terça-feira, 27 de maio de 2008

Arte Poética

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"Ajudinha" boa...

Ossos do ofício

Bruno Medina

O protagonista destas próximas linhas é, por assim dizer, um estranho no que diz respeito a literatura ou a qualquer outro tipo de expressão artística, apesar de ser um velho conhecido de cada um de nós. Há quem o considere -a começar por ele próprio- um injustiçado, condenado a desempenhar eternamente seu papel de secundária importância dentro do coletivo em que se insere.

É possível que alguns de vocês se constranjam pela simples menção ao seu nome, ou mesmo por considerarem que a principal atividade de nosso personagem deveria permanecer à margem de qualquer atenção. Devo confessar no entanto que, nestes últimos dias, sua emblemática imagem tem sido presença constante em minha rotina. Chega de rodeios, este post é sobre o intestino.

Sim, intestino. O meu, o seu, o de todos nós. Estando já há dez dias fora do país, posso afirmar sem sombra de dúvida que, de todas as adaptações inerentes à viagem, a mais penosa se refere a ele. Língua estrangeira? Fuso horário? Saudades de casa? Nada disso é páreo frente ao desafio que é domar o intestino num país estrangeiro.

Na tentativa de minimizar os inconvenientes causados pelo confrontamento, minha experiência diz que o melhor mesmo é ser paciente e deixar que ele sinta que está no comando das ações. Há de se compreender que o intestino é um orgão conservador, avesso a novidades e resistente às menores alterações no seu “modus operandi”.

Desacostumado a ser a vedete do corpo humano -posto que se reveza entre coração e pulmões- o intestino nunca teve seu nome sequer citado numa canção de amor, aliás, muito pelo contrário, afinal, por motivos óbvios, só costuma ser relacionado com algo nada poético.

Diria ele que “são ossos do ofício”. Por isso não é nenhum absurdo comparar seu mau funcionamento à atitude de alguém que abnega a própria fama, ou que prefere reforçar a má reputação ao invés de tentar modificá-la. A frase que melhor o define é “falem mal, mas falem de mim”.

Então você está longe de casa, almoçando na hora do café da manhã, jantando na hora do almoço e, principalmente, comendo tudo que vê pela frente, e muito, propiciando ao organismo um bem-vindo carnaval dos sentidos. Você confia que seu intestino absorverá a carga extra de trabalho, e é justo quando mais se precisa que ele costuma causar problemas. Pressionado por estar no centro das atenções, nosso sensível amigo receia não atender às expectativas e entra em colapso.

Em alguns casos fecha para balanço, como faria um metódico funcionário de repartição que tem, sobre sua mesa, uma enorme pilha de documentos importantes para avaliar. Seu profissionalismo exacerbado o aconselha a só retomar as atividades quando sentir que pode atender a nova demanda, mesmo que isso demore dias.

Num outro cenário, impedido de trabalhar em condições ideais, prefere apenas abdicar de suas funções e abrir as comportas, deixando implícita a relevância de seu departamento para todo o resto da empresa.

Aí é um Deus nos acuda; ele te acorda no meio da noite, te chama duas, três vezes ao dia, sempre nas piores situações, dá falso alarme, ou então manda aqueles recados que causam imenso constrangimento, impondo um clima de insustentável apreensão que o habilita a determinar as condições e a duração do passeio, bem como ter a palavra final na escolha das refeições. Existem algumas formas de enganá-lo, mas isto é extremamente desaconselhável para iniciantes, sob o risco do agravamento da situação e a permanência indeterminada no banheiro.

Expostas as reivindicações, a tensão costuma ser amenizada quando se tem em mente que tudo que o intestino deseja é um pouco de atenção e carinho.

Caso ele não esteja disposto a negociar, o jeito é apelar para iogurtes, alimentos ricos em fibras e, em casos mais extremos, laxantes, reguladores intestinais ou aqueles temíveis remedinhos da vovó. Se tudo falhar, faça uma música para ele.

*Bruno Medina é músico da banda Los Hermanos e escritor nas horas vagas. Nascido no Rio de Janeiro, formou-se em comunicação pela PUC-RJ, mas a música nunca permitiu que chegasse ao mercado publicitário. Começou a tocar piano e escrever histórias ainda criança, sendo que as duas aptidões o acompanham desde então.

Enquanto isso...

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Rock Amazônico



Enquanto Uns Dormem
Los Porongas

Composição: Diogo Soares / João Eduardo / Márcio Magrão / Jorge Anzol

Vou por atalhos
Se faço curva faço nó
Eu não tenho timão nem direção maior

Criando a talhos, a golpes de satisfação
Faço escultura em luz de lampião

Meu oriente é rente à televisão
Dos passos que passeiam no Japão

Menino, a lente é vidro de aumentar visão
E a mente é de alimento à solidão

Porque eu não quero ficar aqui
Enquanto uns dormem

Quero um balão pra poder subir
E avise que vou voltar se não cair

Fazendo um talho
A ponta de faca sem dó
Entrega ao punho sua direção

E assim me valho
De verbo ou de coisa melhor
E aceito a cicatriz como perdão

Deixa eu me explicar sem medo
Tão mais cedo quanto for
Assim não é preciso impressionar

Cale-me com um segredo
Que eu não possa ver a cor
Talvez seja mais fácil de acordar

Se eu não puder viajar
Me encontre aqui
Talvez eu vá me esconder em mim

Coisas "impublicaveis"...

Clique na imagem acima para ampliar:

Deputado chama financeira de agiota e a compara com o governo do Acre


Em seu blog, o deputado Luiz Calixto (PDT, por enquanto) satiriza e critica a financeira Semprecred. Segundo ele, além da propaganda ser enganosa, também tem uma péssima qualidade de produção.

De acordo com o parlamentar, a empresa usa da mesma tática do Governo do Acre. De acordo com ele, “Na mesma linha, o governo do PT usa e abusa de uma propaganda sobre o “ contrato” feito com o BNDES no valor de 572 milhões de reais, como se o Estado não tivesse a obrigação de pagá-lo e com juros.”

Meu comentário: Até hoje a maioria da população não sabe ao certo qual a porcentagem de juros em que esses repasses milionários podem acarretar de prejuízos no futuro. E outra, como sempre, o cidadão é que vai levar a “bronca”, vai bancar mais uma estripulia macabra sem sua autorização.

Leitor, Prepare o bolso, a “facada” vai doer.

Marcos Venícios - Editor do Blog

Brasileiro trabalha 148 dias por ano para pagar imposto, mostra estudo


Em 2008, os brasileiros terão que trabalhar durante quatro meses e 28 dias só para pagar impostos, segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).

De acordo com o trabalho, em 2008 um trabalhador no país terá que usar 148 de seus dias para pagar tributos exigidos pelos governos federal, estadual e municipal, em média. Isso corresponde a uma mordida de 40,51% de seu rendimento bruto.

Pior ainda: durante a década de 1970, em média esse tempo era de 76 dias, equivalentes a dois meses e 16 dias. Ou seja, hoje se trabalha o dobro do que na década de 1970 para se pagar os impostos.

Se serve de consolo, um trabalhador sueco tem que trabalhar ainda mais – 185 dias – para pagar suas taxas. Em outros países, como França e Espanha, o número é próximo do brasileiro: 149 e 137 dias, respectivamente. Em compensação, um mexicano só perde 91 de seus dias de trabalho pagando imposto.

Fonte:Blog da redação do G1

A OPOSIÇÃO À FLORESTANIA

José Mastrângelo*

Surge faz uma década com o advento do vianismo ao governo do Estado do Acre, que planta a florestania (neologismo não enraizado nos dicionários de língua portuguesa) como modelo de “desenvolvimento sustentável”.

Desde aquela época, opõe-se à florestania, que é considerada desumana e nociva à sociedade por não conseguir sustentar o povo em suas necessidades básicas e empurrá-lo para mergulhar nas profundezas, que ficam abaixo da linha de pobreza.

A oposição contesta veementemente a maneira vianista de governar o Estado, que tem muito a ver com as ditaduras de Stalin (stalinismo), Hitler (nazismo), Mussolini (fascismo), autoritárias, totalitárias e sangrentas.

O vianismo concentra o poder na mão de um só, que passa a ser venerado e adorado e que conduzirá os destinos do Estado com a força, relegando os demais poderes constituídos a serem meros coadjuvantes de suas ordens inquestionáveis.

A arrogância é muito pretensiosa. Chega ao ponto de o vianismo substituir o símbolo do Estado “Nec luceo impar” com uma árvore, que ainda continua incólume em prédios públicos, ruas e avenidas, palácios e estádios, motos e carros.

Ao culto da árvore rendem-se covardemente mentes e corações, pessoas e instituições, sindicatos classistas e movimentos sociais, cantando e seguindo a mesma canção. Marina aparecida é venerada na Biblioteca da Floresta. Os movimentos sociais ocupam espaços públicos generosos, cedidos gratuitamente pelo poder estatal. Os meios de comunicação social aceitam a censura prévia às noticiais e às imagens. As construtoras fazem o seu preço. As igrejas vendem-se ao poder dos homens, no lugar de louvar a Deus e difundir fé e esperança.

A ética não tem valor no “governo da floresta”. O vianismo viola os elementos fundamentais de uma convivência social sólida e pacífica. Não respeita os indivíduos. Quem é contra sofre as penas da perseguição, obstrução, marginalização e exclusão. A malandragem toma conta do tecido cultural, econômico e político. O medo e o terror servem para manter a consciência do povo sob controle.

O modelo de “desenvolvimento sustentável” (conceito de conteúdo duvidoso) é a aposta que o vianismo faz que, em verdade, leva milhares de famílias acreanas ao abandono a à falência total. Mais da metade da população acreana mergulha abaixo da linha de pobreza.

O vianismo é “visível” e “transparente” principalmente na Capital do Estado com suas ruas que viraram avenidas, pontes e arena da floresta, caffés e theatros, que visualizam pura beleza às custas da maioria da população riobranquense, que permanece em situação de miséria, sem água e esgoto, barro e poeira, segundo as épocas do ano.

A oposição denuncia essas calamidades. Apesar de suas voz ter pouca ressonância, porém mantém-se firme em seu propósito de mudar as coisas. Mais de 48% da população não concorda com a florestania do vianismo. Está sensível para sair dessa situação de opressão sufocante.

As eleições, que se aproximam, renovam a esperança da oposição, que poderá ter êxito desde que refute lideranças, que ainda se aninham em seu meio sem sê-las verdadeiramente.

A oposição à florestania exige lideranças de postura moral inquestionável, coerentes e audaciosas, que possam enfrentar os Golias com as pedras dos David. Com certeza, não serão os M e nem tampouco e os P da vida, que derrotarão a ditadura vianista.

* Filosofo, Teólogo e Colunista do site Folha do Acre

Frase do dia


"Finalmente, virei o Roberto Marinho de mim mesmo"

Marcelo Tas*

* Ele é blogueiro e apresentador do programa CQC da rede Bandeirantes de Tlevisão.


Fotos da 12ª Parada Gay em São Paulo

Para ver a galeria de fotos, clique na imagem abaixo:

A "evolussaum" da língua portuguesa

O polêmico documentário que retrata as mazelas do IESACRE

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Índios do Acre

Uma das últimas tribos isoladas da Terra, os "índios invisíveis" são fotografados em Feijó (AC) e reagem a flechadas contra um avião
Após quase 20 horas num avião monomotor, o sertanista José Carlos dos Reis Meirelles Júnior, coordenador da Frente de Proteção Etno-Ambiental da Funai, comandou um sobrevôo que resultou nas primeiras fotografias dos índios de uma das quatro etnias isoladas que vivem na fronteira do Acre com o Peru. As mulheres e suas crianças fugiram para a floresta em busca de proteção, enquanto os guerreiros da tribo se posicionaram e reagiram atirando flechas no avião.

No verão amazônico de 2004, ao sair de sua casa para pescar, Meirelles foi alvejado com uma flecha, que entrou no lado esquerdo do rosto e saiu na nuca. No final da década de 80, numa circunstância descrita como "dramática", o sertanista viu-se obrigado a matar um índigena que tentara atingir o sogro dele.

- Nós já sabíamos da existência desses povos, mas, a partir de agora, temos a prova material de que a região é uma das poucas que abriga as últimas etnias isoladas ou desconhecidas do Planeta - afirma José Carlos Meirelles.

Fonte:Blog do Altino

domingo, 18 de maio de 2008

Frase do dia

"Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se."

Gabriel Garcia Marquez

Video Aula - Descubra como fazer email marketing com um blog

sábado, 17 de maio de 2008

Boa Música: Acreanos do Los Porongas ao vivo no Centro Cultural São Paulo

O palco da sala Adoniran Barbosa no Centro Cultural São Paulo vai receber hoje(17), a partir das 19h, dois shows que trazem o calor do norte e do nordeste brasileiro para esse início de inverno na terra da garoa. Los Porongas, do Acre, e os cearenses d´O Quarto das Cinzas prometem trazer além do calor, as cores, a poesia e a sonoridade que ganhou a crítica e tem conquistado cada vez mais público em São Paulo, no resto do Brasil e mesmo no exterior.

As duas bandas tem muito em comum. Se mudaram para São Paulo há pouco mais de um ano e fazem parte junto com outros grupos contemporâneos, de um novo panorama da música brasileira, onde artistas de diversas regiões do país tornam-se conhecidos sem fazerem parte de uma grande gravadora.

Los Porongas é formada por Diogo Soares (voz), João Eduardo (guitarra), Márcio Magrão (baixo) e Jorge Anzol (bateria). Seu primeiro disco, lançado pelo Senhor F Discos, foi considerado pela Rolling Stone brasileira um dos
melhores álbuns do ano em 2007. A banda reúne inteligência poética, uma sonoridade intensa e um show eletrizante.

O Quarto das Cinzas é Laya Lopes (voz), Carlos Gadelha (programações e guitarra) e Raphael Haluli (baixo). As influências são diversas e o resultado é uma música livre, moderna, com elementos eletrônicos e um sotaque brasileiro. Seus shows performáticos somam à música outras linguagens artísticas como a dança e a poesia..

Os shows prometem momentos de interatividade entre as duas bandas. Laya deve cantar com os Los Porongas e Diogo participar nos vocais de uma das músicas d´O Quarto. Jorge Anzol, baterista dos Porongas também deve fazer uma participação unindo suas levadas às programações eletrônicas de Carlos Gadelha. "Além de sermos amigos e gostarmos do som que cada um faz, ainda tem o fato do Acre e do Ceará terem uma ligação histórica muito forte, acho que tudo isso vai estar em cima do palco", disse Diogo.

Serviço

*O que: Show Los Porongas(AC) e O Quarto das Cinzas(CE)*

*Onde: Sala Adoniran Barbosa, Centro Cultural São Paulo*

*Quando: Sábado, 17, a partir das 19h*

*Quanto: R$ 15,00 e 7,50*

Ascom Los Porongas

terça-feira, 13 de maio de 2008

Marina aguentou desaforo e falava sozinha

Mirian Leitão*

Encontrar razões para explicar a saída da ministra Marina Silva é fácil.

A ministra Marina Silva foi desrespeitada várias vezes, perdeu inumeras brigas dentro do governo, e viu nos últimos meses o desmatamento voltar a crescer.

Esta semana foi divulgado o Plano Amazônia Sustentável que tinha muito mais espaço para as obras do PAC do que para qualquer projeto concreto para proteger a Amazônia da pressão que estes projetos representam.

Entre os vários desaforos que ela engoliu está a viagem espalhafatosa do ministro Mangabeira Unger a Amazonia com a autorização de fazer um planejamento para a região. Assunto que ele mostrou não dominar.

A política industrial fala de tudo, mas não tem nenhum incentivo ou exigência para que as empresas contempladas respeitam regras mínimas de sustentabilidade.

Enfim, esse assunto está alheio completamente do atual governo. Ela estava falando sozinha.

Ela mesma havia dito que perdia o pescoço mas não perdia o juizo. Pode ter achado que ficar era definitivamente perder o juizo, num governo que nunca deu de fato importância para o meio ambiente.

A saída de Marina Silva enfraquece o governo Lula. Ela é um ícone e por isso a saída será vista - aqui e lá fora - como mais uma vitória do grupo que acha que meio ambiente é barreira ao desenvolvimento.

*Colunista do Jornal O Globo Online

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Interessantíssimo: "Blogumentário"

Dando uma voltinha pela Blogosfera, encontrei no Blog do Tas o trailer do Primeiro documentário sobre o universo dos blogs brasileiros. Confira o video abaixo:


Xapuri, onde a cobra vai fumar nesta eleição

Luis Carlos Moreira Jorge*

O achincalhe, a perseguição barata, o uso da mídia para desmoralizar, nada disso funciona mais em política para se conseguir derrotar o adversário. Xapuri é o claro exemplo disso. Fora o ex-governador Jorge Viana (PT) e o deputado federal Flaviano Melo (PMDB), ninguém foi mais atacado na imprensa, de todas as formas possíveis, do que o prefeito de Xapuri, Wanderley Viana (PPS). Os dois primeiros ainda tinham quem os defendesse, Wanderley, nem isso. E agora vejo nas primeiras rodadas de pesquisa a constatação desta tese: em todas elas o prefeito Wanderley Viana aparece entre os líderes na disputa da prefeitura. O Wanderley é um santo? Claro que está muito longe disso. Mas, o que muita gente não analisa sobre a sua ainda mantida popularidade é que sucedeu um dos piores prefeitos que Xapuri já teve em termos administrativos: Julio Barbosa. E filiado exatamente no partido que é o algoz do atual prefeito, o PT. Barbosa teve tudo para ser um bom prefeito. Tinha na sua retaguarda, assessores do governo Jorge Viana, que lhe deu ainda condições financeiras para deslanchar e não deslanchou. Quem situa a administração de Julio Barbosa como ineficiente são seus próprios companheiros de partido. Bastou Wanderley Viana entrar na base do populismo, fazer obras sempre com sua presença, estar mais próximo ao povão, que a comparação com a gestão do seu antecessor passou a lhe ser favorável. É em cima disso que até hoje está surfando. Nesta campanha tem chance concreta de reeleição. Pode até perder, é do jogo político de quem é candidato, mas vai ser difícil o PT batê-lo, até porque o candidato petista Ubiraci Vasconcelos, embora seja um rapaz preparado, foi um dos secretários do ex-prefeito Julio Barbosa.

O PT vai jogar tudo na eleição de Ubiraci, porque até hoje não engole a derrota em Xapuri, município que considera como seu santuário. Na última eleição nem a cúpula petista toda focada naquele município conseguiu evitar a derrota do então candidato a prefeito, o ex-vereador Raimundão (PT) . Para se ter uma idéia, a ministra Marina Silva e o secretário de Educação do governo na época, Binho Marques, passaram a última semana da campanha morando em Xapuri. No dia da eleição até passarinho estava vestido de vermelho. Quem saia na rua tinha absoluta certeza que a vitória de Raimundão seria esmagadora. Chegou até ser comprada a cerveja e a carne para o churrasco. Quando as urnas abriram, Raimundão perdeu até nas urnas do seringal Cachoeira, onde funciona um projeto de desenvolvimento sustentável que é a menina dos olhos do PT.

Nesta eleição em Xapuri devem ter quatro candidatos disputando a prefeitura do município: Ubiraci Vasconcelos (PT), Wanderley Viana (PPS), Elenira Mendes (PV) e Manoel Moraes (PSB). A corrida começou bem para Manoel Moraes (PSB), que foi bem votado para deputado estadual no município (é o atual primeiro suplente da FPA), liderando todas as pesquisas, ancorado na memória eleitoral da última eleição. Mas, em política, dormir em cima dos louros, esperar que os votos caiam do céu, é um erro de estratégia. E este foi o seu erro. O outro fato negativo que lhe prejudicou foi não ser fiel aos compromissos assumidos, marcar conversas políticas e não comparecer, que acabaram por toldar sua imagem. Nas últimas pesquisas desabou que nem jaca madura. Em campanha majoritária, o candidato não atuar de forma profissional é fatal. Como aliado terá o PMDB, que deverá indicar o seu vice, mas isso não é suficiente para reverter sua queda. Ou muda toda sua estratégia, se organiza, ou dificilmente vai conseguir polarizar a disputa.

A outra candidata é Elenira Mendes (PV), filha de Chico Mendes, contra quem os adversários não terão muito que falar. Poderia ser a candidata do PT. Só que os petistas do município machucaram muito sua mãe Ilzamar Mendes, e jamais lhe dariam espaço político para crescer. A pergunta que cabe é: vai ser mesmo candidata? Vai resistir as pressões para retirar seu nome? Até aqui resistiu. Não aparece bem nas pesquisas, mas há que se aguardar a campanha para ter como se medir seu potencial.

Sobram Wanderley Viana (PPS) e Ubiracy Vasconcelos (PT). Não esperem uma campanha pacífica entre ambos. Vai ser do pescoço para baixo. O PT vai fazer uma nova campanha para lhe desmoralizar, mas pode esperar que terá troco na mesma altura. Se tem uma cabra valente, que não se dobra, este é o Wanderley. Tem o couro curtido de. E a disputa pela prefeitura de Xapuri vai ficar mesmo entre ambos. Manoel Moraes, que poderia fazer frente a ambos, assim como subiu caiu. Fiquem de olho em Xapuri. É naquele município que a cobra vai fumar nesta eleição. Será na base de pau para comer sabão, e pau para saber que sabão não se come.

*blogueiro nas horas vagas no AC24Horas, Blog do Crica

Entrevista com Ana Carolina, mãe de Isabella









Evidências do apocalipse

Francisco Dandão*

Cada vez mais me convenço de que o fim do mundo está muito próximo. São tantas as estranhezas acontecendo ao redor do planeta, tantas as pirações emergindo a cada dia (para não dizer a cada segundo), tantos fatos incompreensíveis à luz da nossa razão, tantas perplexidades, tanto barbarismo que só pode ser mesmo o mundo se aproximando do fim.

Veja-se esse caso da menina paulistana cuja morte a mídia nos diz a cada minuto dos últimos dias que, de acordo com os indiciamentos policiais, foi perpetrada pelo próprio pai, supostamente para encobrir um excesso da madrasta. Pode uma coisa dessas? Quem, antigamente, mesmo nos mais fantasiosos folhetins de mistério, imaginaria um fato desses?

Andando de marcha ré (cuidado!) no tempo apenas alguns meses, certamente ainda deve estar bem viva no (in)consciente coletivo brasileiro aquela outra tragédia, igualmente com uma criança, cujo corpo um grupo de facínoras arrastou durante infinitos quilômetros pelas ruas do Rio de Janeiro. Jack, o estripador inglês, não teria imaginado nada tão escabroso.

E ainda nessa linha de “anomalias” envolvendo crianças, o que dizer da menina Madeleine, que sumiu de um quarto de hotel em Portugal, assim sem mais nem menos, como fumaça no ar poluído dos trópicos, como gelo derretendo depois de um beijo no asfalto ardente... Um ano depois, ninguém sabe e ninguém ouviu... Os pais são suspeitos.... Onde já se viu?

E o que pensar, dizer ou fazer, a não ser ficar mesmo embasbacado, a cada manifestação da natureza (um vulcão que acorda no Chile, um maremoto que varre uma parte da população da Ásia, um furacão que dá o ar da sua graça no sul do Brasil), apenas e absolutamente reagindo às agressões dos humanos, que sabem de tudo, mas parecem não estar nem aí?

Sem falar (mas já falando, que é o que se faz quando se pronuncia esse tipo de locução...), continuando o raciocínio das catástrofes corriqueiras, nessa “porrada” que o Flamengo levou em pleno Maracanã de um bando de bebedores de tequila. A idéia dos hermanos era só pegar um bronze no Rio de Janeiro. Mas aí, o urubu deu mole e eles... Pimba!

Eu diria, numa tentativa de convencimento dos céticos mais empedernidos, que os sinais do apocalipse iminente espalham-se por toda parte (e, igualmente, no todo). Aqui, ali e acolá. Desde o mais longínquo e irregular dos varadouros amazônicos até a pista de rolamento mais reta e lisa já traçada pelos prodígios das pranchetas de engenharia européias.

O exemplo mais recente disso tudo que eu estou dizendo nestas mal traçadas de hoje? Pois muito bem, eu lhes conto já. É o caso de um filho dando a maior surra no próprio pai. Local: Arena da Floresta. Personagens envolvidos: Atlético Clube Juventus (o filho) e Rio Branco Futebol Clube (o pai). Resultado da inversão de valores: 3 a 1 (com olé) para o primeiro!

* Professor de Comunicação Social e colunista do site Folha do Acre.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Judas não era um traidor - por Rafinha Bastos

quarta-feira, 7 de maio de 2008

TRE não conhece Decreto Legislativo da Câmara Municipal de Cruzeiro do Sul que aumentou o número de vereadores

O Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC), em continuação de julgamento na Sessão Ordinária realizada na terça-feira (6), por unanimidade, decidiu desconsiderar o Decreto Legislativo por meio do qual a Câmara Municipal de Cruzeiro do Sul, aumentou de 10 para 13 o número de vagas de vereadores para o referido Legislativo Municipal.

O Relator do Processo, Desembargador Samoel Evangelista, especificou, em seu relatório, que “o ato que majorou o número de cadeiras de vereadores do Legislativo Municipal de Cruzeiro do Sul (AC) padece de vício formal e material, porquanto determina a Constituição da República de 1988 que o instrumento idôneo a revestir o processo adequado de criação de vagas parlamentares municipais é a Lei Orgânica do Município”.

Menciona, ainda, “que as Cartas constitucionais não determinaram a quantidade de vereadores específica que cada município deve ter, mas estabeleceram apenas quantitativos mínimo e máximo...”.

Lembrou por fim, o precedente do Supremo Tribunal Federal (STF), qual seja, o Recurso Extraordinário nº 197.917, que fixou critérios acerca da situação de determinado município, os quais foram adotados no âmbito da Justiça Eleitoral, consoante Resolução nº 21.702/2004, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que aplicou para as eleições de 2004, o critério de proporcionalidade constante do Texto Constitucional.

Com isso, o Relator definiu que, levando em conta esses precedentes, o número de vereadores do município de Cruzeiro do Sul (AC) permanece em 10 (dez), e é esse número que a Justiça Eleitoral do Acre dispõe para definir o quociente eleitoral do município para as eleições municipais de 5 de outubro de 2008.

Em Sessão anterior, após o Relator do processo ter votado no sentido de desconsiderar o Decreto Legislativo editado pela Câmara Municipal de Cruzeiro do Sul, no que foi acompanhado pelo Desembargador Arquilau Melo e pela Juíza Denise Bonfim, pediu vista o Juiz Jair Facundes, reservando-se a votar, após o voto-vista, os demais Juízes.

O Juiz Jair Facundes, após ponderar acerca do assunto, sugeriu acrescentar ao voto do Relator que fosse comunicado à Câmara que a Corte Eleitoral não reconhece aquele aumento e que, efetivamente, será considerado, no cálculo do quociente eleitoral, o número anterior, e não o número novo que foi apresentado. O aludido Juiz também votou pelo encaminhamento das peças do processo ao Procurador Geral de Justiça do Estado do Acre e ao Promotor Eleitoral de Cruzeiro do Sul, tendo sido acolhida a sugestão pelo Relator do processo e pelos demais Juízes da Corte Eleitoral.

Assim, o TRE-AC, por unanimidade, não conheceu do Decreto Legislativo nº 023/2007, editado pela Câmara Municipal de Cruzeiro do Sul, determinando-se o envio de cópias dos autos à Procuradoria-Geral de Justiça do Estado, ao Ministério Público Eleitoral e ao órgão do Ministério Público atuante em Cruzeiro do Sul (AC).

Presentes na Sessão Ordinária do dia 6 de maio, presidida pelo Desembargador Samoel Evangelista, estavam o Desembargador Arquilau Melo e os Juízes Denise Bonfim, Maria Penha, Jair Facundes, Maurício Hohenberger e Ivan Cordeiro, como também o Procurador Regional Eleitoral Substituto, Marcus Vinícius.

(ASCOM – TRE/AC)

COM BINHO

José Mastrângelo*

O Estado do Acre mantém os resultados eleitorais de outubro de 2006: a oposição está próxima de 49%. As marcas fascistas do antecessor do atual governador, Binho, são visíveis por toda parte. O terror e o medo, implementados durante os dois mandatos vianistas, dominam pessoas e empresas. O asfalto, reduzido em espessura e superfaturado na época vianista, desmancha a toda hora. A imprensa oficial proíbe a palavra à oposição. A imprensa “privada” reproduz a voz oficial sem um mínimo de pudor. O modelo de “desenvolvimento sustentável” condiciona a produção e seus índices sociais estão abaixo da média nacional. Melhorou a vida? A sua expectativa não é promissora, segundo os dados mais recentes.

A parte dominante da população acreana aplaude as figuras da Frente Popular, que, há onze anos, governam o Estado do Acre. Beneficiada direta ou indiretamente pelos programas governamentais, se ilude com uma bolsa família e outras esmolas do gênero, que prolongam a condição de pobreza e miséria de milhares de famílias. Junto com essa parte da população prospera meia dúzia de pessoas, que prospera e ostenta opulência.

A oposição dominada de 49% da população acreana fica impotente diante dessa situação adversa. Esboça reagir. Diante da inércia de alguns de seus representantes, interessados mais em cultuar suas vaidades e estrelas, para.

Os símbolos do vianismo permanecem intocáveis e inviolados. Falta pouco para o governo incorporá-los ao patrimônio do Estado. Seria um absurdo!? Não será, se considerarmos a índole de quem está no poder, que é capaz de tudo para nele permanecer.

O terror e o medo, mesmo sendo menos intensos e asfixiantes daqueles que foram implementados durante os dois períodos vianistas, assustam pessoas e empresas, que, para sobreviver, são coagidos a calar-se, esperando que os ares mudem para liberar-se desses tóxicos, que não os deixam respirar.

O asfalto, derramado em abundância na época vianista e considerado excessivamente supervalorizado, desmancha e desaparece no trecho entre os municípios de Tarauacá e Feijó, nos primeiros cem quilômetros de Cruzeiro do Sul em direção à Taraucá, na Via Verde, na Via Chico Mendes e outras Vias da Capital.

A censura aos meios de comunicação é ampla e rigorosamente cumprida pelos censores do governo, que ainda teimam em afirmar que não existe restrição à liberdade de expressão. Entretanto, a censura faz a riqueza dos donos de jornais, rádios e tvs, e deixa a oposição chupando os dedos.

Está aí o tal de modelo de “desenvolvimento sustentável”, defendido pelos “governos da floresta”, que não conseguem sustentar os povos da floresta, e os abandona à sua própria sorte entre febres e doenças de toda espécie.

Talvez a viagem dos irmãos vianistas ao príncipe Charles da Inglaterra dê mais sorte a milhares de acreanos, que vivem abaixo da linha da pobreza!

*Filósofo, Teólogo e Colunista do site de notícias Folha do Acre.

Caras e Bocas

A dama de ferro do governo Lula, Dilma Rousseff, soltou o verbo hoje em seu depoimento na Comissão de Infra-Estrtura do Senado sobre a suposta criação de um dossiê que relatava todos os gastos do ex-Presidente da República Fernando Henrique Cardoso em seus anos de governo. Segundo ela, essas informações só faziam parte de um banco da dados com fins pacificos. Disse ainda que o Presidente Lula irá disponibilizar os gastos que teve durante seu governo somente no final do mandato.
É esperar pra ver...
Montagem: G1

PF apreende 30 kg de cocaína em caminhão na BR 317

Na noite da última terça-feira, dia 06, o motorista D.S.C, de 38 anos foi preso na BR 317 por transportar 30 quilos de cocaína pura. A droga estava escondida atrás dos faróis do caminhão.

De acordo com os Policias Federais, a apreensão é resultado do trabalho do Serviço de Inteligência da PF que informou que o entorpecente estava enterrado em uma chácara e logo depois foi escondido atrás dos faróis do caminhão que estava sendo conduzido em direção a Porto Velho, RO.

Além do motorista, também foi preso M.P.J, proprietário da chácara onde a droga estava enterrada anteriormente.

Os 30 quilos de cocaína estavam divididos em 27 volumes. Com essa apreensão, cerca de 200 quilos de droga já foram apreendidos pela Policia Federal este ano. No ano passado mais de 800 quilos de entorpecente foram confiscados.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Pra descontrair...

Vida de celebridade

Francisco Dandão*

Vida de celebridade não é nada fácil. As criaturas ganham muito bem, sorriem colorido nas bancas de revistas e nas telas mágicas dos televisores, mas não tem um minuto de sossego. Se for jogador de futebol, mais difícil ainda. Não pode escorregar no tomate de jeito nenhum. Bobeou, por qualquer coisinha, e os podres são estampados nas manchetes.

Os fotógrafos marcam de perto. São piores do que aqueles volantes de times do interior, sem praticamente nenhuma intimidade com a bola. Fungam no cangote da criatura os noventa minutos (eca!). Como nas boas peladas de campos enlameados, em dias de intensa tempestade, como se diz em claríssimo português, “do pescoço para baixo tudo é canela”.

Do dia para a noite (com a madrugada devidamente inserida no meio do “contexto cultural”), reputações aparentemente sólidas, devidamente construídas durante anos nos gramados do planeta, podem escorrer pelo ralo de um banheiro público até o esgoto mais próximo. Um deslize inconseqüente ganha ares de tragédia grega, verdadeiro tsunami moral.

Não importa o quanto o sujeito foi importante nem as alegrias que ele já rendeu para os basbaques de toda a espécie. Ninguém quer nem saber disso. Importa, isso sim, que da criatura na berlinda se exige um comportamento acima de qualquer suspeita. Craque no campo (ou nos palcos) tem que se comportar exemplarmente, que o diabo está à espreita.

Essa história do Ronaldo Fenômeno com os travestis é o exemplo mais recente disso que eu estou dizendo aqui hoje. Não importam as razões do craque para esse comportamento, digamos, pouco ortodoxo. O que importa e que ele foi flagrado com a “boca na botija”, “com a mão na massa”, literalmente “trocando as bolas” (tudo força de expressão, viu?).

Antes do escândalo, dessa gritaria toda que o planeta ensaiou, penso que a gente deveria era tentar entender as razões do jogador. Averiguar se “por trás do fato” (perdão!) não haveria algo mais profundo do que algum tipo de garganta. Se ele for míope, por exemplo, não estaria perfeitamente justificada a confusão entre os supostos gatos e as efetivas lebres?

Ou então, na atitude dele não estaria implícito tão somente um incontido desejo de “bater umas bolas” com quem entende do assunto, dado o tempo em que se encontra afastado dos gramados, em função do joelho “bichado”? Não poderia tudo ser apenas algum tipo de conspiração da Nike, para que o Brasil permaneça eternamente como pentacampeão?

Ronaldo não teria sido “picado” (calma aí!) pelo mosquito da dengue, tão prolífico atualmente em terras cariocas? Não seria uma pesquisa para saber qual a sensação dos zagueiros quando levam “bolas nas costas”, após um lançamento preciso? Creio que nunca saberemos. Mas penso que tudo é possível, principalmente na vida de uma celebridade!

* Professor de Comunicação Social e colunista do site Folha do Acre.

sábado, 3 de maio de 2008

SHOWRNALISMO

Luciano Pires*

Como todo brasileiro vivo, acompanhei o caso da Isabella Nardoni, a menina que foi jogada pela janela do prédio. E, como a maioria dos brasileiros vivos, não agüento mais a cobertura jornalística.

Num daqueles jornais matinais da Record, uma repórter intercepta um vizinho do apartamento onde o pai e a madrasta da menina estão hospedados. E fica insistentemente perguntando se ele viu ou ouviu algo. O homem diz que não, que de seu apartamento não dá para ouvir nem ver, que só vê uma parte da sacada. E ela insiste: da sacada dá pra ver a sala? A porta da sala fica aberta? São minutos intermináveis de vazio, em busca de algum fato novo. Do “furo”.
E os videoclipes do terror? Com as imagens da menina na festa da escola? E abraçada com a mãe na piscina? Imagens editadas e ao som de musiquinhas melosas. Aliás, quem deu esses filmes e essas fotos para as emissoras de televisão? Com que intuito?
Nas entrevistas a câmera fecha insistentemente nos olhos das pessoas, desesperadamente em busca de uma lágrima. Quando a lágrima aparece, entra o pianinho ao fundo...
Dramaturgia. Espetáculo. Showrnalismo, conforme o termo cunhado pelo jornalista José Arbex, em seu livro homônimo.
A notícia vira espetáculo. E os repórteres são lançados à rua com a missão de conseguir mais que os concorrentes.
O próximo passo qual é? Vai aparecer um “jornalista investigativo” que “desvendará” o caso e escreverá um livro. Quer apostar? Já vi esse filme.

Em novembro de 1970 eu tinha 14 anos e morava em Bauru. Uma menina de 10 anos chamada Mara Lúcia Vieira desapareceu levada por um estranho quando brincava em frente de casa. O corpo da menina, violentada, é encontrado seis dias depois numa casa vazia próxima de onde ela morava. Meu pai era correspondente dos Diários Associados em Bauru e cobriu todos os detalhes do crime. Naquele dia 16 de novembro de 1970 ele chegou em casa e caiu no choro, pois tinha visto o corpo da Mara Lúcia. Comoção na cidade. Manchetes em todos os jornais de Bauru e da Capital. E uma busca frenética pelo culpado. Vários suspeitos são presos e depois liberados. E um dia chega a Bauru o jornalista Saulo Gomes, famoso por suas reportagens policiais. Faz suspense e acusa um tal de “Francês” como sendo o culpado. Nada fica provado... E até hoje aquele crime é um mistério.

Lembro-me perfeitamente da comoção na cidade e do papel que a mídia desempenhou no caso, a cada dia reportando as buscas e as conclusões da polícia. Mas os jornais e rádios jamais foram personagens influentes na ação. Até surgir Saulo Gomes.

O que acontece hoje é mais agressivo. A mídia deixa de ser a contadora de histórias para ser agente ativa no processo. Ela cria expectativas, aumenta percepções, acusa as pessoas e expõe hipóteses como sendo certezas. A verdade da manhã transforma-se em mentira à tarde e volta a ser verdade à noite. A mídia indicia e julga. Só não executa...

E então o jornalista da televisão questiona a razão de as pessoas ficarem em frente à casa onde estão os suspeitos, xingando-os, jogando pedras no carro do avô da menina, num show de histeria coletiva.

O jornalista não sabe a razão? Pois eu sei. É por causa dele mesmo, de seus colegas, do programa de televisão, dos jornais, rádios e revistas que transformaram o crime e seus personagens – inclusive o prédio – em celebridades.
Motivada, dona Maria pega um ônibus às seis da manhã e vai até o prédio famoso onde arranja um lugarzinho bom para poder xingar os “assassinos”. Bate fotos com seu celular. Levanta o cartaz onde escreveu sobre o anjinho. Come o sanduíche que levou de casa. Comenta com a comadre sobre a janela de onde foi lançada a menina. Fala da informação exclusiva que recebeu do primo da namorada do vizinho do tio da amiga que trabalha no necrotério. Participa da ação. E, se der sorte, é entrevistada pela rede de televisão. Não acrescenta nada, mas tem seus quinze segundos de fama. E incentiva outras centenas de donas-marias, ávidas por aparecer na televisão. E loucas pra ver mais televisão. Que é tudo que a televisão quer.

A mídia precisa de Isabella.

*Luciano Pires é jornalista, escritor, conferencista e cartunista. Faça parte do Movimento pela Despocotização do Brasil, acesse www.lucianopires.com.br.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Rumores dos Mexicanos no Acre é cada vez mais forte

Na última terça-feira os mexicanos do Maná lançaram seu novo disco ao vivo, gravado em Porto Rico. O disco chama-se “Arde el cielo” que significa em português As queimaduras do céu. O álbum traz 12 sucessos e duas canções inéditas: “Si no tu hubieras ido”, sucesso do grande cantor Mexicano, Marco Antonio Solis e também a música que batiza o lançamento.

Os integrantes do Grupo revelaram a Agência Efe que pretendem divulgar o disco no Brasil ainda este ano. Com isso, os rumores que Maná será a principal banda que fará o show de tributo em homenagem aos 20 anos da morte do líder seringueiro Chico Mendes é cada vez mais forte.

Em 2009, a banda pretende também lançar um disco somente com inéditas. Ano que vem a atual formação completará 15 anos.

veja abaixo o video de lançamento do álbum

Enquanto isso...

Para ver essa e outras charges, eu recomendo o Blog do Cartunista Braga. Com certeza, um dos melhores do país.