Francisco Dandão*
Cada vez mais me convenço de que o fim do mundo está muito próximo. São tantas as estranhezas acontecendo ao redor do planeta, tantas as pirações emergindo a cada dia (para não dizer a cada segundo), tantos fatos incompreensíveis à luz da nossa razão, tantas perplexidades, tanto barbarismo que só pode ser mesmo o mundo se aproximando do fim.
Veja-se esse caso da menina paulistana cuja morte a mídia nos diz a cada minuto dos últimos dias que, de acordo com os indiciamentos policiais, foi perpetrada pelo próprio pai, supostamente para encobrir um excesso da madrasta. Pode uma coisa dessas? Quem, antigamente, mesmo nos mais fantasiosos folhetins de mistério, imaginaria um fato desses?
Andando de marcha ré (cuidado!) no tempo apenas alguns meses, certamente ainda deve estar bem viva no (in)consciente coletivo brasileiro aquela outra tragédia, igualmente com uma criança, cujo corpo um grupo de facínoras arrastou durante infinitos quilômetros pelas ruas do Rio de Janeiro. Jack, o estripador inglês, não teria imaginado nada tão escabroso.
E ainda nessa linha de “anomalias” envolvendo crianças, o que dizer da menina Madeleine, que sumiu de um quarto de hotel em Portugal, assim sem mais nem menos, como fumaça no ar poluído dos trópicos, como gelo derretendo depois de um beijo no asfalto ardente... Um ano depois, ninguém sabe e ninguém ouviu... Os pais são suspeitos.... Onde já se viu?
E o que pensar, dizer ou fazer, a não ser ficar mesmo embasbacado, a cada manifestação da natureza (um vulcão que acorda no Chile, um maremoto que varre uma parte da população da Ásia, um furacão que dá o ar da sua graça no sul do Brasil), apenas e absolutamente reagindo às agressões dos humanos, que sabem de tudo, mas parecem não estar nem aí?
Sem falar (mas já falando, que é o que se faz quando se pronuncia esse tipo de locução...), continuando o raciocínio das catástrofes corriqueiras, nessa “porrada” que o Flamengo levou em pleno Maracanã de um bando de bebedores de tequila. A idéia dos hermanos era só pegar um bronze no Rio de Janeiro. Mas aí, o urubu deu mole e eles... Pimba!
Eu diria, numa tentativa de convencimento dos céticos mais empedernidos, que os sinais do apocalipse iminente espalham-se por toda parte (e, igualmente, no todo). Aqui, ali e acolá. Desde o mais longínquo e irregular dos varadouros amazônicos até a pista de rolamento mais reta e lisa já traçada pelos prodígios das pranchetas de engenharia européias.
O exemplo mais recente disso tudo que eu estou dizendo nestas mal traçadas de hoje? Pois muito bem, eu lhes conto já. É o caso de um filho dando a maior surra no próprio pai. Local: Arena da Floresta. Personagens envolvidos: Atlético Clube Juventus (o filho) e Rio Branco Futebol Clube (o pai). Resultado da inversão de valores: 3 a 1 (com olé) para o primeiro!
* Professor de Comunicação Social e colunista do site Folha do Acre.
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