Como seria o Brasil governado pela petista Dilma Rousseff? Como seria o país governado pelo tucano José Serra? Quais são as reais diferenças entre eles? Quem tem as melhores ideias para o país, as propostas mais viáveis para o desenvolvimento social e econômico, os encaminhamentos mais interessantes para os grandes desafios, como a educação, o pré-sal, a infraestrutura? Na atual campanha, o melhor caminho para encontrar respostas para essas perguntas simplesmente não existe. Seriam os programas de governo de cada concorrente. Apesar das promessas, eles não foram divulgados nem pelo PT nem pelo PSDB até a semana passada, a pouco mais de dez dias do segundo turno.
Confira a análise completa elaborada pela revista Época.
sábado, 30 de outubro de 2010
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
"TODA UNANIMIDADE É BURRA"
Fabio Pontes*
Andando pelas ruas de Rio Branco tenho perguntado aos cidadãos como votarão no próximo dia 31. Não me refiro ao duelo entre Dilma e Serra, mas sobre uma decisão que afetará diretamente nossas vidas.
No segundo turno das eleições teremos a oportunidade de decidir como fica nosso horário: se voltamos à tradicional menos duas horas em relação a Brasília, ou se fica assim, menos uma hora.
De antemão já digo meu voto: irei digitar 55 e dizer que quero que o nosso fuso fique como está.
Mas infelizmente esse não é o desejo da grande maioria da população. Os acrianos votarão para que o Estado volte a como era.
Confesso que até há bem pouco tempo essa era minha opção. Mas analisando o caso como um todo, decidi mudar. Lá no começo, quando nos enfiaram goela abaixo essa mudança, também não aceitei, e achei a não consulta da vontade popular um descalabro.
Mas passados dois anos fica a pergunta: Retroceder por quê? Está certo que no começo foi muito dificil nos adaptarmos. Afinal, era quase um século em que estávamos a duas horas atrasados ante a capital federal. Esse fator, para alguns patriotas fervorosos, era motivo de glórias por o Acre ser o único Estado da federação com essa característica.
Mas como o patriotismo é o último refúgio dos canalhas, essa ideia não me atrai. Se lembra de que no horário de verão ficávamos três horas atrasados do resto do país? Vivendo quase que em um outro Brasil, refugiados num atraso maléfico.
Hoje a grande maioria da população já se acostumou ao novo horário; nem nos lembramos mais de como era. Até a natureza também está adaptada. Agora quem desperta mais cedo percebe que o relógio e o giro da terra estão sincronizados.
Agora aproveitamos melhor o nosso dia. Dá tempo de chegar em casa, após pegar um trânsito daqueles, e assistir o Jornal Nacional ou a novela das sete - de curtir a família, amigos...
O comércio também fica aberto até mais tarde. Quem sai do trabalho pode fazer aquela comprinha de última hora. Enfim, o Acre já funciona entorno do novo fuso horário. Como diz a propaganda, estamos mais integrado ao Brasil - saímos (um pouco) da ilha do atraso.
Devemos manter esse avanço. Pra frente é que se anda. Muito mais do que seguir a grande maioria da população, aqueles que, assim como eu, acreditam que o melhor é o 55, devemos nos mobilizar para que o Acre não retroceda, mas avance. Nem sempre a voz do povo é a voz de Deus; porém, toda unanimidade é burra.
*Fabio Pontes é jornalista do jornal A Gazeta e blogueiro. Acesse aqui o blog 'Na íntegra'
Andando pelas ruas de Rio Branco tenho perguntado aos cidadãos como votarão no próximo dia 31. Não me refiro ao duelo entre Dilma e Serra, mas sobre uma decisão que afetará diretamente nossas vidas.
No segundo turno das eleições teremos a oportunidade de decidir como fica nosso horário: se voltamos à tradicional menos duas horas em relação a Brasília, ou se fica assim, menos uma hora.
De antemão já digo meu voto: irei digitar 55 e dizer que quero que o nosso fuso fique como está.
Mas infelizmente esse não é o desejo da grande maioria da população. Os acrianos votarão para que o Estado volte a como era.
Confesso que até há bem pouco tempo essa era minha opção. Mas analisando o caso como um todo, decidi mudar. Lá no começo, quando nos enfiaram goela abaixo essa mudança, também não aceitei, e achei a não consulta da vontade popular um descalabro.
Mas passados dois anos fica a pergunta: Retroceder por quê? Está certo que no começo foi muito dificil nos adaptarmos. Afinal, era quase um século em que estávamos a duas horas atrasados ante a capital federal. Esse fator, para alguns patriotas fervorosos, era motivo de glórias por o Acre ser o único Estado da federação com essa característica.
Mas como o patriotismo é o último refúgio dos canalhas, essa ideia não me atrai. Se lembra de que no horário de verão ficávamos três horas atrasados do resto do país? Vivendo quase que em um outro Brasil, refugiados num atraso maléfico.
Hoje a grande maioria da população já se acostumou ao novo horário; nem nos lembramos mais de como era. Até a natureza também está adaptada. Agora quem desperta mais cedo percebe que o relógio e o giro da terra estão sincronizados.
Agora aproveitamos melhor o nosso dia. Dá tempo de chegar em casa, após pegar um trânsito daqueles, e assistir o Jornal Nacional ou a novela das sete - de curtir a família, amigos...
O comércio também fica aberto até mais tarde. Quem sai do trabalho pode fazer aquela comprinha de última hora. Enfim, o Acre já funciona entorno do novo fuso horário. Como diz a propaganda, estamos mais integrado ao Brasil - saímos (um pouco) da ilha do atraso.
Devemos manter esse avanço. Pra frente é que se anda. Muito mais do que seguir a grande maioria da população, aqueles que, assim como eu, acreditam que o melhor é o 55, devemos nos mobilizar para que o Acre não retroceda, mas avance. Nem sempre a voz do povo é a voz de Deus; porém, toda unanimidade é burra.
*Fabio Pontes é jornalista do jornal A Gazeta e blogueiro. Acesse aqui o blog 'Na íntegra'
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