O vereador Cabide(PTC), mudou de vida após a eleição para o parlamento mirím acreano. As roupas, alguns gestos e até o transporte que usava para se locomover mudaram. Ele largou a velha bicicleta que o tornou famoso pelas ruas da capital quando fazia campanha e hoje posa de carro, um Chevrolet, modelo Astra, ano 2000, que segundo ele foi parcelado em quatro vezes.
Leia a matéria completa em Ac24horas.
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
domingo, 30 de agosto de 2009
FRATERNIDADE ECOLÓGICA
Moisés Diniz*
Quanto texto, conferência, dissertação, opinião, tinta, tipografia, hemorragia de letras e quanto verbo acerca da necessidade de manter preservada a floresta. Só a quantidade de celulose utilizada em bilhões de páginas de papel, escritas sobre o assunto, reporia 2% da floresta devastada do planeta. E ninguém sugere que olhemos para as nossas origens na floresta, após a nossa longa, fria e tenebrosa passagem pelas águas.
Temos um medo abissal de olhar para as extremidades de nossos dedos e descobrir que, durante quase um século de milhões de anos, resistimos nas árvores. Nossas garras, que depois se transformaram em mãos, guardaram as marcas digitalizadas das cascas das árvores. Quando vamos retirar a nossa carteira de identidade, o nosso polegar denuncia a nossa origem animal e as marcas indeléveis que ficaram do tempo inestimável de nossa vida braquiadora na floresta.
Viemos de uma resistência biológica e ecológica de milhões de anos. Nossos antepassados, esgotado o período de especiação, estão na floresta a nos lembrar que a única coisa que nos separa dos mamíferos inferiores é a palavra e o raciocínio lógico. Isso já basta para entendermos que entre nós e os mamíferos inferiores deve existir uma cumplicidade que não deixa de ser gratidão.
Além de termos vindo de lá, a partir da evolução das espécies, nos alimentamos de sua carne e de seus frutos. Mesmo os animais domesticados um dia viveram na floresta. A partir das florestas ocupamos as planícies, as cavernas. De lá retiramos as nossas primeiras ferramentas, nossos nomes e vestimentas.
À exceção do sal, o que consumimos que não tenha vindo da floresta? Até os combustíveis fósseis são resultados de trilhões de árvores envelhecidas, apodrecidas e soterradas no quase intocável subsolo do planeta.
Tudo o que temos de mais forte e mais precioso em nossa carga biológica, genética e humana foi adquirido e aperfeiçoado na floresta. Nossas mãos retráteis nasceram do contato rústico e dolorido com as cascas das árvores. Nosso esqueleto de alta resistência e formidável elasticidade óssea foi construído entre os galhos, em nosso deslocamento arbóreo. Nossa visão estereoscópica é fruto da vivência entre as folhagens da copa das árvores.
Adquiridas essas ferramentas biológicas e esgotado o alimento em nosso nicho ecológico arbóreo, como uma espécie fugindo da extinção, descemos ao solo das imensas florestas, antes de nos aventurarmos nas planícies. Nas florestas demarcamos os nossos territórios, organizamos as nossas hordas e famílias e iniciamos o manuseio primitivo das primeiras ferramentas.
Antes de nossa espécie ter realizado a curva pré-histórica de supremacia ‘espiritual’ entre si e os animais inferiores, a alma não era exclusividade do homo sapiens. Os animais da floresta, especialmente os mais fortes e os mais inteligentes, eram dotados de espírito, que orientavam ou puniam o homo erectus. O espírito do búfalo, do urso, do leopardo, da águia, da serpente.
No longo período de transição entre o primata e o homem, nós vivíamos numa relação desigual com o meio ambiente e seus recursos naturais poderosos. Sofremos intempéries mortais do tempo glacial, da chuva ácida, do sol escaldante, dos vulcões, das torrentes e das tempestades. As feras da floresta nos dizimavam como formigas e nosso tempo era curto em cada território e caverna. Então, decidimos nos vingar, nos transformamos numa força geológica. O antropoceno está matando aqueles que o criaram, como um monstro que nasce do parto de uma borboleta.
A nossa vingança se voltou contra nós mesmos e estamos a destruir as últimas reservas de água, floresta e toda a acumulação primitiva de recursos naturais. Estamos matando a nossa galinha dos ovos de ouro e sequer a maioria da população tem acesso aos ovos.
Uma minoria consome os recursos naturais, que se tornam bens sofisticados, enquanto a maioria da população do planeta não sabe o que é beber água potável ou alimentar-se três vezes ao dia. Apesar disso, o planeta está se exaurindo e deixando órfãs de seus recursos naturais as gerações do futuro.
No decorrer dos séculos, com o avanço da tecnologia, perdemos a cumplicidade entre o ser humano e o espaço verde que nos criou e nos alimenta. Os homens que dirigem o planeta são os antigos mamíferos que se tornaram lobos do semelhante. Eles cuidam de sua alcatéia, de sua minoria, a controlar e consumir os recursos naturais com cérebro de lobo e estômago de lagarta.
Talvez uma maldição biológica explique a nossa vingança. Nossos genes são quase iguais aos genes dos ratos. Quanto aos macacos somos mais semelhantes, além dos genes, da herança do esqueleto, da fisiologia, da fisionomia e das digitais. Somos descendentes próximos dos macacos e parentes distantes dos anjos. E ainda temos a ousadia de afirmar que somos filhos de Deus.
Durante setenta milhões de anos vivemos nas florestas. Quanto à vida humana nas cidades, ainda não completou meio milhão de anos. E por que tanto desamor aos recursos naturais? Por que tanta indiferença às formas de vida indefesa das florestas e das águas?
Dentre os animais nós somos os únicos capazes de envenenar a própria água que bebemos, de matar um ser vivo sem ter a necessidade de comê-lo para saciar a fome, de escravizar o semelhante, de torturá-lo. Contraditoriamente, somos os únicos que têm alma e, se não bastasse, somos os únicos seres vivos que riem.
A verdade é que toda a nossa ferocidade ancestral e os nossos instintos mais primitivos foram organizados em leis, em códigos canônicos e em sociais convenções. O presídio de hoje é a árvore oposta que abrigava a família de símios que queria roubar os meus frutos. A civilização é uma pele humana que cobre a nossa animalidade ancestral.
Talvez, por isso, não consigamos olhar com fraternidade para as formas de vida que não riem, não torturam, não matam a si mesmas, não rezam, não escravizam. Felizmente, nossos somos a única espécie que perdoa.
Por isso a nossa aposta na espécie humana, na sua capacidade de transformar lixo em arte, de recuperar os rios, de reciclar sua urina, de fazer de um grito uma música, de transformar o desejo mais simples em utopia e de, finalmente, perceber a dimensão da dor nas formas de vida que não fazem parte da civilização.
Somente uma nova ordem humana e ecológica e uma nova filosofia de produção e de consumo serão capazes de deter a barbárie da civilização. Que os antigos espíritos dos animais da terra e das águas nos orientem no rumo ontológico de nossas origens e de nossas utopias coletivas, embebidas no orvalho amazônico da fraternidade e na cura das enfermidades da alma humana, reconstruindo o pacto sócio-ecológico entre o homem e a floresta.
*Diniz é deputado estadual pelo PCdoB - Acre e autor do livro O Santo de Deus.
Quanto texto, conferência, dissertação, opinião, tinta, tipografia, hemorragia de letras e quanto verbo acerca da necessidade de manter preservada a floresta. Só a quantidade de celulose utilizada em bilhões de páginas de papel, escritas sobre o assunto, reporia 2% da floresta devastada do planeta. E ninguém sugere que olhemos para as nossas origens na floresta, após a nossa longa, fria e tenebrosa passagem pelas águas.
Temos um medo abissal de olhar para as extremidades de nossos dedos e descobrir que, durante quase um século de milhões de anos, resistimos nas árvores. Nossas garras, que depois se transformaram em mãos, guardaram as marcas digitalizadas das cascas das árvores. Quando vamos retirar a nossa carteira de identidade, o nosso polegar denuncia a nossa origem animal e as marcas indeléveis que ficaram do tempo inestimável de nossa vida braquiadora na floresta.
Viemos de uma resistência biológica e ecológica de milhões de anos. Nossos antepassados, esgotado o período de especiação, estão na floresta a nos lembrar que a única coisa que nos separa dos mamíferos inferiores é a palavra e o raciocínio lógico. Isso já basta para entendermos que entre nós e os mamíferos inferiores deve existir uma cumplicidade que não deixa de ser gratidão.
Além de termos vindo de lá, a partir da evolução das espécies, nos alimentamos de sua carne e de seus frutos. Mesmo os animais domesticados um dia viveram na floresta. A partir das florestas ocupamos as planícies, as cavernas. De lá retiramos as nossas primeiras ferramentas, nossos nomes e vestimentas.
À exceção do sal, o que consumimos que não tenha vindo da floresta? Até os combustíveis fósseis são resultados de trilhões de árvores envelhecidas, apodrecidas e soterradas no quase intocável subsolo do planeta.
Tudo o que temos de mais forte e mais precioso em nossa carga biológica, genética e humana foi adquirido e aperfeiçoado na floresta. Nossas mãos retráteis nasceram do contato rústico e dolorido com as cascas das árvores. Nosso esqueleto de alta resistência e formidável elasticidade óssea foi construído entre os galhos, em nosso deslocamento arbóreo. Nossa visão estereoscópica é fruto da vivência entre as folhagens da copa das árvores.
Adquiridas essas ferramentas biológicas e esgotado o alimento em nosso nicho ecológico arbóreo, como uma espécie fugindo da extinção, descemos ao solo das imensas florestas, antes de nos aventurarmos nas planícies. Nas florestas demarcamos os nossos territórios, organizamos as nossas hordas e famílias e iniciamos o manuseio primitivo das primeiras ferramentas.
Antes de nossa espécie ter realizado a curva pré-histórica de supremacia ‘espiritual’ entre si e os animais inferiores, a alma não era exclusividade do homo sapiens. Os animais da floresta, especialmente os mais fortes e os mais inteligentes, eram dotados de espírito, que orientavam ou puniam o homo erectus. O espírito do búfalo, do urso, do leopardo, da águia, da serpente.
No longo período de transição entre o primata e o homem, nós vivíamos numa relação desigual com o meio ambiente e seus recursos naturais poderosos. Sofremos intempéries mortais do tempo glacial, da chuva ácida, do sol escaldante, dos vulcões, das torrentes e das tempestades. As feras da floresta nos dizimavam como formigas e nosso tempo era curto em cada território e caverna. Então, decidimos nos vingar, nos transformamos numa força geológica. O antropoceno está matando aqueles que o criaram, como um monstro que nasce do parto de uma borboleta.
A nossa vingança se voltou contra nós mesmos e estamos a destruir as últimas reservas de água, floresta e toda a acumulação primitiva de recursos naturais. Estamos matando a nossa galinha dos ovos de ouro e sequer a maioria da população tem acesso aos ovos.
Uma minoria consome os recursos naturais, que se tornam bens sofisticados, enquanto a maioria da população do planeta não sabe o que é beber água potável ou alimentar-se três vezes ao dia. Apesar disso, o planeta está se exaurindo e deixando órfãs de seus recursos naturais as gerações do futuro.
No decorrer dos séculos, com o avanço da tecnologia, perdemos a cumplicidade entre o ser humano e o espaço verde que nos criou e nos alimenta. Os homens que dirigem o planeta são os antigos mamíferos que se tornaram lobos do semelhante. Eles cuidam de sua alcatéia, de sua minoria, a controlar e consumir os recursos naturais com cérebro de lobo e estômago de lagarta.
Talvez uma maldição biológica explique a nossa vingança. Nossos genes são quase iguais aos genes dos ratos. Quanto aos macacos somos mais semelhantes, além dos genes, da herança do esqueleto, da fisiologia, da fisionomia e das digitais. Somos descendentes próximos dos macacos e parentes distantes dos anjos. E ainda temos a ousadia de afirmar que somos filhos de Deus.
Durante setenta milhões de anos vivemos nas florestas. Quanto à vida humana nas cidades, ainda não completou meio milhão de anos. E por que tanto desamor aos recursos naturais? Por que tanta indiferença às formas de vida indefesa das florestas e das águas?
Dentre os animais nós somos os únicos capazes de envenenar a própria água que bebemos, de matar um ser vivo sem ter a necessidade de comê-lo para saciar a fome, de escravizar o semelhante, de torturá-lo. Contraditoriamente, somos os únicos que têm alma e, se não bastasse, somos os únicos seres vivos que riem.
A verdade é que toda a nossa ferocidade ancestral e os nossos instintos mais primitivos foram organizados em leis, em códigos canônicos e em sociais convenções. O presídio de hoje é a árvore oposta que abrigava a família de símios que queria roubar os meus frutos. A civilização é uma pele humana que cobre a nossa animalidade ancestral.
Talvez, por isso, não consigamos olhar com fraternidade para as formas de vida que não riem, não torturam, não matam a si mesmas, não rezam, não escravizam. Felizmente, nossos somos a única espécie que perdoa.
Por isso a nossa aposta na espécie humana, na sua capacidade de transformar lixo em arte, de recuperar os rios, de reciclar sua urina, de fazer de um grito uma música, de transformar o desejo mais simples em utopia e de, finalmente, perceber a dimensão da dor nas formas de vida que não fazem parte da civilização.
Somente uma nova ordem humana e ecológica e uma nova filosofia de produção e de consumo serão capazes de deter a barbárie da civilização. Que os antigos espíritos dos animais da terra e das águas nos orientem no rumo ontológico de nossas origens e de nossas utopias coletivas, embebidas no orvalho amazônico da fraternidade e na cura das enfermidades da alma humana, reconstruindo o pacto sócio-ecológico entre o homem e a floresta.
*Diniz é deputado estadual pelo PCdoB - Acre e autor do livro O Santo de Deus.
sábado, 29 de agosto de 2009
SERRA VAI DE TIÃO VIANA
José Mastrangelo*
Se depender do ex-governador do Estado do Acre, Jorge Viana, o pré-candidato tucano à presidente da República, José Serra, vai torcer para Tião Viana, pré-candidato do PT a governador do Estado, ganhar as eleições do próximo ano. O ex-governador afirmou isso durante conversa com o jornalista Luis Moreira Jorge, no dia 23 passado. “Fora estes três palanques presidenciáveis (Ciro, Dilma e Marina), com certeza, teremos adversário (referindo-se a José Serra), que será candidato a presidente da República, torcendo para Tião Viana ganhar as eleições, porque sabe que terá um governador sério”, disse Jorge Viana.
Como ficará Bocalom, pré-candidato tucano a governador do Estado, se o tucano Serra voar junto com o petista Tião Viana? Boa pergunta. Para o ex-governador, Bocalom não merece a sua atenção verbal, por ser conhecido. Pausa reflexiva: Que conhecimento é esse?
Se a opinião do ex-governador for ratificada por fatos comprobatórios, a pré-candidatura de Bocalom a governador vai para o brejo. Em verdade, a amizade dos irmãos Viana com lideranças tucanas é bastante famosa e notória. Vem de longa data, desde a época do governo da floresta de Jorge Viana. O então presidente da República, o tucano Fernando Henrique Cardoso, abriu as torneiras dos cofres públicos federais para derramar recursos em prol do Estado do Acre, governado por Jorge Viana.
O tucano Bocalom tenta ganhar, sem êxito, um lugar privilegiado no voo do alto comando tucano nacional, por ele voar baixo e, sobretudo, dirigir, como um burrego, o seu próprio voo, sem seguir as normas da agência tucana nacional de controle. A sua direção é solitária, ambígua, autoritária, arrogante e truculenta, que não combina com a tripulação tucana socialdemocrata.
Jorge Viana tem motivos de sobra para acreditar na torcida de Serra a favor da pré-candidatura a governador do Estado de seu irmão, Tião Viana. Seu irmão, senador da República, teve o apoio da maioria dos senadores tucanos, quando este disputou a presidência do Senado contra a candidatura do senador José Sarney. Com certeza, atrás daquele apoio, havia as asas protetoras do governador do Estado de São Paulo, José Serra.
O ex-governador foi agraciado por uma comenda, conferida pelo governador tucano do Estado de Minas Gerais, Aécio Neves. Quando saiu do cargo de governador, foi trabalhar como diretor da Helibrás, empresa fabricante de helicópteros, através da indicação preciosa e poderosa do governador mineiro.
Durante o governo tucano do presidente Fernando Henrique Cardoso, Jorge Viana, governador do Estado do Acre, foi tratado como um tucano muito familiar e íntimo. Recebeu recursos federais volumosos para construir obras de infra-estrutura e estratégicos para o desenvolvimento do Estado. Recentemente, proferiu palestra no Instituto Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo.
As relações dos irmãos Viana com lideranças tucanas são muito profundas e sólidas, mais do que alguém possa imaginar. Não deixam sombras de dúvidas. Ultrapassam os limites de voos domésticos.
Bocalom, pré-candidato tucano a governador do Estado, está numa corda bamba. Só um cego não enxerga que o seu plano sofreu pane antes de alçar voo. É um tucano calvo e careca, desprovido de asas e plumas bicolores. Em maio passado, por uma asa, não perdeu o comando do voo tucano estadual. O seu voo, feito de ziguezagues, é arriscado. Assusta o ninho tucano.
Não resta se não aguardar as eleições do próximo ano para ver se Serra vai de Tião Viana, como o seu irmão, ex-governador do Estado, declara em sua conversa com o jornalista Luis Moreira Jorge.
*José Mastrangelo é Doutor em Teologia.
Se depender do ex-governador do Estado do Acre, Jorge Viana, o pré-candidato tucano à presidente da República, José Serra, vai torcer para Tião Viana, pré-candidato do PT a governador do Estado, ganhar as eleições do próximo ano. O ex-governador afirmou isso durante conversa com o jornalista Luis Moreira Jorge, no dia 23 passado. “Fora estes três palanques presidenciáveis (Ciro, Dilma e Marina), com certeza, teremos adversário (referindo-se a José Serra), que será candidato a presidente da República, torcendo para Tião Viana ganhar as eleições, porque sabe que terá um governador sério”, disse Jorge Viana.
Como ficará Bocalom, pré-candidato tucano a governador do Estado, se o tucano Serra voar junto com o petista Tião Viana? Boa pergunta. Para o ex-governador, Bocalom não merece a sua atenção verbal, por ser conhecido. Pausa reflexiva: Que conhecimento é esse?
Se a opinião do ex-governador for ratificada por fatos comprobatórios, a pré-candidatura de Bocalom a governador vai para o brejo. Em verdade, a amizade dos irmãos Viana com lideranças tucanas é bastante famosa e notória. Vem de longa data, desde a época do governo da floresta de Jorge Viana. O então presidente da República, o tucano Fernando Henrique Cardoso, abriu as torneiras dos cofres públicos federais para derramar recursos em prol do Estado do Acre, governado por Jorge Viana.
O tucano Bocalom tenta ganhar, sem êxito, um lugar privilegiado no voo do alto comando tucano nacional, por ele voar baixo e, sobretudo, dirigir, como um burrego, o seu próprio voo, sem seguir as normas da agência tucana nacional de controle. A sua direção é solitária, ambígua, autoritária, arrogante e truculenta, que não combina com a tripulação tucana socialdemocrata.
Jorge Viana tem motivos de sobra para acreditar na torcida de Serra a favor da pré-candidatura a governador do Estado de seu irmão, Tião Viana. Seu irmão, senador da República, teve o apoio da maioria dos senadores tucanos, quando este disputou a presidência do Senado contra a candidatura do senador José Sarney. Com certeza, atrás daquele apoio, havia as asas protetoras do governador do Estado de São Paulo, José Serra.
O ex-governador foi agraciado por uma comenda, conferida pelo governador tucano do Estado de Minas Gerais, Aécio Neves. Quando saiu do cargo de governador, foi trabalhar como diretor da Helibrás, empresa fabricante de helicópteros, através da indicação preciosa e poderosa do governador mineiro.
Durante o governo tucano do presidente Fernando Henrique Cardoso, Jorge Viana, governador do Estado do Acre, foi tratado como um tucano muito familiar e íntimo. Recebeu recursos federais volumosos para construir obras de infra-estrutura e estratégicos para o desenvolvimento do Estado. Recentemente, proferiu palestra no Instituto Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo.
As relações dos irmãos Viana com lideranças tucanas são muito profundas e sólidas, mais do que alguém possa imaginar. Não deixam sombras de dúvidas. Ultrapassam os limites de voos domésticos.
Bocalom, pré-candidato tucano a governador do Estado, está numa corda bamba. Só um cego não enxerga que o seu plano sofreu pane antes de alçar voo. É um tucano calvo e careca, desprovido de asas e plumas bicolores. Em maio passado, por uma asa, não perdeu o comando do voo tucano estadual. O seu voo, feito de ziguezagues, é arriscado. Assusta o ninho tucano.
Não resta se não aguardar as eleições do próximo ano para ver se Serra vai de Tião Viana, como o seu irmão, ex-governador do Estado, declara em sua conversa com o jornalista Luis Moreira Jorge.
*José Mastrangelo é Doutor em Teologia.
FORMAÇÃO DA POLITICAGEM
Essa é mais umas das notícias que irão “mudar o mundo” e que só saem no jornal Página 13, ops, Página 20. Na edição deste sábado (29), o jornal ou alguma assessoria destaca que o Partido dos Trabalhadores lança Escola de Futuro no Acre em parceria com o senador Tião Viana. A matéria, que não foi assinada, diz que a nova escola foi lançada ontem, dia 28, no auditório do Sest/Senat e “que tem o objetivo de proporcionar uma formação política para jovens lideranças políticas em alto nível”.
Veja dois trechos da matéria:
De acordo com o presidente regional do partido, Leonardo de Brito, a idéia é fazer um “choque de ideologia e ética”, além de fortalecer os laços de comprometimento político incondicional das novas gerações de líderes com os rumos do projeto político.
“O PT do Acre, em seus 29 anos, conseguiu constituir-se em um grande formador de lideranças políticas, com retidão ética, com compromisso ideológico, com ousadia e visão de futuro. Toda essa experiência tem rendido ao PT do Acre uma posição de referência nas administrações, nos mandatos parlamentares, nos movimentos sociais e nos debates em âmbito nacional”, disse
Meu comentário:
O PT precisa, mais do que ninguém, de umas aulinhas de Ideologia e Ética, pois eles distorceram nos últimos anos o sentido real de suas bandeiras de luta. Essa nova escola não vem para fortalecer os laços de comprometimento. Como se fortalece algo que já foi quebrado há muito tempo? Esse laço virou barbante...
Fica aqui registrada a frase de um grande amigo jornalista:
“Independência e parcialidade são princípios constitucionais sepultados, desenterrados apenas diante da conveniência de uma minoria”.
Eu adiciono a ética e a ideologia também nesse trecho sensacional do pensamento.
Veja dois trechos da matéria:
De acordo com o presidente regional do partido, Leonardo de Brito, a idéia é fazer um “choque de ideologia e ética”, além de fortalecer os laços de comprometimento político incondicional das novas gerações de líderes com os rumos do projeto político.
“O PT do Acre, em seus 29 anos, conseguiu constituir-se em um grande formador de lideranças políticas, com retidão ética, com compromisso ideológico, com ousadia e visão de futuro. Toda essa experiência tem rendido ao PT do Acre uma posição de referência nas administrações, nos mandatos parlamentares, nos movimentos sociais e nos debates em âmbito nacional”, disse
Meu comentário:
O PT precisa, mais do que ninguém, de umas aulinhas de Ideologia e Ética, pois eles distorceram nos últimos anos o sentido real de suas bandeiras de luta. Essa nova escola não vem para fortalecer os laços de comprometimento. Como se fortalece algo que já foi quebrado há muito tempo? Esse laço virou barbante...
Fica aqui registrada a frase de um grande amigo jornalista:
“Independência e parcialidade são princípios constitucionais sepultados, desenterrados apenas diante da conveniência de uma minoria”.
Eu adiciono a ética e a ideologia também nesse trecho sensacional do pensamento.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
A UTOPIA VERDE SOCIALISTA
Moisés Diniz*
Um mundo socialmente justo e economicamente sustentável é apenas uma utopia ou ele já se manifesta no horizonte estreito do capitalismo? O que é esse novo mundo e de quais partituras nasce a sua irreverente sinfonia? A história o alimenta, o contradiz ou é a sua grande parteira?
Nesse novo mundo haverá harmonia entre o homem, a terra com os seus bens naturais e as forças produtivas da civilização. É possível, no século vinte e um, a instauração de uma sociedade desse tipo ou isso não passa de um sonho romântico das primitivas sociedades tribais? É pretensão romântica querer realizar neste tempo de lobos, de forma superior, o modo de vida que desfrutava o homo sapiens arcaico?
Como dialogar, na Amazônia, sobre a utopia socialista e sustentável? Qual o papel dos comunistas na luta pela preservação do planeta, nas condições do capitalismo? É possível unificar o discurso sustentável ao socialista?
Eles não são fraternos
Nunca na história da humanidade, um modo de produção e de apropriação dos recursos naturais foi tão excludente e tão poluidor. O mundo atual é uma fábrica gigantesca e incontrolável de exclusão social e de degradação ambiental. O novo mundo, sustentável e socialista, terá que se confrontar com o mundo capitalista, sua brutal exclusão econômica e sua irreparável destruição do planeta, como fonte de vida para todas as espécies.
Alguns dados, aqui relatados a várias mãos, sobre a destruição das condições de vida do planeta Terra nos alertam para uma catástrofe de proporções inimagináveis.
O mundo cresce à razão de 90 milhões de pessoas a cada ano. Nessa projeção, a população do planeta poderá vir a se estabilizar em 11 bilhões de pessoas, por volta de 2100. Os padrões de produção e consumo no mundo, hoje, estão 20% acima da capacidade de reposição da biosfera, isso considerando que existe mais de 1 bilhão de pessoas passando fome.
Entre 1500 e 1850 foi eliminada uma espécie em cada 10 anos. Entre 1850 e 1950 foi eliminada uma espécie em cada ano. Em 1990 desapareceram 10 espécies por dia. Atualmente, cerca de uma espécie está desaparecendo por hora. Entre 1975 e 2000 desapareceram aproximadamente 20% de todas as espécies de vida.
A partir de 1950 perdeu-se a quinta parte da superfície cultivável e das florestas tropicais. De 1970 a 1988 o desmatamento foi de 20 milhões de hectares. Atualmente, cerca de 10 milhões de hectares são desmatados ou degradados por ano, o que representa uma área do tamanho de um campo de futebol a cada dois segundos.
A floresta amazônica está desaparecendo três vezes mais rápido do que na década de 90. 20% dela já foi destruída. 80% das florestas originais já foram destruídas e somente 20% das florestas nativas permanecem intactas. Uma árvore é plantada para cada dez que são derrubadas. Nesse ritmo, a floresta tropical restante estará destruída até 2035. O planeta já perdeu metade de sua extensão florestal original, principalmente nos últimos 100 anos.
Para muitos cientistas esta é a maior onda de extinções desde o desaparecimento dos dinossauros há 65 milhões de anos. Quase 24% dos mamíferos, 12% dos pássaros e quase 14% das plantas enfrentam essa ameaça, em grande parte devido à destruição do seu habitat. Somente no Brasil, mais de 87 culturas humanas foram perdidas e, nos próximos 10 a 20 anos, o mundo verá a perda de milhares de espécies de plantas e de animais.
A cada ano perdem-se 25 milhões de toneladas de húmus por causa da erosão, salinização e desertificação e, devido à degradação do solo, o planeta perde por ano mais de sete milhões de hectares de terras cultiváveis.
Na última metade do século passado o mundo perdeu 62% de suas reservas de água potável. A quantidade de água potável que está acessível – seja em lagos, rios ou represas – representa menos de 0,25% do total de água doce. Em 1995, 27% da população da América Latina e do Caribe não tinham acesso à água potável. Estima-se que mais de 2 bilhões de pessoas no mundo não tenham acesso à água potável e mais de 5 milhões (um número dez vezes maior que o de mortos em guerras em todo o mundo), crianças na maioria, morram, a cada ano, de doenças causadas por água contaminada que provoca mais de 1 bilhão de enfermidades.
A cada ano 500 milhões de toneladas de lixo perigoso são produzidas no mundo. Apenas os Estados Unidos da América são responsáveis por 50% desse lixo! A biodiversidade dos ecossistemas de água doce diminuiu 45% de 1970 até 1996. Já o ecossistema marinho perdeu 35% de sua biodiversidade nestes mesmos 26 anos. O consumo de fertilizantes aumentou de 12 para 80 milhões de toneladas por ano no intervalo de 26 anos.
Desde o ano de 1950 cerca de 600.000 espécies têm desaparecido e cerca de 40.000 estão ameaçadas. O aumento da extinção pode ser agravado pelo desenfreado consumo humano, pela poluição dos recursos naturais, através do aquecimento global e pela elevação do nível do mar.
De acordo com uma forte corrente de cientistas, a Terra ingressou numa nova era, o antropoceno, caracterizado por mudanças globais no meio-ambiente como produto da ação humana. Devido ao seu sucesso como espécie, os seres humanos se transformaram em uma ‘força geológica’ de certa importância.
Estamos começando a pagar um alto preço pela crueldade imposta às árvores, aos animais e pela deterioração das condições de sobrevivência e da qualidade de vida de todos os seres que aqui habitamos.
O bondoso lobo mau
Como frear essa destruição e iniciar a reconstrução das condições originais do planeta? O capitalismo é capaz de interromper a barbárie que ele mesmo criou contra os recursos naturais da Terra? Por que o planeta continua esquentando se, com apenas 1% do Produto Interno Bruto mundial, é possível reduzir entre 30% e 40% as emissões de carbono na atmosfera? Elas são uma das principais causas para o aquecimento global.
O capitalismo não tem cura! Destrói a terra e suas fontes de vida, mas se movimenta dando a aparência de que quer salvá-la. Esse movimento tem um nome bonito e charmoso. Perfumado por ‘teorias’ ambientais e protegido por grandes corporações empresariais, o ecocapitalismo mudou de nome para se viabilizar. É defendido, divulgado, amado, repetido e chamado de desenvolvimento sustentável.
Os românticos acreditavam numa terra sadia, apesar da exploração de classe (escravista, feudal, capitalista). O movimento de sustentabilidade atual os segue. Ingenuamente, parte substancial da humanidade acredita que o capitalismo, que transformou os bens naturais em mercadoria, matará a sua própria filha: a poluição, em todos os seus ângulos.
O capitalismo se entrelaça no Paradoxo de Jevons, assim chamado depois de William Stanley Jevons ter publicado, em 1865, ‘A questão do carvão’. Jevons explicou que a melhoria nos motores a vapor que diminuíam a utilização de carvão por unidade de output também serviram para aumentar a escala de produção, pois mais e maiores fábricas foram construídas. Portanto, o aumento da eficiência na utilização do carvão teve o efeito paradoxal de expandir o consumo total de carvão.
D
essa forma, o problema ambiental do planeta não será superado com o desenvolvimento das forças produtivas e com a sua crescente evolução tecnológica. A solução está no consumo, nos quantitativos e na forma da riqueza distribuída. Bastava que o restante do mundo tivesse níveis de consumo semelhantes ao dos Estados Unidos e o petróleo acabaria em 30 dias. Enquanto, por exemplo, os milhões de carros particulares não forem substituídos por centenas de ônibus, trens e metrôs de qualidade, a humanidade continuará sonhando em deter a inexorável destruição das condições de vida no planeta.
Amor à primeira vista
Os primeiros críticos desse modelo de civilização capitalista foram os românticos: de Rousseau até nossos dias, o romantismo protestou contra a quantificação, a mecanização e o desencantamento do mundo, em nome de valores culturais, sociais, éticos pré-capitalistas. Leonardo Vieira e Cláudio Francisco Medeiros nos levam a uma viagem entre o romantismo e o marxismo, demonstrando que a perspectiva socialista morre em si mesma se não unir o desenvolvimento das forças produtivas à preservação dos recursos naturais.
“Em ‘Tempos difíceis’ – um dos romances preferidos de Karl Marx – Charles Dickens descreve a cidade industrial imaginária como uma ‘vilã cidadela’ onde o ‘tijolo opunha uma resistência tão grande à entrada da natureza quanto à saída do ar e dos gases mortíferos’.
O socialismo e a ecologia são, cada um à sua maneira, herdeiros da crítica romântica. Seus objetivos comuns implicam a superação da racionalidade instrumental, do reino da quantificação, da produção como objetivo em si, da ditadura do dinheiro, da redução do universo social ao cálculo das margens de rentabilidade e à necessidade da acumulação do capital. Tanto o socialismo como a ecologia reivindicam valores qualitativos: o valor de uso, a satisfação das necessidades, a igualdade social para o primeiro, a salvaguarda da natureza e o equilíbrio ecológico para a segunda.
Dito isso, divergências de fundo têm mantido, até aqui, uma separação entre ‘vermelhos’ e ‘verdes’, entre marxistas e ecologistas. Estes acusam Marx e Engels de produtivismo. Será que tal acusação é justificada?
Não, na medida em que, mais do que ninguém, foi Marx quem denunciou a lógica capitalista de produção, a acumulação do capital, das riquezas e das mercadorias como objetivo em si. A própria idéia de socialismo é a de uma produção de valores de uso, de bens necessários à satisfação de necessidades humanas. Para Marx, o objetivo supremo do progresso técnico não é o crescimento infinito de bens [o ter], mas a redução da jornada de trabalho e o aumento do tempo livre [o ser].
Marx e Engels deixaram um certo número de textos que mostram uma visão mais crítica das ‘forças produtivas’. Por exemplo, em A ideologia Alemã encontra-se a seguinte informação:
‘No desenvolvimento das forças produtivas chega um estágio em que surgem forças produtivas e meios de circulação que só podem ser nefastos no âmbito das relações existentes e já não são forças produtivas, mas forças destruidoras [o maquinismo e o dinheiro]’.
Encontra-se, em O Capital, o célebre trecho sobre a agricultura capitalista:
‘Assim, ela destrói não só a saúde física do operário urbano, mas também a vida espiritual do trabalhador rural. Cada passo dado em direção da agricultura capitalista, cada semente de fertilidade a curto prazo, constitui, ao mesmo tempo, um agravamento na ruína das fontes duradouras de tal fertilidade. Quanto mais um país – por exemplo, os Estados Unidos da América do Norte – desenvolve-se na base da grande indústria, tanto mais rapidamente realiza-se esse processo de destruição. Portanto, a produção capitalista só desenvolve a técnica e a combinação do processo de produção social ao mesmo tempo que esgota as duas fontes de onde brota a riqueza: a terra e o trabalhador’.
Em O Capital, Marx não se limitou à análise das conseqüências da acumulação capitalista para o trabalhador, mas também para o próprio meio natural:
‘Com o predomínio sempre crescente da população urbana, acumulada em grandes centros, a produção capitalista concentra, por um lado, a força motriz histórica da sociedade, mas, por outro, dificulta o intercâmbio entre o ser humano e a natureza, isto é, o regresso à terra dos elementos do solo gastos pelo homem na forma de meios de alimentação e vestuário, ou seja, perturba a eterna condição natural de uma fecundidade duradoura da terra’.
Até mesmo em Engels, que celebrou amiúde o ‘controle’ e o ‘domínio’ humanos sobre a natureza, é possível encontrar-se escritos que chamam a atenção, da forma mais explícita, para os perigos de tal atitude – vejamos, por exemplo, o seguinte trecho do artigo sobre ‘O papel do trabalho na transformação do macaco em homem’:
‘Não devemos vangloriarmo-nos demais com nossas vitórias humanas sobre a natureza. Para cada uma dessas vitórias, a natureza vinga-se às nossas custas. É verdade que cada vitória dá-nos, em primeira instância, os resultados esperados, mas em segunda e terceira instâncias, apresenta efeitos diferentes, inesperados, que, freqüentemente, anulam os resultados já obtidos. As pessoas que, na Mesopotâmia, Grécia, Ásia Menor e alhures, destruíram as florestas para obter terra arável, nunca imaginaram que, ao eliminarem juntamente com as florestas os centros de coleta e os reservatórios de umidade, estavam lançando as bases para o estado desolador de tais países’.
E mais adiante:
‘Os fatos lembram-nos, em cada instante, que não reinamos, de modo algum, sobre a natureza como um conquistador reina sobre um povo estrangeiro à semelhança de alguém que estivesse fora da natureza, mas que fazemos parte dela como nossa carne, nosso sangue, nosso cérebro, que estamos em seu seio e que todo domínio sobre ela reside na vantagem que temos, em relação ao conjunto das outras criaturas, de conhecer suas leis e poder servir-nos dela de forma criteriosa’.
Não seria difícil encontrar outros exemplos. No entanto, não deixa de ser verdade que Marx e Engels carecem de uma perspectiva ecológica de conjunto. Ela exige dos marxistas uma profunda revisão crítica de sua concepção tradicional das ‘forças produtivas’, assim como uma ruptura radical com a ideologia do progresso e com o paradigma tecnológico da civilização industrial moderna”.
Socialismo num planeta destruído?
A necessidade de frear a destruição do planeta, mesmo nas condições do capitalismo, decorre da constatação de que o socialismo não se realizará no espaço vazio. Não haverá socialismo numa terra destruída, sem recursos naturais, para distribuí-los entre os homens. A água, o ar, as florestas e os recursos minerais precisam ser preservados e ou repostos, em parte, para que se possa empreender a sua distribuição. Os capitalistas, com o seu estômago de lagarta, estão consumindo a riqueza que pertence ao homem, na sua forma universal.
O teórico marxista Michel Löwy nos brinda com um texto que exige uma reflexão sobre a aliança entre os comunistas e os ecologistas, entre ‘vermelhos’ e ‘verdes’. O objetivo dessa aliança é expressar a necessidade de conter, nas condições do capitalismo, a destruição das riquezas naturais – ecologia - que pertencerão, no futuro, a todos os homens - socialismo.
“A grande contribuição da ecologia foi – e continua sendo – levar-nos a tomar consciência dos perigos que ameaçam o planeta em conseqüência do atual modo de produção e consumo: o crescimento exponencial da poluição do ar, do solo, da água, a eliminação de espécies vivas, a desertificação das terras férteis, a acumulação de dejetos nucleares incontroláveis, a ameaça constante de novas Tchernobys, a destruição em um ritmo acelerado das florestas, o efeito estufa e o perigo de ruptura da camada de ozônio [que tornaria impossível toda vida orgânica no planeta] configuram um cenário de catástrofe que coloca em questão a própria sobrevivência da humanidade. Estamos enfrentando uma crise de civilização que exige mudanças radicais.
É preciso uma estratégia de aliança entre os ‘vermelhos’ e os ‘verdes’ – o movimento operário e a ecologia – e de solidariedade com os oprimidos e explorados do Sul.
A utopia revolucionária de um socialismo verde não significa que não se deva agir desde agora. Não ter ilusões sobre a possibilidade de ‘ecologizar’ o capitalismo não quer dizer que não se possa empreender o combate em favor de reformas imediatas. Por exemplo, algumas formas de ecotaxas podem ser úteis com a condição de que sejam aplicadas a partir de uma lógica social igualitária [fazer pagar os poluidores e não os consumidores] e com a condição de que seja abandonado o mito do cálculo econômico pelo ‘preço de mercado’ dos estragos ecológicos: trata-se de variáveis incomensuráveis do ponto de vista monetário. Temos uma desesperada necessidade de ganhar tempo e lutar imediatamente pela proibição dos CFC que destroem a camada de ozônio e pela limitação severa das emissões de gás responsáveis pelo ‘efeito estufa’, assim como privilegiar os transportes coletivos em relação ao carro individual poluente e anti-social.
O combate em favor das reformas ecossociais pode ser portador de uma dinâmica de mudança, de ‘transição’ entre as demandas mínimas e o programa máximo:
- a promoção de transportes coletivos – trem, metrô, ônibus, bonde – baratos ou gratuitos como alternativa aos engarrafamentos e à poluição provocados nas cidades e zonas rurais pelo carro individual e pelo sistema dos transportes rodoviários;
- a luta contra o sistema da dívida e dos ‘ajustamentos’ ultraliberais imposto pelo FMI e pelo Banco Mundial aos países do Sul, com dramáticas conseqüências sociais e ecológicas: desemprego massivo, destruição da proteção social e das culturas alimentícias, assim como dos recursos naturais destinados à exportação;
- defesa da saúde pública contra a poluição do ar, da água [lençóis freáticos] ou da alimentação pela avidez das grandes empresas capitalistas;
- a redução do tempo de trabalho como resposta ao desemprego e como visão da sociedade que privilegia o tempo livre em relação a acumulação de bens”.
A deusa Amazônia em trabalho de parto
Quando um ecossistema morre, ele morre para proprietários de meios de produção e para os não proprietários (ricos e pobres), mas isso não significa que o mundo acabará uniformemente para todos, como aconteceria para a espécie sem memória social que imaginamos.
Aqui na Amazônia estamos vendo de perto a destruição desses ecossistemas. Como meninos desarmados, sabemos o que fazer, mas não temos os meios. Identificamos na produção capitalista e no seu irracional consumo a fonte de toda a destruição. Alguns fenômenos são tenebrosos.
O gás carbônico está mudando o padrão de crescimento das árvores da Amazônia. Os cientistas suspeitam que a elevação do gás carbônico esteja fertilizando as florestas e aumentando a competição pela luz, água e nutrientes no solo. Desta forma, as árvores grandes e de crescimento rápido têm uma vantagem.
Coisas esquisitas começaram a acontecer no sul do Chile. Os pescadores estão capturando salmões cegos. Os camponeses relatam que os coelhos selvagens desenvolveram olhos saltados (exoftalmia) e devem estar sofrendo de distúrbios oculares, uma vez que são capturados com muita facilidade. Rodolfo Mancilla, um criador de ovelhas da Terra do Fogo, diz que seus animais também estão ficando cegos.
Algumas mudas de árvores estão mostrando um desenvolvimento deformado nesta primavera austral, enquanto certos tipos de algas marinhas estão segregando um pigmento vermelho nunca observado anteriormente.
Acrescentaríamos milhões de caracteres se fôssemos, aqui, relatar os fenômenos estranhos que vêm ocorrendo na Amazônia. As condições originais de sua pujante floresta e de seus majestosos rios estão sofrendo uma mutação irreversível. Como uma criança atingida por gases mortais, a Amazônia se contorce em dor.
Meu futuro tem valor
A nossa luta será conter a destruição das formas de vida ainda existentes e dos recursos naturais. Precisamos de alianças amplas em torno dessa luta. O capitalismo não fará concessões. Os capitalistas sabem que quem sofrerá, com a escassez de recursos naturais, são os pobres do Sul, da África, da Ásia e do Oriente Médio. Os ricos encontrarão formas de se proteger. São os pobres os verdadeiramente atingidos pela estúpida destruição das condições de vida no planeta.
Nessas condições adversas precisamos incorporar ao nosso cotidiano político as principais bandeiras do movimento ecológico, mesmo reconhecendo a sua limitação nas condições do capitalismo. Será fundamental a contribuição dos comunistas, ao interpor o componente socialista na luta pela preservação do planeta. Assim como será decisiva a incorporação das bandeiras ecológicas ao imaginário marxista, não permitindo que o desenvolvimento das forças produtivas cause sofrimento e morte às formas de vida indefesas e aos recursos naturais finitos.
O grande objetivo será o de acumular forças na luta ambiental e socialista, atraindo aliados para a grande tarefa de devolver o planeta aos seus verdadeiros donos. Realizada a tarefa, cuidaremos da Terra como um filho cuida de sua mãe. Nossa atenção estará voltada para as mais modernas tecnologias de utilização dos recursos naturais e, principalmente, na sua distribuição. O consumo será sustentável, na compreensão de que a Terra não é inesgotável, como uma mulher que, em determinada idade, cessa a sua capacidade de reprodução.
*Diniz é deputado estadual pelo PCdoB do Acre.
Um mundo socialmente justo e economicamente sustentável é apenas uma utopia ou ele já se manifesta no horizonte estreito do capitalismo? O que é esse novo mundo e de quais partituras nasce a sua irreverente sinfonia? A história o alimenta, o contradiz ou é a sua grande parteira?
Nesse novo mundo haverá harmonia entre o homem, a terra com os seus bens naturais e as forças produtivas da civilização. É possível, no século vinte e um, a instauração de uma sociedade desse tipo ou isso não passa de um sonho romântico das primitivas sociedades tribais? É pretensão romântica querer realizar neste tempo de lobos, de forma superior, o modo de vida que desfrutava o homo sapiens arcaico?
Como dialogar, na Amazônia, sobre a utopia socialista e sustentável? Qual o papel dos comunistas na luta pela preservação do planeta, nas condições do capitalismo? É possível unificar o discurso sustentável ao socialista?
Eles não são fraternos
Nunca na história da humanidade, um modo de produção e de apropriação dos recursos naturais foi tão excludente e tão poluidor. O mundo atual é uma fábrica gigantesca e incontrolável de exclusão social e de degradação ambiental. O novo mundo, sustentável e socialista, terá que se confrontar com o mundo capitalista, sua brutal exclusão econômica e sua irreparável destruição do planeta, como fonte de vida para todas as espécies.
Alguns dados, aqui relatados a várias mãos, sobre a destruição das condições de vida do planeta Terra nos alertam para uma catástrofe de proporções inimagináveis.
O mundo cresce à razão de 90 milhões de pessoas a cada ano. Nessa projeção, a população do planeta poderá vir a se estabilizar em 11 bilhões de pessoas, por volta de 2100. Os padrões de produção e consumo no mundo, hoje, estão 20% acima da capacidade de reposição da biosfera, isso considerando que existe mais de 1 bilhão de pessoas passando fome.
Entre 1500 e 1850 foi eliminada uma espécie em cada 10 anos. Entre 1850 e 1950 foi eliminada uma espécie em cada ano. Em 1990 desapareceram 10 espécies por dia. Atualmente, cerca de uma espécie está desaparecendo por hora. Entre 1975 e 2000 desapareceram aproximadamente 20% de todas as espécies de vida.
A partir de 1950 perdeu-se a quinta parte da superfície cultivável e das florestas tropicais. De 1970 a 1988 o desmatamento foi de 20 milhões de hectares. Atualmente, cerca de 10 milhões de hectares são desmatados ou degradados por ano, o que representa uma área do tamanho de um campo de futebol a cada dois segundos.
A floresta amazônica está desaparecendo três vezes mais rápido do que na década de 90. 20% dela já foi destruída. 80% das florestas originais já foram destruídas e somente 20% das florestas nativas permanecem intactas. Uma árvore é plantada para cada dez que são derrubadas. Nesse ritmo, a floresta tropical restante estará destruída até 2035. O planeta já perdeu metade de sua extensão florestal original, principalmente nos últimos 100 anos.
Para muitos cientistas esta é a maior onda de extinções desde o desaparecimento dos dinossauros há 65 milhões de anos. Quase 24% dos mamíferos, 12% dos pássaros e quase 14% das plantas enfrentam essa ameaça, em grande parte devido à destruição do seu habitat. Somente no Brasil, mais de 87 culturas humanas foram perdidas e, nos próximos 10 a 20 anos, o mundo verá a perda de milhares de espécies de plantas e de animais.
A cada ano perdem-se 25 milhões de toneladas de húmus por causa da erosão, salinização e desertificação e, devido à degradação do solo, o planeta perde por ano mais de sete milhões de hectares de terras cultiváveis.
Na última metade do século passado o mundo perdeu 62% de suas reservas de água potável. A quantidade de água potável que está acessível – seja em lagos, rios ou represas – representa menos de 0,25% do total de água doce. Em 1995, 27% da população da América Latina e do Caribe não tinham acesso à água potável. Estima-se que mais de 2 bilhões de pessoas no mundo não tenham acesso à água potável e mais de 5 milhões (um número dez vezes maior que o de mortos em guerras em todo o mundo), crianças na maioria, morram, a cada ano, de doenças causadas por água contaminada que provoca mais de 1 bilhão de enfermidades.
A cada ano 500 milhões de toneladas de lixo perigoso são produzidas no mundo. Apenas os Estados Unidos da América são responsáveis por 50% desse lixo! A biodiversidade dos ecossistemas de água doce diminuiu 45% de 1970 até 1996. Já o ecossistema marinho perdeu 35% de sua biodiversidade nestes mesmos 26 anos. O consumo de fertilizantes aumentou de 12 para 80 milhões de toneladas por ano no intervalo de 26 anos.
Desde o ano de 1950 cerca de 600.000 espécies têm desaparecido e cerca de 40.000 estão ameaçadas. O aumento da extinção pode ser agravado pelo desenfreado consumo humano, pela poluição dos recursos naturais, através do aquecimento global e pela elevação do nível do mar.
De acordo com uma forte corrente de cientistas, a Terra ingressou numa nova era, o antropoceno, caracterizado por mudanças globais no meio-ambiente como produto da ação humana. Devido ao seu sucesso como espécie, os seres humanos se transformaram em uma ‘força geológica’ de certa importância.
Estamos começando a pagar um alto preço pela crueldade imposta às árvores, aos animais e pela deterioração das condições de sobrevivência e da qualidade de vida de todos os seres que aqui habitamos.
O bondoso lobo mau
Como frear essa destruição e iniciar a reconstrução das condições originais do planeta? O capitalismo é capaz de interromper a barbárie que ele mesmo criou contra os recursos naturais da Terra? Por que o planeta continua esquentando se, com apenas 1% do Produto Interno Bruto mundial, é possível reduzir entre 30% e 40% as emissões de carbono na atmosfera? Elas são uma das principais causas para o aquecimento global.
O capitalismo não tem cura! Destrói a terra e suas fontes de vida, mas se movimenta dando a aparência de que quer salvá-la. Esse movimento tem um nome bonito e charmoso. Perfumado por ‘teorias’ ambientais e protegido por grandes corporações empresariais, o ecocapitalismo mudou de nome para se viabilizar. É defendido, divulgado, amado, repetido e chamado de desenvolvimento sustentável.
Os românticos acreditavam numa terra sadia, apesar da exploração de classe (escravista, feudal, capitalista). O movimento de sustentabilidade atual os segue. Ingenuamente, parte substancial da humanidade acredita que o capitalismo, que transformou os bens naturais em mercadoria, matará a sua própria filha: a poluição, em todos os seus ângulos.
O capitalismo se entrelaça no Paradoxo de Jevons, assim chamado depois de William Stanley Jevons ter publicado, em 1865, ‘A questão do carvão’. Jevons explicou que a melhoria nos motores a vapor que diminuíam a utilização de carvão por unidade de output também serviram para aumentar a escala de produção, pois mais e maiores fábricas foram construídas. Portanto, o aumento da eficiência na utilização do carvão teve o efeito paradoxal de expandir o consumo total de carvão.
D
essa forma, o problema ambiental do planeta não será superado com o desenvolvimento das forças produtivas e com a sua crescente evolução tecnológica. A solução está no consumo, nos quantitativos e na forma da riqueza distribuída. Bastava que o restante do mundo tivesse níveis de consumo semelhantes ao dos Estados Unidos e o petróleo acabaria em 30 dias. Enquanto, por exemplo, os milhões de carros particulares não forem substituídos por centenas de ônibus, trens e metrôs de qualidade, a humanidade continuará sonhando em deter a inexorável destruição das condições de vida no planeta.
Amor à primeira vista
Os primeiros críticos desse modelo de civilização capitalista foram os românticos: de Rousseau até nossos dias, o romantismo protestou contra a quantificação, a mecanização e o desencantamento do mundo, em nome de valores culturais, sociais, éticos pré-capitalistas. Leonardo Vieira e Cláudio Francisco Medeiros nos levam a uma viagem entre o romantismo e o marxismo, demonstrando que a perspectiva socialista morre em si mesma se não unir o desenvolvimento das forças produtivas à preservação dos recursos naturais.
“Em ‘Tempos difíceis’ – um dos romances preferidos de Karl Marx – Charles Dickens descreve a cidade industrial imaginária como uma ‘vilã cidadela’ onde o ‘tijolo opunha uma resistência tão grande à entrada da natureza quanto à saída do ar e dos gases mortíferos’.
O socialismo e a ecologia são, cada um à sua maneira, herdeiros da crítica romântica. Seus objetivos comuns implicam a superação da racionalidade instrumental, do reino da quantificação, da produção como objetivo em si, da ditadura do dinheiro, da redução do universo social ao cálculo das margens de rentabilidade e à necessidade da acumulação do capital. Tanto o socialismo como a ecologia reivindicam valores qualitativos: o valor de uso, a satisfação das necessidades, a igualdade social para o primeiro, a salvaguarda da natureza e o equilíbrio ecológico para a segunda.
Dito isso, divergências de fundo têm mantido, até aqui, uma separação entre ‘vermelhos’ e ‘verdes’, entre marxistas e ecologistas. Estes acusam Marx e Engels de produtivismo. Será que tal acusação é justificada?
Não, na medida em que, mais do que ninguém, foi Marx quem denunciou a lógica capitalista de produção, a acumulação do capital, das riquezas e das mercadorias como objetivo em si. A própria idéia de socialismo é a de uma produção de valores de uso, de bens necessários à satisfação de necessidades humanas. Para Marx, o objetivo supremo do progresso técnico não é o crescimento infinito de bens [o ter], mas a redução da jornada de trabalho e o aumento do tempo livre [o ser].
Marx e Engels deixaram um certo número de textos que mostram uma visão mais crítica das ‘forças produtivas’. Por exemplo, em A ideologia Alemã encontra-se a seguinte informação:
‘No desenvolvimento das forças produtivas chega um estágio em que surgem forças produtivas e meios de circulação que só podem ser nefastos no âmbito das relações existentes e já não são forças produtivas, mas forças destruidoras [o maquinismo e o dinheiro]’.
Encontra-se, em O Capital, o célebre trecho sobre a agricultura capitalista:
‘Assim, ela destrói não só a saúde física do operário urbano, mas também a vida espiritual do trabalhador rural. Cada passo dado em direção da agricultura capitalista, cada semente de fertilidade a curto prazo, constitui, ao mesmo tempo, um agravamento na ruína das fontes duradouras de tal fertilidade. Quanto mais um país – por exemplo, os Estados Unidos da América do Norte – desenvolve-se na base da grande indústria, tanto mais rapidamente realiza-se esse processo de destruição. Portanto, a produção capitalista só desenvolve a técnica e a combinação do processo de produção social ao mesmo tempo que esgota as duas fontes de onde brota a riqueza: a terra e o trabalhador’.
Em O Capital, Marx não se limitou à análise das conseqüências da acumulação capitalista para o trabalhador, mas também para o próprio meio natural:
‘Com o predomínio sempre crescente da população urbana, acumulada em grandes centros, a produção capitalista concentra, por um lado, a força motriz histórica da sociedade, mas, por outro, dificulta o intercâmbio entre o ser humano e a natureza, isto é, o regresso à terra dos elementos do solo gastos pelo homem na forma de meios de alimentação e vestuário, ou seja, perturba a eterna condição natural de uma fecundidade duradoura da terra’.
Até mesmo em Engels, que celebrou amiúde o ‘controle’ e o ‘domínio’ humanos sobre a natureza, é possível encontrar-se escritos que chamam a atenção, da forma mais explícita, para os perigos de tal atitude – vejamos, por exemplo, o seguinte trecho do artigo sobre ‘O papel do trabalho na transformação do macaco em homem’:
‘Não devemos vangloriarmo-nos demais com nossas vitórias humanas sobre a natureza. Para cada uma dessas vitórias, a natureza vinga-se às nossas custas. É verdade que cada vitória dá-nos, em primeira instância, os resultados esperados, mas em segunda e terceira instâncias, apresenta efeitos diferentes, inesperados, que, freqüentemente, anulam os resultados já obtidos. As pessoas que, na Mesopotâmia, Grécia, Ásia Menor e alhures, destruíram as florestas para obter terra arável, nunca imaginaram que, ao eliminarem juntamente com as florestas os centros de coleta e os reservatórios de umidade, estavam lançando as bases para o estado desolador de tais países’.
E mais adiante:
‘Os fatos lembram-nos, em cada instante, que não reinamos, de modo algum, sobre a natureza como um conquistador reina sobre um povo estrangeiro à semelhança de alguém que estivesse fora da natureza, mas que fazemos parte dela como nossa carne, nosso sangue, nosso cérebro, que estamos em seu seio e que todo domínio sobre ela reside na vantagem que temos, em relação ao conjunto das outras criaturas, de conhecer suas leis e poder servir-nos dela de forma criteriosa’.
Não seria difícil encontrar outros exemplos. No entanto, não deixa de ser verdade que Marx e Engels carecem de uma perspectiva ecológica de conjunto. Ela exige dos marxistas uma profunda revisão crítica de sua concepção tradicional das ‘forças produtivas’, assim como uma ruptura radical com a ideologia do progresso e com o paradigma tecnológico da civilização industrial moderna”.
Socialismo num planeta destruído?
A necessidade de frear a destruição do planeta, mesmo nas condições do capitalismo, decorre da constatação de que o socialismo não se realizará no espaço vazio. Não haverá socialismo numa terra destruída, sem recursos naturais, para distribuí-los entre os homens. A água, o ar, as florestas e os recursos minerais precisam ser preservados e ou repostos, em parte, para que se possa empreender a sua distribuição. Os capitalistas, com o seu estômago de lagarta, estão consumindo a riqueza que pertence ao homem, na sua forma universal.
O teórico marxista Michel Löwy nos brinda com um texto que exige uma reflexão sobre a aliança entre os comunistas e os ecologistas, entre ‘vermelhos’ e ‘verdes’. O objetivo dessa aliança é expressar a necessidade de conter, nas condições do capitalismo, a destruição das riquezas naturais – ecologia - que pertencerão, no futuro, a todos os homens - socialismo.
“A grande contribuição da ecologia foi – e continua sendo – levar-nos a tomar consciência dos perigos que ameaçam o planeta em conseqüência do atual modo de produção e consumo: o crescimento exponencial da poluição do ar, do solo, da água, a eliminação de espécies vivas, a desertificação das terras férteis, a acumulação de dejetos nucleares incontroláveis, a ameaça constante de novas Tchernobys, a destruição em um ritmo acelerado das florestas, o efeito estufa e o perigo de ruptura da camada de ozônio [que tornaria impossível toda vida orgânica no planeta] configuram um cenário de catástrofe que coloca em questão a própria sobrevivência da humanidade. Estamos enfrentando uma crise de civilização que exige mudanças radicais.
É preciso uma estratégia de aliança entre os ‘vermelhos’ e os ‘verdes’ – o movimento operário e a ecologia – e de solidariedade com os oprimidos e explorados do Sul.
A utopia revolucionária de um socialismo verde não significa que não se deva agir desde agora. Não ter ilusões sobre a possibilidade de ‘ecologizar’ o capitalismo não quer dizer que não se possa empreender o combate em favor de reformas imediatas. Por exemplo, algumas formas de ecotaxas podem ser úteis com a condição de que sejam aplicadas a partir de uma lógica social igualitária [fazer pagar os poluidores e não os consumidores] e com a condição de que seja abandonado o mito do cálculo econômico pelo ‘preço de mercado’ dos estragos ecológicos: trata-se de variáveis incomensuráveis do ponto de vista monetário. Temos uma desesperada necessidade de ganhar tempo e lutar imediatamente pela proibição dos CFC que destroem a camada de ozônio e pela limitação severa das emissões de gás responsáveis pelo ‘efeito estufa’, assim como privilegiar os transportes coletivos em relação ao carro individual poluente e anti-social.
O combate em favor das reformas ecossociais pode ser portador de uma dinâmica de mudança, de ‘transição’ entre as demandas mínimas e o programa máximo:
- a promoção de transportes coletivos – trem, metrô, ônibus, bonde – baratos ou gratuitos como alternativa aos engarrafamentos e à poluição provocados nas cidades e zonas rurais pelo carro individual e pelo sistema dos transportes rodoviários;
- a luta contra o sistema da dívida e dos ‘ajustamentos’ ultraliberais imposto pelo FMI e pelo Banco Mundial aos países do Sul, com dramáticas conseqüências sociais e ecológicas: desemprego massivo, destruição da proteção social e das culturas alimentícias, assim como dos recursos naturais destinados à exportação;
- defesa da saúde pública contra a poluição do ar, da água [lençóis freáticos] ou da alimentação pela avidez das grandes empresas capitalistas;
- a redução do tempo de trabalho como resposta ao desemprego e como visão da sociedade que privilegia o tempo livre em relação a acumulação de bens”.
A deusa Amazônia em trabalho de parto
Quando um ecossistema morre, ele morre para proprietários de meios de produção e para os não proprietários (ricos e pobres), mas isso não significa que o mundo acabará uniformemente para todos, como aconteceria para a espécie sem memória social que imaginamos.
Aqui na Amazônia estamos vendo de perto a destruição desses ecossistemas. Como meninos desarmados, sabemos o que fazer, mas não temos os meios. Identificamos na produção capitalista e no seu irracional consumo a fonte de toda a destruição. Alguns fenômenos são tenebrosos.
O gás carbônico está mudando o padrão de crescimento das árvores da Amazônia. Os cientistas suspeitam que a elevação do gás carbônico esteja fertilizando as florestas e aumentando a competição pela luz, água e nutrientes no solo. Desta forma, as árvores grandes e de crescimento rápido têm uma vantagem.
Coisas esquisitas começaram a acontecer no sul do Chile. Os pescadores estão capturando salmões cegos. Os camponeses relatam que os coelhos selvagens desenvolveram olhos saltados (exoftalmia) e devem estar sofrendo de distúrbios oculares, uma vez que são capturados com muita facilidade. Rodolfo Mancilla, um criador de ovelhas da Terra do Fogo, diz que seus animais também estão ficando cegos.
Algumas mudas de árvores estão mostrando um desenvolvimento deformado nesta primavera austral, enquanto certos tipos de algas marinhas estão segregando um pigmento vermelho nunca observado anteriormente.
Acrescentaríamos milhões de caracteres se fôssemos, aqui, relatar os fenômenos estranhos que vêm ocorrendo na Amazônia. As condições originais de sua pujante floresta e de seus majestosos rios estão sofrendo uma mutação irreversível. Como uma criança atingida por gases mortais, a Amazônia se contorce em dor.
Meu futuro tem valor
A nossa luta será conter a destruição das formas de vida ainda existentes e dos recursos naturais. Precisamos de alianças amplas em torno dessa luta. O capitalismo não fará concessões. Os capitalistas sabem que quem sofrerá, com a escassez de recursos naturais, são os pobres do Sul, da África, da Ásia e do Oriente Médio. Os ricos encontrarão formas de se proteger. São os pobres os verdadeiramente atingidos pela estúpida destruição das condições de vida no planeta.
Nessas condições adversas precisamos incorporar ao nosso cotidiano político as principais bandeiras do movimento ecológico, mesmo reconhecendo a sua limitação nas condições do capitalismo. Será fundamental a contribuição dos comunistas, ao interpor o componente socialista na luta pela preservação do planeta. Assim como será decisiva a incorporação das bandeiras ecológicas ao imaginário marxista, não permitindo que o desenvolvimento das forças produtivas cause sofrimento e morte às formas de vida indefesas e aos recursos naturais finitos.
O grande objetivo será o de acumular forças na luta ambiental e socialista, atraindo aliados para a grande tarefa de devolver o planeta aos seus verdadeiros donos. Realizada a tarefa, cuidaremos da Terra como um filho cuida de sua mãe. Nossa atenção estará voltada para as mais modernas tecnologias de utilização dos recursos naturais e, principalmente, na sua distribuição. O consumo será sustentável, na compreensão de que a Terra não é inesgotável, como uma mulher que, em determinada idade, cessa a sua capacidade de reprodução.
*Diniz é deputado estadual pelo PCdoB do Acre.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
IMPASSE NA FRONTEIRA
Itamaraty anuncia base móvel para socorrer brasileiros
De Brasília, DF
O Itamaraty montará um consulado sazonal (posto móvel avançado) para auxiliar as famílias de brasileiros que vivem ilegalmente na fronteira com a Bolívia. A notícia foi comemorada pela deputada Perpétua Almeida (PCdoB), após uma reunião ocorrida no início da tarde desta quarta-feira com o embaixador Eduardo Grattioni, que chefia o Departamento de Comunidades Estrangeiras no Exterior, e o deputado Fernando Melo (PT), presidente da Frente parlamentar Brasil-Bolívia. A base, que permaneceria no Acre até o final do ano, será instalada na antiga Vila Montevidéo, na região de divisa com o município de Plácido de Castro.
O Ministério das Relações Exteriores confirmou o acordo bilateral entre os presidentes Luís Inácio Lula da Silva e Evo Morale, segundo o qual não vigora mais o prazo (dezembro deste ano) dado pelo governo boliviano para a saída das famílias que vivem há décadas na faixa de fronteira.
Perpétua Almeida, juntamente com o deputado Nilson Mourão, alertaram o presidente brasileiro sobre a clima de terrorismo imposto ás famílias. Os três conversaram ainda dentro do avião, na última sexta-feira, na viagem oficial do presidente ao Acre. Lula se disse surpreso com o risco de conflito na fronteira e assumiu, naquele momento, o compromisso de convencer Morales a reconsiderar o prazo, o que ocorreu, no dia seguinte (sábado), no encontro entre ambos na Villa Tunari.
A deputada acreana informou que o Governo do Acre e o Itamaraty acertarão uma agenda conjunta, após o feriado de 7 de setembro, com a missão de debelar a agitação que toma conta dos brasileiros. “Ninguém será mandado embora de suas propriedades. É hora de enfrentarmos a desinformação e evitar que os brasileiros continuem sendo achincalhados”, disse a deputada.
Fernando Melo, por sua vez, sugeriu que o Ministério das Relações Exteriores confeccione um questionário para saber as dúvidas mais latentes das famílias e, a partir daí, providencie uma cartilha jurídica orientativa.
A Organização Internacional de Migração (OIM), contratada pelos dois governos para relatar a situação, também fará um novo levantamento para identificar o número de famílias vivendo na região. O quantitativo anterior, de 243, chegou a ser revisado para 450, e nenhum dado é tido como oficial ou definitivo. O Jornal Folha de S. Paulo, que mantém profissionais acompanhando o impasse diariamente, noticiou no último domingo que o número de brasileiros ali pode chegar a mil.
O embaixador confirmou ter informações de que os brasileiros, dentre eles centenas de acreanos, estão sendo pressionados a vender suas terras e se desfazer de suas casas e plantações. Ainda segundo ele, desafetos do governo Morales estão cobrando taxas ilegais para a retirada de animais – gado e porcos, dentre outros - das terras ocupadas pelos brasileiros. “Há, de fato, pessoas agitando e desinformando. Creio numa remediação deste episódio após este encontro que teremos com o Governo do Acre, nos próximos dias”, ressaltou o embaixador.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
COM MARINA E DILMA
Comentário do jornalista Ricardo Noblat:
Os irmãos Viana (Jorge, ex-governador do Acre, e Tião, senador) estão com um problema de bom tamanho.
Reconhecem que não teriam ascendido na política nacional e mesmo na local se Lula não tivesse se aproximado deles. Sentem-se, pois, em débito com Lula.
Ao mesmo tempo, além da amizade que os une à senadora Marina Silva (a caminho do PV), sabem que o grosso do eleitorado do Acre jamais entenderá que eles não a apóiem como candidata a presidente da República.
Jorge e Tião vão tentar convencer Lula que o palanque deles em 2010 deve recepcionar Marina e Dilma Rousseff. Em datas diferentes, naturalmente.
Lula e Dilma dificilmente concordarão com a idéia. O PT muito menos.
Os irmãos Viana (Jorge, ex-governador do Acre, e Tião, senador) estão com um problema de bom tamanho.
Reconhecem que não teriam ascendido na política nacional e mesmo na local se Lula não tivesse se aproximado deles. Sentem-se, pois, em débito com Lula.
Ao mesmo tempo, além da amizade que os une à senadora Marina Silva (a caminho do PV), sabem que o grosso do eleitorado do Acre jamais entenderá que eles não a apóiem como candidata a presidente da República.
Jorge e Tião vão tentar convencer Lula que o palanque deles em 2010 deve recepcionar Marina e Dilma Rousseff. Em datas diferentes, naturalmente.
Lula e Dilma dificilmente concordarão com a idéia. O PT muito menos.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
O SONHO DE MARINA E A DUALIDADE DO PT
Do Jornal ABC Repórter
O anúncio de sua saída do Partido dos Trabalhadores, após 30 anos de militância, feito pela senadora Marina da Silva em entrevista coletiva lembrou, em muitos momentos, a frase pronunciada pelo ex-petista Fernando Gabeira (PV) de que havia "sonhado o sonho errado".
Polida, sem querer ferir seus ex-companheiros, a senadora disse que apenas as pessoas apegadas ao conservadorismo não cogitam a possibilidade de fazer mudanças na trajetória de suas vidas.
Na verdade, Marina sentia-se como peixe fora dágua no partido. Desde que foi obrigada a deixar o Ministério do Meio Ambiente, por colidir de frente com a preferida do presidente Lula para sua sucessão, a ministra chefe da Casa Civil Dilma Roussef (PT), Marina passou a ser cortejada por outros partidos, inclusive pelo Partido Verde.
É praticamente certo que a senadora pelo Acre será lançada candidata a presidente pelos verdes. Vai trazer alento a uma campanha eleitoral que se anunciava plebiscitária, na forma e desejo do presidente Lula. Sua iniciativa também deverá colocar por terra outro projeto presidencial: o de lançar o deputado Ciro Gomes (PSB) candidato a governador de São Paulo. Para tirá-lo do páreo da disputa presidencial.
No momento, nem mesmo a aposta em Dilma chega a convencer o PT, perdido na dualidade entre o discurso moralista e a prática de panos quentes na crise do senado. A saúde da poderosa predileta aparenta não ter estrutura para suportar as pressões da campanha presidencial. Talvez por isso, de forma ainda velada, Lula teria escolhido um substituto, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, como seu novo pupilo.
Seja como for, o PT não tem candidatos competitivos nem para a presidência e nem mesmo para o governo de São Paulo. Sem Lula, seria mais um entre os partidos nanicos.
O anúncio de sua saída do Partido dos Trabalhadores, após 30 anos de militância, feito pela senadora Marina da Silva em entrevista coletiva lembrou, em muitos momentos, a frase pronunciada pelo ex-petista Fernando Gabeira (PV) de que havia "sonhado o sonho errado".
Polida, sem querer ferir seus ex-companheiros, a senadora disse que apenas as pessoas apegadas ao conservadorismo não cogitam a possibilidade de fazer mudanças na trajetória de suas vidas.
Na verdade, Marina sentia-se como peixe fora dágua no partido. Desde que foi obrigada a deixar o Ministério do Meio Ambiente, por colidir de frente com a preferida do presidente Lula para sua sucessão, a ministra chefe da Casa Civil Dilma Roussef (PT), Marina passou a ser cortejada por outros partidos, inclusive pelo Partido Verde.
É praticamente certo que a senadora pelo Acre será lançada candidata a presidente pelos verdes. Vai trazer alento a uma campanha eleitoral que se anunciava plebiscitária, na forma e desejo do presidente Lula. Sua iniciativa também deverá colocar por terra outro projeto presidencial: o de lançar o deputado Ciro Gomes (PSB) candidato a governador de São Paulo. Para tirá-lo do páreo da disputa presidencial.
No momento, nem mesmo a aposta em Dilma chega a convencer o PT, perdido na dualidade entre o discurso moralista e a prática de panos quentes na crise do senado. A saúde da poderosa predileta aparenta não ter estrutura para suportar as pressões da campanha presidencial. Talvez por isso, de forma ainda velada, Lula teria escolhido um substituto, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, como seu novo pupilo.
Seja como for, o PT não tem candidatos competitivos nem para a presidência e nem mesmo para o governo de São Paulo. Sem Lula, seria mais um entre os partidos nanicos.
TIÃO VIANA NÃO DECLAROU TERRENO, DIZ JORNAL
G1
Em Brasília. DF
Reportagem publicada nesta segunda-feira (24) pelo jornal “Folha de S. Paulo” mostra que o senador Tião Viana (PT-AC) ocultou patrimônio da Justiça Eleitoral. Na campanha para senador, em 2006, Viana não declarou um terreno em um condomínio residencial de Rio Branco, capital do estado, adquirido dois anos antes.
A compra do terreno, segundo a reportagem, foi registrada no cartório de imóveis de Rio Branco com valor de R$ 30 mil. No terreno, Viana e sua mulher construíram uma casa de 477 metros quadrados, concluída em maio de 2007, diz o jornal. A casa foi avaliada em R$ 600 mil, no termo de habite-se emitido pela prefeitura.
De acordo com a assessoria do senador, Tião Viana passou a incluir o imóvel em sua declaração de Imposto de Renda a partir de 2007, e, em 2006, ele e a mulher pegaram financiamento na Caixa Econômica Federal para construir a casa. A assessoria do senador Tião Viana alegou que o terreno não foi declarado à Justiça Eleitoral porque pertencia à mulher dele, Marlúcia Cândida Viana.
Já o advogado do senador, Odilardo Marques, disse que não houve, por parte do senador, intenção de ocultar a propriedade do terreno em Rio Branco e que a prestação de contas da campanha de 2006 foi aprovada pelo TSE sem ressalvas. "Se houve erro, foi um erro material e não foi cometido diretamente pelo senador", disse o advogado, que considera pequeno o valor do imóvel (R$ 30 mil, segundo o registro no cartório de imóveis).
A exemplo de Viana, também o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que disputou e venceu a eleição para presidir a Casa contra o próprio Viana, não informou à Justiça Eleitoral a casa onde mora, em Brasília, avaliada em R$ 4 milhões, e atribuiu a omissão, primeiro, a um erro de seu contador e, depois, a mero "esquecimento".
Na sexta-feira, o advogado do senador teria dado outra explicação para o fato: disse que o partido preparou a relação entregue à Justiça Eleitoral com base na declaração de Imposto de Renda dele em 2006. Ocorre que o terreno constava apenas da declaração de Imposto de Renda da mulher naquele ano.
Segundo a reportagem, nos casamentos com comunhão de bens, em que os cônjuges fazem declaração de IR em separado, os imóveis adquiridos pelo casal são informados por um deles, mas o outro deve fazer constar em sua declaração que o bem foi registrado no CPF do cônjuge. Para o advogado do senador, o partido não atentou para tal fato quando listou os bens para o registro da candidatura.
Tião Viana informou à Justiça Eleitoral possuir R$ 23.977 em bens (valor inferior ao registrado pelo terreno), sendo R$ 15,6 mil em cadernetas de poupança, em nome dos filhos; R$ 6.316 em conta corrente no Banco do Brasil e R$ 924,54 em título de capitalização. A omissão não terá consequência para o senador, do ponto de vista da legislação eleitoral, do mesmo modo que Sarney também não sofreu sanção do TSE por omitir a casa de R$ 4 milhões.
Legislação não prevê punição
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, a legislação eleitoral não prevê punição para candidatos flagrados nesta situação. O artigo 11 da lei 9.504 (que define as normas para as eleições), apenas lista, entre os requisitos para o registros das candidaturas, a necessidade de apresentação de declaração de bens assinada pelo candidato.
O tribunal tem confrontado as informações dos candidatos com suas declarações de IR apenas para verificar se os que justificam gastos de campanha com recursos próprios possuem patrimônio para tal. Para o TSE, os candidatos deveriam declarar seus bens e os dos cônjuges, porque o objetivo da lei é dar transparência e permitir que a sociedade fiscalize a evolução patrimonial dos políticos, já que o IR é sigiloso.
Em Brasília. DF
Reportagem publicada nesta segunda-feira (24) pelo jornal “Folha de S. Paulo” mostra que o senador Tião Viana (PT-AC) ocultou patrimônio da Justiça Eleitoral. Na campanha para senador, em 2006, Viana não declarou um terreno em um condomínio residencial de Rio Branco, capital do estado, adquirido dois anos antes.
A compra do terreno, segundo a reportagem, foi registrada no cartório de imóveis de Rio Branco com valor de R$ 30 mil. No terreno, Viana e sua mulher construíram uma casa de 477 metros quadrados, concluída em maio de 2007, diz o jornal. A casa foi avaliada em R$ 600 mil, no termo de habite-se emitido pela prefeitura.
De acordo com a assessoria do senador, Tião Viana passou a incluir o imóvel em sua declaração de Imposto de Renda a partir de 2007, e, em 2006, ele e a mulher pegaram financiamento na Caixa Econômica Federal para construir a casa. A assessoria do senador Tião Viana alegou que o terreno não foi declarado à Justiça Eleitoral porque pertencia à mulher dele, Marlúcia Cândida Viana.
Já o advogado do senador, Odilardo Marques, disse que não houve, por parte do senador, intenção de ocultar a propriedade do terreno em Rio Branco e que a prestação de contas da campanha de 2006 foi aprovada pelo TSE sem ressalvas. "Se houve erro, foi um erro material e não foi cometido diretamente pelo senador", disse o advogado, que considera pequeno o valor do imóvel (R$ 30 mil, segundo o registro no cartório de imóveis).
A exemplo de Viana, também o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que disputou e venceu a eleição para presidir a Casa contra o próprio Viana, não informou à Justiça Eleitoral a casa onde mora, em Brasília, avaliada em R$ 4 milhões, e atribuiu a omissão, primeiro, a um erro de seu contador e, depois, a mero "esquecimento".
Na sexta-feira, o advogado do senador teria dado outra explicação para o fato: disse que o partido preparou a relação entregue à Justiça Eleitoral com base na declaração de Imposto de Renda dele em 2006. Ocorre que o terreno constava apenas da declaração de Imposto de Renda da mulher naquele ano.
Segundo a reportagem, nos casamentos com comunhão de bens, em que os cônjuges fazem declaração de IR em separado, os imóveis adquiridos pelo casal são informados por um deles, mas o outro deve fazer constar em sua declaração que o bem foi registrado no CPF do cônjuge. Para o advogado do senador, o partido não atentou para tal fato quando listou os bens para o registro da candidatura.
Tião Viana informou à Justiça Eleitoral possuir R$ 23.977 em bens (valor inferior ao registrado pelo terreno), sendo R$ 15,6 mil em cadernetas de poupança, em nome dos filhos; R$ 6.316 em conta corrente no Banco do Brasil e R$ 924,54 em título de capitalização. A omissão não terá consequência para o senador, do ponto de vista da legislação eleitoral, do mesmo modo que Sarney também não sofreu sanção do TSE por omitir a casa de R$ 4 milhões.
Legislação não prevê punição
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, a legislação eleitoral não prevê punição para candidatos flagrados nesta situação. O artigo 11 da lei 9.504 (que define as normas para as eleições), apenas lista, entre os requisitos para o registros das candidaturas, a necessidade de apresentação de declaração de bens assinada pelo candidato.
O tribunal tem confrontado as informações dos candidatos com suas declarações de IR apenas para verificar se os que justificam gastos de campanha com recursos próprios possuem patrimônio para tal. Para o TSE, os candidatos deveriam declarar seus bens e os dos cônjuges, porque o objetivo da lei é dar transparência e permitir que a sociedade fiscalize a evolução patrimonial dos políticos, já que o IR é sigiloso.
domingo, 23 de agosto de 2009
sábado, 22 de agosto de 2009
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
ALERTA SOBRE RISCO DE CONFLITO NA FRONTEIRA
Assem Neto
De Brasília, DF
O presidente Lula deverá, nas próximas 48 horas, assegurar que as famílias de brasileiros residentes na fronteira com a Bolívia serão protegidos. A necessidade desta decisão foi lembrada pela deputada Perpétua Almeida aos parlamentares da Bancada Federal do Acre, na tarde desta quarta-feira, ocorrida no gabinete do senador Tião Viana.
O alerta foi motivado pelas ameaças de que as famílias estariam dispostas a pegar em armas caso sejam obrigadas a deixar suas propriedades sem garantias legais.
De alguma forma, Lula será provocado a acenar com alguma iniciativa diplomática a fim de evitar o risco de conflito na região entre Brasiléia e o Departamento de Pando.
O governo Evo Morales, que deu prazo até dezembro para pôr em prática o seu plano de reforma agrária na região, já teria autorizado o envio de camponeses que chegariam em helicópteros vindos de outras localidades. Eles são destacados para ocupar terras onde os brasileiros – e centenas de acreanos - estão estabelecidos há várias décadas.
“O risco de conflito existe, e isso não é exagero. A hora de tomar uma decisão de governo é esta, afinal ali existem mulheres, idosos e crianças sujeitas a violências sem precedentes”, lembrou a deputada.
Julgado como item prioritário, nesta quarta, a Comissão de Relações Exteriores aprovou, por unanimidade, o requerimento da deputada acreana para criar um grupo suprapartidário com a missão de acompanhar a situação e apontar alternativa em defesa dos brasileiros.
O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Edvaldo Magalhães, mantém a expectativa de uma conversa com Lula. A idéia é obter orientações para discutir uma saída com o Parlamento Boliviano, na próxima semana. A viagem a La Paz está confirmada. Magalhães estará acompanhado dos deputados federais Fernando Melo (presidente da Frente Parlamentar Brasil-Bolívia), Sérgio Petecão (membro da frente) e Aldo Rebelo (autor da proposta que regularizou 80 mil bolivianos que vivem em território brasileiro).
Para Perpétua Almeida, há muitas informações desencontradas, o que deixam as famílias cada vez mais confusas. Um dos exemplos mais preocupantes é quanto ao número de brasileiros que devem deixar a região. O Ministério de Relações Exteriores apontou 243 famílias. No entanto, um segundo levantamento, sob a responsabilidade da Organização Internacional de Migração (OIM), contratada pelos dois governos, já sugere que mais 450 famílias tenham que deixar a fronteira.
O Governo do Acre também se movimenta. Deve formalizar um convite ao Itamaraty, no início da próxima semana, para que a Diplomacia Brasileira vá ao estado explicar a situação de momento. “Haveremos de encontrar uma saída, urgentemente, sem desrespeitar a soberania boliviana. O ideal é que estas famílias permaneçam onde estão, segundo a vontade delas. Mas esta possibilidade deve ser baseada em consenso diplomático”, explicou o deputado Moisés Diniz, líder do governo na Aleac.
De Brasília, DF
O presidente Lula deverá, nas próximas 48 horas, assegurar que as famílias de brasileiros residentes na fronteira com a Bolívia serão protegidos. A necessidade desta decisão foi lembrada pela deputada Perpétua Almeida aos parlamentares da Bancada Federal do Acre, na tarde desta quarta-feira, ocorrida no gabinete do senador Tião Viana.
O alerta foi motivado pelas ameaças de que as famílias estariam dispostas a pegar em armas caso sejam obrigadas a deixar suas propriedades sem garantias legais.
De alguma forma, Lula será provocado a acenar com alguma iniciativa diplomática a fim de evitar o risco de conflito na região entre Brasiléia e o Departamento de Pando.
O governo Evo Morales, que deu prazo até dezembro para pôr em prática o seu plano de reforma agrária na região, já teria autorizado o envio de camponeses que chegariam em helicópteros vindos de outras localidades. Eles são destacados para ocupar terras onde os brasileiros – e centenas de acreanos - estão estabelecidos há várias décadas.
“O risco de conflito existe, e isso não é exagero. A hora de tomar uma decisão de governo é esta, afinal ali existem mulheres, idosos e crianças sujeitas a violências sem precedentes”, lembrou a deputada.
Julgado como item prioritário, nesta quarta, a Comissão de Relações Exteriores aprovou, por unanimidade, o requerimento da deputada acreana para criar um grupo suprapartidário com a missão de acompanhar a situação e apontar alternativa em defesa dos brasileiros.
O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Edvaldo Magalhães, mantém a expectativa de uma conversa com Lula. A idéia é obter orientações para discutir uma saída com o Parlamento Boliviano, na próxima semana. A viagem a La Paz está confirmada. Magalhães estará acompanhado dos deputados federais Fernando Melo (presidente da Frente Parlamentar Brasil-Bolívia), Sérgio Petecão (membro da frente) e Aldo Rebelo (autor da proposta que regularizou 80 mil bolivianos que vivem em território brasileiro).
Para Perpétua Almeida, há muitas informações desencontradas, o que deixam as famílias cada vez mais confusas. Um dos exemplos mais preocupantes é quanto ao número de brasileiros que devem deixar a região. O Ministério de Relações Exteriores apontou 243 famílias. No entanto, um segundo levantamento, sob a responsabilidade da Organização Internacional de Migração (OIM), contratada pelos dois governos, já sugere que mais 450 famílias tenham que deixar a fronteira.
O Governo do Acre também se movimenta. Deve formalizar um convite ao Itamaraty, no início da próxima semana, para que a Diplomacia Brasileira vá ao estado explicar a situação de momento. “Haveremos de encontrar uma saída, urgentemente, sem desrespeitar a soberania boliviana. O ideal é que estas famílias permaneçam onde estão, segundo a vontade delas. Mas esta possibilidade deve ser baseada em consenso diplomático”, explicou o deputado Moisés Diniz, líder do governo na Aleac.
CANDIDATURA DE MARINA NÃO CAUSARÁ BARULHO
"Não menosprezamos a importância da candidatura da Marina. Mas ela não terá estrago nenhum", afirma o ex-gorvernador do AcreJailton de Carvalho
De O Globo
RIO BRANCO - A saída da senadora Marina Silva do PT para uma provável candidatura à presidência da República pelo PV provocou um rebuliço no quadro político do Acre. Para o ex-governador Jorge Viana (PT), principal líder político no estado, o burburinho não resultará em prejuízos à campanha da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, candidata do presidente Lula. Viana disse que Marina tem expressão política nacional, mas que o Acre, base da ex-ministra, é um colégio eleitoral pequeno e não influenciará a sucessão presidencial.
Por outro lado, o PV local sonha alto: espera Marina e outros militantes históricos do PT que estariam descontentes com a crescente aproximação de Lula com adversários antigos como o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o senador Fernando Collor (PTB-AL).
- Não menosprezamos a importância da candidatura da Marina. Mas ela não terá estrago nenhum (na candidatura da ministra Dilma) - disse Viana.
O ex-governador disse ainda que, por temperamento e estilo, Marina não faria uma campanha contra um candidato de Lula. Mais do que alcançar a presidência, o projeto de Marina seria lançar uma nova proposta de desenvolvimento sustentável, não contemplada nos programas do PT ou do PSDB, segundo ela. Mas o PV e outros partidos locais têm outra expectativa.
- A saída da Marina do PT é um momento novo na política brasileira. Estamos de braços abertos - disse Elenira Mendes, filha de Chico Mendes e dirigente do PV acreano.
Segundo ela, petistas locais devem seguir o caminho da senadora. Entre elas Ilzamar Mendes, a viúva de Chico Mendes. Filiada ao PT, Ilzamar disse à filha que, com a saída de Marina, trocará a militância petista pelo PV. Já antes do anúncio da saída da senadora, alguns militantes históricos estariam incomodados com a aproximação de Lula com antigos caciques da política, movimento que teria ficado mais claro em recentes afagos a Collor e a Sarney em meio à crise no Senado.
- Acredito que muitos outros do PT vão acompanhar a Marina - disse Elenira.
O governador Binho Marques (PT), amigo de Marina há 30 anos, não escondia a insatisfação. Mas evitou dar uma resposta conclusiva.
- Ainda vou refletir.
Na sexta-feira, o presidente Lula participará da inauguração do primeiro bloco de casas populares que o governo local, com apoio federal, está construindo para doar à população de baixa renda. O programa, parte dele incluído no Minha Casa, Minha Vida, prevê a construção de dez mil casas populares.
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
COMISSÃO INTERVÉM POR BRASILEIROS NA BOLÍVIA
Assem Neto
De Brasília, DF
Um grupo parlamentar suprapartidário deve ser constituído nesta quarta-feira, pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara Federal, em defesa das famílias de brasileiros ameaçados de expulsão na fronteira com a Bolívia. Os nomes dos parlamentares devem ser conhecidos antes do meio-dia (horário de Brasília), durante reunião dos membros, atendendo a requerimento conjunto assinado pelos deputados Perpétua Almeida e Aldo Rebelo (ambos do PCdoB).
Ao se referir ao Itamaraty e às bancadas políticas em Brasília, semana passada, Perpétua Almeida alertou o governo brasileiro e o Congresso Nacional para um possível conflito na região onde "ao longo da história centenas de famílias transitam e onde constituíram patrimônio, tiveram filhos e mesclaram suas atitudes culturais com os costumes destas duas nações".
Ao visitar a fronteira, semana passada, a deputada viu um clima de tensão e uma preocupante intranqüilidade em torno das famílias que hoje residem na Bolívia e têm a obrigação de retornar ao Brasil imediatamente.
"A legitimidade e soberania da República da Bolívia são inquestionáveis, entretanto a vida dedicada ao trabalho e os investimentos feitos por estes cidadãos merecem especial atenção", afirmou a deputada, que levará a mesma preocupação à Bancada Federal do Acre, logo mais à tarde, durante audiência com o presidente do Tribunal de Justiça do Acre, desembargador Pedro Ranzi.
Perpétua irá sugerir que o grupo político a ser constituído nesta quarta-feira visite a região de fronteira o mais rápido possível e proponha medidas junto às autoridades governamentais e diplomáticas objetivando a edificação de melhores soluções para a situação.
Aldo Rebelo é autor da proposta que regularizou 80 mil bolivianos em território brasileiro.
De Brasília, DF
Um grupo parlamentar suprapartidário deve ser constituído nesta quarta-feira, pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara Federal, em defesa das famílias de brasileiros ameaçados de expulsão na fronteira com a Bolívia. Os nomes dos parlamentares devem ser conhecidos antes do meio-dia (horário de Brasília), durante reunião dos membros, atendendo a requerimento conjunto assinado pelos deputados Perpétua Almeida e Aldo Rebelo (ambos do PCdoB).
Ao se referir ao Itamaraty e às bancadas políticas em Brasília, semana passada, Perpétua Almeida alertou o governo brasileiro e o Congresso Nacional para um possível conflito na região onde "ao longo da história centenas de famílias transitam e onde constituíram patrimônio, tiveram filhos e mesclaram suas atitudes culturais com os costumes destas duas nações".
Ao visitar a fronteira, semana passada, a deputada viu um clima de tensão e uma preocupante intranqüilidade em torno das famílias que hoje residem na Bolívia e têm a obrigação de retornar ao Brasil imediatamente.
"A legitimidade e soberania da República da Bolívia são inquestionáveis, entretanto a vida dedicada ao trabalho e os investimentos feitos por estes cidadãos merecem especial atenção", afirmou a deputada, que levará a mesma preocupação à Bancada Federal do Acre, logo mais à tarde, durante audiência com o presidente do Tribunal de Justiça do Acre, desembargador Pedro Ranzi.
Perpétua irá sugerir que o grupo político a ser constituído nesta quarta-feira visite a região de fronteira o mais rápido possível e proponha medidas junto às autoridades governamentais e diplomáticas objetivando a edificação de melhores soluções para a situação.
Aldo Rebelo é autor da proposta que regularizou 80 mil bolivianos em território brasileiro.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
MARINA SILVA IRÁ RENUNCIAR AO SENADO
Segundo o jornalista Leonildo Rosas, Marina Silva irá renunciar ao senado. A afirmação foi dada nesta terça-feira em seu blog.
“A informação seria de uma fonte próxima à parlamentar”, escreve Rosas.
De acordo com a fonte do jornalista, a senadora acreana teria devolvido o celular funcional para a diretoria do Senado. Provando assim que estaria mesmo indo para a disputa presidencial pelo Partido Verde (PV).
Caso Marina deixe de fato o senado para concorrer a presidencia, quem assumiria o cargo seria o eterno suplente io-ió Sibá Machado.
Em tempo: no site Ac24horas, em matéria assinada pela competente Dulcinéia Azevedo, o pai da ex-seringueira diz que sua filha irá tomar a decisão nesta semana. “"Ela me disse que vai tomar sua decisão essa semana. Não está sendo fácil para ela, são 30 anos no PT. Fico feliz de ser uma das primeiras pessoas que vai ser comunicado da decisão. Outro que ela também deve contar é o atual governador, o Binho, ele é como se fosse um irmão para ela", finalizou.
Leia mais clicando aqui.
“A informação seria de uma fonte próxima à parlamentar”, escreve Rosas.
De acordo com a fonte do jornalista, a senadora acreana teria devolvido o celular funcional para a diretoria do Senado. Provando assim que estaria mesmo indo para a disputa presidencial pelo Partido Verde (PV).
Caso Marina deixe de fato o senado para concorrer a presidencia, quem assumiria o cargo seria o eterno suplente io-ió Sibá Machado.
Em tempo: no site Ac24horas, em matéria assinada pela competente Dulcinéia Azevedo, o pai da ex-seringueira diz que sua filha irá tomar a decisão nesta semana. “"Ela me disse que vai tomar sua decisão essa semana. Não está sendo fácil para ela, são 30 anos no PT. Fico feliz de ser uma das primeiras pessoas que vai ser comunicado da decisão. Outro que ela também deve contar é o atual governador, o Binho, ele é como se fosse um irmão para ela", finalizou.
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PORQUE O FRANGO ATRAVESSOU A ESTRADA?
Esse é um post bem antigo no blog do Cartunista Braga que você pode conferir aqui. Fiz pequenas adaptações no final do pensamento do chargista neste novo post. Confira as idéias:
PROFESSORA PRIMÁRIA
Porque o frango queria chegar ao outro lado da estrada.
CRIANÇA
Porque sim.
PLATÃO
Porque buscava alcançar o Bem.
ARISTÓTELES
É da natureza do frango cruzar a estrada.
NELSON RODRIGUES
Porque viu sua cunhada, uma galinha sedutora, do outro lado.
MARX
O atual estágio das forças produtivas exigia uma nova classe de frangos, capazes de cruzar a estrada.
FREUD
A preocupação com o fato de o frango ter cruzado a estrada é um sintoma de insegurança sexual.
DARWIN
Ao longo de grandes períodos de tempo, os frangos têm sido selecionados naturalmente, de modo que, agora, têm uma predisposição genética a cruzar estradas.
EINSTEIN
Se o frango cruzou a estrada ou a estrada se moveu sob o frango, depende do ponto de vista. Tudo é relativo.
GAY
Aquele frango é um gato!
LOIRA
Pra se juntar a seus outros amigos mamíferos.
MACONHEIRO
Foi uma viagem.
CAETANO VELOSO
O frango é amado, é lindo, uma coisa assim. Ele atravessou, atravessa e atravessará a estrada porque Narciso, filho de D.Canô, quisera comê-lo, ou não...
GILBERTO GIL
Eu queria dizer que a metáfora da música brasileira na globalização efetiva dos carentes objetos da sinergia do frango fizeram a pluralização chegar aos ouvidos eternos da geografia assimétrica do outro lado da estrada.
LULA
Não sei de nada. Não vi nada. Que frango?.
LOCAIS
STÉLIO (Jornalista)
Aquilo é uma galinha e atravessou porque eu a chamei do outro lado da rua pra ela me fazer um boquete.
GEL (Bar dos Papudos)
Porque não tinha um feladaputa desses corno que fica bebendo lá fora, que conseguisse agarrar a porra do carai dessa galinha. E agora, quem vai pagar pra Divina? Putaquepariu, porra, #@$%¨&*@#$*...
CARTUNISTA BRAGA
Pra acompanhar o mosquito febril, o porco gripado e a vaca louca que atravessaram primeiro
Minhas adaptações (locais , é claro):
EZÍ MELO
Sei lá! Acho é pouco pra ele.
FRANCISCO COSTA
Cansou de esperar o coletivo na parada e foi atrás de um mototaxi.
ASSEM NETO
Grandes bostas...afff
KELLY SOUZA
Depende, era a estrada de Sena?
ORLEI CAMELI
Desde que a estrada seja construída pela minha empresa, tudo bem.
JOANA D'ARC
Esse frango deve ter algum problema. Custe o que custar, doa a quem doer, irei saber o que motivou o frango à atravessar essa estrada. Tem algo de pôdre nessa história.
MARINA SILVA
Se ele vir apoiar minha candidatura a presidência, eu agradeço o esforço do companheiro frango.
BINHO MARQUES
O Acre está passando pelo melhor momento de sua história. O frango percebeu isso e veio somar com a Frente Popular.
EDVALDO MAGALHÃES
E o bichim é comunista?
LUIZ CALIXTO
Tenho Provas de que o frango faz negociatas com o governo e isso o motivou a atravessar a estrada rumo aos paraísos fiscais.
GILBERTO - MANGUEIRAS BAR
Rapaz, se colocar esse frango dentro de uma garrafa o povo bebe.
ALEX THOMAS
Definitivamente, esse frango não é fashion.
DIOGO SOARES , VOCALISTA DO LOS PORONGAS
Depois que eu falei que tinha cachoeira no Acre, acho melhor ficar quieto.
SILVIO MARTINELO
Portanto que ele não seja daquele time, para mim tanto faz.
TIÃO VIANA
Disso a oposição não pode me culpar.
JORGE VIANA
Há 12 anos atrás esse frango ia morrer atolado nessa estrada. Graças ao nosso empenho, ele poder ir e vir.
SANDERSON MOURA
Não importa o motivo. Vale salientar que o direito constituicional de ir e vir do frango deve ser respeitado.
DULCINÉIA AZEVEDO
Perai, vou perguntar pro Damião
LENILDA CAVALCANTE
Provavelmente devia está fugindo de um assassino sanguinário do outro lado da estrada do calafate.
PROFESSORA PRIMÁRIA
Porque o frango queria chegar ao outro lado da estrada.
CRIANÇA
Porque sim.
PLATÃO
Porque buscava alcançar o Bem.
ARISTÓTELES
É da natureza do frango cruzar a estrada.
NELSON RODRIGUES
Porque viu sua cunhada, uma galinha sedutora, do outro lado.
MARX
O atual estágio das forças produtivas exigia uma nova classe de frangos, capazes de cruzar a estrada.
FREUD
A preocupação com o fato de o frango ter cruzado a estrada é um sintoma de insegurança sexual.
DARWIN
Ao longo de grandes períodos de tempo, os frangos têm sido selecionados naturalmente, de modo que, agora, têm uma predisposição genética a cruzar estradas.
EINSTEIN
Se o frango cruzou a estrada ou a estrada se moveu sob o frango, depende do ponto de vista. Tudo é relativo.
GAY
Aquele frango é um gato!
LOIRA
Pra se juntar a seus outros amigos mamíferos.
MACONHEIRO
Foi uma viagem.
CAETANO VELOSO
O frango é amado, é lindo, uma coisa assim. Ele atravessou, atravessa e atravessará a estrada porque Narciso, filho de D.Canô, quisera comê-lo, ou não...
GILBERTO GIL
Eu queria dizer que a metáfora da música brasileira na globalização efetiva dos carentes objetos da sinergia do frango fizeram a pluralização chegar aos ouvidos eternos da geografia assimétrica do outro lado da estrada.
LULA
Não sei de nada. Não vi nada. Que frango?.
LOCAIS
STÉLIO (Jornalista)
Aquilo é uma galinha e atravessou porque eu a chamei do outro lado da rua pra ela me fazer um boquete.
GEL (Bar dos Papudos)
Porque não tinha um feladaputa desses corno que fica bebendo lá fora, que conseguisse agarrar a porra do carai dessa galinha. E agora, quem vai pagar pra Divina? Putaquepariu, porra, #@$%¨&*@#$*...
CARTUNISTA BRAGA
Pra acompanhar o mosquito febril, o porco gripado e a vaca louca que atravessaram primeiro
Minhas adaptações (locais , é claro):
EZÍ MELO
Sei lá! Acho é pouco pra ele.
FRANCISCO COSTA
Cansou de esperar o coletivo na parada e foi atrás de um mototaxi.
ASSEM NETO
Grandes bostas...afff
KELLY SOUZA
Depende, era a estrada de Sena?
ORLEI CAMELI
Desde que a estrada seja construída pela minha empresa, tudo bem.
JOANA D'ARC
Esse frango deve ter algum problema. Custe o que custar, doa a quem doer, irei saber o que motivou o frango à atravessar essa estrada. Tem algo de pôdre nessa história.
MARINA SILVA
Se ele vir apoiar minha candidatura a presidência, eu agradeço o esforço do companheiro frango.
BINHO MARQUES
O Acre está passando pelo melhor momento de sua história. O frango percebeu isso e veio somar com a Frente Popular.
EDVALDO MAGALHÃES
E o bichim é comunista?
LUIZ CALIXTO
Tenho Provas de que o frango faz negociatas com o governo e isso o motivou a atravessar a estrada rumo aos paraísos fiscais.
GILBERTO - MANGUEIRAS BAR
Rapaz, se colocar esse frango dentro de uma garrafa o povo bebe.
ALEX THOMAS
Definitivamente, esse frango não é fashion.
DIOGO SOARES , VOCALISTA DO LOS PORONGAS
Depois que eu falei que tinha cachoeira no Acre, acho melhor ficar quieto.
SILVIO MARTINELO
Portanto que ele não seja daquele time, para mim tanto faz.
TIÃO VIANA
Disso a oposição não pode me culpar.
JORGE VIANA
Há 12 anos atrás esse frango ia morrer atolado nessa estrada. Graças ao nosso empenho, ele poder ir e vir.
SANDERSON MOURA
Não importa o motivo. Vale salientar que o direito constituicional de ir e vir do frango deve ser respeitado.
DULCINÉIA AZEVEDO
Perai, vou perguntar pro Damião
LENILDA CAVALCANTE
Provavelmente devia está fugindo de um assassino sanguinário do outro lado da estrada do calafate.
UMA SILVA SUCESSORA DE UM SILVA?
Leonardo Boff*
Não estou ligado a nenhum partido, pois para mim partido é parte. Eu como intelectual me interesso pelo todo embora, concretamente, saiba que o todo passa pela parte. Tal posição me confere a iberdade de emitir opiniões pessoais e descompromissadas com os partidos.
De forma antecipada se lançou a disputa: Quem será o sucessor do carismático presidente Luiz Inácio Lula da Silva?
De antemão afirmo que a eleição de Lula é uma conquista do povo brasileiro, principalmente daqueles que foram sempre colocados à margem do poder. Ele introduziu uma ruptura histórica como novo sujeito político e isso parece ser sem retorno. Não conseguiu escapar da lógica macro-econômica que privilegia o capital e mantém as bases que permitem a acumulação das classes opulentas. Mas introduziu uma transição de um estado privatista e neoliberal para um governo republicano e social que confere centralidade à coisa pública (res publica), o que tem beneficiado vários milhões de pessoas. Tarefa primeira de um governante é cuidar da vida de seu povo e isso Lula o fez sem nunca trair suas origens de sobrevivente da grande tribulação brasileira.
Depois de oito anos de governo se lança a questão que seguramente interessa à cidadania e não só ao PT: quem será seu sucessor? Para responder a esta questão precisamos ganhar altura e dar-nos conta das mudanças ocorridas no Brasil e no mundo. Em oito anos muta coisa mudou. O PT foi submetido a duras provas e importa reconhecer que nem sempre esteve à altura do momento e às bases que o sustentam. Estamos ainda esperando uma vigorosa autocrítica interna a propósito de presumido “mensalação”. Nós cidadãos não perdoamos esta falta de transparência e de coragem cívica e ética.
Em grande parte, o PT viou um partido eleitoreiro, interessado em ganhar eleições em todos os níveis. Para isso se obrigou a fazer coligações muito questionáveis, em alguns casos, com a parte mais podre dos partidos, em nome da governabilidade que, não raro, se colocou acima da ética e dos propósitos fundadores do PT.
Há uma ilusão que o PT deve romper: imaginar-se a realização do sonho e da utopia do povo brasileiro. Seria rebaixar o povo, pois este não se contenta com pequenos sonhos e utopias de horizonte tacanho. Eu que circulo, em função de meu trabalho, pelas bases da sociedade vejo que se esvaziou a discussão sobre “que Brasil queremos”, discussão que animou por decênios o imaginário popular. Houve uma inegável despolitização em razão de o PT ter ocupado o poder. Fez o que pôde quando podia ter feito mais, especialmente com referência à reforma agrária e a inclusão estratégica (e não meramente pontual) da ecologia.
Quer dizer, o sucessor não pode se contentar de fazer mais do mesmo. Importa introduzir mudanças. E a grande mudança na realidade e na consciência da humanidade é o fato de que a Terra já mudou. A roda do aquecimento global não pode mais ser parada, apenas retardada em sua velocidade. A partir de 23 de setembro de 2008 sabemos que a Terra como conjunto de ecosissitemas com seus recursos e serviços já se tornou insustentável porque o consumo humano, especialmente dos ricos que esbanjam, já psssou em 40% de sua capacidade de reposição.
Esta conjuntura que, se não for tomada a sério, pode levar nos próximos decênios a uma tragédia ecológicohumanitária de proporções inimagináveis e, até pelo final do século, ao desaparecimento da espécie humana. Cabe reconhecer que o PT não incorporou a dimensão ecológica no cerne de seu projeto político. E o Brasil será decisivo para o equilíbrio do planeta e para o futuro da vida.
Qual é a pessoa com carisma, com base popular, ligada aos fundamentos do PT e que se fez ícone da causa ecológica? É uma mulher, seringueira, da Igreja da libertação, amazônica. Ela também é uma Silva como Lula. Seu nome é Marina Osmarina Silva.
*O teólogo Leonardo Boff é autor do livro Que Brasil queremos? Vozes 2000.
Não estou ligado a nenhum partido, pois para mim partido é parte. Eu como intelectual me interesso pelo todo embora, concretamente, saiba que o todo passa pela parte. Tal posição me confere a iberdade de emitir opiniões pessoais e descompromissadas com os partidos.
De forma antecipada se lançou a disputa: Quem será o sucessor do carismático presidente Luiz Inácio Lula da Silva?
De antemão afirmo que a eleição de Lula é uma conquista do povo brasileiro, principalmente daqueles que foram sempre colocados à margem do poder. Ele introduziu uma ruptura histórica como novo sujeito político e isso parece ser sem retorno. Não conseguiu escapar da lógica macro-econômica que privilegia o capital e mantém as bases que permitem a acumulação das classes opulentas. Mas introduziu uma transição de um estado privatista e neoliberal para um governo republicano e social que confere centralidade à coisa pública (res publica), o que tem beneficiado vários milhões de pessoas. Tarefa primeira de um governante é cuidar da vida de seu povo e isso Lula o fez sem nunca trair suas origens de sobrevivente da grande tribulação brasileira.
Depois de oito anos de governo se lança a questão que seguramente interessa à cidadania e não só ao PT: quem será seu sucessor? Para responder a esta questão precisamos ganhar altura e dar-nos conta das mudanças ocorridas no Brasil e no mundo. Em oito anos muta coisa mudou. O PT foi submetido a duras provas e importa reconhecer que nem sempre esteve à altura do momento e às bases que o sustentam. Estamos ainda esperando uma vigorosa autocrítica interna a propósito de presumido “mensalação”. Nós cidadãos não perdoamos esta falta de transparência e de coragem cívica e ética.
Em grande parte, o PT viou um partido eleitoreiro, interessado em ganhar eleições em todos os níveis. Para isso se obrigou a fazer coligações muito questionáveis, em alguns casos, com a parte mais podre dos partidos, em nome da governabilidade que, não raro, se colocou acima da ética e dos propósitos fundadores do PT.
Há uma ilusão que o PT deve romper: imaginar-se a realização do sonho e da utopia do povo brasileiro. Seria rebaixar o povo, pois este não se contenta com pequenos sonhos e utopias de horizonte tacanho. Eu que circulo, em função de meu trabalho, pelas bases da sociedade vejo que se esvaziou a discussão sobre “que Brasil queremos”, discussão que animou por decênios o imaginário popular. Houve uma inegável despolitização em razão de o PT ter ocupado o poder. Fez o que pôde quando podia ter feito mais, especialmente com referência à reforma agrária e a inclusão estratégica (e não meramente pontual) da ecologia.
Quer dizer, o sucessor não pode se contentar de fazer mais do mesmo. Importa introduzir mudanças. E a grande mudança na realidade e na consciência da humanidade é o fato de que a Terra já mudou. A roda do aquecimento global não pode mais ser parada, apenas retardada em sua velocidade. A partir de 23 de setembro de 2008 sabemos que a Terra como conjunto de ecosissitemas com seus recursos e serviços já se tornou insustentável porque o consumo humano, especialmente dos ricos que esbanjam, já psssou em 40% de sua capacidade de reposição.
Esta conjuntura que, se não for tomada a sério, pode levar nos próximos decênios a uma tragédia ecológicohumanitária de proporções inimagináveis e, até pelo final do século, ao desaparecimento da espécie humana. Cabe reconhecer que o PT não incorporou a dimensão ecológica no cerne de seu projeto político. E o Brasil será decisivo para o equilíbrio do planeta e para o futuro da vida.
Qual é a pessoa com carisma, com base popular, ligada aos fundamentos do PT e que se fez ícone da causa ecológica? É uma mulher, seringueira, da Igreja da libertação, amazônica. Ela também é uma Silva como Lula. Seu nome é Marina Osmarina Silva.
*O teólogo Leonardo Boff é autor do livro Que Brasil queremos? Vozes 2000.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
DECEPCIONARAM DE NOVO
Não adiantou de nada as presenças de Angelim (prefeito de Rio Branco), Binho Marques (governador do Acre) e Jorge Viana (ex-governador e atual presidente do conselho de administração da Helibras) no estádio Arena da Floresta neste domingo, dia 16, para incentivar o Rio Branco Football Club jogar contra o Asa de Arapiraca, de Alagoas.
Nem mesmo com a forte presença petista puro sangue, o Rio Branco não conseguiu sair do empate de 2 a 2 contra o time do Asa de Arapiraca (AL). O time acreano foi eliminado da competição pelo critério de gols feitos fora de casa.
Lembrando que a semana que antecedeu o jogo que poderia levar a equipe acreana a serie B do campeonato brasileiro de 2010, a Cia Selva - detentora das contas de publicidade da prefeitura da capital e do estado - jorrou dinheiro aos montes em peças publicitárias ridículas, incetivando o torcedor a ir ao estádio. Não adiantou muita coisa. O vexame foi televisionado para os 22 municipios do Acre e para o estado de Alagoas via TV Aldeia, que faz parte do Sistema Publico de Comunicação.
Já é o terceiro ano consecutivo que o Rio Branco morre na praia com muito dinheiro publico jogado no lixo.
Nem mesmo com a forte presença petista puro sangue, o Rio Branco não conseguiu sair do empate de 2 a 2 contra o time do Asa de Arapiraca (AL). O time acreano foi eliminado da competição pelo critério de gols feitos fora de casa.
Lembrando que a semana que antecedeu o jogo que poderia levar a equipe acreana a serie B do campeonato brasileiro de 2010, a Cia Selva - detentora das contas de publicidade da prefeitura da capital e do estado - jorrou dinheiro aos montes em peças publicitárias ridículas, incetivando o torcedor a ir ao estádio. Não adiantou muita coisa. O vexame foi televisionado para os 22 municipios do Acre e para o estado de Alagoas via TV Aldeia, que faz parte do Sistema Publico de Comunicação.
Já é o terceiro ano consecutivo que o Rio Branco morre na praia com muito dinheiro publico jogado no lixo.
domingo, 16 de agosto de 2009
BOLÍVIA NEGA QUE EXPULSARÁ FAMÍLIAS BRASILEIRAS
Da Folha Online
O governo da Bolívia negou neste domingo que expulsará famílias brasileiras que vivem em Santo Inácio de Velasco, no departamento de Santa Cruz, cidade próxima à fronteira com o Brasil.
O vice-ministro de Terras, Alejandro Almaraz, disse, em uma entrevista ao canal estatal do país, que é falsa a informação sobre o despejo à força de moradores brasileiros da cidade no departamento de Santa Cruz.
Almaraz afirmou ainda que as expulsões de cidadãos estrangeiros assentados em povoações fronteiriças durante o mandato de Evo Morales foram realizadas "com pleno respeito aos direitos humanos, de uma maneira razoável e com consideração pelas pessoas".
Ele reiterou que, em outros casos, algumas pessoas tiveram que ser despejadas "porque a situação não admitia maiores demoras" e citou o caso de um empresário brasileiro que explorava madeira em território boliviano ilegalmente.
Almaraz lembrou que a Bolívia e o Brasil coordenam, juntamente com a OIM (Organização Internacional para as Migrações), a recolocação de famílias brasileiras pobres, que vivem em cidades que fazem fronteira com o Brasil, para o departamento amazônico de Pando, no norte do país.
"Temos um convênio que está sendo executado com a participação da OIM que nos permitirá esta recolocação com alternativas econômicas até dezembro. Vamos ser rigorosamente respeitosos ao acordo que assinarmos com o Brasil", disse.
A medida responde ao novo texto constitucional promulgado em fevereiro, que assegura que nenhum estrangeiro pode adquirir ou ter propriedades em território boliviano sob usufruto a 50 quilômetros da fronteira.
O governo também deu início à aplicação de um plano, nesta semana, para transferir famílias camponesas de outras regiões para Pando, com o objetivo de "sentar soberania" nas fronteiras e proteger o território boliviano de ocupações ilegais.
O governo da Bolívia negou neste domingo que expulsará famílias brasileiras que vivem em Santo Inácio de Velasco, no departamento de Santa Cruz, cidade próxima à fronteira com o Brasil.
O vice-ministro de Terras, Alejandro Almaraz, disse, em uma entrevista ao canal estatal do país, que é falsa a informação sobre o despejo à força de moradores brasileiros da cidade no departamento de Santa Cruz.
Almaraz afirmou ainda que as expulsões de cidadãos estrangeiros assentados em povoações fronteiriças durante o mandato de Evo Morales foram realizadas "com pleno respeito aos direitos humanos, de uma maneira razoável e com consideração pelas pessoas".
Ele reiterou que, em outros casos, algumas pessoas tiveram que ser despejadas "porque a situação não admitia maiores demoras" e citou o caso de um empresário brasileiro que explorava madeira em território boliviano ilegalmente.
Almaraz lembrou que a Bolívia e o Brasil coordenam, juntamente com a OIM (Organização Internacional para as Migrações), a recolocação de famílias brasileiras pobres, que vivem em cidades que fazem fronteira com o Brasil, para o departamento amazônico de Pando, no norte do país.
"Temos um convênio que está sendo executado com a participação da OIM que nos permitirá esta recolocação com alternativas econômicas até dezembro. Vamos ser rigorosamente respeitosos ao acordo que assinarmos com o Brasil", disse.
A medida responde ao novo texto constitucional promulgado em fevereiro, que assegura que nenhum estrangeiro pode adquirir ou ter propriedades em território boliviano sob usufruto a 50 quilômetros da fronteira.
O governo também deu início à aplicação de um plano, nesta semana, para transferir famílias camponesas de outras regiões para Pando, com o objetivo de "sentar soberania" nas fronteiras e proteger o território boliviano de ocupações ilegais.
REQUIEM AETERNUM DO SENADO
José Mastrangelo*
Com certeza, estarei lá, na sessão solene do Senado, para participar do enterro de uma instituição que, ao longo de sua história, somou mais escândalos do que bons exemplos. Os bate-bocas entre os senadores, que ocorreram nesses últimos dias, provam a fragilidade do Senado, que abriga 81 indivíduos - 33% destes devem à justiça -, ungidos de poderes e de inúmeros privilégios, sendo vitalícios alguns deles . A maioria da população brasileira aplaudirá de pé a extinção do Senado, cantando, em coro, nas praças dos mais de cinco mil municípios brasileiros, o requiem aeternum. A senadora Marina, provável pré-candidata à Presidência da República pelo Partido Verde-PV, ficará particularmente emocionada, pois ela sempre sonhou com um Congresso unicameral. A democracia não perde com a extinção do Senado. Pelo contrário, poderá resgatar o sentido original de Senado, que vem da Antiga Roma. Naquela época, o Senado constituía o Conselho Supremo do Governo, composto por anciãos (do latim senex, que dá origem ao termo Senado) que, ao lado da magistratura e da Assembleia do povo, administravam a coisa pública. O Brasil poderia reformular a sua estrutura política, instituindo o Conselho Supremo do Governo que, aliás, a Constituição de 1988, já prevê entrelinhas.
O requiem aeternum, executado, em coro, nas praças públicas dos mais de cinco mil municípios brasileiros, unirá o povo, que mandará um recado explícito aos políticos, que não honram os seus mandatos, quando colocam os seus interesses pessoais acima das causas coletivas. É verdade, o povo tem, em suas mãos, a arma do voto para derrubar os políticos, que faltam com o decoro parlamentar. No entanto, a justiça há de ser feita em cima da hora. Se demorar, correrá o risco de ser substituída pela impunidade que, por sua vez, com tempo, apaga a memória do crime e da mesma justiça, que deixou de ser feita.
À exceção de meia dúzia, a maioria dos 81 senadores não gostou nem um pouco dessa sessão solene, quando os seus mandatos serão enterrados compulsoriamente. Não adianta mais pedir desculpas, inclusive, expressas publicamente no plenário do Senado. É tarde. Quando muito, as suas desculpas constarão dos anais da Casa. No entanto, as suas lágrimas copiosas serão depostas, recolhidas e guardadas em potes de cerâmica para as próximas gerações lembrarem que aquelas lágrimas, aí depositadas, representam um mau exemplo, segundo o senador Pedro Simon. Para o senador Tião Viana, aquelas lágrimas foram derramadas por senadores irracionais.
A senadora Marina, provável pré-candidata à Presidência da República pelo PV, cantará o seu requiem aeternum sem uma lágrima molhar o seu rosto. Naquela sessão solene do Senado, estará realizando o seu sonho de campanha eleitoral. De fato, Marina, quando foi candidata ao Senado pela primeira vez, manifestou ser contrária ao Senado. Na época, defendia um Congresso unicameral, composto só de uma câmara legislativa.
A democracia não sofrerá algum arranhão com o enterro do Senado. Pelo contrário, sepultará definitivamente a Casa dos privilégios, das discriminações e dos escândalos, que causam males crônicos na população mais carente. A democracia precisade instituições sadias, sólidas e eticamente corretas, que atendam às demandas de um povo, amargurado por levar uma vida precária e sofrida. A verdadeira democracia é contra os privilégios, as desigualdades e as injustiças. Não suporta mentiras. Detesta falsidades. Descarta hipocrisias.
A proposta de constituir o Conselho Supremo do Governo é uma ideia boa e viável. Basta que ela seja objeto de uma emenda constitucional, apreciada, votada e sancionada. A democracia ganharia muito. Ficaria mais robusta para impedir atentados à sua soberania. No entanto, precisa que, nas eleições do próximo ano, o povo eleja representantes, que estejam à altura da democracia, que se quer plena, limpa e saudável. O povo não pode cair mais uma vez no conto daquele vigarista que, com sua lábia sedutora e persuasiva, caça e arranca autoritariamente o seu voto. Atenção! Soube que aquele vigarista, de plumas bicolores, estará de volta, nas próximas eleições, com o mesmo conto de ladainha. Mantenha distância. Proíba que aquele vigarista se aproxime de suas casas. Se for preciso, queime as suas plumas bicolores para ele nunca mais voar. Enfim, prepare uma sessão solene para o seu enterro, cantando o famoso requiem aeternum.
*José Mastrangelo é Doutor em Teologia e tambem escreve para o site Folha do Acre.
Com certeza, estarei lá, na sessão solene do Senado, para participar do enterro de uma instituição que, ao longo de sua história, somou mais escândalos do que bons exemplos. Os bate-bocas entre os senadores, que ocorreram nesses últimos dias, provam a fragilidade do Senado, que abriga 81 indivíduos - 33% destes devem à justiça -, ungidos de poderes e de inúmeros privilégios, sendo vitalícios alguns deles . A maioria da população brasileira aplaudirá de pé a extinção do Senado, cantando, em coro, nas praças dos mais de cinco mil municípios brasileiros, o requiem aeternum. A senadora Marina, provável pré-candidata à Presidência da República pelo Partido Verde-PV, ficará particularmente emocionada, pois ela sempre sonhou com um Congresso unicameral. A democracia não perde com a extinção do Senado. Pelo contrário, poderá resgatar o sentido original de Senado, que vem da Antiga Roma. Naquela época, o Senado constituía o Conselho Supremo do Governo, composto por anciãos (do latim senex, que dá origem ao termo Senado) que, ao lado da magistratura e da Assembleia do povo, administravam a coisa pública. O Brasil poderia reformular a sua estrutura política, instituindo o Conselho Supremo do Governo que, aliás, a Constituição de 1988, já prevê entrelinhas.
O requiem aeternum, executado, em coro, nas praças públicas dos mais de cinco mil municípios brasileiros, unirá o povo, que mandará um recado explícito aos políticos, que não honram os seus mandatos, quando colocam os seus interesses pessoais acima das causas coletivas. É verdade, o povo tem, em suas mãos, a arma do voto para derrubar os políticos, que faltam com o decoro parlamentar. No entanto, a justiça há de ser feita em cima da hora. Se demorar, correrá o risco de ser substituída pela impunidade que, por sua vez, com tempo, apaga a memória do crime e da mesma justiça, que deixou de ser feita.
À exceção de meia dúzia, a maioria dos 81 senadores não gostou nem um pouco dessa sessão solene, quando os seus mandatos serão enterrados compulsoriamente. Não adianta mais pedir desculpas, inclusive, expressas publicamente no plenário do Senado. É tarde. Quando muito, as suas desculpas constarão dos anais da Casa. No entanto, as suas lágrimas copiosas serão depostas, recolhidas e guardadas em potes de cerâmica para as próximas gerações lembrarem que aquelas lágrimas, aí depositadas, representam um mau exemplo, segundo o senador Pedro Simon. Para o senador Tião Viana, aquelas lágrimas foram derramadas por senadores irracionais.
A senadora Marina, provável pré-candidata à Presidência da República pelo PV, cantará o seu requiem aeternum sem uma lágrima molhar o seu rosto. Naquela sessão solene do Senado, estará realizando o seu sonho de campanha eleitoral. De fato, Marina, quando foi candidata ao Senado pela primeira vez, manifestou ser contrária ao Senado. Na época, defendia um Congresso unicameral, composto só de uma câmara legislativa.
A democracia não sofrerá algum arranhão com o enterro do Senado. Pelo contrário, sepultará definitivamente a Casa dos privilégios, das discriminações e dos escândalos, que causam males crônicos na população mais carente. A democracia precisade instituições sadias, sólidas e eticamente corretas, que atendam às demandas de um povo, amargurado por levar uma vida precária e sofrida. A verdadeira democracia é contra os privilégios, as desigualdades e as injustiças. Não suporta mentiras. Detesta falsidades. Descarta hipocrisias.
A proposta de constituir o Conselho Supremo do Governo é uma ideia boa e viável. Basta que ela seja objeto de uma emenda constitucional, apreciada, votada e sancionada. A democracia ganharia muito. Ficaria mais robusta para impedir atentados à sua soberania. No entanto, precisa que, nas eleições do próximo ano, o povo eleja representantes, que estejam à altura da democracia, que se quer plena, limpa e saudável. O povo não pode cair mais uma vez no conto daquele vigarista que, com sua lábia sedutora e persuasiva, caça e arranca autoritariamente o seu voto. Atenção! Soube que aquele vigarista, de plumas bicolores, estará de volta, nas próximas eleições, com o mesmo conto de ladainha. Mantenha distância. Proíba que aquele vigarista se aproxime de suas casas. Se for preciso, queime as suas plumas bicolores para ele nunca mais voar. Enfim, prepare uma sessão solene para o seu enterro, cantando o famoso requiem aeternum.
*José Mastrangelo é Doutor em Teologia e tambem escreve para o site Folha do Acre.
FATOR MARINA EMBARALHA SUCESSÃO DE LULA
De O Globo
RIO - A entrada praticamente certa da senadora Marina Silva (PT-AC) na sucessão presidencial de 2010 provocou reviravolta no quadro eleitoral e acendeu a luz amarela no Palácio do Planalto, como mostra reportagem de Gerson Camarotti e Adriana Vasconcelos publicada na edição deste domingo do GLOBO. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viu desmoronar a sua estratégia de transformar a eleição do próximo ano num plebiscito entre a candidata do PT, a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o candidato tucano. A pulverização de candidaturas deve ser o cenário provável da disputa presidencial, que Lula tentará evitar.
Petistas já admitem que a campanha de Dilma será a mais afetada nesse primeiro momento, porque Marina deve levar votos do eleitorado do PT descontente com o governo e decepcionado com o partido. Aliados e petistas que desconfiam do potencial de Dilma defendem o lançamento de mais candidaturas governistas, caso do PSB, com o deputado Ciro Gomes (CE). Situação que poderia levar a disputa presidencial ao segundo turno.
Lula briga pela polarização entre Dilma e o candidato tucano, seja o governador José Serra (SP), mais provável hoje, ou o governador Aécio Neves (MG). Gostaria de, em 2010, ver o eleitor decidir entre antes de Lula e depois de Lula, ou seja, de comparar sua administração com a do tucano Fernando Henrique. Mas todos concordam que ainda é cedo para definições. Especialmente depois do fator Marina, que esta semana deve confirmar sua ida para o PV.
RIO - A entrada praticamente certa da senadora Marina Silva (PT-AC) na sucessão presidencial de 2010 provocou reviravolta no quadro eleitoral e acendeu a luz amarela no Palácio do Planalto, como mostra reportagem de Gerson Camarotti e Adriana Vasconcelos publicada na edição deste domingo do GLOBO. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viu desmoronar a sua estratégia de transformar a eleição do próximo ano num plebiscito entre a candidata do PT, a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o candidato tucano. A pulverização de candidaturas deve ser o cenário provável da disputa presidencial, que Lula tentará evitar.
Petistas já admitem que a campanha de Dilma será a mais afetada nesse primeiro momento, porque Marina deve levar votos do eleitorado do PT descontente com o governo e decepcionado com o partido. Aliados e petistas que desconfiam do potencial de Dilma defendem o lançamento de mais candidaturas governistas, caso do PSB, com o deputado Ciro Gomes (CE). Situação que poderia levar a disputa presidencial ao segundo turno.
Lula briga pela polarização entre Dilma e o candidato tucano, seja o governador José Serra (SP), mais provável hoje, ou o governador Aécio Neves (MG). Gostaria de, em 2010, ver o eleitor decidir entre antes de Lula e depois de Lula, ou seja, de comparar sua administração com a do tucano Fernando Henrique. Mas todos concordam que ainda é cedo para definições. Especialmente depois do fator Marina, que esta semana deve confirmar sua ida para o PV.
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