José Mastrângelo*
O Estado do Acre mantém os resultados eleitorais de outubro de 2006: a oposição está próxima de 49%. As marcas fascistas do antecessor do atual governador, Binho, são visíveis por toda parte. O terror e o medo, implementados durante os dois mandatos vianistas, dominam pessoas e empresas. O asfalto, reduzido em espessura e superfaturado na época vianista, desmancha a toda hora. A imprensa oficial proíbe a palavra à oposição. A imprensa “privada” reproduz a voz oficial sem um mínimo de pudor. O modelo de “desenvolvimento sustentável” condiciona a produção e seus índices sociais estão abaixo da média nacional. Melhorou a vida? A sua expectativa não é promissora, segundo os dados mais recentes.
A parte dominante da população acreana aplaude as figuras da Frente Popular, que, há onze anos, governam o Estado do Acre. Beneficiada direta ou indiretamente pelos programas governamentais, se ilude com uma bolsa família e outras esmolas do gênero, que prolongam a condição de pobreza e miséria de milhares de famílias. Junto com essa parte da população prospera meia dúzia de pessoas, que prospera e ostenta opulência.
A oposição dominada de 49% da população acreana fica impotente diante dessa situação adversa. Esboça reagir. Diante da inércia de alguns de seus representantes, interessados mais em cultuar suas vaidades e estrelas, para.
Os símbolos do vianismo permanecem intocáveis e inviolados. Falta pouco para o governo incorporá-los ao patrimônio do Estado. Seria um absurdo!? Não será, se considerarmos a índole de quem está no poder, que é capaz de tudo para nele permanecer.
O terror e o medo, mesmo sendo menos intensos e asfixiantes daqueles que foram implementados durante os dois períodos vianistas, assustam pessoas e empresas, que, para sobreviver, são coagidos a calar-se, esperando que os ares mudem para liberar-se desses tóxicos, que não os deixam respirar.
O asfalto, derramado em abundância na época vianista e considerado excessivamente supervalorizado, desmancha e desaparece no trecho entre os municípios de Tarauacá e Feijó, nos primeiros cem quilômetros de Cruzeiro do Sul em direção à Taraucá, na Via Verde, na Via Chico Mendes e outras Vias da Capital.
A censura aos meios de comunicação é ampla e rigorosamente cumprida pelos censores do governo, que ainda teimam em afirmar que não existe restrição à liberdade de expressão. Entretanto, a censura faz a riqueza dos donos de jornais, rádios e tvs, e deixa a oposição chupando os dedos.
Está aí o tal de modelo de “desenvolvimento sustentável”, defendido pelos “governos da floresta”, que não conseguem sustentar os povos da floresta, e os abandona à sua própria sorte entre febres e doenças de toda espécie.
Talvez a viagem dos irmãos vianistas ao príncipe Charles da Inglaterra dê mais sorte a milhares de acreanos, que vivem abaixo da linha da pobreza!
*Filósofo, Teólogo e Colunista do site de notícias Folha do Acre.
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