tenente-coronel José Luis Fernandes. Ele encontrou a Bancada Federal do Acre, em audiência solicitada pela deputada Perpétua Almeida (PCdoB) para discutir um plano de ajuda humanitária às famílias afetadas pela enchente na capital e nas demais cidades acreanas atingidas.
“Há uma prioridade neste momento: acolher as famílias que precisam de socorro, seja com alimentos, medicamentos, material de limpeza e de higiene”, afirmou a deputada. Os deputados Gladson Cameli , Sérgio Petecão , Henrique Afonso, Nilson Mourão e Ilderley Cordeiro, além de representantes da senadora Marina Silva na reunião, manifestaram a mesma preocupação com a pós-enchente – desinfecção dos locais alagados e prevenção a doenças comuns nesta época, dentre elas a leptospirose. Os deputados estaduais Luis Calixto e Luis Anute, além do presidente da Câmara Municipal de Rio Branco, vereador Jessé Santiago, apoiaram o pedido de ajudo ao Acre. No final da tarde, os parlamentares foram informados que em Cruzeiro do Sul o prefeito Wagner Sales poderá decretar situação de emergência nesta quinta-feira.
A Bancada do Acre irá auxiliar as prefeituras na confecção do Relatório de Avaliação de Danos (Avadan), que sucede a decretação da situação de emergência. Este documento deve constar informações como o número de pessoas atingidas pela alagação e os respectivos bairros como condição para o envio de cestas básicas e kit´s com produtos de limpeza e higiene. A Defesa Civil só irá reconstruir as casas de famílias com renda até dois salários mínimos.
“Nós já identificamos a necessidade de suplementar este auxílio. Em conjunto com as prefeituras, iremos detalhar um plano capaz de minimizar os estragos”, disse José Luiz, que irá mobilizar, por exemplo, a administração da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para prestar o socorro necessário.
A Defesa Civil Nacional já supunha o que chamou de “desastre de pequeno porte na cidade de Rio Branco” em decorrência da cheia do Rio Acre, segundo informou na tarde desta quarta-feira o diretor de Reabilitação e Reconstrução, tenente-coronel José Luis Fernandes. Ele encontrou a Bancada Federal do Acre, em audiência solicitada pela deputada Perpétua Almeida (PCdoB) para discutir um plano de ajuda humanitária às famílias afetadas pela enchente na capital e nas demais cidades acreanas atingidas.
“Há uma prioridade neste momento: acolher as famílias que precisam de socorro, seja com alimentos, medicamentos, material de limpeza e de higiene”, afirmou a deputada. Os deputados Gladson Cameli , Sérgio Petecão , Henrique Afonso, Nilson Mourão e Ilderley Cordeiro, além de representantes da senadora Marina Silva na reunião, manifestaram a mesma preocupação com a pós-enchente – desinfecção dos locais alagados e prevenção a doenças comuns nesta época, dentre elas a leptospirose. Os deputados estaduais Luis Calixto e Luis Anute, além do presidente da Câmara Municipal de Rio Branco, vereador Jessé Santiago, apoiaram o pedido de ajudo ao Acre. No final da tarde, os parlamentares foram informados que em Cruzeiro do Sul o prefeito Wagner Sales poderá decretar situação de emergência nesta quinta-feira.
A Bancada do Acre irá auxiliar as prefeituras na confecção do Relatório de Avaliação de Danos (Avadan), que sucede a decretação da situação de emergência. Este documento deve constar informações como o número de pessoas atingidas pela alagação e os respectivos bairros como condição para o envio de cestas básicas e kit´s com produtos de limpeza e higiene. A Defesa Civil só irá reconstruir as casas de famílias com renda até dois salários mínimos.
“Nós já identificamos a necessidade de suplementar este auxílio. Em conjunto com as prefeituras, iremos detalhar um plano capaz de minimizar os estragos”, disse José Luiz, que irá mobilizar, por exemplo, a administração da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para prestar o socorro necessário.
terça-feira, 14 de abril de 2009
FAMÍLIA DE WILSON PINHEIRO PEDI INDENIZAÇÃO
Por Montezuma Cruz
Lembram-se do filme “Amazônia em chamas”, lançado em 1994, estrelado por Sônia Braga e pelo falecido Raul Júlia? No final da tarde desta terça-feira, familiares do líder sindicalista Wilson de Souza Pinheiro, assassinado em Brasiléia em junho de 1980, farão uma manifestação na Biblioteca da Floresta Marina Silva, em Rio Branco, para reivindicar direito de indenização à Warner Bros, dona do filme e uma das maiores produtoras de cinema do mundo. Baseado na história do líder seringueiro Chico Mendes, o filme rodado no México será exibido no auditório da biblioteca, com a presença de autoridades e dos parentes de Wilson Pinheiro.
Quase duas décadas depois da saga de Chico Mendes – morto em 1988 – correr o mundo, chega a vez da família do sindicalista Wilson Pinheiro lembrar à Warner Bros que ele também contribuiu para a obra. Por isso, a Biblioteca Marina Silva viverá um momento especial, lembra o seu coordenador do Departamento da Diversidade Socioambiental e do site da instituição, Carlos Edegard de Deus.
Carlos Edegard lembra que Ilzamar Mendes, viúva de Chico Mendes, e os filhos do líder sindical tiveram, recentemente, a liberação da indenização pelas imagens. Por sua vez, a família de Wilson Pinheiro até hoje nada recebeu.
O longa de 128 minutos dirigido por John Franckenheimer foi baseado em fatos reais e no livro "The Burning Season", de Andrew Revkin. Conta a história de Chico Mendes, mas não foi filmado em Xapuri, o que lhe permitiria ser ainda mais real. Mesmo assim, obteve várias premiações. Foi vencedor do Emmy de Melhor Diretor e Ator e também do Globo de Ouro de Melhor Ator e Filme de Televisão.
Foi o último trabalho de Raul Julia – no papel de Chico Mendes – e o produtor inglês David Puttnam levou anos realizar o sonho. “Amazônia em Chamas” deu a Sônia Braga – que interpretou uma fotógrafa ecologista – indicações de atriz coadjuvante para o Emmy e o Globo de Ouro.
Pinheiro foi morto em 21 de junho de 1980 com um tiro na nuca, pelas costas, a mando de latifundiários. Estava reunido numa sala, com outros dirigentes do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Brasiléia. Além de presidente do sindicato, também presidia a Comissão Municipal do PT.
Após a exibição de “Amazônia em Chamas”, o advogado Paulo Dinele fará uma palestra para o entendimento do caso. São esperadas as famílias dos dois líderes sindicais mortos e de convidados. A exibição e a palestra serão abertas ao público.
Lembram-se do filme “Amazônia em chamas”, lançado em 1994, estrelado por Sônia Braga e pelo falecido Raul Júlia? No final da tarde desta terça-feira, familiares do líder sindicalista Wilson de Souza Pinheiro, assassinado em Brasiléia em junho de 1980, farão uma manifestação na Biblioteca da Floresta Marina Silva, em Rio Branco, para reivindicar direito de indenização à Warner Bros, dona do filme e uma das maiores produtoras de cinema do mundo. Baseado na história do líder seringueiro Chico Mendes, o filme rodado no México será exibido no auditório da biblioteca, com a presença de autoridades e dos parentes de Wilson Pinheiro.
Quase duas décadas depois da saga de Chico Mendes – morto em 1988 – correr o mundo, chega a vez da família do sindicalista Wilson Pinheiro lembrar à Warner Bros que ele também contribuiu para a obra. Por isso, a Biblioteca Marina Silva viverá um momento especial, lembra o seu coordenador do Departamento da Diversidade Socioambiental e do site da instituição, Carlos Edegard de Deus.
Carlos Edegard lembra que Ilzamar Mendes, viúva de Chico Mendes, e os filhos do líder sindical tiveram, recentemente, a liberação da indenização pelas imagens. Por sua vez, a família de Wilson Pinheiro até hoje nada recebeu.
O longa de 128 minutos dirigido por John Franckenheimer foi baseado em fatos reais e no livro "The Burning Season", de Andrew Revkin. Conta a história de Chico Mendes, mas não foi filmado em Xapuri, o que lhe permitiria ser ainda mais real. Mesmo assim, obteve várias premiações. Foi vencedor do Emmy de Melhor Diretor e Ator e também do Globo de Ouro de Melhor Ator e Filme de Televisão.
Foi o último trabalho de Raul Julia – no papel de Chico Mendes – e o produtor inglês David Puttnam levou anos realizar o sonho. “Amazônia em Chamas” deu a Sônia Braga – que interpretou uma fotógrafa ecologista – indicações de atriz coadjuvante para o Emmy e o Globo de Ouro.
Pinheiro foi morto em 21 de junho de 1980 com um tiro na nuca, pelas costas, a mando de latifundiários. Estava reunido numa sala, com outros dirigentes do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Brasiléia. Além de presidente do sindicato, também presidia a Comissão Municipal do PT.
Após a exibição de “Amazônia em Chamas”, o advogado Paulo Dinele fará uma palestra para o entendimento do caso. São esperadas as famílias dos dois líderes sindicais mortos e de convidados. A exibição e a palestra serão abertas ao público.
UM DEPUTADO ACREÚCHO
Deputado Luiz Tchê, não muito diferente dos demais, ocupou o espaço devido na imprensa ao prometer para esta terça-feira apresentar a proposta de instalação da CPI da Pedofilia no Acre.
Pois bem !
A aludida bomba virou traque (ou peido de véia, como dizem os mais antigos).
Como se acreditasse na precária memória dos acreanos, o parlamentar ateve-se, no seu pronunciamento, a citar o Centenário do Internacional de Porto Alegre, seu time de coraçãol.
O desafio ao deputado está lançado: ou ele segue adiante na proposição da CPI, ou dará margem conjecturas que o colocam numa situação vexatória.
Foi desrespeitoso da parte do deputado anunciar que já havia coletado 10 assinaturas de parlamentares apoiando a CPI da Pedofilia no Acre.
Mas deselegante ainda foi criar uma expectativa junto ao eleitorado e simpatizantes dele. Afinal, quando a proposta faz sentido, ela precisa estar cercada de fundamentos.
No caso desta em questão, ao que parece, nada justifica a investigação se o próprio autor da CPI parece ter...digamos.....fazendo o caminho de volta.
AO CRUZEIRO
Los Porongas - Ao Cruzeiro
Música: Ao cruzeiro
Banda: Los Porongas
Letra:
Eu chamo o tempo
Eu subo alto
Santo é o nome da paz
Faço o canto um firmamento
E o lamento não se faz
É liquefeito o passaporte
E pela ponte vai a mente a
qualquer parte
Escadarias amazônicas a Marte
Start, estrela, esteja além, no bem
Sempre sem medo que vem
Como um rio
Dai-me paciência
Haja tanta curva
Mas vale tanto a pena
Ver a cena da canoa
A proa quando apruma voa
A cabaça das idéias
Conhecida por cabeças
Quem sabe talvez mereça
Rosa, lírio, ou azaléia
A proa quando apruma voa
avôa, avôa
Para saber mais da banda acreana Los Porongas, clique aqui.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
MUITA ÁGUA VEM POR AÍ
No municipio de Plácido de Castro , interior do Acre (Foto acima), mais de 100 familias estão desabrigadas por causa das fortes chuvas que vem assolando a população.
EM RIO BRANCO:
Na capital Rio Branco, próximo ao centro comercial da cidade, no bairro 6 de agosto as águas já tomam de conta da visão dos moradores.
Em tempo, o Prefeito Raimundo Angelim (PT) na manhã de hoje, 13, declarou estado de emergência em 10 bairros de Rio Branco. O rio Acre apresentou, segundo a defesa civil, a cota de 15m38cm.
Mais de 300 familias já abondonaram suas casas por causa da cheia do rio.
De acordo com boletins meteorológicos, as nuvens carregadas de chuva vão dominar o céu acreano por mais alguns dias. Clique aqui e baixe o resumo da previsão do tempo dos próximos três dias.
EM RIO BRANCO:
Na capital Rio Branco, próximo ao centro comercial da cidade, no bairro 6 de agosto as águas já tomam de conta da visão dos moradores.
Em tempo, o Prefeito Raimundo Angelim (PT) na manhã de hoje, 13, declarou estado de emergência em 10 bairros de Rio Branco. O rio Acre apresentou, segundo a defesa civil, a cota de 15m38cm.
Mais de 300 familias já abondonaram suas casas por causa da cheia do rio.
De acordo com boletins meteorológicos, as nuvens carregadas de chuva vão dominar o céu acreano por mais alguns dias. Clique aqui e baixe o resumo da previsão do tempo dos próximos três dias.
PREFEITURA NÃO PAGA ESTAGIÁRIOS
Há cerca de 3 meses, estudantes universitários que estagiam na Prefeitura Municipal de Rio Branco não sabem o que é receber seus vencimentos. De acordo com matéria publicada no site Folha do Acre, neste último domingo, 12, vários estudantes que dependem da bolsa auxílio, estão pagando do próprio bolso para trabalhar na administração municipal da capital.
Clique aqui e leia a reportagem do Jornalista Ray Melo sobre assunto.
Clique aqui e leia a reportagem do Jornalista Ray Melo sobre assunto.
sábado, 11 de abril de 2009
A LUTA CONTRA UMA PALAVRA
Por Moisés Diniz*
A deputada Perpétua Almeida convidou a intelectualidade acreana para discutir a mudança do Acordo Ortográfico, entre os países de língua portuguesa, que determina o gentílico acriano para quem nasce no Acre. À primeira vista pareceu uma luta inglória. Depois se agigantou. Descobrimos que lutar contra a adulteração de nossa memória lingüística, mesmo que seja através da legalidade científica, é uma tarefa de todos os acreanos, independente de cátedra, opção política ou credo.
Acho que a luta contra uma palavra é uma guerra mais árdua do que um combate contra um país. Pois, muitas vezes, um país não luta como nação, luta como soldado, como mercenário e sem nenhuma paixão. A luta contra uma palavra não é uma luta qualquer. É como juntar os anjos na terra e os demônios no céu, pois uma palavra pode destruir uma fortaleza, aniquilar uma nação.
Corno! Pedófilo! Ladrão! Dito a muitas vozes já destruiu famílias, cargos públicos, propriedades e biografias. Acriano! Uma palavra é uma serpente de fogo, um vulcão indomável, uma tempestade, um deus do mal. Uma palavra pode mexer com tudo que um homem cultivou, sua história, seus valores, seus afetos. Não brinquem com as palavras. Elas podem ferir muito mais do que uma palmatória de fogo, uma lâmina de sal.
Por isso, não vamos brigar com nós mesmos. Nós escrevemos acreanos há quatro gerações e não temos culpa se o Acordo Ortográfico demorou um século para se efetivar. Não vamos brincar com a palavra que foi escrita por nossos pais. Eles não estão mais aqui para dela cuidar, ficar valente com quem queira adulterá-la, brigar por ela. Eles estão, todavia, pensando e escrevendo por nós.
Nesses dias descobri que o Acre é, de fato, um lugar especial. Surpreendente como o nosso povo discute os assuntos que lhe dizem respeito, mesmo que problemas mais básicos não tenham ainda sido superados. O jovem desempregado, o homem sem casa própria, a mulher na fila do hospital ou o ancião na ponta da rua aonde o asfalto ainda não chegou. Eles estão discutindo a beleza do acreano e o incômodo do acriano, mesmo sabendo que este último é o filho verdadeiro da língua.
Aqueles que andam sempre na rua de baixo, mesmo que assinem um dr antes do nome, vão questionar porque nós não estamos tratando dos problemas básicos do povo, como educação, saúde, emprego, moradia, transporte e saneamento. Vão, talvez, perguntar porque não estamos questionando os parlamentares semi-analfabetos que se elegem ou aqueles que resvalam para a corrupção.
Não perderemos tempo com esse assunto. O Acre é pequeno e todos se conhecem. O que vamos fazer é defender um ponto de vista: a nossa história como povo é mais importante do que a história da língua e esta não pode suprimir a história da palavra, que tem um mundo ao redor, um ritual, com dores humanas e alegrias, sentimentos coletivos e até revoluções.
Eu escrevo puraquê, nos tratados e nos concursos, e falo puraqué na rua. Eu escrevo bacuri e alimento o bacurim, sou picado pela tucandeira e escrevo tocandira, caço uma nambu e escrevo inambu, exconjuro a côa e escrevo acauã, há cem anos, às margens dos igarapés, nas casas de palha e de alvenaria. Eu falo acriano e escrevo acreano. Nós nunca brigamos, nesses cem anos, para que o Brasil ortográfico mudasse essas palavras criadas pela voz rouca de nossos pais.
Acreano é muito mais do que um adjetivo gentílico. Acreano é um personagem indígena, nordestino e revolucionário. Sua idade é de um século, sua pele é queimada pelo sol amazônico, marcada pelos insetos da floresta e suas mãos ainda têm a marca e o odor da pólvora de nossa revolução. Nossa história exige que, mesmo que insistam alguns doutores da ortografia, o mapinguari e a caipora nunca se tornem acrianos. Se o coração humano bate a cada segundo, o personagem acreano tem três bilhões de pulsos, mais cento e dez milhões e quatrocentas mil batidas de um coração.
Por que o Acordo Ortográfico está nos impondo o acriano como adjetivo gentílico? Em linguagem simples dá para compreender o fenômeno morfológico que ocorre com a palavra ‘Acre’. A sílaba tônica é ‘A-cre’ e, dessa forma, por ser átono o -e- de ‘Acre’, ele não permanece no radical da palavra derivada, havendo a vogal de ligação -i- para acomodar o radical ‘Acr-‘ ao sufixo ‘-ano: ‘acriano’. O fenômeno morfológico que determina o gentílico acriano não levou em conta que o uso consagra a forma, apesar do saber erudito, suas regras morfológicas e a história da língua.
Continuaremos a ter a mais indiscutível deferência a eruditos gramáticos como Antônio Houaiss, Aurélio e Celso Luft que consagraram o uso acriano, junto com a forma acreana. Mas, continuaremos lutando pela manutenção de nossa tradição secular de sermos grafados como acreanos. Imagine quem nasce na Coréia ser chamado de coriano, por causa de uma lei morfológica, que se sustenta numa intrincada engrenagem erudita de sílabas tônicas ou átonas e vogais de ligação.
O filólogo Evanildo Bechara, titular da Academia Brasileira de Letras, diz que, apesar de respeitar nossa resistência cultural, acreano com ‘e’ é um erro de história da língua, uma espécie de mentira morfológica. Se acreano é uma mentira morfológica, permaneceremos nela, porque é uma mentira contada por todo o povo, durante cem anos. E mentira que é contada por todo um povo, durante um século, deixa de ser mentira e passa a ser verdade histórica. E a história se torna palavra, como o Verbo que se fez carne ou a palavra que se fez luz.
E não foi acriano que da história e da revolução nasceu. Não foi acriano que surgiu das mãos valentes de Plácido de Castro e nem do seu sangue inocente. O general Pando não sofreu o vexame da derrota para os acrianos e nem o Tratado de Petrópolis deles se ocupou. E acrianos não são os filhos de Chico Mendes. Por que queimar milhares de cartas que chegavam do árido sertão, onde as mulheres amadas de nossos avós suspiravam e diziam: chegará o dia em que partirei e, às margens de um lago na bela terra acreana, eu te amarei.
A evolução lingüística não se faz por decreto, como se pudesse um pai fazer um acordo com outro pai sobre o amor e a paixão dos seus filhos. Ela está sujeita a leis históricas inexoráveis. O tupi foi proibido através da lei e as línguas indígenas foram abandonadas pelas próprias aldeias, a partir da vontade imposta pelo homem branco. Mas, nem a lei e nem a vontade branca mataram a história e a vida das línguas indígenas, sua sonoridade, seus significados milenares e sua afetividade.
O gentílico acreano originou-se do Aquiri (forma pela qual os exploradores da região transcreveram a palavra uwakuru, do dialeto dos índios Apurinãs). E nunca é demais lembrar que, antes dessa terra ser conhecida e explorada pelo homem branco, as coisas do mundo amazônico já possuíam nomes para designar o lugar, como os rios, as planícies, os lagos, os animais, as plantas. O acreano já existia antes do Acre, como uma profecia no imaginário indígena.
A chegada do homem branco deu início a um processo de aniquilamento físico e esfacelamento do universo cultural, de seu mundo lingüístico, e da organização econômica. Por isso, como uma nova esquadra de navios mercantes, a chegada desse novo acordo ortográfico assusta os acreanos e sua secular teimosia morfológica. É que nós temos passado. A árvore genealógica do Acre está viva. Nossos antepassados mais distantes ainda têm os seus nomes gravados em seus túmulos. Nosso passado é tão forte que se mistura ao presente, como o abraço de uma avó e a travessura de um bisneto.
E vamos continuar assim, apaixonados pela água da chuva, o barulho do vento, a dança indígena, a paz das aldeias, o amor ritual, a paixão acreana. É que vai ficar muito ruim a gente escrever uma poesia sobre a revolução acriana e não vai dar para mudar o verso do hino que fala do sol amazônico que ‘enche’ o peito de cada acreano.
* Moisés Diniz é deputado estadual do PCdoB do Acre
A deputada Perpétua Almeida convidou a intelectualidade acreana para discutir a mudança do Acordo Ortográfico, entre os países de língua portuguesa, que determina o gentílico acriano para quem nasce no Acre. À primeira vista pareceu uma luta inglória. Depois se agigantou. Descobrimos que lutar contra a adulteração de nossa memória lingüística, mesmo que seja através da legalidade científica, é uma tarefa de todos os acreanos, independente de cátedra, opção política ou credo.
Acho que a luta contra uma palavra é uma guerra mais árdua do que um combate contra um país. Pois, muitas vezes, um país não luta como nação, luta como soldado, como mercenário e sem nenhuma paixão. A luta contra uma palavra não é uma luta qualquer. É como juntar os anjos na terra e os demônios no céu, pois uma palavra pode destruir uma fortaleza, aniquilar uma nação.
Corno! Pedófilo! Ladrão! Dito a muitas vozes já destruiu famílias, cargos públicos, propriedades e biografias. Acriano! Uma palavra é uma serpente de fogo, um vulcão indomável, uma tempestade, um deus do mal. Uma palavra pode mexer com tudo que um homem cultivou, sua história, seus valores, seus afetos. Não brinquem com as palavras. Elas podem ferir muito mais do que uma palmatória de fogo, uma lâmina de sal.
Por isso, não vamos brigar com nós mesmos. Nós escrevemos acreanos há quatro gerações e não temos culpa se o Acordo Ortográfico demorou um século para se efetivar. Não vamos brincar com a palavra que foi escrita por nossos pais. Eles não estão mais aqui para dela cuidar, ficar valente com quem queira adulterá-la, brigar por ela. Eles estão, todavia, pensando e escrevendo por nós.
Nesses dias descobri que o Acre é, de fato, um lugar especial. Surpreendente como o nosso povo discute os assuntos que lhe dizem respeito, mesmo que problemas mais básicos não tenham ainda sido superados. O jovem desempregado, o homem sem casa própria, a mulher na fila do hospital ou o ancião na ponta da rua aonde o asfalto ainda não chegou. Eles estão discutindo a beleza do acreano e o incômodo do acriano, mesmo sabendo que este último é o filho verdadeiro da língua.
Aqueles que andam sempre na rua de baixo, mesmo que assinem um dr antes do nome, vão questionar porque nós não estamos tratando dos problemas básicos do povo, como educação, saúde, emprego, moradia, transporte e saneamento. Vão, talvez, perguntar porque não estamos questionando os parlamentares semi-analfabetos que se elegem ou aqueles que resvalam para a corrupção.
Não perderemos tempo com esse assunto. O Acre é pequeno e todos se conhecem. O que vamos fazer é defender um ponto de vista: a nossa história como povo é mais importante do que a história da língua e esta não pode suprimir a história da palavra, que tem um mundo ao redor, um ritual, com dores humanas e alegrias, sentimentos coletivos e até revoluções.
Eu escrevo puraquê, nos tratados e nos concursos, e falo puraqué na rua. Eu escrevo bacuri e alimento o bacurim, sou picado pela tucandeira e escrevo tocandira, caço uma nambu e escrevo inambu, exconjuro a côa e escrevo acauã, há cem anos, às margens dos igarapés, nas casas de palha e de alvenaria. Eu falo acriano e escrevo acreano. Nós nunca brigamos, nesses cem anos, para que o Brasil ortográfico mudasse essas palavras criadas pela voz rouca de nossos pais.
Acreano é muito mais do que um adjetivo gentílico. Acreano é um personagem indígena, nordestino e revolucionário. Sua idade é de um século, sua pele é queimada pelo sol amazônico, marcada pelos insetos da floresta e suas mãos ainda têm a marca e o odor da pólvora de nossa revolução. Nossa história exige que, mesmo que insistam alguns doutores da ortografia, o mapinguari e a caipora nunca se tornem acrianos. Se o coração humano bate a cada segundo, o personagem acreano tem três bilhões de pulsos, mais cento e dez milhões e quatrocentas mil batidas de um coração.
Por que o Acordo Ortográfico está nos impondo o acriano como adjetivo gentílico? Em linguagem simples dá para compreender o fenômeno morfológico que ocorre com a palavra ‘Acre’. A sílaba tônica é ‘A-cre’ e, dessa forma, por ser átono o -e- de ‘Acre’, ele não permanece no radical da palavra derivada, havendo a vogal de ligação -i- para acomodar o radical ‘Acr-‘ ao sufixo ‘-ano: ‘acriano’. O fenômeno morfológico que determina o gentílico acriano não levou em conta que o uso consagra a forma, apesar do saber erudito, suas regras morfológicas e a história da língua.
Continuaremos a ter a mais indiscutível deferência a eruditos gramáticos como Antônio Houaiss, Aurélio e Celso Luft que consagraram o uso acriano, junto com a forma acreana. Mas, continuaremos lutando pela manutenção de nossa tradição secular de sermos grafados como acreanos. Imagine quem nasce na Coréia ser chamado de coriano, por causa de uma lei morfológica, que se sustenta numa intrincada engrenagem erudita de sílabas tônicas ou átonas e vogais de ligação.
O filólogo Evanildo Bechara, titular da Academia Brasileira de Letras, diz que, apesar de respeitar nossa resistência cultural, acreano com ‘e’ é um erro de história da língua, uma espécie de mentira morfológica. Se acreano é uma mentira morfológica, permaneceremos nela, porque é uma mentira contada por todo o povo, durante cem anos. E mentira que é contada por todo um povo, durante um século, deixa de ser mentira e passa a ser verdade histórica. E a história se torna palavra, como o Verbo que se fez carne ou a palavra que se fez luz.
E não foi acriano que da história e da revolução nasceu. Não foi acriano que surgiu das mãos valentes de Plácido de Castro e nem do seu sangue inocente. O general Pando não sofreu o vexame da derrota para os acrianos e nem o Tratado de Petrópolis deles se ocupou. E acrianos não são os filhos de Chico Mendes. Por que queimar milhares de cartas que chegavam do árido sertão, onde as mulheres amadas de nossos avós suspiravam e diziam: chegará o dia em que partirei e, às margens de um lago na bela terra acreana, eu te amarei.
A evolução lingüística não se faz por decreto, como se pudesse um pai fazer um acordo com outro pai sobre o amor e a paixão dos seus filhos. Ela está sujeita a leis históricas inexoráveis. O tupi foi proibido através da lei e as línguas indígenas foram abandonadas pelas próprias aldeias, a partir da vontade imposta pelo homem branco. Mas, nem a lei e nem a vontade branca mataram a história e a vida das línguas indígenas, sua sonoridade, seus significados milenares e sua afetividade.
O gentílico acreano originou-se do Aquiri (forma pela qual os exploradores da região transcreveram a palavra uwakuru, do dialeto dos índios Apurinãs). E nunca é demais lembrar que, antes dessa terra ser conhecida e explorada pelo homem branco, as coisas do mundo amazônico já possuíam nomes para designar o lugar, como os rios, as planícies, os lagos, os animais, as plantas. O acreano já existia antes do Acre, como uma profecia no imaginário indígena.
A chegada do homem branco deu início a um processo de aniquilamento físico e esfacelamento do universo cultural, de seu mundo lingüístico, e da organização econômica. Por isso, como uma nova esquadra de navios mercantes, a chegada desse novo acordo ortográfico assusta os acreanos e sua secular teimosia morfológica. É que nós temos passado. A árvore genealógica do Acre está viva. Nossos antepassados mais distantes ainda têm os seus nomes gravados em seus túmulos. Nosso passado é tão forte que se mistura ao presente, como o abraço de uma avó e a travessura de um bisneto.
E vamos continuar assim, apaixonados pela água da chuva, o barulho do vento, a dança indígena, a paz das aldeias, o amor ritual, a paixão acreana. É que vai ficar muito ruim a gente escrever uma poesia sobre a revolução acriana e não vai dar para mudar o verso do hino que fala do sol amazônico que ‘enche’ o peito de cada acreano.
* Moisés Diniz é deputado estadual do PCdoB do Acre
sexta-feira, 10 de abril de 2009
"FOTOLHAR"
O SESC realiza de 18 de maio a 12 de junho o curso de fotografia “Fotolhar” com o fotografo Antonio Alcântara, inscrições apartir de 06 de maio na central de atendimento do SESC Centro, no valor comerciário R$ 50,00 e Usuário R$ 100,00. Os inscritos devem trazer maquina fotográfica de no mínimo 5 Mp e ser maior de 18 anos.
Informações: (68) 3212 2827
Informações: (68) 3212 2827
quinta-feira, 9 de abril de 2009
SEMANA SANTA
Semana Santa é sempre assim: não pode comer carne, jogar futebol, beber cerveja e por ai vai...Haja sacrificios em nome de Cristo.
No Wikipédia, a enciclopédia livre na internet, tem um resumão sobre a semana santa. Clique aqui para ler sobre o assunto.
A foto acima era só pra ilustrar uma das privações citadas inicialmente.
Foto: Diego Gurgel
No Wikipédia, a enciclopédia livre na internet, tem um resumão sobre a semana santa. Clique aqui para ler sobre o assunto.
A foto acima era só pra ilustrar uma das privações citadas inicialmente.
Foto: Diego Gurgel
quarta-feira, 8 de abril de 2009
CONTA SALGADA
Demorou, mas a verdade apareceu. A filha do senador Tião Viana (PT-AC) gastou R$ 14 mil em ligações com o celular do Senado que seu pai a emprestou para a viagem dela ao México, em janeiro. O valor da farra é revelado na edição de hoje de O Estado de S. Paulo, em reportagem assinada pelos jornalistas Rui Nogueira e João Bosco Rabello. Segundo o Estadão, o senador Tião Viana só revelou o valor da conta após ser confrontado com o levantamento feito pelo jornal.
O valor gasto pela filha do senador corresponde a 623 famílias cadastradas no programa Bolsa Família no Acre. A média acreana é de 224 mil famílias beneficiadas e um gasto de 5,3 miilhões. Isso dá 94,6 reais por família ou 23,66 por pessoa dessas famílias. No fim das contas, R$ 14 mil gastos pela filha o senador Tião Viana daria para ajudar matar a fome de mais de 600 famílias que vivem na miséria no Acre.
Aplicado em saúde, o valor torrado pela filha de Tião – que é médico – daria para atender 952 pessoas pelo Sistema Único de saúde (SUS). O gasto anual per capita com saúde no Acre é de 186 reais e uma média mensal é de 15,5. O montante de R$ 14.758 corresponde ao que o governo federal gasta por mês com a saúde de 952 pessoas no Acre.
Ao justificar o empréstimo do celular, Viana – que queria ser presidente do Senado – deu uma desculpa nada convincente. Disse ter agido como pai preocupado com a ausência da filha do País, mas admitiu: “Eu cometi um erro, paguei caro por esse erro e juro que foi a única vez em que emprestei o celular”. Abaixo, a reportagem de O Estado de S. Paulo sobre o caso:
Conta de celular do Senado usado pela filha de Viana foi de R$ 14
Por Rui Nogueira e João Bosco Rabello
A conta do telefone celular do Senado que o senador Tião Viana (PT-AC) emprestou à filha em viagem de férias ao México foi de R$ 14.758,07. O valor, ocultado por Viana, corresponde a 20 dias de uso - de 2 a 22 de janeiro - e foi pago por ele após a denúncia de adversários na guerra em que se transformou o Senado com a eleição de José Sarney (PMDB-AP) para a presidência. O próprio senador, que se negara a fornecer o valor da conta, se viu obrigado, ontem, a confirmá-lo quando confrontado com levantamento feito pelo Estado.
Viana insistiu na justificativa de ter agido como pai preocupado com a ausência da filha do País. "Eu cometi um erro, paguei caro por esse erro e juro que foi a única vez em que emprestei o celular. Minha decisão foi tomada por puro instinto paternal, querendo manter contato com minha filha pelo fato de que ela e uma amiga atravessaram o México em uma viagem de ônibus", disse.
No dia 18 março, abalado pela denúncia de uso indevido de prerrogativa exclusiva do senador, que possui telefone celular sem limite de gastos e pago com dinheiro público, Viana depositou o valor na conta da administração do Senado.
O diretor-geral da Casa, Alexandre Gazineo, acha o caso de Viana menos grave que outros em exame pela administração da Casa - pelo valor e por ter sido a única vez em que Viana cometeu o desvio. Significa que há outros casos semelhantes e contas muito mais expressivas. "O senador Tião Viana está sendo crucificado, mas a conta do telefone celular que ele emprestou à filha está longe de ser das maiores", disse.
O Estado apurou com dois senadores que há contas de celulares da Casa que ultrapassam os R$ 100 mil.
Pente-fino
A administração do Senado está passando um pente-fino nos gastos com os celulares. Além disso, a direção-geral abriu uma sindicância para investigar como e por que o ex-diretor da Secretaria de Telecomunicações Carlos Roberto Muniz tinha em seu poder um dossiê com gastos telefônicos de parlamentares, no qual alguns nomes de senadores aparecem com uma anotação manuscrita indicando quanto do valor global da conta é irregular. Muniz foi exonerado da função na semana passada, por ordem do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), primeiro-secretário da Casa.
Ano passado, o Senado gastou cerca de R$ 500 mil com contas de celulares. Os senadores não têm limite de gasto, mas o diretor-geral e os chefes de gabinete têm cota de R$ 350 e R$ 300, respectivamente.
A história do celular emprestado pelo senador Tião Viana veio à tona em meio à briga política envolvendo PT e PMDB, depois da vitória do senador José Sarney (PMDB-AP) para a presidência da Casa. Viana, o derrotado, foi praticamente rifado pelo Palácio do Planalto, que preferiu apoiar um nome peemedebista para ajudar na montagem do palanque eleitoral de 2010 em favor da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) como candidata de Lula à sua sucessão.
Sogra
No rol dos desmandos administrativos, o artifício usado pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL) para aumentar o salário de um assessor é considerado inusitado. Para reforçar a remuneração do assessor de imprensa Douglas de Felice, o senador permitiu que ele increvesse na folha de pagamento a própria sogra.
O Senado, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, paga R$ 4.900 para a funcionária Amélia Neli Pizatto, 51 anos, sogra de Douglas. O dinheiro vai, na verdade, para o genro. Apesar de procurados insistentemente, nem o senador nem o assessor quiseram falar com a reportagem do Estado.
Leia mais sobre o assunto em O Estado de S. Paulo, clicando aqui.
O valor gasto pela filha do senador corresponde a 623 famílias cadastradas no programa Bolsa Família no Acre. A média acreana é de 224 mil famílias beneficiadas e um gasto de 5,3 miilhões. Isso dá 94,6 reais por família ou 23,66 por pessoa dessas famílias. No fim das contas, R$ 14 mil gastos pela filha o senador Tião Viana daria para ajudar matar a fome de mais de 600 famílias que vivem na miséria no Acre.
Aplicado em saúde, o valor torrado pela filha de Tião – que é médico – daria para atender 952 pessoas pelo Sistema Único de saúde (SUS). O gasto anual per capita com saúde no Acre é de 186 reais e uma média mensal é de 15,5. O montante de R$ 14.758 corresponde ao que o governo federal gasta por mês com a saúde de 952 pessoas no Acre.
Ao justificar o empréstimo do celular, Viana – que queria ser presidente do Senado – deu uma desculpa nada convincente. Disse ter agido como pai preocupado com a ausência da filha do País, mas admitiu: “Eu cometi um erro, paguei caro por esse erro e juro que foi a única vez em que emprestei o celular”. Abaixo, a reportagem de O Estado de S. Paulo sobre o caso:
Conta de celular do Senado usado pela filha de Viana foi de R$ 14
Por Rui Nogueira e João Bosco Rabello
A conta do telefone celular do Senado que o senador Tião Viana (PT-AC) emprestou à filha em viagem de férias ao México foi de R$ 14.758,07. O valor, ocultado por Viana, corresponde a 20 dias de uso - de 2 a 22 de janeiro - e foi pago por ele após a denúncia de adversários na guerra em que se transformou o Senado com a eleição de José Sarney (PMDB-AP) para a presidência. O próprio senador, que se negara a fornecer o valor da conta, se viu obrigado, ontem, a confirmá-lo quando confrontado com levantamento feito pelo Estado.
Viana insistiu na justificativa de ter agido como pai preocupado com a ausência da filha do País. "Eu cometi um erro, paguei caro por esse erro e juro que foi a única vez em que emprestei o celular. Minha decisão foi tomada por puro instinto paternal, querendo manter contato com minha filha pelo fato de que ela e uma amiga atravessaram o México em uma viagem de ônibus", disse.
No dia 18 março, abalado pela denúncia de uso indevido de prerrogativa exclusiva do senador, que possui telefone celular sem limite de gastos e pago com dinheiro público, Viana depositou o valor na conta da administração do Senado.
O diretor-geral da Casa, Alexandre Gazineo, acha o caso de Viana menos grave que outros em exame pela administração da Casa - pelo valor e por ter sido a única vez em que Viana cometeu o desvio. Significa que há outros casos semelhantes e contas muito mais expressivas. "O senador Tião Viana está sendo crucificado, mas a conta do telefone celular que ele emprestou à filha está longe de ser das maiores", disse.
O Estado apurou com dois senadores que há contas de celulares da Casa que ultrapassam os R$ 100 mil.
Pente-fino
A administração do Senado está passando um pente-fino nos gastos com os celulares. Além disso, a direção-geral abriu uma sindicância para investigar como e por que o ex-diretor da Secretaria de Telecomunicações Carlos Roberto Muniz tinha em seu poder um dossiê com gastos telefônicos de parlamentares, no qual alguns nomes de senadores aparecem com uma anotação manuscrita indicando quanto do valor global da conta é irregular. Muniz foi exonerado da função na semana passada, por ordem do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), primeiro-secretário da Casa.
Ano passado, o Senado gastou cerca de R$ 500 mil com contas de celulares. Os senadores não têm limite de gasto, mas o diretor-geral e os chefes de gabinete têm cota de R$ 350 e R$ 300, respectivamente.
A história do celular emprestado pelo senador Tião Viana veio à tona em meio à briga política envolvendo PT e PMDB, depois da vitória do senador José Sarney (PMDB-AP) para a presidência da Casa. Viana, o derrotado, foi praticamente rifado pelo Palácio do Planalto, que preferiu apoiar um nome peemedebista para ajudar na montagem do palanque eleitoral de 2010 em favor da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) como candidata de Lula à sua sucessão.
Sogra
No rol dos desmandos administrativos, o artifício usado pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL) para aumentar o salário de um assessor é considerado inusitado. Para reforçar a remuneração do assessor de imprensa Douglas de Felice, o senador permitiu que ele increvesse na folha de pagamento a própria sogra.
O Senado, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, paga R$ 4.900 para a funcionária Amélia Neli Pizatto, 51 anos, sogra de Douglas. O dinheiro vai, na verdade, para o genro. Apesar de procurados insistentemente, nem o senador nem o assessor quiseram falar com a reportagem do Estado.
Leia mais sobre o assunto em O Estado de S. Paulo, clicando aqui.
terça-feira, 7 de abril de 2009
segunda-feira, 6 de abril de 2009
ORLEIR CAMELI É DENUNCIADO PELO MPF
Por Hermington Franco
O Ministério Público Federal no Acre (MPF/AC) apresentou denúncia à Justiça Federal, contra Orleir Messas Cameli e Orleilson Gonçalves Cameli (Construtora Colorado Ltda) e o engenheiro civil Juan Carlos Tamwing Isihuchi, representante do município de Cruzeiro do Sul na fiscalização e coordenação de obras de pavimentação e drenagem em logradouros naquela cidade. O município de Cruzeiro do Sul fica a cerca de 710 quilômetros de Rio Branco.
De acordo com a denúncia, de um convênio que teria liberado pouco mais de R$ 4 milhões, teriam sido desviados R$ 1,8 milhão. As verbas federais eram provenientes de convênio entre o Ministério da Integração Nacional e o Município de Cruzeiro do Sul, cujo prefeito, à época, era o atual vice-governador do Acre, Carlos César Correia de Messias.
Também chamou a atenção da investigação o fato de ter havido apenas uma empresa concorrendo na licitação, a Construtora Colorado, e esta ser de propriedade justamente de um primo do ex-prefeito, no caso, o ex-governador do Acre Orleir Cameli.
A perícia realizada pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal detectou irregularidades nas obras, realizadas entre os anos de 2002 e 2003. Segundo os laudos da PF, ocorreram alterações na qualidade e na quantidade dos serviços prestados.
As principais irregularidades apontadas foram a substituição do material usado no asfaltamento, tendo sido aplicada uma qualidade inferior ao que foi contratado e pago. Nesse item, inclusive, a PF detectou que além de substituir o asfalto, o município superfaturou o preço do material em mais de 30,5%, ou seja, além de utilizar revestimento mais barato do que o orçado no contrato, a municipalidade pagou à Construtora Colorado o valor referente ao insumo mais caro, com sobrepreço de 30,5% em relação ao preço real.
A capa asfáltica aplicada em várias ruas constantes do contrato deveria ser de 5cm de espessura, mas a perícia identificou aplicação abaixo do previsto, tendo as medições apontado capa asfáltica de 2cm de espessura. Isso comprometeu a qualidade e a durabilidade do serviço, gerando manutenção precoce nas vias e consequente prejuízo aos cofre públicos. Com relação ao volume de material, também foi detectada a diferença de mais de 1,3 mil metros cúbicos de asfalto entre a quantidade usada e a que fora paga.
O ex-prefeito César Messias, que autorizou os pagamentos e emitiu termo de aceitação final da obra, poderá ser acionado na esfera penal via Procuradoria Regional da Primeira Região, por deter a prerrogativa de foro especial, tendo em vista ocupar atualmente o cargo de vice-governador do Estado.
Improbidade Administrativa
O MPF/AC também ingressou com ação civil de improbidade administrativa contra os mesmos denunciados, inclusive o vice-governador César Messias, cujo foro especial não se estende à esfera cível.
A lei da improbidade administrativa atinge tanto exercentes de funções públicas quanto particulares que se beneficiem ou possibilitem que outros se beneficiem de eventuais práticas delituosas, como as que foram comprovadas pela perícia da PF e que demonstram a prática de atos que causaram prejuízo ao erário, bem como enriquecimento ilícito e desrespeito a princípios basilares da Administração Pública, como a legalidade e a eficiência.
Caso a Justiça condene os empresários e gestores públicos, estes deverão ressarcir ao erário os mais de R$ 1,8 milhão desviados, mais multa de três vezes este valor (R$ 5,4 milhões), além de sofrerem as demais penalidades previstas em lei, como a suspensão dos direitos políticos, perda das funções públicas e a indisponibilidade de bens, impossibilidade de contratar com o poder público ou receber benefícios fiscais ou creditícios. Empresas das quais os acusados sejam, ou venham a ser sócios, também podem receber sanções idênticas.
O Ministério Público Federal no Acre (MPF/AC) apresentou denúncia à Justiça Federal, contra Orleir Messas Cameli e Orleilson Gonçalves Cameli (Construtora Colorado Ltda) e o engenheiro civil Juan Carlos Tamwing Isihuchi, representante do município de Cruzeiro do Sul na fiscalização e coordenação de obras de pavimentação e drenagem em logradouros naquela cidade. O município de Cruzeiro do Sul fica a cerca de 710 quilômetros de Rio Branco.
De acordo com a denúncia, de um convênio que teria liberado pouco mais de R$ 4 milhões, teriam sido desviados R$ 1,8 milhão. As verbas federais eram provenientes de convênio entre o Ministério da Integração Nacional e o Município de Cruzeiro do Sul, cujo prefeito, à época, era o atual vice-governador do Acre, Carlos César Correia de Messias.
Também chamou a atenção da investigação o fato de ter havido apenas uma empresa concorrendo na licitação, a Construtora Colorado, e esta ser de propriedade justamente de um primo do ex-prefeito, no caso, o ex-governador do Acre Orleir Cameli.
A perícia realizada pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal detectou irregularidades nas obras, realizadas entre os anos de 2002 e 2003. Segundo os laudos da PF, ocorreram alterações na qualidade e na quantidade dos serviços prestados.
As principais irregularidades apontadas foram a substituição do material usado no asfaltamento, tendo sido aplicada uma qualidade inferior ao que foi contratado e pago. Nesse item, inclusive, a PF detectou que além de substituir o asfalto, o município superfaturou o preço do material em mais de 30,5%, ou seja, além de utilizar revestimento mais barato do que o orçado no contrato, a municipalidade pagou à Construtora Colorado o valor referente ao insumo mais caro, com sobrepreço de 30,5% em relação ao preço real.
A capa asfáltica aplicada em várias ruas constantes do contrato deveria ser de 5cm de espessura, mas a perícia identificou aplicação abaixo do previsto, tendo as medições apontado capa asfáltica de 2cm de espessura. Isso comprometeu a qualidade e a durabilidade do serviço, gerando manutenção precoce nas vias e consequente prejuízo aos cofre públicos. Com relação ao volume de material, também foi detectada a diferença de mais de 1,3 mil metros cúbicos de asfalto entre a quantidade usada e a que fora paga.
O ex-prefeito César Messias, que autorizou os pagamentos e emitiu termo de aceitação final da obra, poderá ser acionado na esfera penal via Procuradoria Regional da Primeira Região, por deter a prerrogativa de foro especial, tendo em vista ocupar atualmente o cargo de vice-governador do Estado.
Improbidade Administrativa
O MPF/AC também ingressou com ação civil de improbidade administrativa contra os mesmos denunciados, inclusive o vice-governador César Messias, cujo foro especial não se estende à esfera cível.
A lei da improbidade administrativa atinge tanto exercentes de funções públicas quanto particulares que se beneficiem ou possibilitem que outros se beneficiem de eventuais práticas delituosas, como as que foram comprovadas pela perícia da PF e que demonstram a prática de atos que causaram prejuízo ao erário, bem como enriquecimento ilícito e desrespeito a princípios basilares da Administração Pública, como a legalidade e a eficiência.
Caso a Justiça condene os empresários e gestores públicos, estes deverão ressarcir ao erário os mais de R$ 1,8 milhão desviados, mais multa de três vezes este valor (R$ 5,4 milhões), além de sofrerem as demais penalidades previstas em lei, como a suspensão dos direitos políticos, perda das funções públicas e a indisponibilidade de bens, impossibilidade de contratar com o poder público ou receber benefícios fiscais ou creditícios. Empresas das quais os acusados sejam, ou venham a ser sócios, também podem receber sanções idênticas.
NENHUMA RIGIDEZ É IMUTÁVEL NA REGRA ORTOGRÁFICA
Por Luisa Lessa Galvão*
No Acre, há 106 anos, tem-se o uso consagrado de ACREANO. Este gentílico faz parte da memória cultural, integra-se à história, à memória do lugar. E um povo sem história é povo sem memória. A expressividade acreana está presente nos textos históricos e oficiais, nos registros em cartório, na sagração de usos de toda gente. Até mesmo os dicionários respeitáveis do idioma pátrio, como Nascentes, Aulete, Aurélio e Houaiss, trazem as duas formas, ou seja, duas variações: acreano e acriano. E no decorrer de mais um século as pessoas escreveram somente ACREANO. E, agora, por conta de um Acordo Ortográfico as pessoas devem abandonar sua história, tradições, costumes, usos?
Este gentílico não é um invento de ocasião, um fato de palavra, mas um fato de linguagem que faz parte da cultura, da tradição regional, da alma do povo. E, diferentemente do entendimento de cultura, pelo senso comum, como erudição ou etiqueta, a cultura apresenta uma série de paradoxos, cujos estudos e interpretações conduzem à compreensão mais realista do fenômeno, pois, embora universal na experiência, a linguagem se apresenta, em suas manifestações regionais, com características únicas, distintas. A cultura configura e determina o curso da vida das sociedades.
Entende-se por cultura o conjunto de manifestações artísticas, sociais, históricas, lingüísticas e comportamentais de um povo ou civilização. Portanto, fazem parte da cultura as seguintes atividades e manifestações: música, teatro, rituais religiosos, língua falada e escrita, mitos, hábitos alimentares, danças, arquitetura, invenções, pensamentos, formas de organização social, etc.
Assim, no caso do gentílico acreano -- impregnado da cultura e da tradição regional – nasceu do topônimo Acre. E, como diz Dick (1990), ele integra um processo pleno de motivação a partir do qual é possível deduzir conexões entre o nome e a área geográfico-social por ele designada, entre o nome e a tradição, entre o nome e a história, entre o nome e os costumes.
Então, essa imposição que faz o Acordo Ortográfico, contraria todo o ensinamento de que “os homens fazem as línguas e não a língua os homens”, como disse Fernão de Oliveira, em 1536. Justo será manter as duas variantes, como sempre existiu: a histórica e a lingüística. A histórica realça o valor da tradição, da história, dos costumes de um povo. A lingüística, para contentar os normalistas do idioma. Isso não é pedir muito, porquanto o Acordo está repleto de concessões ou exceções, palavras com acento agudo ou circunflexo, palavras com consoantes mudas, enfim, muitas quebras de unidade entre o cânone europeu e o brasileiro.
A Base I, item 3º, diz que ‘os vocábulos autorizados registrarão grafias alternativas admissíveis’. Na Base II, pela etimologia se mantém o h em herbáceo, mas pela consagração do uso ele permanece suprimido em erva. A Base III aborda a diferença no emprego de homofonia, afirmando que o uso de uma ou outra forma se regula pela história das palavras. Na Base IV, está escrito que se conservam ou se eliminam, facultativamente, alguns fonemas de palavras como aspecto ou aspeto, caracteres ou carateres, dicção ou dição, corrupto ou corruto, recepção, receção etc. Ainda, na Base IV, item 3º, conservam-se ou eliminam-se, facultativamente, o b, bt, g, gd de palavras como: subtil e seus derivados; amígdala ou amídala etc.
Na Base VII, admitem-se, excepcionalmente, o uso dos ditongos orais que tanto podem ser tônicos quanto átomos, representados nos antropónimos/antropônimos como Caetana, Caetano, caetaninha. Na Base VIII, avista-se, também, a possibilidade de dupla grafia em académico [português europeu] ou acadêmico [português do Brasil], bidé ou bidê, croché ou crochê, dentre outras formas.
Percebe-se, nos poucos exemplos [há muito mais] que nenhuma rigidez é imutável na regra ortográfica, como também não é na vida. E a língua é personificada na vida das pessoas, pelo uso, pela significação, pelo contexto histórico e pela tradição. E, dessa forma, uma inovação pode ser rejeitada (por alguns, pelo menos) se parecer não-funcional ou eventualmente menos elegante que uma forma/sentido já existente, bem ao gosto da comunidade, enraizada entre seus membros, que tenha ganhado a força da tradição.
Por tudo isso, as Ciências Humanas, por mais magníficos e atraentes que sejam seus argumentos lógicos e dialéticos, não propiciam arcabouço seguro para tirar dessa terra acreana o seu gentílico consagrado. Assim, é imperioso a Academia Brasileira de Letras preservar as duas variantes. A primeira, porque carrega a história da saga acreana e traduz, de forma plena, o gentílico da pessoa nascida no Acre. A segunda, porque se ajusta aos preceitos de estudiosos consagrados, que já registram a variante, há bastante tempo, em suas obras lexicográficas.
Concluindo, diz-se que a importância de ser acreano confunde-se com o próprio sentido do mundo em que se vive. Pois mais que um ecossistema, região ou bioma, mais que a porção mais verdejante do planeta, o Acre é um poema. E a linguagem -- como diz Fernando Pessoa -- fez-se para que nos sirvamos dela, não para que a sirvamos a ela.
DICAS DE GRAMÁTICA
POR QUE USAR A LETRA H SE ELA NÃO REPRESENTA NENHUM SOM?
Realmente ela não possui valor fonético, mas continua sendo usada em nossa língua por força da etimologia e da tradição. Emprega-se o H quando etimológico: horizonte, hulha, herbáceo etc, mas por tradição escreve-se erva e não herva.
Emprega-se, também o h no meio do substantivo próprio Bahia (Estado do Brasil), por tradição.
*É Pós-Doutora em Lexicologia e Lexicografia pela Université de Montréal, Canadá; Doutora em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; Membro da Academia Brasileira de Filologia: Membro da Academia Acreana de Letras.
No Acre, há 106 anos, tem-se o uso consagrado de ACREANO. Este gentílico faz parte da memória cultural, integra-se à história, à memória do lugar. E um povo sem história é povo sem memória. A expressividade acreana está presente nos textos históricos e oficiais, nos registros em cartório, na sagração de usos de toda gente. Até mesmo os dicionários respeitáveis do idioma pátrio, como Nascentes, Aulete, Aurélio e Houaiss, trazem as duas formas, ou seja, duas variações: acreano e acriano. E no decorrer de mais um século as pessoas escreveram somente ACREANO. E, agora, por conta de um Acordo Ortográfico as pessoas devem abandonar sua história, tradições, costumes, usos?
Este gentílico não é um invento de ocasião, um fato de palavra, mas um fato de linguagem que faz parte da cultura, da tradição regional, da alma do povo. E, diferentemente do entendimento de cultura, pelo senso comum, como erudição ou etiqueta, a cultura apresenta uma série de paradoxos, cujos estudos e interpretações conduzem à compreensão mais realista do fenômeno, pois, embora universal na experiência, a linguagem se apresenta, em suas manifestações regionais, com características únicas, distintas. A cultura configura e determina o curso da vida das sociedades.
Entende-se por cultura o conjunto de manifestações artísticas, sociais, históricas, lingüísticas e comportamentais de um povo ou civilização. Portanto, fazem parte da cultura as seguintes atividades e manifestações: música, teatro, rituais religiosos, língua falada e escrita, mitos, hábitos alimentares, danças, arquitetura, invenções, pensamentos, formas de organização social, etc.
Assim, no caso do gentílico acreano -- impregnado da cultura e da tradição regional – nasceu do topônimo Acre. E, como diz Dick (1990), ele integra um processo pleno de motivação a partir do qual é possível deduzir conexões entre o nome e a área geográfico-social por ele designada, entre o nome e a tradição, entre o nome e a história, entre o nome e os costumes.
Então, essa imposição que faz o Acordo Ortográfico, contraria todo o ensinamento de que “os homens fazem as línguas e não a língua os homens”, como disse Fernão de Oliveira, em 1536. Justo será manter as duas variantes, como sempre existiu: a histórica e a lingüística. A histórica realça o valor da tradição, da história, dos costumes de um povo. A lingüística, para contentar os normalistas do idioma. Isso não é pedir muito, porquanto o Acordo está repleto de concessões ou exceções, palavras com acento agudo ou circunflexo, palavras com consoantes mudas, enfim, muitas quebras de unidade entre o cânone europeu e o brasileiro.
A Base I, item 3º, diz que ‘os vocábulos autorizados registrarão grafias alternativas admissíveis’. Na Base II, pela etimologia se mantém o h em herbáceo, mas pela consagração do uso ele permanece suprimido em erva. A Base III aborda a diferença no emprego de homofonia, afirmando que o uso de uma ou outra forma se regula pela história das palavras. Na Base IV, está escrito que se conservam ou se eliminam, facultativamente, alguns fonemas de palavras como aspecto ou aspeto, caracteres ou carateres, dicção ou dição, corrupto ou corruto, recepção, receção etc. Ainda, na Base IV, item 3º, conservam-se ou eliminam-se, facultativamente, o b, bt, g, gd de palavras como: subtil e seus derivados; amígdala ou amídala etc.
Na Base VII, admitem-se, excepcionalmente, o uso dos ditongos orais que tanto podem ser tônicos quanto átomos, representados nos antropónimos/antropônimos como Caetana, Caetano, caetaninha. Na Base VIII, avista-se, também, a possibilidade de dupla grafia em académico [português europeu] ou acadêmico [português do Brasil], bidé ou bidê, croché ou crochê, dentre outras formas.
Percebe-se, nos poucos exemplos [há muito mais] que nenhuma rigidez é imutável na regra ortográfica, como também não é na vida. E a língua é personificada na vida das pessoas, pelo uso, pela significação, pelo contexto histórico e pela tradição. E, dessa forma, uma inovação pode ser rejeitada (por alguns, pelo menos) se parecer não-funcional ou eventualmente menos elegante que uma forma/sentido já existente, bem ao gosto da comunidade, enraizada entre seus membros, que tenha ganhado a força da tradição.
Por tudo isso, as Ciências Humanas, por mais magníficos e atraentes que sejam seus argumentos lógicos e dialéticos, não propiciam arcabouço seguro para tirar dessa terra acreana o seu gentílico consagrado. Assim, é imperioso a Academia Brasileira de Letras preservar as duas variantes. A primeira, porque carrega a história da saga acreana e traduz, de forma plena, o gentílico da pessoa nascida no Acre. A segunda, porque se ajusta aos preceitos de estudiosos consagrados, que já registram a variante, há bastante tempo, em suas obras lexicográficas.
Concluindo, diz-se que a importância de ser acreano confunde-se com o próprio sentido do mundo em que se vive. Pois mais que um ecossistema, região ou bioma, mais que a porção mais verdejante do planeta, o Acre é um poema. E a linguagem -- como diz Fernando Pessoa -- fez-se para que nos sirvamos dela, não para que a sirvamos a ela.
DICAS DE GRAMÁTICA
POR QUE USAR A LETRA H SE ELA NÃO REPRESENTA NENHUM SOM?
Realmente ela não possui valor fonético, mas continua sendo usada em nossa língua por força da etimologia e da tradição. Emprega-se o H quando etimológico: horizonte, hulha, herbáceo etc, mas por tradição escreve-se erva e não herva.
Emprega-se, também o h no meio do substantivo próprio Bahia (Estado do Brasil), por tradição.
*É Pós-Doutora em Lexicologia e Lexicografia pela Université de Montréal, Canadá; Doutora em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; Membro da Academia Brasileira de Filologia: Membro da Academia Acreana de Letras.
domingo, 5 de abril de 2009
BRASILÉIA: A CIDADE DO TRÁFICO É DO MEDO
Neste domingo, 5, a versão online do Correio Braziliense traz a matéria com o seguinte titulo: Cidade da fronteira entre Brasil e Bolívia sofre com a violência. No texto do jornalista Edson Luiz, a localidade citada é o município de Brasiléia, interior do Acre, um dos maiores trechos de tráfico de drogas do País. Segundo a reportagem, cerca de 15% da droga apreendida no mês de março no Brasil é oriunda da cidade acreana.
Leia na integra:
Cidade da fronteira entre Brasil e Bolívia sofre com a violência
Por: Edson Luiz - Correio Braziliense
Localizado na fronteira do Acre com a Bolívia, o município de Brasileia poderia ser um dos melhores pontos turísticos e econômicos do Acre, por causa de extrativismo, comércio de produtos importados e agricultura. Porém, nos últimos três anos passou a ser considerada a cidade do medo, por causa do tráfico, roubo de veículos e violência. Uma ponte construída para integrar brasileiros e bolivianos é hoje o principal corredor de entrada de cocaína no Brasil. Por lá passaram pelo menos 15% da droga apreendida no país no mês passado. A situação é tão grave que o juiz local enviou uma carta pedindo socorro ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em três anos, foram registrados 1,2 mil novos processos na cidade, que tem 9 mil habitantes na área urbana.
Na correspondência encaminhada ao presidente da República, o juiz Leandro Leri Gross afirma que a Ponte Wilson Pinheiro, construída em 2004 pelo governo estadual, não possui qualquer fiscalização. “A ponte também é utilizada para a entrada de substância entorpecente (tráfico internacional), descaminho e contrabando, fato que automaticamente gera o aumento da criminalidade”, escreveu Gross a Lula. Ele cita na correspondência diversos fatos em que presos eram reincidentes por várias vezes. Um deles, por exemplo, de um ladrão de motocicleta, que havia sido detido pela quinta vez.
A partir da construção da Ponte Wilson Pinheiro, Brasileia se transformou em uma espécie de Foz do Iguaçu, por onde passam produtos contrabandeados, droga e armas. De toda a cocaína apreendida (pouco mais de uma tonelada) em março no país, cerca de 200kg partiram de lá. “Houve um aumento considerável do tráfico”, diz Gross. Segundo ele, apenas quando o Exército ocupou a fronteira, por causa dos conflitos na Bolívia, houve uma queda. “Mesmo assim, nos últimos três anos tivemos um crescimento de 100% nos processos criminais”, ressalta o juiz. O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, afirmou que vai aumentar o efetivo da corporação não apenas na cidade, mas em outros estados da Amazônia, com novos agentes que se formaram recentemente.
Pedido
Gross disse ao Correio que os principais fatos ocorrem nos fins de semana, quando a cidade recebe muitos visitantes por causa da zona franca na cidade boliviana de Cobija, do outro lado do Rio Xapuri, que divide os dois países. “Apesar dos esforços e dedicação das Polícias Federal, Militar e Civil, entendo que são insuficientes para o controle da criminalidade, razões e motivos que devem ser revistos”, afirmou o juiz na carta ao presidente.
Com ruas largas, enfeitadas por coqueiros centenários, e casas de arquitetura ainda da época áurea da extração da borracha, Brasileia nasceu como distrito de Brasília, em 1938, transformando em uma das mais importantes cidades do Vale do Acre anos depois. Também foi palco de batalhas sangrentas na revolução acreana, em 1902, e de lutas pela terra, na década de 1970. Foi no município, depois de ser acusado de incitar trabalhadores rurais, que o presidente Lula foi processado pela Lei de Segurança Nacional.
Leia na integra:
Cidade da fronteira entre Brasil e Bolívia sofre com a violência
Por: Edson Luiz - Correio Braziliense
Localizado na fronteira do Acre com a Bolívia, o município de Brasileia poderia ser um dos melhores pontos turísticos e econômicos do Acre, por causa de extrativismo, comércio de produtos importados e agricultura. Porém, nos últimos três anos passou a ser considerada a cidade do medo, por causa do tráfico, roubo de veículos e violência. Uma ponte construída para integrar brasileiros e bolivianos é hoje o principal corredor de entrada de cocaína no Brasil. Por lá passaram pelo menos 15% da droga apreendida no país no mês passado. A situação é tão grave que o juiz local enviou uma carta pedindo socorro ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em três anos, foram registrados 1,2 mil novos processos na cidade, que tem 9 mil habitantes na área urbana.
Na correspondência encaminhada ao presidente da República, o juiz Leandro Leri Gross afirma que a Ponte Wilson Pinheiro, construída em 2004 pelo governo estadual, não possui qualquer fiscalização. “A ponte também é utilizada para a entrada de substância entorpecente (tráfico internacional), descaminho e contrabando, fato que automaticamente gera o aumento da criminalidade”, escreveu Gross a Lula. Ele cita na correspondência diversos fatos em que presos eram reincidentes por várias vezes. Um deles, por exemplo, de um ladrão de motocicleta, que havia sido detido pela quinta vez.
A partir da construção da Ponte Wilson Pinheiro, Brasileia se transformou em uma espécie de Foz do Iguaçu, por onde passam produtos contrabandeados, droga e armas. De toda a cocaína apreendida (pouco mais de uma tonelada) em março no país, cerca de 200kg partiram de lá. “Houve um aumento considerável do tráfico”, diz Gross. Segundo ele, apenas quando o Exército ocupou a fronteira, por causa dos conflitos na Bolívia, houve uma queda. “Mesmo assim, nos últimos três anos tivemos um crescimento de 100% nos processos criminais”, ressalta o juiz. O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, afirmou que vai aumentar o efetivo da corporação não apenas na cidade, mas em outros estados da Amazônia, com novos agentes que se formaram recentemente.
Pedido
Gross disse ao Correio que os principais fatos ocorrem nos fins de semana, quando a cidade recebe muitos visitantes por causa da zona franca na cidade boliviana de Cobija, do outro lado do Rio Xapuri, que divide os dois países. “Apesar dos esforços e dedicação das Polícias Federal, Militar e Civil, entendo que são insuficientes para o controle da criminalidade, razões e motivos que devem ser revistos”, afirmou o juiz na carta ao presidente.
Com ruas largas, enfeitadas por coqueiros centenários, e casas de arquitetura ainda da época áurea da extração da borracha, Brasileia nasceu como distrito de Brasília, em 1938, transformando em uma das mais importantes cidades do Vale do Acre anos depois. Também foi palco de batalhas sangrentas na revolução acreana, em 1902, e de lutas pela terra, na década de 1970. Foi no município, depois de ser acusado de incitar trabalhadores rurais, que o presidente Lula foi processado pela Lei de Segurança Nacional.
BINHO ERA FELIZ E NÃO SABIA
O governador do Acre, Arnóbio Marques, na ânsia de popularizar sua administração, acaba enfiando os pés pelas mãos. Já é a segunda vez, em menos de um mês, que o administrador maior da terra de Chico Mendes, mete o próprio dedo na ratoeira.
Na primeira intervenção, Binho Marques defendeu com unhas e dentes o Assessor Especial dos Povos Indígenas do Estado Francisco Pianko, contra as acusações de estupro em aldeias no interior do Acre. “Eu não vou afastá-lo do cargo”, decretou.
Nesse caso, Pianko está sendo investigado pelo Ministério Publico Federal com o apoio da Policia Federal. Esses órgãos prometem dar uma resposta sobre o assunto em breve.
Marques disparou criticas aos jornalistas por causa da repercussão do caso Pianko. Nenhum nome de profissional da comunicação foi citado, mas ficou no ar uma impressão de que houve exagero em suas palavras, generalizando com a categoria.
No entanto, o petista falou como sendo o homem que pagava as contas dos jornais. No sentido de que ou seguem a cartilha ou rua. Os contratos de publicidade dos periódicos locais com o governo seriam cancelados. A mamata acabaria.
Lembrando que donos de jornais, em suas colunas, pediram a cabeça do assessor indígena.
Na mesma ocasião, Binho disse a frase marcante, que inaugura o segundo dedo intrometido em uma questão polêmica. “Estão com saudades do tempo da roubalheira. No Acre de hoje, os empresários estão ganhando muito dinheiro, mas de forma decente. Ninguém no meu governo ganha dinheiro com corrupção”, esbravejou.
Em relação ao parágrafo anterior, na última sexta-feira, 3, a assessoria do MPF divulgou nota a imprensa dizendo que ex-diretores do Departamento de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre), e empresários de construtoras que trabalharam na BR 364 na época da administração, do também petista, Jorge Viana, foram denunciados pelo desvio de verbas públicas no valor de R$ 22,8 milhões de reais, relativos a trechos das obras de pavimentação e restauração na rodovia.
Segundo o jornal A Tribuna, edição deste domingo, 5, o governador deu a seguinte resposta as novas denuncias. “Esse desvio não existe. Isso é um absurdo. Se eles realmente erraram, foi porque pensaram que poderiam construir mais com os recursos que tinham no governo. O erro foi acreditar que os recursos seriam suficientes”.
Pra quem não falava muito, Binho tem opinado bastante. Pena que ultimamente tem caído em contradição.Ele era feliz e não sabia.
Na primeira intervenção, Binho Marques defendeu com unhas e dentes o Assessor Especial dos Povos Indígenas do Estado Francisco Pianko, contra as acusações de estupro em aldeias no interior do Acre. “Eu não vou afastá-lo do cargo”, decretou.
Nesse caso, Pianko está sendo investigado pelo Ministério Publico Federal com o apoio da Policia Federal. Esses órgãos prometem dar uma resposta sobre o assunto em breve.
Marques disparou criticas aos jornalistas por causa da repercussão do caso Pianko. Nenhum nome de profissional da comunicação foi citado, mas ficou no ar uma impressão de que houve exagero em suas palavras, generalizando com a categoria.
No entanto, o petista falou como sendo o homem que pagava as contas dos jornais. No sentido de que ou seguem a cartilha ou rua. Os contratos de publicidade dos periódicos locais com o governo seriam cancelados. A mamata acabaria.
Lembrando que donos de jornais, em suas colunas, pediram a cabeça do assessor indígena.
Na mesma ocasião, Binho disse a frase marcante, que inaugura o segundo dedo intrometido em uma questão polêmica. “Estão com saudades do tempo da roubalheira. No Acre de hoje, os empresários estão ganhando muito dinheiro, mas de forma decente. Ninguém no meu governo ganha dinheiro com corrupção”, esbravejou.
Em relação ao parágrafo anterior, na última sexta-feira, 3, a assessoria do MPF divulgou nota a imprensa dizendo que ex-diretores do Departamento de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre), e empresários de construtoras que trabalharam na BR 364 na época da administração, do também petista, Jorge Viana, foram denunciados pelo desvio de verbas públicas no valor de R$ 22,8 milhões de reais, relativos a trechos das obras de pavimentação e restauração na rodovia.
Segundo o jornal A Tribuna, edição deste domingo, 5, o governador deu a seguinte resposta as novas denuncias. “Esse desvio não existe. Isso é um absurdo. Se eles realmente erraram, foi porque pensaram que poderiam construir mais com os recursos que tinham no governo. O erro foi acreditar que os recursos seriam suficientes”.
Pra quem não falava muito, Binho tem opinado bastante. Pena que ultimamente tem caído em contradição.Ele era feliz e não sabia.
sexta-feira, 3 de abril de 2009
BR 364 SUPERFATURADA
Por Hermington Franco - Ascom MPF-AC
O Ministério Público Federal no Acre denunciou Sérgio Yoshio Nakamura e Tácio de Brito, ex-diretores-gerais do Departamento de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre), além de Joselito José da Nóbrega, diretor de obras do Deracre e os empresários Carlos Eduardo Ávila de Souza (Construtora Ideal), José de Ribamar Nina Lamar (CEPEL Construções Ltda), Antonio José de Oliveira e Mauro José de Oliveira (Contrutora Construmil), pelo desvio de verbas públicas no valor de R$ 22,8 milhões de reais, relativos a trechos das obras de pavimentação e restauração na rodovia BR-364.
Entre os anos de 2000 e 2007, Tácio de Brito e Sérgio Nakamura foram responsáveis pela ordenação de despesas e condução da execução dos contratos celebrados pela autarquia estatal com as construtoras envolvidas na prática criminosa, tendo autorizado vários pagamentos indevidos em favor destas. Joselito Nóbrega, diretor de obras do Deracre desde 1999, coordenou a fiscalização da execução dos contratos, atestando medições dos serviços e notas de pagamento, além de ter chefiado a comissão responsável pelo recebimento das obras.
Por seu turno, as empresas beneficiaram-se do recebimento indevido das verbas, conforme laudos dos exames de engenharia emitidos pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, que constatou várias irregularidades praticadas nas obras objeto destes contratos, em especial, comprovando o pagamento por serviços não realizados e insumos não utilizados nas benfeitorias.
No laudo realizado pela perícia da Polícia Federal, chamou a atenção o fato da espessura da camada de asfalto ser bem inferior ao que foi contratado e pago às empreiteiras, chegando, em muitos casos, a apresentar metade da espessura devida (2,5 cm, por exemplo, quando o correto era 5 cm). Com isso, a estrada tende a apresentar buracos antes do tempo normal. Também chamou a atenção dos peritos o fato das empresas terem faturado um asfalto mais caro e utilizado um asfalto mais barato, lucrando ilicitamente com a diferença.
Dentre outras irregularidades, destaca-se também, em todos os trechos analisados, a ausência de meio-fio e hidrossemeadura (plantio de grama nas laterais das vias), que foram pagas mas não foram construídas.
Apesar das patentes irregularidades, o Tribunal de Contas da União decidiu não aplicar penalidades aos acusados. O MPF/AC, contudo, entende que os fatos estão absolutamente comprovados e não existe dúvida sobre a responsabilização penal dos gestores e empresários, não se podendo isentá-los em razão da omissão do TCU.
Além dos contratos que foram objeto dessa ação penal, dezenas de outros contratos relativos a trechos da BR 364 estão sendo investigados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, e podem gerar novas ações no futuro próximo.
Ação de Improbidade Administrativa
Além da ação penal, também foi ajuizada ação de improbidade administrativa contra os mesmos envolvidos, em virtude do uso indevido e apropriação de recursos públicos. A tipificação da improbidade administrativa inclui tanto exercentes de funções públicas quanto particulares que se beneficiem ou possibilitem que outros se beneficiem com a prática delituosa.
Para o MPF/AC, as investigações e perícias realizadas durante a instrução do procedimento que apurou as irregularidades comprovaram a prática de atos que causaram prejuízo ao erário, bem como enriquecimento ilícito e desrespeito a princípios basilares da Administração Pública, como a legalidade e a eficiência.
Se forem condenados, os acusados deverão ressarcir ao erário os R$ 22,8 milhões desviados, respeitadas as responsabilidades de cada um sobre este montante, além de sofrerem outras sanções previstas em lei, como a suspensão dos direitos políticos, perda das funções públicas e a indisponibilidade de bens, impossibilidade de contratar com o poder público ou receber benefícios fiscais ou creditícios e multa de até três vezes o valor do prejuízo, isto é, até R$ 68,4 milhões.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
A NÃO TÃO NOVA GEOGRAFIA BRASILEIRA
quarta-feira, 1 de abril de 2009
1 DE ABRIL: DIA DA MENTIRA
Para fazer graça no primeiro dia do mês de abril, conhecido como dia da mentira, o Chargista Dim ressalta as inverdades ditas por nossas autoridades e não-autoridades.
Engraçado que as "mentirinhas" salientadas pelo Jornalista Altino Machado, não acontecem apenas em Abril.
Os personagens citados são: o Governador Binho Marques, o ex-governador Jorge Viana e os senadores Tião Viana e José Sarney.
Engraçado que as "mentirinhas" salientadas pelo Jornalista Altino Machado, não acontecem apenas em Abril.
Os personagens citados são: o Governador Binho Marques, o ex-governador Jorge Viana e os senadores Tião Viana e José Sarney.
CONFICKER : UMA PRAGA VIRTUAL
Alerta para o 1º de abril, e que não é piada. Alguns dos maiores fabricantes de software do planeta temem ataques de um poderoso vírus de computadores. Existe até uma recompensa de mais de R$ 500 mil para quem der informações que levem aos criadores da praga digital, batizada de “Conficker”. Portanto, se alguém disser que seu computador está em risco, acredite.
Segundo empresas especializadas em antivírus, máquinas do mundo inteiro estão sob a ameaça de um dos vírus mais perigosos dos últimos anos. Descoberto no ano passado, o Conficker está programado para sofrer uma mutação nesta quarta-feira (1º).
“O principal objetivo dessa ameaça é fazer a coleta de dados pessoais, senhas bancárias, cartões de crédito. No mercado de cyber criminosos, onde essas informações são realmente comercializadas para fazer fraudes eletrônicas no mercado de forma geral”, explica o especialista em segurança, Otto Stoeterau.
Uma empresa de segurança monitora 30% do tráfego de internet do mundo. O mapa da América do Sul mostra os ataques a computadores. Nesta quarta, a quantidade pode ser bem maior. O vírus é tão sorrateiro, que fica difícil calcular quantos computadores podem ser infectados.
O Conficker é altamente contagioso. Chega via e-mail, e, uma vez instalado, se espalha para todos os outros que estiverem em rede. O internauta nem percebe a presença dele. O Conficker fica escondido, pulando de uma pasta para a outra, pronto para roubar os dados pessoais.
Mas ainda dá tempo de se proteger. O consultor em tecnologia, José Antonio Scodiero tem quatro computadores em casa e segue a cartilha de recomendações para não deixar as máquinas vulneráveis aos ataques de vírus. “É muito importante você não ter nenhum software pirata nos teus computadores, ter a atualização dos sistemas operacionais sempre feitas e garantir que você tenha em todos os computadores os softwares de antivírus e atualizados”, afirma.
O poder do vírus é tão grande que a Microsoft está oferecendo uma recompensa de US$ 250 mil dólares a quem tiver pistas sobre os criadores e distribuidores do Conficker.
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