Editorial do Jornal Página 20
Mais uma vez o Acre é moeda de barganha das mais diversas reivindicações dos moradores de Rondônia que habitam as pequenas cidades às margens da BR-364. Ontem, cerca de 50 pessoas fecharam a rodovia em protesto contra a desativação de um frigorífico e pedindo compensação sobre a obra da hidrelétrica de Jirau.
Há alguns meses o protesto era pela emancipação das vilas localizadas na região conhecida como Ponta do Abunã. Os moradores fecharam a rodovia e chegaram até a botar a Polícia Rodoviária Federal para correr. Na oportunidade, o Acre ficou, inclusive, ameaçado de ficar sem energia, pois os manifestantes pretendiam derrubar o linhão se suas reivindicações não fossem atendidas.
Não cabe aqui dizer se são justas ou não as reivindicações dos rondonienses. Mas cabe questionar os métodos utilizados para seu alcance. As pressões devem ser feitas contra as autoridades de Rondônia e não contra as acreanas. O povo daqui não pode pagar pela irresponsabilidade dos políticos de lá.
A BR-364 é um patrimônio dos acreanos e dos rondonienses. Deve ser usada para o bem comum. Sua interdição não atinge diretamente políticos e autoridades, mas aqueles cidadãos que dela necessitam para o acesso a produtos ou, simplesmente, para o acesso ao direito de ir e vir. Portanto, cabe aqui uma pergunta: seriam os acreanos responsáveis pelos infortúnios dos rondonienses? Se não, cabe outra: seriam os acreanos que devem pagar pelo descaso dos políticos e autoridades rondonienses?
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
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