Assem Neto, de Brasília
O diretor de distribuição da Eletrobrás, José Luiz Santos, pediu desculpas públicas à Bancada Federal do Acre, na noite da última quarta-feira, em razão das interrupções continuadas no fornecimento de energia elétrica no estado. A deputada Perpétua Almeida (PCdoB), articuladora de uma audiência que reuniu a cúpula da Eletroacre, sindicalistas, o corpo técnico do Ministério de Minas e Energias e de Operações do Sistema Elétrico Nacional (ONS), sugeriu: “o perdão manifestado aqui deve ser dirigido, de preferência por meio da imprensa, aos consumidores acreanos que há anos são prejudicados, inclusive financeiramente, com os apagões”.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), cuja missão é fiscalizar o sistema e cobrar desempenho satisfatório junto à Eletroacre, não mandou representante ao encontro - atitude considerada desrespeitosa por todos.
Porém, a pressão política surtiu efeito: uma turbina maior reforçará a distribuição de energia em Rio Branco a partir de maio. A engrenagem será emprestada de Manaus com a promessa de amenizar o problema, diminuindo a freqüência de apagões. A Eletrobrás assumiu o compromisso de modernizar o sistema a partir de investimentos imediatos que poderão envolver até mesmo o Banco Mundial.
Os deputados também cobraram do MME o pagamento das custas operacionais necessárias à normalização de equipamentos hospitalares em geral, inclusive os mamógrafos, danificados pela oscilações no fornecimento de energia.
Má gestão
O sistema, em particular em Rio Branco sob a responsabilidade restrita da Eletroacre, é tão ultrapassado que a administração regional tem dificuldades até para repor transformadores e peças simples como dijuntores. Uma força-tarefa autorizada pelo Ministério de Minas e Energia no ano passado figura no relatório do governo como “insuficiente”.
A má gestão, aliás, é de conhecimento no Ministério de Minas e Energias, que nega haver problema orçamentário para estabilizar o sistema. O secretário-geral do MME, Josias Araújo, informou que a previsão de investimentos na ordem de R$ 1,3 milhão para todo o ano de 2010 furou. Ou seja, somente nos três primeiros meses do ano, gastaram-se R$ 2,3 milhões sem que os resultados práticos aparecessem.
Não adianta economizar
A radialista Eliane Sinhazique, que representou os consumidores acreanos na reunião, revelou disparidades gritantes entre os valores cobrados e o consumo aferido pela Eletroacre. Muitos cidadãos recebem a conta de luz com aumento de até 100% de um mês para o outro, e este realizado não é particular de quem mora na capital. “Percebemos que não adianta economizar”, afirmou Sinhazique. Houve a promessa do Departamento Comercial da Eletrobrás de que todos os casos serão analisados. “É importante que os medidores sejam trocados, sem ônus para o usuário. Esta situação, de tão vexatória, precisa de um basta. Acho que a ficha caiu para a Eletrobrás, concluiu ela.
De olho
Os deputados Sérgio Petecão e Gladson Cameli reforçaram a pressão à Eletrobrás. Eles também irão acompanhar o cumprimento da “palavra empenhada” pela Eletrobrás – inclusive a instalação de mini-estações de distribuição em Rio Branco. De acordo com o planejamento apresentado, as obras ocorreriam em bairros como São Francisco, Calafate e Taquari, dentre outros.
Um documento assinado pelos deputados e dirigentes sindicais acreanos oficializa o apelo por providências. O documento é subscrito por Marcelo Jucá e Fernando Barbosa (Sindicato dos Urbanitários), Sebastiana Oliveira (Fetacre), João Flores e Madma Farias (Agência Reguladora do Acre) Magaly Medeiros (Representação do Governo do Acre em Brasília) e Regina Maia (Associação de Prefeitos do Acre).
sexta-feira, 30 de abril de 2010
segunda-feira, 26 de abril de 2010
CENSURA NO JORNALISMO DO ACRE
O texto abaixo foi extraido do blog repórter 24 horas, do jornalista Francisco Costa.
Olá, pessoal!
Quero informar o quanto ainda, nós jornalistas, estamos impedidos e coagidos de exercer a nossa profissão. Não vou entrar em detalhes se é ou não por questões de Governo. Quero apenas relatar a situação que me ocorreu semana passada. Recebi recados de ameaça se a minha matéria fosse levada à íntegra. Desde já, deixo claro que a ameaça não chegou em primeira mão aos meus ouvidos, fui apenas informada pelos meus superiores do local onde trabalho.
Semana passada, passei alguns dias apurando um material sobre uma denúncia contra o subcomandante da Polícia Militar do Acre, coronel Paulo César. Segundo a denúncia, feita por colegas de farda, o subcomandante teria reunido um grupo de sargentos para pedir votos ao deputado estadual Taumaturgo Lima (PT/AC), que será candidato a deputado federal e, ao pré-candidato a deputado estadual do também petista Ermício Sena. O caso ocorreu no Clube de Cabos e Soldados, na Sexta-feira da Paixão, dia 2 de abril. A denúncia foi feita à Aleac (Assembléia Legislativa do Acre) e ao Ministério Público Eleitoral.
Recebi a cópia da denúncia. Após saber dos detalhes, procurei o subcomandante para falar sobre o assunto, na manhã de sexta-feira, dia 23. Ele negou a acusação e disse que a reuniao era para tratar da redução do interstício de tempo para obtenção da promoção dos sargentos da Polícia Militar. Falou sobre isso e mais outras coisas. A conversa foi toda gravada e descrevi da mesma forma como ele falou, ou seja, a defesa dele sairia completa.
No sábado, quando estava elaborando a matéria, recebi uma ligação de um sargento dizendo que queria se pronunciar. Depois de alguns minutos, ele chegou com uma comissão de sargentos ao jornal e também fez a defesa. Tanto o Paulo César quanto essa comissão confirmou a presença desses pré-candidatos na tal reunião, porém, negaram que houve pedido de votos em troca de favores. A conversa com os sargentos também foi gravada.
Depois de umas duas horas, mais ou menos, outros militares foram até a direção do jornal ameaçar, caso a matéria fosse publicada. Eu não vi essas pessoas, apenas fui informada pela editoria que a matéria não seria publicada e o motivo.
É isso, gente. Após tanta investigação, a matéria não foi publicada. Não foi publicada porque, no Acre, ainda há coronéis que ligam (ou mandam) "capangas" ameaçar jornalistas. Agora me questiono: a matéria tinha as versões dos dois lados e o leitor tiraria suas próprias conclusões. Por que o subcomandante teve medo se havia se pronunciado e chegou a negar?
Ana Paula Batalha
Obs: Ana Paula exerce a função de repórter no diário A tribuna.
Olá, pessoal!
Quero informar o quanto ainda, nós jornalistas, estamos impedidos e coagidos de exercer a nossa profissão. Não vou entrar em detalhes se é ou não por questões de Governo. Quero apenas relatar a situação que me ocorreu semana passada. Recebi recados de ameaça se a minha matéria fosse levada à íntegra. Desde já, deixo claro que a ameaça não chegou em primeira mão aos meus ouvidos, fui apenas informada pelos meus superiores do local onde trabalho.
Semana passada, passei alguns dias apurando um material sobre uma denúncia contra o subcomandante da Polícia Militar do Acre, coronel Paulo César. Segundo a denúncia, feita por colegas de farda, o subcomandante teria reunido um grupo de sargentos para pedir votos ao deputado estadual Taumaturgo Lima (PT/AC), que será candidato a deputado federal e, ao pré-candidato a deputado estadual do também petista Ermício Sena. O caso ocorreu no Clube de Cabos e Soldados, na Sexta-feira da Paixão, dia 2 de abril. A denúncia foi feita à Aleac (Assembléia Legislativa do Acre) e ao Ministério Público Eleitoral.
Recebi a cópia da denúncia. Após saber dos detalhes, procurei o subcomandante para falar sobre o assunto, na manhã de sexta-feira, dia 23. Ele negou a acusação e disse que a reuniao era para tratar da redução do interstício de tempo para obtenção da promoção dos sargentos da Polícia Militar. Falou sobre isso e mais outras coisas. A conversa foi toda gravada e descrevi da mesma forma como ele falou, ou seja, a defesa dele sairia completa.
No sábado, quando estava elaborando a matéria, recebi uma ligação de um sargento dizendo que queria se pronunciar. Depois de alguns minutos, ele chegou com uma comissão de sargentos ao jornal e também fez a defesa. Tanto o Paulo César quanto essa comissão confirmou a presença desses pré-candidatos na tal reunião, porém, negaram que houve pedido de votos em troca de favores. A conversa com os sargentos também foi gravada.
Depois de umas duas horas, mais ou menos, outros militares foram até a direção do jornal ameaçar, caso a matéria fosse publicada. Eu não vi essas pessoas, apenas fui informada pela editoria que a matéria não seria publicada e o motivo.
É isso, gente. Após tanta investigação, a matéria não foi publicada. Não foi publicada porque, no Acre, ainda há coronéis que ligam (ou mandam) "capangas" ameaçar jornalistas. Agora me questiono: a matéria tinha as versões dos dois lados e o leitor tiraria suas próprias conclusões. Por que o subcomandante teve medo se havia se pronunciado e chegou a negar?
Ana Paula Batalha
Obs: Ana Paula exerce a função de repórter no diário A tribuna.
domingo, 25 de abril de 2010
PAPEL DA INTERNET NA ELEIÇÃO
Neste ano, os candidatos festejaram a conquista de uma nova vitrine para fazer propaganda política: a internet. Todos apostam na rede como um poderoso meio para interagir com os eleitores, medir em tempo real a reação da opinião pública, debater com os adversários e, no limite, estabelecer a agenda da eleição. Dois fatores ampliaram a relevância da campanha on-line. O primeiro – e mais óbvio – é o crescimento do número de internautas no país. De acordo com o Ibope, o Brasil saltou de 32 milhões de pessoas com acesso à internet nas eleições de 2006 para mais de 66 milhões hoje.
O segundo fator é a nova legislação eleitoral sobre o assunto. Ela dá aos partidos uma liberdade inédita na rede. Ao contrário dos anos anteriores, quando a internet estava sujeita às mesmas restrições aplicadas à TV e ao rádio, neste ano é possível organizar debates livremente, mesmo sem a participação de todos os candidatos, usar redes sociais mesmo antes do período oficial de campanha e fazer da internet um campo de provas para todo tipo de ideia exótica na batalha eleitoral.
Leia reportagem completa na Época Online.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
segunda-feira, 19 de abril de 2010
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