Agência Estado
No auge da crise do Senado, o blogueiro Said Dib se referia aos senadores que faziam oposição ao presidente José Sarney (PMDB-AP) como "patetas" e "vermes golpistas". Na época, ele era assessor de Sarney na Presidência da Casa com salário de R$ 3,4 mil. Passada a turbulência, com Sarney livre dos processos por quebra de decoro no Conselho de Ética, Dib teve seu salário mais do que duplicado: um despacho de Sarney, publicado ontem, elevou o salário do blogueiro para R$ 7,4 mil.
Dib, que se diz "assessor de imprensa de Sarney", classifica, em seu blog pessoal na internet, parlamentares como Arthur Virgílio (PSDB-AM) e José Nery (PSDB-PA) de "vermes golpistas". Nesta quarta-feira, procurado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, repetiu as acusações. "Quero que eles me processem. São vermes porque estão contra a instituição Senado". No blog, ele chama o senador Renato Casagrande (PSB-ES) de "pateta". "É uma pateta mesmo, oportunista", afirmou.
A estratégia de Sarney para promover o blogueiro foi transferi-lo da Presidência do Senado para o Órgão Central de Execução e Coordenação, vinculado à Diretoria-Geral. É um setor que abrigou - por meio de atos secretos - apadrinhados de senadores e do ex-diretor-geral Agaciel Maia, nomeado por Sarney em 1995.
Ausente
Dib é funcionário da Presidência do Senado desde 1º de fevereiro de 2003, quando Sarney assumiu o comando da Casa pela segunda vez. Segundo os registros eletrônicos do sistema de publicação, ele sempre foi lotado na presidência, inclusive no período de outros presidentes, como Renan Calheiros (PMDB-AL) e Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN).
Segundo funcionários, Dib nunca apareceu para trabalhar na presidência e, se mantiver as tarefas que vem exercendo a serviço de Sarney, não deve cumprir expediente na diretoria-geral. Além do blog pessoal, Dib cuida do site Amapá no Congresso, produzido diretamente do gabinete do Sarney com o objetivo de divulgar as atividades parlamentares do senador.
O servidor nega que a promoção salarial tenha ligação com a defesa ferrenha que vem fazendo do patrão. Ele considera baixo o salário que recebia até hoje, de R$ 3,4 mil. "Até quem vive de entregar coisas no Senado ganha isso", disse. Na opinião dele, os ataques aos senadores não conflitam com seu cargo de funcionário da Casa. "Sou um cidadão, é algo particular, para me manifestar. O presidente Sarney é inocente de tudo." As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo”.
Estratégia
No fim de julho, no auge das denúncias, que Sarney classificou como uma "campanha da mídia" para retirá-lo do cargo, o presidente do Senado montou uma equipe cuja missão era realizar uma campanha de contrainformação na internet. Dezoito jornalistas recebiam R$ 1.800 por mês para analisar o noticiário e publicar comentários favoráveis a Sarney em sites, blogs, redes sociais e no Twitter, usando nomes falsos.
Pouco tempo depois, o maranhense mudou o comando da Secretaria de Comunicação da Casa, responsável, entre outras funções, pela TV Senado e pela Rádio Senado. Ele nomeou seu assessor e braço direito Fernando Cesar Mesquita para ser o diretor do órgão. A assessores, Sarney reclamava da cobertura jornalística dos órgãos de comunicação da Casa.
Nesta semana, o maranhense, dono de meios de comunicação, afirmou que a mídia é “inimiga das instituições”.
* No Acre, a pratica de bancar blogueiros e sites de noticias para plantar "notícias" é bem comum. Quem arrota ética, acaba sendo o mais sujo da corja.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
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